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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Sidnei de Oliveira fala sobre seu novo livro

Sidnei de Oliveira, Doutor em Música e Filosofia, músico, compositor, instrumentista e escritor fala sobre o seu mais recente livro, Requiem - Filosofia e Viola: O Arquétipo e a Transfiguração do Caipira, lançado em março deste ano em ebook e em 22 de Julho como livro físico pela loja virtual da editora UICLAP e na Amazon.

Foto: Uiclap

Com ilustração acima de Renato Ribeiro Pontello, o livro contém 160 páginas onde o tema é a cultura caipira, cultura popular interligada com o pensamento filosófico, voltado para um viés crítico e reflexivo.

Segundo o autor, aborda a desconstrução de mitos criados e do pensamento ideológico em prol da classe dominante e alienante, excluindo e privilegiando,  de acordo com o conceito deles, quem seriam os escolhidos a fazer parte dessa história, no entanto, é bem mais abrangente.

Não poderia ficar alheia a essa novidade, trata-se de dois temas que sou apaixonada e “persigo” sempre: “Música e Filosofia”, é claro que também vou adquirir esse livro. Tenho em minha coleção o CD “Prólogo” - Viola De Dez Cordas, autografado inclusive, em 2011.

Ao ser convidada para conhecer o livro recente, procurei pela produção do artista e o mesmo gentilmente respondeu algumas curiosidades sobre, a seguir:

 Blog Loira Do Bem - Primeiramente, eu quero agradecer pela disponibilidade em atender meu convite para falar um pouco mais sobre seu livro, da qual estou bem curiosa e roendo as unhas para lê-lo em breve.

Você é um artista multifacetado, músico, compositor, instrumentista. Doutorado em filosofia e música, também escritor. Além desse livro, você já escreveu outros, confere?

Sidnei - Tenho outro livro publicado, resultado de minha pesquisa realizada em meu mestrado na área da Filosofia, especificamente em da Filosofia da Música, onde atuo com veemência.

O título deste primeiro livro é O Beethoven de Wagner em O nascimento da tragédia de Nietzsche, nele apresento a influência do compositor Richard Wagner, em especial em seu ensaio intitulado Beethoven, na primeira obra publicada por Friedrich Nietzsche, O nascimento da tragédia.

Há também capítulos de livros e artigos científicos publicados nesta mesma esfera de pesquisa, a saber, estética e filosofia da música.

Blog Loira Do Bem Eu li a sinopse do livro  “Requiem – Viola e Filosofia” e notei que você faz uma ponte que une a música no seu purismo com a filosofia, envolve o pensamento filosófico, crítico e reflexivo sobre a visão das classes sociais e interesses dominantes e alienantes. O que o levou a escrevê-lo e discorrer sobre o tema?

Sidnei - O fato de estar envolvido com a Viola Caipira e também por meus estudos com a história da cultura caipira, bem como acompanhado publicações recentes, tanto na esfera acadêmica quanto fora da academia.

Pude perceber que há uma monopolização dos conceitos por alguns estudiosos, simpatizantes da cultura caipira, diletantes, músicos, compositores e, principalmente, por violeiros.

Porém, a sustentação teórica e científica sempre esteve à margem das publicações atuais, dados que podem ser comprovados em artigos, livros e demais publicações na esfera da cultura da música caipira, uma vez que o saudosismo exacerbado por aqueles que nem sequer viveram a cultura caipira se faz presente. E, quando há uma bandeira que se hasteia com fervor, um logotipo de uma determinada entidade, um artista..., muitos passam a reproduzir falas e condutas por aqueles que são tidos como referências de algo, mesmo que tais representações e ações sejam puramente atos imaginários, visto a capacidade que a música possui, tal como a própria cultura caipira e a sonoridade da Viola Caipira.

Muitos são os pontos que podem ser influenciados para que um discurso seja validado por terceiros, principalmente quando não há fundamentação científica. Por este ponto específico e demais razões, ou seja, o incômodo gerado por uma manifestação única eleita como verdade absoluta..., resolvi escrever Requiem  e contrapor a absorção de ideias, porém, com um pensamento crítico, reflexivo e fundamentado em uma pesquisa  científica a partida da filosofia.

