Vida de Inseto é daqueles filmes, feitos para criança no primeiro olhar, mas vai muito além, e pode até ser feito para elas com objetivo de fazê-las pensar desde cedo, mas é também para as ‘adultas’, sem dúvida.
O desenho faz uma analogia entre as classes de opressores (gafanhotos) e das oprimidas (formigas). Os gafanhotos sobrevivem à custa do trabalho e os esforços das formigas que fornecem a eles, todos os anos, sua colheita em troca de preservação de suas vidas.
No entanto, há entre a classe oprimida um rebelde cheio de imaginação, através de suas ideias e invenções, amenizar o sofrimento dos seus e facilitar o trabalho penoso de sol a sol e não se conforma com o regime de servidão que lhes são impostos, mas devido a ser sonhador, não é levado a sério, exceto a filha da Rainha, que vê em seu a amigo, um libertador, mesmo que seus inventos sempre provocam confusões ou danos sem querer, e todos os demais são castigados por sua ousadia.
Então, Flick, o perdedor, como ele é visto, parte para uma jornada em busca de aliados guerreiros,
onde a comunidade aprova, não por achar que será uma ótima ideia, mas para livrar de
confusões maiores, com ele perto deles. Ao chegar à cidade, conhece uma trupe de teatro que
foram despedidos e vê neles a oportunidade de juntar e somar forças, de uma forma ou de outra,
embora sejam diferentes, eles têm algo em comum, também são explorados pelo dono da
Cia de teatro. E partem juntos para sua morada, cada um equivocado com o papel que irão fazer
na colônia, mas poderão se surpreender com as novas experiências.
Por sua vez, o líder dos gafanhotos tem pleno conhecimento de que não precisa
do alimento da colônia para manter seu reinado, mas ao deixá-los livres do jugo,
perderá o controle sobre eles, que são em maior número, e se vir a descobrir essa
vantagem, como ele diz “ideias são coisas muitos perigosas”, e eles foram colocados no mundo
para nos servir.
Através de seus amigos, assim como ele, considerados os loucos da sociedade, juntos, somam
forças para enfrentar o tirano, e na batalha o desmascara, ao abrir enfim, os olhos vedados
de toda a colônia, acostumados à servidão, a lida dura, não haviam percebido que os
opressores eram em menor número.
“Somos mais fortes, são vocês que precisam de nós para ter comida. Então quem é o fraco daqui”?.
E começa a revolução.
O filme traz uma importante reflexão sobre a luta de classes, uma sempre usa do medo e
da força para ter controle e jugo sobre a outra, aqueles que se acovardam, se tornam fantoches
nas mãos, e logo doutrinados para servidão, um débito que nunca tem fim.
Mas, quando organizadas e determinadas podem se libertar do que
é injusto e abusivo.
Como diz o sábio Raul Seixas:
“A formiga é pequena, mas elas são um exército quando juntas”.
Imagens retiradas do google internet.
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