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domingo, 16 de julho de 2023

De onde vem o ódio?

 Essa postagem é baseada num ataque de ódio nos Estados Unidos por delinquentes brancos contra uma menina negra ocorrida em 2017, mas (infelizmente), condizente com a mudança brusca e grotesca ocorrida na sociedade no mundo todo, nem o nosso país antes considerado uma pátria alegre e gentil escapa das atrocidades descabidas.

Imagem de Dmitry Abramov por Pixabay


A polarização, o preconceito e não aceitação às diferenças culturais, raciais, sociais virou palco para disseminação do ódio, de "
likes" e de engajamento nas redes sociais para a realidade, tendo “Lúcifer” como o mentor em expurgar as relações e sentimentos assertivos como a ética da moralidade, o certo, o justo, a empatia, o respeito e lembrar que, não somos os donos do mundo, todos estão apenas de passagem e não temos o direito de cercear as escolhas, a liberdade alheia e tampouco agir como justiceiros. 

Abaixo um estudo detalhado através da Psicologia social para refletir e compreendermos que o ódio causa mais mal a quem o pratica do que a quem se dirige como na frase atribuída a Shakespeare: “Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”. 

É preciso resolver os demônios internos e reprimi-los para que todos possam viver em uma sociedade mais harmoniosa e respeitosa, afinal, "Só quem tem respeito por si mesmo pode respeitar os outros".

Caros leitores, leia e refletem:

Infelizmente, de acordo com dados coletados pelo Southern Poverty Law left,  existem aproximadamente 917 grupos de ódio nos Estados Unidos.

A partir da análise da presença de comentários racistas e de incitação ao ódio e à discriminação nas redes sociais, um estudo recente destacou como a presença de “grupos de ódio” cresceu 900% nos últimos dois anos. Os estudiosos, portanto, perguntaram por que odiamos, e as razões podem ser vastas e complexas. 

Segundo o Dr. Marsden, professor do Beacon College em Leesburg, Flórida, uma das razões que impulsionam o ódio está ligada ao medo de tudo o que é diferente de nós.

A teoria da identidade social representa um dos principais modelos explicativos da psicologia social contemporânea, útil para a compreensão da dinâmica funcional entre grupos.

Dentro desta teoria, o grupo é conceituado como um lugar onde a identidade social ganha vida, pois no homem há uma tendência espontânea para formar grupos e fazer uma distinção entre o próprio grupo de pertencimento (in-group) e o de não-grupo. adesão (grupo externo).

Sublinhar esta diversidade é necessário para a consequente compreensão do conjunto de mecanismos cognitivos e comportamentais que são ativados face aos dois grupos: face ao in-group assistimos a um padrão de favoritismo e proteção da identidade partilhada, ao contrário do out-group em direção ao qual muitas vezes há uma competição doentia.

Dr. Patrick Wanis, um especialista em comportamento, referindo-se a esta teoria, aponta que quando nos sentimos ameaçados por "outros" percebidos como estranhos, nos voltamos instintivamente para o nosso próprio grupo, ou seja, aqueles com quem nos identificamos quase como se fosse um mecanismo de sobrevivência.

O Dr. Wanis explica que “o ódio é impulsionado por duas emoções básicas, como amor e agressão: amor pelo grupo favorecido e agressão pelo grupo externo como diferente, perigoso e considerado uma ameaça ao grupo interno”.

O MEDO DE NÓS MESMOS

De acordo com a Dra. Dana Harron, psicóloga clínica em Washington DC, os pensamentos odiosos que muitas vezes temos sobre os outros, na verdade, representam as coisas que tememos em nós mesmos.

Ela sugere pensar no grupo ou pessoa-alvo como uma tela de cinema na qual são projetados aspectos indesejados do eu. A ideia básica é “Eu não sou terrível; Você é!".

Esse fenômeno, conhecido como projeção, é um termo cunhado por Freud para descrever nossa tendência a rejeitar o que não gostamos em nós mesmos.

