A má índole se desenvolve como uma fobia de não conseguir o que quero, não ser reconhecido como espero. A criança pode passar a vida inteira sem demonstrar o transtorno de conduta.
O que é transtorno de conduta? É a falta de noção de limite entre os seres, segundo o Psicopedagogo Augusto César Baratta, psicólogo especialista em Terapia de Grupos.
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Reprodução: Internet |
Texto de Jorge Sabongi:
A vida é um ping pong: Tudo o que você faz volta de alguma forma, para você. Pode demorar muitos e muitos anos, mas, tenha certeza, volta mesmo. Pena que não descobrimos isso quando somos crianças.
Aprenderíamos desde cedo que lapidar nosso caráter traz um efeito benéfico e multiplicador ao longo da vida e nos faz viver com mais conforto, tranqüilidade e sucesso.
É fácil perceber pessoas à nossa volta que têm problemas de índole e, por conseqüência, puxam seus próprios tapetes. Essa situação aparentemente caricata assemelha-se a um desenho animado, onde o personagem, no intuito de fazer algo em seu benefício, cai ao puxar o tapete em que está pisando.
Vemos isso todos os dias!
Como dizer a essas pessoas que a deficiência está no caráter que elas desenvolveram? A má notícia é que, infelizmente, não existe cura. É o típico "pau que nasce torto, morre torto". Se você fizer o mesmo,
obterá problemas em curtíssimo prazo. Não se arrisque a pisar no mesmo tapete!
A deformação no caráter de algumas pessoas desvirtua o objetivo de um grupo, cria animosidade nas relações e estabelece um clima tenso no dia a dia. São pessoas que não aprenderam a lidar com limites, desconhecem a noção de respeito e convivência, não se afinam nas relações interpessoais, exageram nas brincadeiras e vivem num mundo que é uma redoma de desconfiança e falsidade.
Em suas mentes, todos podem participar e merecem uma boa vida, contanto que elas sejam as primeiras da fila e tenham sempre os melhores benefícios. Enfim, atrás de uma deficiência de caráter existem diversas ramificações perniciosas que trazem malefícios para quem se envolve.
A maneira como lidamos com nossas experiências cotidianas, alegrias, decepções, problemas e soluções formará um licor que poderá ser o mais puro néctar ou o pior dos vinagres. Para muitos, é difícil descobrir qual é o seu sabor real.
Boa índole não se ensina, infelizmente.
Todavia, pode ser aprendida através dos exemplos e das experiências.
É paradoxal algo que não se ensina, mas que se aprende, não? É simples explicar aspecto tão controverso: ocasionalmente, fala-se algo,
por melhor que seja a alguém e não se obtém a devida audiência; entretanto,
ele aprende por meio da observação e das invertidas que lhe causam algum tipo de dor, seja sentimental ou física. É assim que funciona a índole. Trata-se de uma tendência do ser humano de se autodesenvolver e preferencialmente sem a imposição de terceiros.
O comportamento vem de dentro para fora.
Se a pessoa, desde a mais tenra infância, acostuma-se a resolver de forma amarga, preconceituosa ou mesmo desonesta as situações apresentadas pela vida, terá sérios dissabores e problemas.
Quer saber como é sua índole?
Imagine se você estivesse sendo filmado (a) nos últimos 30 dias em todas
as suas atitudes. Esqueça os momentos de sono e higienização.
Leve em consideração suas “atitudes de bastidores” ou quando você está só.
Quantas imagens você aprovaria para ir ao ar, sem cortes, em rede nacional?
Pessoas de índole má possuem atitudes que não podem ser mostradas publicamente.
Elas têm comportamento problemático em seus bastidores.
Tudo o que fazem visa o benefício próprio ou o prejuízo de outrem.
Para ter noção do caráter de alguém, você precisa ser um observador do mundo, detendo-se, principalmente, nas atitudes de quem lhe rodeia.
O mundo corrompe o ser humano por meio de seus exemplos.
Somos colocados à prova desde a primeira infãncia, isso permanece
enquanto estivermos vivos. Seu conceito de valores (o que é importante e o que não é, o que é certo e o que é errado, etc.) é que evita a distorção de seu caráter. Traços de caráter são sulcos na personalidade, gravados para toda a existência.
Como não sucumbir diante da mediocridade?
Diariamente somos expostos a ações que nos impelem a gerar reações impróprias.
São os nossos princípios, desenvolvidos desde os primeiros anos de nossas vidas, que vão manter as bases estáveis para lançar sua âncora no local preciso, permitindo que saiba até onde é permitido ir e quando parar.
Vivemos em sociedade, apesar de haver momentos que todos sonharíamos
ser Robson Crusoé. Na medida do possível, a regra básica é formar um cinturão de equilíbrio em sua vida, no qual não haja espaço para a entrada de pessoas com má índole. Seu círculo social deve estar isento de pessoas assim.
Trecho "Indole e a capacidade de se autossabotar" (2004).
Por Jorge Sabongi
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