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domingo, julho 16, 2023

De onde vem o ódio?

 Essa postagem é baseada num ataque de ódio nos Estados Unidos por delinquentes brancos contra uma menina negra ocorrida em 2017, mas (infelizmente), condizente com a mudança brusca e grotesca ocorrida na sociedade no mundo todo, nem o nosso país antes considerado uma pátria alegre e gentil escapa das atrocidades descabidas.

Imagem de Dmitry Abramov por Pixabay


A polarização, o preconceito e não aceitação às diferenças culturais, raciais, sociais virou palco para disseminação do ódio, de "
likes" e de engajamento nas redes sociais para a realidade, tendo “Lúcifer” como o mentor em expurgar as relações e sentimentos assertivos como a ética da moralidade, o certo, o justo, a empatia, o respeito e lembrar que, não somos os donos do mundo, todos estão apenas de passagem e não temos o direito de cercear as escolhas, a liberdade alheia e tampouco agir como justiceiros. 

Abaixo um estudo detalhado através da Psicologia social para refletir e compreendermos que o ódio causa mais mal a quem o pratica do que a quem se dirige como na frase atribuída a Shakespeare: “Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”. 

É preciso resolver os demônios internos e reprimi-los para que todos possam viver em uma sociedade mais harmoniosa e respeitosa, afinal, "Só quem tem respeito por si mesmo pode respeitar os outros".

Caros leitores, leia e refletem:

Infelizmente, de acordo com dados coletados pelo Southern Poverty Law left,  existem aproximadamente 917 grupos de ódio nos Estados Unidos.

A partir da análise da presença de comentários racistas e de incitação ao ódio e à discriminação nas redes sociais, um estudo recente destacou como a presença de “grupos de ódio” cresceu 900% nos últimos dois anos. Os estudiosos, portanto, perguntaram por que odiamos, e as razões podem ser vastas e complexas. 

Segundo o Dr. Marsden, professor do Beacon College em Leesburg, Flórida, uma das razões que impulsionam o ódio está ligada ao medo de tudo o que é diferente de nós.

A teoria da identidade social representa um dos principais modelos explicativos da psicologia social contemporânea, útil para a compreensão da dinâmica funcional entre grupos.

Dentro desta teoria, o grupo é conceituado como um lugar onde a identidade social ganha vida, pois no homem há uma tendência espontânea para formar grupos e fazer uma distinção entre o próprio grupo de pertencimento (in-group) e o de não-grupo. adesão (grupo externo).

Sublinhar esta diversidade é necessário para a consequente compreensão do conjunto de mecanismos cognitivos e comportamentais que são ativados face aos dois grupos: face ao in-group assistimos a um padrão de favoritismo e proteção da identidade partilhada, ao contrário do out-group em direção ao qual muitas vezes há uma competição doentia.

Dr. Patrick Wanis, um especialista em comportamento, referindo-se a esta teoria, aponta que quando nos sentimos ameaçados por "outros" percebidos como estranhos, nos voltamos instintivamente para o nosso próprio grupo, ou seja, aqueles com quem nos identificamos quase como se fosse um mecanismo de sobrevivência.

O Dr. Wanis explica que “o ódio é impulsionado por duas emoções básicas, como amor e agressão: amor pelo grupo favorecido e agressão pelo grupo externo como diferente, perigoso e considerado uma ameaça ao grupo interno”.

O MEDO DE NÓS MESMOS

De acordo com a Dra. Dana Harron, psicóloga clínica em Washington DC, os pensamentos odiosos que muitas vezes temos sobre os outros, na verdade, representam as coisas que tememos em nós mesmos.

Ela sugere pensar no grupo ou pessoa-alvo como uma tela de cinema na qual são projetados aspectos indesejados do eu. A ideia básica é “Eu não sou terrível; Você é!".

Esse fenômeno, conhecido como projeção, é um termo cunhado por Freud para descrever nossa tendência a rejeitar o que não gostamos em nós mesmos.

Em apoio a isso, o Dr. Brad Reedy descreve ainda a projeção como uma necessidade primordial de se sentir bem, o que nos leva a projetar "maldade" para fora e atacá-la: “Desenvolvemos esse método para sobreviver, para nos distanciarmos de qualquer 'malícia' que possa nos colocar em risco de sermos rejeitados ou deixados em paz. Assim, reprimimos todas as coisas que acreditamos serem ruins e negativas - tudo o que os outros nos disseram ou sugeriram que era desagradável ou moralmente repreensível - e nos aproveitamos do ódio e do preconceito contra os outros. Acreditamos que assim nos livramos de características indesejáveis, mas na verdade isso apenas perpetua a repressão, que leva a muitos problemas de saúde mental.”

FALTA DE AUTOCOMPAIXÃO

O antídoto para o ódio é a compaixão pelos outros, assim como por nós mesmos. Ter habilidades de autocompaixão significa aceitar a si mesmo como você é.

Doutor Ready acredita que, quando alguém colide com partes de si mesmo, consideradas inaceitáveis, o mais simples é atacar os outros para se defender da sensação dessa ameaça, mas "se estivermos em paz conosco, somos capazes de responder aos outros e seus comportamentos com compaixão. É somente quando aprendemos a ter compaixão por nós mesmos que podemos automaticamente ser capazes de mostrá-la também aos outros”.

