quarta-feira, julho 31, 2013

FESTIVAL IMBOLC


Imbolc ou Candlemas é uma tradição celta – teve origem na antiga Irlanda, nas comemorações da deusa Brighid, Brigid ou Brigith, que é celebrado no (Hemisfério norte) por volta do dia 1 ou 2 de fevereiro e na Roda do sul (Hemisfério sul) celebrado por volta de 1º de agosto.  

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Na antiga civilização celta, Brígida foi - é - uma das mais ricas deidades do panteão desse povo. O termo Imbolc (pronuncia-se IM-bulk ou EM-bowlk) deriva de “oimelc”, que em Gaélico significa “leite de ovelha”. Pois nesse período as ovelhas, vacas e cabras entravam em seu período de lactação e começavam a produzir leite. Isso era um indício claro da chegada da Primavera para os celtas.


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O Imbolc, celebrava o aumento da luz e a derrota do Inverno, os primeiros sinais da primavera. É um festival de luzes para encorajar o retorno do sol. Considerado um "festival agrícola", dedicado ao aumento da luz, com o final do inverno e o despertar das sementes sob o solo, simbolizando os primeiros sinais de vida, garantindo à fertilidade dos campos e a renovação das esperanças.

A atmosfera deste festival é marcada pelo despertar das sementes, dos novos planos e projetos, renovação das energias, assim como a celebração da deusa Pagã.

Contam as histórias escritas pelos monges da época, que Brígida ao se retirar para um mosteiro (ou convento em alguns relatos), sustentava uma 'chama sagrada' a qual não podia se apagar nunca. Revezavam-se, então, 19 freiras e Brígida, para a manutenção da chama.

Após sua morte, essa tradição prosseguiu, porém, apenas com as 19 freiras, sem que outra substituísse a falecida Brígida. Henrique VIII e a Reforma Protestante mandam, mais adiante, extinguir tal tradição, assim como que se fechassem mosteiros e conventos.

Existe ainda história de que Brígida nascera na Suécia e fora mãe de Catarina (Santa Catarina). 
De qualquer maneira, as histórias se fundem quando de seu recolhimento em um mosteiro e a fundação, posteriormente, da Ordem de São Salvador. A Igreja Católica transformou Brígida em santa dezoito anos após sua morte.  Foi adaptada pela igreja como Santa Brigida de Kildare e ainda hoje é uma das entidades mais veneradas pelos religiosos irlandeses.

Para a cultura celta, Brighid também é conhecida como a 'Deusa da Tríplice Chama', pois conta a lenda que Brighid eram, na verdade, três irmãs gêmeas e de mesmo nome (filhas do deus Dagda). Para cada uma delas, um talento em especial.

Inicialmente, ela era uma filha do deus Dagda, especialista em poesia, que possuía conhecimentos secretos e relacionada com a soberania. Suas vacas produziam um lago de leite e proporcionavam alimentos inesgotáveis. Com uma só medida de malte Brighid era capaz de produzir cerveja a todos os que a pedissem. Suas duas irmãs estavam relacionadas com o dom da cura e com o artesanato. Muitas vezes, as três eram tratadas como uma única divindade

A Santa Igreja não poderia facilmente transformar a Grande Deusa Irlandesa em um demônio, assim eles preferiam canonizá-la em vez disso. Assim, a partir de sua canonização, ela seria conhecida como “Santa” Brígida,  santa protetora dos músicos, poetas e profissionais da medicina. A Igreja Católica apostólica romana aproveitou o antigo significado pagão e transformou esta data na festa da Candelária, a Purificação de Maria.

A própria Igreja considera Brígida 'uma das maiores místicas que provou a solidez de sua espiritualidade'. E seu santuário, na cidade irlandesa de Kildare, um grupo de 19 sacerdotisas cristãs (nenhum homem é permitido na ordem) mantém uma chama perpétua que queima em honra de Brigit. Brigit é considerada uma deusa do fogo, patrona da poesia, cura e música (especialmente dotes curativos ligados à obstetrícia).

  

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A própria deusa Brighid foi cristianizada como Santa Brígida e seu santuário foi transformado em um mosteiro de monjas. "O dia 23 de julho marca um dia de comemorações à Santa Brígida dos católicos; e o dia 1º de agosto marca o Dia de Brigit dos pagãos. A Igreja criou a fábula de que Brígida seria uma missionária cristã que, por seus conhecimentos, praticou curas na Irlanda, sendo confundida com uma deidade. Os rituais de Candlemas envolvem celebrações de despedida do inverno e boas vindas à primavera.

Brigidh ou Bride (pronuncia-se Bríd), era uma Deusa Tríplice, regente da Inspiração (arte, criatividade, poesia e profecia), da cura (ervas, medicina, cura espiritual e fertilidade) e da Metalurgia (ferreiros ourives e artesãos).

Por ser uma Deusa do Fogo, era homenageada com fogueiras, rodas solares, coroas de velas e rituais que despertavam ou ativavam o Fogo Criador. As lendas celtas descrevem-na como a Deusa em sua apresentação de Donzela tocando, com o seu Bastão Mágico, a terra congelada pelo Cajado da Anciã, despertando-a para a vida e aumentando a luz do dia. Imbolc é uma data propícia para despertar a criatividade e abrir-se à inspiração por meio da poesia, canções, narrativas, desenho, cerâmicas ou dança. (...)

A atmosfera deste festival é marcada pelo despertar das sementes, dos novos planos e novos projetos, pela iniciação em um caminho espiritual ou em novas oportunidades, pela aceleração e renovação das energias, pela purificação e pelo renascimento material ou espiritual, pela busca de presságios e pela preparação para sua realização. Momento de transformação, mais que oportuno de se desfazer de coisas velhas, assim como de limpar a casa e se livrar das coisas estagnadas, que não agregam mais.  

Limpar o velho e deixar o novo entrar eis a máxima.

ORAÇÃO:
Brigit, filha do fogo, da água e da inspiração.
Abençoada seja, a Senhora do fogo!
Toque sua harpa que é o instrumento de nossas vidas
Que eu ouça sua canção assim como todos os seres
Com as luzes eu abro caminho para que a Primavera chegue
O Sol cresce cada vez mais e a esperança está viva.
Eu honro os espíritos da Natureza
O solo fica fértil e é terreno para novas sementes
Que nós sejamos todos abençoados.

Incensos: manjericão, sândalo, cravo ou canela.
Alimentos: leite, cerveja, chás, pães e comidas à base de leite.

FELIZ IMBOLC! 

Blessed Be!   ̶͇̿ ̶͇̿ ̶͇̿╞▬▬▬▬

Fontes: 
FAUR, Mirella -
Bibliografia:
“O Livro da Mitologia Celta”, de Cláudio Crow Quintino (Ed. Hi-Brasil) Web-site “católico.org.br” – “acidigital.com”

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