Blog Loira Do Bem - Pelo que eu conhecia sobre você era um simpatizante de Schopenhauer, no seu CD “Prólogo”, inclusive, você faz menção a ele. Podemos esperar o viés crítico e reflexivo também de Nietzsche (meu favorito) como embasamento nessa análise entre os dois temas?

Sidnei - Por ser um livro que fundamento toda a teoria na filosofia, trago para o leitor não apenas a filosofia de Schopenhauer e Nietzsche, mas também de outros pensadores como Karl Marx, Theodor Adorno, Enrique Dussel, Achille Mbembe, entre outros.

 No primeiro capítulo de Requiem apresento como a filosofia pode ajudar na compreensão de uma filosofia da cultura, especialmente, a partir da filosofia da cultura nietzschiana.

Schopenhauer aparece em outros momentos do livro para realizar a crítica acadêmica à cadeira de Viola Caipira na Universidade de São Paulo, para isso, faz-se necessário que o leitor realize uma analogia a obra Sobre a filosofia universitária, de Schopenhauer.

Ainda com base da filosofia e hierarquia das artes de Schopenhauer, trago a discussão para uma análise das obras de Almeida Junior, em seus quadros com temas do universo caipira. Diversas são as temáticas abordadas em Requiem, desde a apropriação cultural, a indústria da cultura, as primeiras gravações, as inúmeras formas de representação da cultura caipira utilizadas por violeiros atuais, assim como aqueles que se dizem caipiras.

A necessidade em ser escolhido e fazer dessa ação um meio para expandir a ideia inexistente de uma vivência, seja ela cultural ou saudosista, também é discutida no livro com exemplos e nomes citados com referências em artigos, documentários e entrevistas.

Toca crítica reflexiva que abordo em Requiem possui fundamento científico e referências para que o leitor possa averiguar a veracidade. Um ponto importante a ser mencionado e presente no livro, se dá pela crítica à teoria desenvolvida na esfera da cultura caipira, independente de quem publicou o artigo, o livro, ou de quem deu a entrevista citada.

Não é considerada a relevância artística ou o “micropoder” estabelecido por outros, e pelos seus, a qualquer nome citado na obra Requiem, a relevância está na publicação e na fala de todos que são lembrados no livro.

Por fim, é valido lembrar que há um anexo que parece, aos olhos dos despercebidos, se distanciar da obra, mas aqueles que compreenderem a essência de Requiem, irão entender o motivo dos três nomes utilizados no anexo intitulado Escolhidos e Submissos.

Blog Loira Do Bem - E por fim, fique à vontade para falar sobre seus inúmeros compromissos, ao que parece também professor de viola, entre tantas atividades e todas agregadoras para nós. E desejo todo o sucesso em sua trajetória brilhante.

Sidnei - Os compromissos estão sempre relacionados aos trabalhos voltados para a academia e também para a área da Música. Sou professor de Viola Caipira e de Violão na esfera particular. Professor de Arte no ensino básico (anos iniciais), e também atuo como professor de Filosofia em cursos de pós-graduação.

Atualmente, tenho tocado pouco, apenas compondo e realizando arranjos, algo que aprecio mais do que estar em qualquer palco. Tenho composições para outros dois novos trabalhos, um de canções e outro instrumental. Porém, não vejo previsão de lançamento. Sigo escrevendo e publicando artigos em revistas científicas.



Sidnei de Oliveira - Foto/ Reprodução Facebook

Contato para shows e eventos:

Sidnei de Oliveira

E-mail: violaoliveira@yahoo.com.br

Redes sociais:

https://www.youtube.com/@violaefilosofia521

https://www.instagram.com/violaefilosofia

https://www.facebook.com/sidnei.oliveira.92

https://www.tiktok.com/@violaefilosofia


Sobre Sidnei de Oliveira:

Músico, compositor e instrumentista. Possui graduação em Filosofia pela UNIFRAN (2010). Licenciatura em Música - Ingressou no curso de Bacharelado e Licenciatura no Departamento de Música USP-Ribeirão Preto (2005), concluindo-o posteriormente o curso de Licenciatura em Música no Centro Universitário Claretiano (2017).

Pedagogia EPT pelo Instituto Federal de São Paulo - IFSP (2022).

Mestre em Filosofia pelo programa de pós-graduação em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) com financiamento CAPES (2013).