Em apoio a isso, o Dr. Brad Reedy descreve ainda a projeção como uma necessidade primordial de se sentir bem, o que nos leva a projetar "maldade" para fora e atacá-la: “Desenvolvemos esse método para sobreviver, para nos distanciarmos de qualquer 'malícia' que possa nos colocar em risco de sermos rejeitados ou deixados em paz. Assim, reprimimos todas as coisas que acreditamos serem ruins e negativas - tudo o que os outros nos disseram ou sugeriram que era desagradável ou moralmente repreensível - e nos aproveitamos do ódio e do preconceito contra os outros. Acreditamos que assim nos livramos de características indesejáveis, mas na verdade isso apenas perpetua a repressão, que leva a muitos problemas de saúde mental.”

FALTA DE AUTOCOMPAIXÃO

O antídoto para o ódio é a compaixão pelos outros, assim como por nós mesmos. Ter habilidades de autocompaixão significa aceitar a si mesmo como você é.

Doutor Ready acredita que, quando alguém colide com partes de si mesmo, consideradas inaceitáveis, o mais simples é atacar os outros para se defender da sensação dessa ameaça, mas "se estivermos em paz conosco, somos capazes de responder aos outros e seus comportamentos com compaixão. É somente quando aprendemos a ter compaixão por nós mesmos que podemos automaticamente ser capazes de mostrá-la também aos outros”.

PREENCHA UM VAZIO

Dr. Bernard Golden, autor de vários livros sobre comportamentos e estratégias de ódio, acredita que quando o ódio desencadeia a participação em um grupo, pode ajudar a promover um senso de conexão e camaradagem que preenche o vazio na identidade de alguém.

Ele descreve o ódio de indivíduos ou grupos como uma forma de se distrair da tarefa mais exigente e ansiosa, como a de criar a própria identidade.

Atos odiosos são tentativas de se distrair de sentimentos como solidão, desamparo, injustiça, inadequação e vergonha. Na verdade, o ódio toma forma a partir do sentimento de uma ameaça percebida.

É uma atitude que pode gerar hostilidade e agressão contra indivíduos ou grupos; assim como a raiva, o ódio nada mais é do que uma reação de distração a uma dor mais profunda e interior.

O indivíduo consumido pelo ódio acredita que a única maneira de recuperar o senso de controle sobre sua própria dor é atacando preventivamente os outros.

Nesse contexto, cada momento de ódio é uma trégua temporária do sofrimento interior.

FATORES SOCIAIS E CULTURAIS
O QUE VOCÊ PODE FAZER?

A resposta do por que odiamos, segundo Silvia Dutchevici, presidenta e fundadora do Critical Therapy left, está não apenas nos aspectos psicológicos e familiares, mas também no contexto histórico, político e cultural de pertencimento.

Vivemos em uma cultura de guerra que promove a violência e onde a competição se tornou um verdadeiro modo de vida!” diz a Dra. Dutchevici.
“Tememos que a conexão com o outro nos obrigue a revelar algo sobre nós mesmos; somos ensinados a odiar o inimigo, seja ele quem for, deixando pouco espaço para a exploração da vulnerabilidade do outro por meio do discurso empático e da compreensão. Na sociedade de hoje, estamos mais dispostos a entrar em campo para lutar, em vez de resolver o conflito.Aliás, a paz raramente é a opção que se tem em conta!”.

De acordo com o Dr. Golden, até mesmo o ódio deve ser ensinado para ser aprendido; “Todos nascemos com a capacidade de odiar e sentir compaixão; a tendência comportamental e mental que escolhemos para nós mesmos deve ser sempre o resultado de uma escolha consciente seja do ponto de vista individual, familiar, comunitário ou cultural. A chave para superar o ódio é a educação: em casa, nas escolas e na comunidade”.


Segundo Dutchevici, diante do medo de nos sentirmos vulneráveis e humanos,  somente estabelecendo uma conexão com o outro que aprendemos a sentir e amar.  “Em outras palavras, a compaixão pelos outros é o único contexto que pode nos curar!”

Retirado de PsychologyToday 

Para ler na íntegra: 

https://www.psiconline.it/area-professionale/ricerche-e-contributi/l-odio-come-paura-dell-altro-e-di-se-stessi.html

(Tradução e adaptação por Dra. Giorgia Lauro) em italiano e em português (pelo Google tradução). 

sábado, 15 de abril de 2023

Gente Pobre

Primeiramente nunca li antes um livro de Dostoiévski, conhecia-o como um dos maiores escritores de todos os tempos e por ouvir falar de “Crime e Castigo”.