PREENCHA UM VAZIO

Dr. Bernard Golden, autor de vários livros sobre comportamentos e estratégias de ódio, acredita que quando o ódio desencadeia a participação em um grupo, pode ajudar a promover um senso de conexão e camaradagem que preenche o vazio na identidade de alguém.

Ele descreve o ódio de indivíduos ou grupos como uma forma de se distrair da tarefa mais exigente e ansiosa, como a de criar a própria identidade.

Atos odiosos são tentativas de se distrair de sentimentos como solidão, desamparo, injustiça, inadequação e vergonha. Na verdade, o ódio toma forma a partir do sentimento de uma ameaça percebida.

É uma atitude que pode gerar hostilidade e agressão contra indivíduos ou grupos; assim como a raiva, o ódio nada mais é do que uma reação de distração a uma dor mais profunda e interior.

O indivíduo consumido pelo ódio acredita que a única maneira de recuperar o senso de controle sobre sua própria dor é atacando preventivamente os outros.

Nesse contexto, cada momento de ódio é uma trégua temporária do sofrimento interior.

FATORES SOCIAIS E CULTURAIS
O QUE VOCÊ PODE FAZER?

A resposta do por que odiamos, segundo Silvia Dutchevici, presidenta e fundadora do Critical Therapy left, está não apenas nos aspectos psicológicos e familiares, mas também no contexto histórico, político e cultural de pertencimento.

Vivemos em uma cultura de guerra que promove a violência e onde a competição se tornou um verdadeiro modo de vida!” diz a Dra. Dutchevici.
“Tememos que a conexão com o outro nos obrigue a revelar algo sobre nós mesmos; somos ensinados a odiar o inimigo, seja ele quem for, deixando pouco espaço para a exploração da vulnerabilidade do outro por meio do discurso empático e da compreensão. Na sociedade de hoje, estamos mais dispostos a entrar em campo para lutar, em vez de resolver o conflito.Aliás, a paz raramente é a opção que se tem em conta!”.

De acordo com o Dr. Golden, até mesmo o ódio deve ser ensinado para ser aprendido; “Todos nascemos com a capacidade de odiar e sentir compaixão; a tendência comportamental e mental que escolhemos para nós mesmos deve ser sempre o resultado de uma escolha consciente seja do ponto de vista individual, familiar, comunitário ou cultural. A chave para superar o ódio é a educação: em casa, nas escolas e na comunidade”.


Segundo Dutchevici, diante do medo de nos sentirmos vulneráveis e humanos,  somente estabelecendo uma conexão com o outro que aprendemos a sentir e amar.  “Em outras palavras, a compaixão pelos outros é o único contexto que pode nos curar!”

Retirado de PsychologyToday 

Para ler na íntegra: 

https://www.psiconline.it/area-professionale/ricerche-e-contributi/l-odio-come-paura-dell-altro-e-di-se-stessi.html

(Tradução e adaptação por Dra. Giorgia Lauro) em italiano e em português (pelo Google tradução). 

sábado, abril 21, 2018

Boxtrolls uma fábula sobre sistema e sociedade

"Pessoas são más e egoístas, são monstros." (Menino Ovo)
O mal, de modo a atender aos interesses próprios, muitas vezes vêm disfarçado de bem, cria-se um inimigo público para gerar a incerteza, espalhar o medo, a insegurança para conquistar o poder.

 


      

 

 

 

 

The Boxtrolls é uma fábula infantil, adaptada do livro “Here Be Monsters” e escrito por Alan Snow, de cunho  político, aborda a luta de classes. 

 Sobre um menino órfão que vive nos esgotos da cidade junto de criaturas consideradas a escória da sociedade, que sobrevivem dos restos deixados pelos humanos.


Cada um adota o nome das caixas de mercado (ovo, peixe, sapato) que encontram no lixo, como vestimentas. Pontequeijo é onde vive o povo da nobreza, a essa altura maravilhada com futilidades, adornos como chapéus elegantes, queijos requintados.

O Lorde que os representa destinou a verba de um hospital infantil para a fabricação de um laticínio com capacidade enorme para manter o abastecimento para a alta classe.

 



     

 

 

 

 

 

 


Isso desperta a cobiça de um caçador de pragas chamado Surrupião e seus comparsas, que desejam ter o mesmo tipo de vida social que a nobreza e para tal espalha o medo entre a população, que os Boxtrolls são perversos e cruéis e promete ao povo, exterminar com os "monstros" da cidade.

Segundo ele, sequestraram uma criança e confabulam nos subterrâneos para roubar seus queijos, mas em troca quer ter acesso ao requinte, e o tão diferenciado chapéu pontudo e branco, que o diferenciará da classe baixa.


“Isso não vai mudar quem você é; os queijos, as caixas e os chapéus eles não definem você. Você define você",  menino Ovo ao confrontar Surrupião, o impostor. Ou seja, não importa a posição que você ocupa, "ascendendo ou não", quem te define é o seu caráter, de acordo com suas atitudes.