Doutor em Filosofia pelo programa de pós-graduação em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) com financiamento FAPESP (2017) e Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE/FAPESP) pela Universität Leipzig/Deutschland (2014-2015).

Doutor em Música pelo Programa de Pós-Graduação em Música - UNESP - Instituto de Artes com financiamento CAPES (2023).

Publicou o livro intitulado O Beethoven de Wagner em O Nascimento da Tragédia de Nietzsche (Passo Fundo, Editora IFIBE, 2016) e Requiem - Viola e Filosofia: O arquétipo e transfiguração do caipira, pelo Editora UICLAP, 2024.

Atua em pesquisas sobre os seguintes temas: Cultura Popular, Filosofia da Música, Arte e Estética com ênfase em Arthur Schopenhauer, Richard Wagner, Friedrich Nietzsche e Theodor Adorno.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Dia Do Filósofo

Hoje, dia 16, é o dia do filósofo no Brasil em homenagem aos profissionais que se dedicam aos estudos de filosofia, entretanto, o dia mundial da Filosofia é celebrado na terceira quinta-feira de novembro (possível data da morte do filósofo grego Sócrates), instituída pela Unesco em 2005 e, neste ano cairá em 18 de novembro de 2021.


Não importa a data, a Filosofia é essencial para qualquer dia, são reflexões e questionamentos sobre sociedade, política, ética, religião, cultura, os mais diversos temas relacionados, é considerada a mãe de todas as ciências.  

Reza a lenda que a palavra Filosofia foi criada por Pitágoras e, pode ser compreendida como “amigo da sabedoria”.

De acordo com o site  Laboratório Oswaldo Cruz  “Segundo a Academia Paulista de Letras, o primeiro filósofo brasileiro foi Matias Aires Ramos da Silva Eça, nascido em 27 de março de 1705, em São Paulo e faleceu em Lisboa, Portugal, em 1763”.

Entre os livros que escreveu o mais conhecido é ” Reflexões sobre a Vaidade dos Homens”, publicado no Brasil apenas em 1993. Da qual, eu não conhecia, e consegui o livro no site de Domínio Público (só clicar no nome do livro 👆acima).


Imagem: Pinterest / Google 

O objetivo da Filosofia é questionar, não trazer respostas prontas e absolutas. Afinal, "O filósofo não responde perguntas, ele pergunta respostas", segundo Millôr Fernandes.


E como Descartes, logo “duvidei, pensei e comecei a existir!”, com Sócrates, Platão, Aristóteles, Diógenes, Hobbes, Voltaire, Maquiavel, Rousseau e Nietzsche entre outros. Meu filósofo favorito é Nietzsche que nos deixou em 1900, 25 de agosto, infelizmente e, só vim a lê-lo em 2011, mas nele eu encontrei as respostas que eu necessitava; como não ter medo do sobrenatural e que a morte é algo natural, medo devemos ter do monstro que habita em cada um de nós, não do céu e inferno. O bicho papão ficou só no imaginário.

Para conhecer a obra em ordem cronológica, acesse o blog:

A Filosofia do martelo 





Sem filosofia, sem livros, sem música, a vida não têm nenhum sentido para mim.  

99 Doses de Nietzsche - máximas para refletir!

https://www.livrosepessoas.com/2014/09/21/99-doses-de-nietzsche/

Alguns sites que eu sigo sobre Filosofia:

https://www.filosofia.com.br/

https://notaterapia.com.br/

https://razaoinadequada.com/

https://outraspalavras.net/

https://www.stoodi.com.br/

A Filosofia do martelo

nietzscheofilosofo

quarta-feira, 3 de maio de 2017

VIDA DE INSETO E A REFLEXÃO SOBRE SISTEMA OPRESSOR




“A rebeldia, aos olhos de qualquer pessoa que tenha estudado um pouco de História, é a virtude original do ser humano” – Oscar Wilde. 

Vida de Inseto é daqueles filmes, feitos para criança no primeiro olhar, mas vai muito além, e pode até ser feito para elas com objetivo de fazê-las pensar desde cedo, mas é também para as ‘adultas’, sem dúvida. 

O desenho faz uma analogia entre as classes de opressores (gafanhotos) e das oprimidas (formigas). Os gafanhotos sobrevivem à custa do trabalho e os esforços das formigas que fornecem a eles, todos os anos, sua colheita em troca de preservação de suas vidas. 