Ano passado ao deparar com um site de livros dele, me interessei em ler sua primeira obra “Gente Pobre” (1846).




Segundo o prefácio do livro, trata-se de uma literatura característica do século XVIII assim como repercutia o “ensaio fisiológico” francês, mas o autor mantém sua originalidade tipicamente russa, com ênfase a clima gogoliano (Nikolái Gógol,  escritor, romancista e dramaturgo russo do século XIX), e além dele também.

Uma das coisas que me chamou a atenção logo de início são as palavras escritas no diminutivo, vim a descobrir que se trata de algo trivial na cultura russa (alminha, coraçãozinho, paizinho, igualzinho, folhinha, papelzinho, anjinho, cantinho, mãezinha, librinhas, diazinho, moedinhas) entre tantas outras.

Dostoiévski conta a história de Makar, um funcionário público solitário, de baixo escalão que mora num pardieiro, pouco letrado e Varvara, uma jovem costureira, órfã e injustiçada, mora com uma senhora em frente a ele, se correspondem através de cartas e relatam dia a dia as penúrias vividas por eles numa São Petersburgo cheia de contrastes e se torna seu protetor, mesmo com todos os mexericos em volta deles, mas ambos estão dispostos a superar as maledicências e se ajudar mutuamente. A grandeza de afeto, respeito e solidariedade superam a falta de bens materiais.

A princípio achei a escrita prolixa, embora não poderei opinar com propriedade, já que pouco conheço sobre a literatura russa, cultura e sistema deste país, mas a cada carta lida de ambos, suscitava a curiosidade em saber mais e mais destes personagens complexos.


Autoria de Jean-François Millet - Woman Sewing by Lamplight, 1870–72 – óleo sobre tela - 100.6 x 81.9 cm – The Frick Collection, New York, USA.
Fonte: https://www.arteeblog.com
 

Apesar do trabalho de costura e apoio recebido, agrados, livros e incentivos morais, ela se sente constrangida, pois, desconfia que ele passe por privações para ajudá-la de modo a livrá-la das más intenções e dependência de sua parenta ardilosa, após a morte de seus pais. Num desses lampejos, Varvara, o repreende pelo seu sacrifício, enquanto se preocupa com o amanhã:

Ah que vai ser mim, qual será a minha sina! É duro  viver nessa incerteza, sem ter um futuro, sem poder sequer prever o que há de acontecer comigo. Tenho até medo de olhar para trás. Há tanta miséria lá que,  só de lembrar, fico com o coração dilacerado. Hei de me queixar para sempre das pessoas malvadas que destruíram minha vida!

Apesar de todas as injustiças, tramoias e falsidade vividas, parcas condições financeiras e apertos, permanece entre eles, a grandeza de sentimentos, compaixão e otimismo para amenizar o sofrimento e sequelas que os marcarão para sempre. Cada carta entre eles cria uma expectativa e troca de livros, uma reflexão.

Num deles,  Makar, discorre sobre suas virtudes e profissionalismo, cumpridor dos seus deveres e da lei, mas como qualquer pessoa suscetível a defeitos e erros. Mas desconfortável com comparações picuinhas e situações vividas e faz duras observações sobre a leitura:

“Para que escrever sobre o outro que, por exemplo, vez por outra ele passa por necessidades, não toma chá? Como se todo mundo tivesse obrigação de tomar chá! Quem foi que eu ofendi a tal ponto? Não, minha filha, para que ofender os outros quando não estão perturbando! Veja Varvara, vou dar um exemplo, veja o que isso significa: você trabalha, trabalha, com todo o zelo e aplicação — ora! — e o próprio chefe o respeita (seja lá como for, mas o respeita), — mas eis que vem alguém e bem debaixo do seu nariz, sem qualquer motivo aparente, sem mais nem menos, lhe arma uma pasquinada”.

Com o tempo, as agruras se intensificam, devido aos boatos por gastar seus recursos com ela e ter caído em desgraça, no entanto, se sente magoado por sua repreensão, pois, se preocupa mais com os mexericos que podem afetá-los do que toda a ajuda que lhe prestastes em sua doença. A partir daqui,  atiçarei a curiosidade para lê-lo e conhecer o final, pois, não sou favorável a “spoilers”.