Conseguirá o menino 'Ovo' com a ajuda de sua amiga e dos Boxtrolls livrar-se da tirania e vileza desse Rufião, desmascarar sua farsa montada, antes que o mal tome conta de tudo e todos?

Uma reflexão para gente adulta!
Leia o livro ou assista o trailler pelo YouTube:

sábado, maio 11, 2013

Estudo revela que religiosos tem menos compaixão

 

"Só pela compaixão se pode ser bom." Joseph Joubert


 Imagem de JooJoo41/Pixabay Free          
  

   Alguma vez você já se perguntou: – Até onde eu prejudico o outro com minhas ações e atitudes?

A partir do momento que separamos pessoas por classes, dogmas,  orientação sexual, região, cor ou credo, perde-se o direito de se considerar religioso na real acepção da palavra, nega-se a máxima cristã "Faças ao seu semelhante somente o que queres para si mesmo".

A ética é padrão universal, mas se não é suficiente para entender, opta-se pela ética cristã numa linguagem mais simples.

Quando há um catástrofe, doação de sangue, acolhimento de feridos, desabrigados, aceitaremos de bom grado a ajuda do ateu, judeu, protestante, católico, agnóstico, evangélico, anglicano, espiritualista, pois a vida, a dignidade deve permanecer acima de qualquer sentimento mesquinho, interesse próprio e material. Imagine você prestes a cair num precipício, mas do nada aparece uma pessoa com uma corda. Duvido que uma pessoa que ama a vida vai trocá-la por estupidez.

Segundo o estudo abaixo, "Pessoas religiosas agem por compaixão menos que ateus e agnósticos", ou seja, são criteriosas e seletivas. A religião sempre dividiu pessoas em boas e más, abençoadas ou não, segundo seus critérios, sejam cristãos, calvinistas ou luteranos. "Ame o teu próximo como a ti mesmo" paira a dúvida que as pessoas odeiam a si mesmas muito mais do que se amam, faltam alguns “A” Autoconfiança, Amor-próprio, Autoestima. Alguém agiu como “pai crítico” desde a infância. Não interrompeu o ciclo e buscou por cura interior.


 

                       Imagem de KirsiV/ Pixabay Free 

Segundo Robb Willer, coautor do trabalho e psicólogo social da Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA), o estudo descobriu “que para pessoas menos religiosas, a força de suas conexões emocionais a outras pessoas é crítica para determinar se elas vão ajudar esta pessoa ou não. As pessoas mais religiosas, por outro lado, baseiam sua generosidade menos na emoção, e mais em outros fatores, como doutrina, identidade comunal, ou preocupações com a reputação”. 


Quando se trata de ajudar o próximo, ateus e agnósticos são mais propensos a agir por compaixão do que pessoas religiosas. Pelo menos foi o que um novo estudo descobriu.


Os resultados não querem dizer que pessoas que são altamente religiosas não fazem doações ou não ajudam, mas sim que a caridade é movida por outras coisas, que não a compaixão.


O interesse nesta questão partiu de Laura Saslow, uma das coautoras e atualmente estudante de pós-doutorado na Universidade da Califórnia, São Francisco. Um amigo não religioso se lamentou ter doado dinheiro para a recuperação do terremoto no Haiti somente depois de ver um vídeo emocionante de uma mulher sendo retirada dos escombros, e não por uma compreensão lógica de que a ajuda era necessária.

A experiência de ateus sendo influenciados por emoções para mostrar generosidade para estrangeiros fora então replicada em três grandes estudos sistemáticos.


No primeiro, Saslow e colegas analisaram dados de uma pesquisa nacional que consultou mais de 1.300 adultos em 2004. Nesta pesquisa, atitudes de compaixão foram ligadas a comportamentos generosos, e se descobriu que esta ligação era mais forte entre ateus e pessoas com religiosidade fraca do que entre as que eram bem religiosas.


No segundo experimento, 101 adultos viram um vídeo neutro ou emocional sobre crianças pobres. Elas receberam então 10 dólares falsos e lhes disseram que poderiam dar quanto quisessem para um estranho. Os menos religiosos eram os que davam mais depois de ter visto primeiro o vídeo emocional.


Finalmente, 200 estudantes relataram seu nível atual de compaixão e então jogaram jogos econômicos em que eles recebiam dinheiro para compartilhar ou não com um estrangeiro. Os que eram menos religiosos, mas estavam passando por um momento de compaixão dividiram mais.


Para entender os fatores que motivam a generosidade nas pessoas religiosas são necessários mais estudos. Porém, a pesquisa recente mostra claramente que a compaixão e empatia não são os únicos fatores.


Willer resume as descobertas em uma frase:
“A pesquisa sugere que, apesar de pessoas menos religiosas tenderem a ser vistas com mais desconfiança nos EUA, quando elas sentem compaixão, são muito mais inclinadas a ajudar seus semelhantes do que pessoas religiosas”. [Huffington Post]


Cesar Grossmann é formado em Engenharia Elétrica.
Transcrito da Fonte: www.hypescience.com