No entanto, há entre a classe oprimida um rebelde  cheio de imaginação, através de suas ideias e invenções, amenizar o sofrimento dos seus e facilitar o trabalho penoso de sol a sol e não se conforma com o regime de servidão que lhes são impostos, mas devido a ser sonhador, não é levado a sério, exceto a filha da Rainha, que vê em seu a amigo, um libertador, mesmo que seus inventos sempre provocam confusões ou danos sem querer, e todos os demais são castigados por sua ousadia.


Então, Flick, o perdedor, como ele é visto, parte para uma jornada em busca de aliados guerreiros, 
onde a comunidade aprova, não por achar que será uma ótima ideia, mas para livrar de 
confusões maiores, com ele perto deles. Ao chegar à cidade, conhece uma trupe de teatro que 
foram despedidos e vê neles a oportunidade de juntar e somar forças, de uma forma ou de outra, 
embora sejam diferentes, eles têm algo em comum, também são explorados pelo dono da 
Cia de teatro. E partem juntos para sua morada, cada um equivocado com o papel que irão fazer
 na colônia, mas poderão se surpreender com as novas experiências.












Por sua vez, o líder dos gafanhotos tem pleno conhecimento de que não precisa 
do alimento da colônia para manter seu reinado, mas ao deixá-los livres do jugo,
 perderá o controle sobre eles, que são em maior número, e se vir a descobrir essa
 vantagem, como ele diz  “ideias são coisas muitos perigosas”, e eles foram colocados no mundo 
para nos servir. 


Porém, Flick é um visionário e não desiste facilmente dos seus ideais e ideias mirabolantes.
 Através de seus amigos, assim como ele, considerados os loucos da sociedade, juntos, somam 
forças para enfrentar o tirano, e na batalha o desmascara, ao abrir enfim, os olhos vedados 
de toda a colônia, acostumados à servidão, a lida dura, não haviam percebido que os 
opressores eram em menor número. 

“Somos mais fortes, são vocês que precisam de nós para ter comida. Então quem é o fraco daqui”?. 
E começa a revolução. 

O filme traz uma importante reflexão sobre a luta de classes, uma sempre usa do medo e 
da força para ter controle e jugo sobre a outra, aqueles que se acovardam, se tornam fantoches 
nas mãos, e logo doutrinados para servidão, um débito que nunca tem fim. 
Mas, quando organizadas e determinadas podem se libertar do que 
é injusto e abusivo. 
Como diz o sábio Raul Seixas:
A formiga é pequena, mas elas são um exército quando juntas”. 
Imagens retiradas do google internet.  

sábado, 12 de setembro de 2015

Cultura da vaidade como amor-próprio




"Da série 
7 prazeres capitais – pecados e virtudes hoje” .
A vaidade parece estar cada vez mais em alta nesta sociedade, onde o individualismo e o “empreendedorismo” passaram a serem metas, valores, fortemente estimulados.  Aquele que já foi visto como o maior e o primeiro dos pecados capitais por seus atributos maléficos – o orgulho – hoje virou  virtude. Disfarçada e rebatizada de autoestima, a vaidade é agora “amor-próprio”.

Uma vida vivida para os outros.
Eu sei que, se o homem pudesse escolher a nossa vida, todos escolheriam, mandar e reger, ninguém escolheria sofrer e padecer, mas as pessoas não se dão conta,  que mandar e reger é representar, e padecer é viver". (Calderón de La Barca).
“O grande problema do mundo é a comparação”. – Montaigne. 
O consolo é que sempre há alguém mais feio do que eu, mais burro, mais pobre e mais infeliz. O nosso desgosto é que sempre há alguém acima, mais bonito, mais inteligente, e que aparentemente é mais feliz. A vaidade nos joga para compararmos com os debaixo, e a inveja, nos joga para comparar quem está acima. Nós estamos educando pessoas, com pouco limite para entender a sua vaidade e o espaço do outro. Geralmente os mais velhos dizem a mesma coisa sempre, em todas as épocas, no meu tempo era melhor. Isso é bobagem. As gerações anteriores viveram a 2 guerras, praticaram genocídios contra indígenas, negros, judeus – não é passado de glória.Valorizar uma personalidade, onde toda qualquer iniciativa deve ser incentivada, tudo é criativo e bom. Como se todo e qualquer conhecimento fosse positivo.