Muito mais que um livro, um retrato social em defesa da dignidade das pessoas pobres, a mercê da própria sorte para sobreviver encontra nas outras iguais, apoio, e passam despercebidas por uma sociedade egoísta que os faz invisíveis para ela. Não tem como em algumas partes não se identificar com as agruras de Varvara, em dado momento estamos fadados a cruzar com pessoas mesquinhas, cruéis e perniciosas, julgam às outras conforme sua própria régua e benesses!

Para adquirir o livro “Gente Pobre”, acesse o link:  https://www.editora34.com.br/detalhe.asp?id=542

O próximo a ler deste autor será: “Humilhados e Ofendidos”, curiosidade despertada ao associar com a canção de Belchior “Onde Jazz Meu Coração”: “Ei, senhor meu rei do tamborim, do ganzá, cante um cantar, forme um repente pra mim. Aqui, nordeste, um país de esquecidos, humilhados, ofendidos e sem direito ao porvir. Aqui, nordeste, sul-América do sono… No reino do abandono, não há lugar pra onde ir”.

Como um intelectual que ele fora, o artista deve ter lido Dostoiévski, certamente.

domingo, 5 de março de 2023

Sinceridade é um “tiro no pé” em novos tempos


Imagem de StockSnap por Pixabay 











“Se você não tem uma equipe dedicada e capaz represen­tando seu negócio, você não tem um negócio.” - Melanie Milburne (escritora australiana).

Na Administração moderna em lugar de funcionário(a), empregado (a), a partir dos anos 90, as empresas passaram a empregar o termo colaborador (a), para “reforçar” a ideia de que, eles são peças fundamentais para o sucesso delas. Nos anos 40 eram divididos por categoria: empregado, operário e trabalhador. O primeiro quem prestava serviços ao governo. 

Ou seja, o “colaborador” (a) se sente motivado por ser agregado como capital humano, indispensável para a empresa progredir, porém, é fundamental a sinergia e interação, principalmente o feedback (reforço negativo ou positivo), assim como a transparência na comunicação para não ocorrer ruídos e corrigi-las para atingir a excelência.

Todos comprometidos e alinhados com as estratégias, a missão da empresa que se propõe a ser ética e com responsabilidade social, etc. Muitos chamam por funcionários mesmos, o que considero mais correto. 

Mas de anos para cá, virou cafonice ser ético, sincero, comprometido e responsável, um atestado para o desemprego e persona non grata, a contar pelos exemplos que vemos corriqueiramente, os praticantes da desonestidade intelectual, do sofismo como qualificação profissional são os mais requisitados.  

É como se as empresas, pessoas virassem todas voláteis, como bula de remédio com prazo de validade: “Hoje, atuamos assim, amanhã veremos como fica e se for preciso desdizemos tudo o que nos comprometemos antes!”. 

“Será possível que me tornei vosso inimigo apenas por vos declarar a verdade?” Gálatas 4.16.

É o caso do engenheiro, considerado um dos mais importantes da plataforma, perdeu o emprego devido ao feedback dado em reunião quando o CEO "visionário" questionou o motivo de seu perfil tornar-se menos lido pelos usuários na rede social, e acreditava tratar-se de um bug, ao explicar para seu empregador “que nada anormal acontecera e que o algoritmo mantinha um funcionamento padrão. Para o engenheiro, o que causou a diminuição no engajamento do chefe foi uma queda no interesse pelo empresário e pela aquisição" do pássaro azul.

Ainda mais quando um bilionário excêntrico adquire uma rede de interação social, é natural ocorrer uma insegurança de patrocinadores, dos inscritos e afins. Mudanças sempre geram certo desconforto. Um dos módulos mais importantes da administração é sobre “gestão de pessoas”, quando uma empresa demite um(a) funcionário (a) por motivos torpes, na verdade, ela demitiu os clientes.

O custo para treinar um novo (quando na verdade um diálogo entre gente bem-resolvida resolveria a questão) é considerável e ainda oferece de bandeja para que o concorrente o contrate é maior que o estrago que ele causou no ego da chefia.

Um funcionário assim deveria ser promovido e valorizado por expor a verdade, ele é um agente agregador da empresa, monitorou os dados e análises para que um líder dos mais visionários, decida quais medidas estratégicas e urgentes necessitam para o alcançar os resultados mais eficazes, isso está muito além da eficiência. 