A grande questão é que instituímos uma vaidade como virtude, não mais como pecado capital, a humildade não pega bem.  A crença na vaidade como uma nova virtude, é uma questão que nos faz pensar bastante no futuro.

É cada vez mais difícil atribuir notas baixas a alunos;
É cada vez mais difícil punir alguém por alguma coisa;. É cada vez mais difícil estabelecer regras, porque imediatamente, a vaidade produz a Hermenêutica da regra (interpretação). E estimulada hoje no mundo capitalista atual, como a necessidade de ser único, especial, forte, onipresente. A nossa vaidade não permite mais a falha, a tristeza, não permite mais que eu falhe mais sexualmente, porque há auxílios químicos para isso. Não permite mais que eu fique triste, porque já temos auxílios químicos para isso. Não permite mais simplesmente viver a dor e o fracasso, aquela que antigamente, era dito que fortalecia o caráter, estimulava o crescimento, nos levava pra cima, que fazia, a cada queda aprender mais, hoje devo subir sem quedas. O mundo está acabando a todo instante, e essa individuação nossa, aumenta com essa sensação, fim de mundo, e essa sensação absoluta, que nossa vaidade há muito tempo, deixou de ser um defeito, e passou a ser uma virtude sólida. Talvez a virtude, mais esperada de todas. É função dos pais, estimularem o novo nome que é a autoestima, é função dos pais, eliminarem a depressão, a dor e o choro. Nós não podemos mais conviver com essas coisas, que animaram a humanidade em tempos passados.
Nós não consertamos mais coisas, nós não consertamos mais relações humanas, nós trocamos. E, ao trocar sapatos, computadores e pessoas que amamos, por outras pessoas, vamos substituindo, a dor do desgaste pela vaidade da novidade. Ao trocar alguém creio imediatamente, que eu me torno alguém mais interessante, e não percebo que aquele espelho continua sendo, o drama da minha vaidade, o que eu não tolero na pessoa anterior, é que ela me mostrou, o quanto estou decaindo, envelhecendo, e como eu sou desinteressante. E na nova pessoa, eu exploro o quanto eu quero ser interessante, instigante e assim por diante. É fascinante que o nosso mundo hoje, tenha eliminado a humildade como virtude. É fascinante, por exemplo, que nós aceitemos todo e qualquer elogio, porque dentro de nós há, segundo os místicos medievais, um demônio esperando isso: O demônio da soberba, da vaidade. Aquele que acredita, o que não pode ser acreditado. Como Lúcifer um dia, acreditou que podia ser igual a Deus. Repetimos o pecado de Lúcifer. E brigamos permanentemente, por esse ego insaciável, porque eu prefiro ser perseguido, que ser ignorado, que pegue no meu pé, eu prefiro parecer à vítima da sala, que parecer o Gasparzinho da sala, eu prefiro tudo, menos não ser visto, porque viver hoje é ser visto. Se eu não fotografar o que como, Se eu não falar onde eu fui, Se eu não tirar fotos, Se eu não fizer tudo isso, Eu não fui, e “ver é viver” e, ser visto é ter certeza que eu vivi.
 
A todo instante, a minha vaidade é testada, e como eu não gosto de dizer que não sou vaidoso, eu a disfarço através do recurso da humildade. Porque todo o espelho diz sempre pra bruxa a mesma coisa: Haverá alguém mais bonito do que eu¿ Sempre responderá para pessoa que pode quebrá-lo. -Não... “você é a mais bonita”. Temos que nos conformar que a vaidade, seja uma instituição, temos que aprender a lidar com ela, para não ficar com falsas humildades, temos que aprender que sempre haverá alguém mais hábil, sempre alguém melhor, sempre alguém acima. E a única maneira de eu não ser vaidoso, é pensar só em mim, eu parar de me comparar com os outros, ou seja, eu devo apenas pensar em mim. E essa dialética encerra toda e qualquer vaidade. Não tem jeito eu estou isolado. Nos momentos que o meu eu, é reconhecido e dialogo com os outros, chamamos isso de Encontro, Amizade, Casamento.

Sobre o autor: Leandro Karnal é professor, historiador, graduado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutor pela Universidade de São Paulo.