É o perfil de "colaborador" nos cursos de Administração, Marketing em seus estudos científicos estimulam a requisitar para suas empresas. 
Não aqueles pagos apenas para cumprir ordens, fazer o trivial, permanecer engessados e apáticos quanto à administração arcaica e autocrática, porque não estão verdadeiramente interessados em resultados eficazes, mas apenas em receber o pagamento no fim do mês.


Talvez os egocêntricos, displicentes preferem um profissional como o conto de Andersen (A roupa nova do imperador), onde dois espertalhões, sabendo da vaidade e ego inflado do rei, o ludibriram sobre a fabricação de uma roupa invisível que somente inteligentes conseguiriam ver, seus asseclas para não passar por tolos, fingiam enxergá-la, mas a criança espontânea ao vê-lo nu desfaz a farsa, expondo a verdade.

Porém, o rei, para não ser considerado um parvo que caiu num conto do vigário, fingiu não entender!

Em Gálatas, 4.17, está a resposta: “Aqueles que se mostram fazendo tanto esforço para vos agradar não agem com boas intenções, mas seu real propósito é vos isolar a fim de que sejais constrangidos a demonstrar vosso cuidado para com eles”.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

O Ano que virá

Termina mais um ano e com ele a expectativa de que 2023 venha com mais esperança, empatia e oportunidades.



Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

Cada ano que termina estamos mais distantes do passado e envelhecendo mais. Hora de refletir, olhar para dentro de nós e buscar a sabedoria, o bom senso.

Fique para trás os anos duvidosos, o mundo adoeceu mental, físico, emocional e espiritual simultaneamente, enfrentamos uma pandemia das mais terríveis, muitas vidas se foram, me solidarizo com quem passou pela dor da partida dos seus entes amados, conhecidos e me compadeço delas por não conseguir salvação a tempo. E ainda não estamos livres, temos que ser cautelosos.


Reprodução: Internet 













A vida é frágil, as coisas são passageiras e as mudanças sempre vem, tudo é impermanente, não há como parar a roda do tempo. É preciso entender o ontem e prestar atenção à paisagem.

Se caminharmos apressados só em linha reta, não enxergamos a curva ou à paisagem nas laterais, se deixarmos uma obra inacabada, nunca saberemos o que seria dela se a tivéssemos terminado. 

Conserve seu medo
Mas sempre ficando
Sem medo de nada
Porque nessa vida
De qualquer maneira
Não se leva nada
Ande pra frente
Olhando pro lado...
( Raul Seixas) 

Nem sempre o acaso vai nos proteger, uma incógnita, "O acaso é um deus e um diabo ao mesmo tempo", segundo Machado, porque nunca se sabe o que virá pela frente depois.

Às vezes tudo o que precisamos não é um caminho novo, mas um novo jeito de caminhar, de enxergar as coisas sobre um novo prisma ao aprender com os erros passados e perdoarmos por nossos equívocos.

Como diz Machado de Assis: “Defeitos não fazem mal, quando há vontade e poder de corrigir”. Tempo de introspecção, reaproximação e despertar o lado bom da gente, humanidade.

Estamos só de passagem, nada levaremos conosco quando partimos deste mundo. Fica para trás a ambição, o egoísmo, a mesquinhez, a raiva, a ganância, o preconceito. Mas as coisas boas que plantamos e espalhamos ao nosso redor, farão a diferença para outras pessoas. 

Assim como haverá momentos bons, felizes, recompensas, também haverá de dores, conflitos, atritos, medos, incertezas, desapontamentos, perdas, atos falhos, afinal, "Sobre todos nós, um pouco de chuva precisa cair" segundo Led Zeppelin, mas temos que ser resilientes enquanto respiramos: carpe diem quamminimum credula postero ou “colha o dia e confie pouco no amanhã”, é o sábio conselho do filósofo Horácio.

Se não puder ajudar, não atrapalhe.

Enquanto aproveitamos o presente nos esforçarmos para evoluir, em amar mais, odiar menos. Não cabe sermos verdugos uns dos outros. Viemos neste mundo para termos o direito de escolha e imposição, afinal, se "Deus se deu ao incômodo de nos dizer oitocentas vezes para ficarmos contentes e alegres era porque queria que nós também o disséssemos uns aos outros" (Eleanor H. Porter - Pollyanna).