Para Assistir na íntegra click no link direto na Font
e: cpflcultura

domingo, 16 de agosto de 2015

DIA DO FILÓSOFO E FILOSOFAR É PRECISO



O Dia do Filósofo é comemorado anualmente em 16 de Agosto, no Brasil. Já o Dia Mundial da Filosofia foi criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO, e é comemorado anualmente na terceira quinta-feira de Novembro.


Eu não posso ensinar nada a ninguém, euposso fazê-lo pensar
                                                                                                                    Sócrates -400ac.

Seja qual data for não pode passar em branco. Filosofar é preciso. Dedicado  a reflexões e questionamentos sobre a sociedade, política, ética, religião, estética e os mais diversos temas relacionados à vida, no mínimo impactantes.

"O bom cientista não é aquele que oferece respostas boas, mas aquele que faz boas perguntas, e se permite mergulhar nas pesquisas em busca de elementos que ampliem sua compreensão. O bom cientista é aquele que coloca o saber da ciência e da vida em movimento, renovando-o constantemente" . Assim aplico também a filosofia, é sair do senso comum e partir para um processo investigatório, em questionar, indagar, argumentar, duvidar e discorrer, com fundamento e embasamento, não mais à partir de um pensamento simplista, e de senso comum. Assim, ousaram os grandes pensadores, inconformados, curiosos, e desconfortáveis diante de certezas limitadas ou absolutas.
pois "Eu duvido, logo penso, logo existo". Descartes.
Nietzsche, Rousseau, Maquiavel, Sartre, Sócrates, Proudhon, Voltaire, Locke, Aristóteles, Freud, Habermas, Descartes, e tantos outros sábios pensadores, minha eterna gratidão por terem ido mais avante e revolucionado ideias, pessoas,  fatos, e toda uma sociedade ao seu tempo.

sábado, 8 de agosto de 2015

FILOSOFANDO: CARÁTER É FAZER O QUE É JUSTO


     Imagem: Reprodução Internet

"Uma viva inteligência de nada serve se não estiver ao serviço de um caráter justo; um relógio não é perfeito quando trabalha rápido, mas sim quando trabalha certo." Luc de Clapiers Vauvenargues, marquês de Vauvenargues, moralista, ensaista e escritor francês.

Num diálogo com o pai de uma amiga e ela, quando saí em defesa da ética e bom senso e não da parcialidade, ele me indagou: - O que é ser justo, afinal? Respondi sem titubear: É ser imparcial, fazer o certo mesmo que seja um adversário, um concorrente, uma pessoa detestável!

Nietzsche nos preveniu: “Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não se tornar também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”, ou seja, se naturalizamos a perversidade, a injustiça, a mentira até  para levar vantagens sobre concorrentes, oponentes ou rivais, estamos nos igualando àqueles que tanto criticamos, repudiamos e dotados de maus vícios e desvirtuosos. 

A história nos lembra os tempos sombrios, o período das trevas, a caça de gente inocente, julgados por um tribunal parcial, convictos de que regalias e privilégios eram apenas para os seus iguais e minorias como nobreza e clero.

Por mais que nós desejemos "viver sem o outro e mais individualmente", Aristóteles nos mostra que não é apropriado, já que fazemos parte de uma engrenagem, e o enfrentamento na maioria das vezes é inevitável. 

E depende das nossas atitudes ou ações que escolhemos ao longo de nossa vida, boas ou más. Mais que fazer o bem, "é fazer o que é justo, mas não para aparentar boa imagem, mas porque é o certo". Aí reside o verdadeiro caráter. Muitas vezes, ser justo e correto é ir contra a correnteza, ferir algumas pessoas, independente de quem seja. 

 Aristóteles, apesar de ter sido um discípulo de Platão, procurou ser um pensador mais eclético voltado para uma ampla produção intelectual.

Sob a visão dele, "O homem não pode ser visto como um ser individual", pelo contrário, ele é essencial para a sociedade num todo, ou seja, uma peça formadora de uma engrenagem e, sendo assim uma "mola mestra", e vai desempenhar um papel importante, seja do ponto de vista positivo ou não, de acordo com suas atitudes repercutirá com intensidade em suas relações. 

Ainda, segundo Aristóteles, possui mais valor um cidadão formado nas virtudes, especialmente aquelas relacionadas ao conceito de Justiça, do que as prescrições objetivas estabelecidas pela lei. Para ele, a justiça é uma virtude humana, que estimula a prática do bem.

A Ética Aristotélica realiza uma interpretação das ações humanas fundamentada em análises de meio e de fim, resultando da definição de determinadas práticas humanas onde o conteúdo moral estará relacionado à prática de ações específicas. 
Tais ações devem ser implementadas não apenas por parecerem corretas aos olhos de quem as pratica, mas, porque dessas ações o homem estará mais próximo do bem. 

O bem seria o referencial em cujo interesse incidiriam todas as ações do homem. Logo, o bem seria a finalidade das ações. O bem supremo é absoluto, desejável e não funciona como instrumento para se alcançar outros interesses menos nobres. Conclui-se que, baseado na visão aristotélica, uma pessoa precisa ter como  características básicas "os princípios da ética, do bom senso, equidade em suas ações, a busca pelo equilíbrio e propagação da justiça". 

Para o filósofo, a justiça é aquela disposição de caráter que torna as pessoas propensas a fazer o que é justo, que as faz agir corretamente, e a desejar o que é justo; e, de modo análogo, a injustiça é a disposição que leva as pessoas a agir injustamente e a desejar o que é injusto. Portanto, façamos da justiça e das virtudes, um hábito.  

Para finalizar, a célebre frase de Montesquieu: “Uma injustiça feita a um só homem é uma ameaça para toda gente”.

Consultas: Adaptadas das Fontes e Referências:

sábado, 6 de junho de 2015

JARDIN BOTÂNICO REALIZA FEIRA INFANTIL DE LIVROS


O Jardim Botânico do Rio de Janeiro neste final de semana, ganha um charme ainda maior.  Além do passeio, uma oportunidade para prestigiar a segunda edição da Primaverinha dos Livros, Segundo Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil. Quem perdeu hoje, poderá apreciar neste domingo. São 30 estandes, com 50 editoras que levarão, além de 3 mil títulos infantojuvenis com até 50% de desconto, muita diversão para a criançada. As atrações incluem lançamento de livros, contação de história, peças de teatro, oficina de desenho, pintura, música e quadrinhos. O evento é gratuito e ocorre hoje (6) e amanhã (7), no Espaço Tom Jobim.

A feira é promovido pela Liga Brasileira de Editoras (Libre) e tem origem na Primavera dos Livros, uma grande feira literária independente no Rio de Janeiro, que este ano vai para a 15ª edição. De acordo com a diretora da Libre Camila Perlingeiro, a ideia de fazer o evento para o público infantojuvenil surgiu por causa da alta procura pelo espaço infantil do evento dedicado ao público adulto.
“Tinha um espaço infantil super concorrido e a gente viu uma demanda de fazer algo específico para as crianças. Era uma demanda também das nossas editoras, que buscavam uma visibilidade maior para seus catálogos infantis. Temos estande coletivo, para as editoras que têm um catálogo grande e no meio tem um ou dois infantis; têm editoras grandes especializadas em livro infantil; e há outras que têm catálogo grande de livro adulto e já tem peso no infantil”.

Divulgação/ Geo Comunicação
Na primeira edição da Primaverinha, em agosto do ano passado, a feira recebeu mais de 6 mil visitantes. Camila ressalta que o livro não deve ser visto apenas para fins educacionais e também não é um concorrente do entretenimento eletrônico.

“A gente vinha com vontade de levantar uma bandeira, da leitura em família, promover o vínculo afetivo das famílias através da leitura, oferecer literatura como entretenimento para as crianças. É aquela coisa: existe tablet, televisão, mas a gente não está concorrendo. É tudo entretenimento, um livro é tão importante quanto um joguinho no computador, tão divertido quanto assistir a um desenho na televisão”, defendeu Camila.

A diretora destaca que a feira também é uma boa oportunidade para conhecer escritores contemporâneos, que têm pouco espaço nas escolas em geral. “O grande problema que nós temos – editoras independentes que publicam sobretudo literatura contemporânea – é fazer com que a escola perceba que tem coisa nova acontecendo, obviamente sem desmerecer os clássicos, todos eles precisam ser lidos, mas a gente também precisa avançar, a gente precisa saber que tem mais coisa por aí, que tem coisa acontecendo agora, que foi publicado agora, que está falando de temas atuais”.
Fonte:clique no link agenciabrasil