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Textos de júbilo em Pollyanna

Que venha 2023 carregado de boas energias e um novo despertar para nós todos!

Imagem de Pixabay /free












Agradeço por todos os leitores pela audiência e pela confiança há mais de uma década.
Bons ventos o trazem, que bons ventos o levem!
Boas Festas! Até breve, assim espero.
Blessed Be!

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Imbolc: Faxina na alma

"Só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante Luz.” 
Cecília Meireles.



          Foto: site Caminho Pagão

Imbolc é uma das festividades mais importantes para o povo celta. Também conhecido como Festival das Luzes, ou do Fogo – teve origem na antiga Irlanda e se comemora dia 2º de Fevereiro (Hemisfério Norte) e 1º de Agosto (Hemisfério Sul). O festival em homenagem à Brigit, Deusa celta da Irlanda e associada à proteção, ao lar, à cura, ao fogo, à fertilidade, à arte e à poesia. 

Porém, ela está presente em outros locais, seu nome possui variantes e outros atributos também. Muitas são as variantes dos nomes de Brigit (Brig, Bride, Brixia, Brigindo, Bride, Brigid, Brighid, Brid, Bridget, Briid) e celebrava o aumento da luz e a derrota do inverno, os primeiros sinais da primavera. É um festival de luzes para encorajar o retorno do sol.

Considerado um "festival agrícola", o despertar das sementes sob
o solo, simbolizando os primeiros sinais de vida, garantindo à fertilidade dos campos e a renovação das esperanças, dos novos planos e projetos,
pela iniciação em um caminho espiritual ou em novas oportunidades, pela aceleração e renovação das energias, pela purificação e pelo renascimento material ou espiritual, pela busca de presságios e pela preparação para sua realização. 

Momento de transformação mais que oportuno de se desfazer de coisas velhas, assim como de limpar a casa e se livrar das coisas estagnadas que não agregam mais.

Leia também:














Limpar o velho e deixar o novo entrar, eis a máxima.

BENÇÃO IRLANDESA

Que a benção da luz seja contigo - a luz exterior e a luz interior.
Que a santa luz do sol brilhe sobre ti e aqueça teu coração até que
ele resplandeça como um grande fogo de turfa e assim o forasteiro
possa vir e nele se aquecer, como também o amigo.
Que a luz brilhe de dentro de teus olhos, como candeia colocada
na janela de uma casa, oferecendo ao peregrino um refugio na tormenta.
E que a benção da chuva, da chuva suave e boa, seja contigo.
Que ela tombe sobre tua alma para que as pequenas flores todas
possam surgir e derramar suavidade na brisa.
Que a benção das grandes chuvas seja contigo, caindo em tua alma
para lavá-la bem lavada, nela deixando muitas poças reluzentes
onde o azul do céu possa brilhar e, às vezes, uma estrela.
E que a benção da terra, da grande terra redonda, seja contigo.
Que sempre tenhas uma saudação amiga aos que passam por ti
ao longo dos caminhos.
Que a terra seja macia debaixo de ti quando nela repousares, cansado,
ao fim do dia; e, leve, ela descanse sobre ti quando, no fim, te deitares debaixo dela.
Tão leve ela descanse sobre ti, que a tua alma cedo se liberte de seu peso, livre e leve a caminho de arquiteto do universo.
Abençoados todos!

ORAÇÃO:
Brigit, filha do fogo, da água e da inspiração.
Abençoada seja, a Senhora do fogo!
Toque sua harpa que é o instrumento de nossas vidas
Que eu ouça sua canção assim como todos os seres
com as luzes eu abro caminho para que a Primavera chegue
o Sol cresce cada vez mais e a esperança está viva.
Eu honro os espíritos da Natureza
o solo fica fértil e é terreno para novas sementes
Que nós sejamos todos abençoados.
Blessed Be! (Abençoado Seja)

Fontes:
Faur, Mirella

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Labirintite relacionada com conflitos emocionais

 Labirintite e o stress emocional.



Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

A labirintite significa pensamentos atrapalhados, nervosismo reprimido, o efeito de um golpe emocional, a necessidade de liberdade para pensar e agir, a sensação de falta de amor, sentimento de solidão, dificuldade para expressar-se, estar tonto com tantos problemas emocionais, sentir-se desamparado e teimar em continuar tentando pelos velhos caminhos que nunca deram certo. Pare de tentar achar a saída!


Se você continuar reprimindo seus medos, acabará entrando em pânico. 
Abra o jogo e liberte-se das amarras que o sufocam, colocando seus sentimentos em primeiro plano. Sua saúde está lhe pedindo para gritar pela sua felicidade. Pare de se anular. Jogue fora os ”lixos” guardados em seu coração e descubra seus verdadeiros sonhos, escondidos nessa escuridão. Seja você mesmo e respeite sua vida. Deixe para resolver os problemas na hora certa, pois vivê-los no dia-a-dia é prejudicial ao coração. 

Acredite que sua felicidade só depende de você e de sua conduta forte e decidida. Aja com humildade, mas seja firme em suas opiniões.                          

Acalme-se e lembre-se que você já é feliz. Pois ninguém e nada neste mundo poderão fazê-lo infeliz. Somos nós, e não os outros, os únicos responsáveis pela nossa existência. Reaja!

Acorde!

Segundo o texto acima de Cristina Cairo, formada em Educação Física e  bacharel em Psicologia,  em seu livro “LINGUAGEM DO CORPO APRENDA A OUVI-LO PARA UMA VIDA SAUDÁVEL”,  relata sobre os sintomas da labirintite no campo emocional.  

Em um mundo sombrio e uma sociedade embasada em hipocrisia e desonestidade intelectual para vencer a qualquer custo é quase impossível reagir e não permitir que o emocional seja atingido. 

Pessoas sensíveis e retas são passionais, espontâneas e elas não saberão dissimular seus sentimentos e nem fingir indiferença mediante uma injustiça, uma ingratidão ou desvirtuamento da verdade. Elas sofrem, sangram, adoecem, até subir à montanha com Nietzsche (O que não te mata só te fortalece) outra vez, demora um tempo enquanto isso o gatilho já foi acionado, gerando stress. 

Mas é preciso, quem causa a arranhadura pouco importa, para eles algumas pessoas são peões girando no tabuleiro, servindo para um propósito até que perca a utilidade. Jamais terão empatia, gratidão ou respeito pelo outro. Vivemos uma vida líquida como Bauman já discorreu. 

A verdade passa por mentira, a mentira vence a verdade, o que vale é desdizer, a palavra dada antes valia como empenhada. Hoje não mais, abusam da boa fé, pois impunidade é coisa do passado. Basta destruir a reputação para se livrar de alguém. 

                                  Leia Também:

                          Ataque de Ansiedade

                        Depressão não é frescura

                          Abaixo a Sabotagem

                     

Como encontrar respostas para sair desse mundo nojento e perverso, eu não saberei opinar. Pessoas se preocupam com estética e menos com caráter, um traço típico de pessoas fúteis e mesquinhas, como o filósofo Scruton fazia questão de ressaltar a “beleza” e não pautas para a minoria para englobar o coletivo e a solidariedade que ficasse a critério de pessoas dispostas a fazer.  Anos atrás, um estudo empírico no campo da psicologia havia concluído que de cada 1.000 pessoas, somente 1% delas tem esse tipo de perfil: empatia, benevolência e altruísmo.

Hoje, tudo é tão volátil que a impressão que  passa é que as empresas também agem assim. Algumas não se preocupam mais em manter um legado, ao contrário, se antes um currículo além de qualificação, primava pela ética e em fidelizar o cliente, não tem mais disso não, quanto mais desprovido de ética, de honestidade intelectual, pouco importa ser qualificado.  E num segundo, a honra, a moral e credibilidade de uma pessoa  ardilosamente destruída pela "famigerada" gente de bem.

Shakespeare estava certo: “Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre”.

Entre ser gente "de bem" e pessoa "do bem", fique com a segunda opção, mesmo que a estatística seja de 1% somente, não importa, seremos um (a) canalha a menos para causar dor, sofrimento, doenças emocionais e constrangimento aos outros. 

Afinal, "Água mole, pedra dura, tanto bate até que fura", pois, "tem mais Deus para dar do que o Diabo para tirar", assim reza o ditado.



Imagem de Shahariar Lenin por Pixabay