"Só pela compaixão se pode ser
bom." Joseph Joubert
Alguma vez você já se perguntou: – Até onde eu prejudico o outro com minhas ações e atitudes?
A partir do momento que separamos pessoas por classes, dogmas, orientação sexual, região, cor ou credo, perde-se o direito de se considerar religioso na real acepção da palavra, nega-se a máxima cristã "Faças ao seu semelhante somente o que queres para si mesmo".
A ética é padrão universal, mas se não é suficiente para entender, opta-se pela ética cristã numa linguagem mais simples.
Quando há um catástrofe, doação de sangue, acolhimento de feridos, desabrigados, aceitaremos de bom grado a ajuda do ateu, judeu, protestante, católico, agnóstico, evangélico, anglicano, espiritualista, pois a vida, a dignidade deve permanecer acima de qualquer sentimento mesquinho, interesse próprio e material. Imagine você prestes a cair num precipício, mas do nada aparece uma pessoa com uma corda. Duvido que uma pessoa que ama a vida vai trocá-la por estupidez.
Segundo o estudo abaixo, "Pessoas religiosas agem por compaixão menos que ateus e agnósticos", ou seja, são criteriosas e seletivas. A religião sempre dividiu pessoas em boas e más, abençoadas ou não, segundo seus critérios, sejam cristãos, calvinistas ou luteranos. "Ame o teu próximo como a ti mesmo" paira a dúvida que as pessoas odeiam a si mesmas muito mais do que se amam, faltam alguns “A” Autoconfiança, Amor-próprio, Autoestima. Alguém agiu como “pai crítico” desde a infância. Não interrompeu o ciclo e buscou por cura interior.
Segundo Robb Willer, coautor do trabalho e psicólogo social da Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA), o estudo descobriu “que para pessoas menos religiosas, a força de suas conexões emocionais a outras pessoas é crítica para determinar se elas vão ajudar esta pessoa ou não. As pessoas mais religiosas, por outro lado, baseiam sua generosidade menos na emoção, e mais em outros fatores, como doutrina, identidade comunal, ou preocupações com a reputação”.
Quando se trata de ajudar o próximo, ateus e agnósticos são mais propensos a agir por compaixão do que pessoas religiosas. Pelo menos foi o que um novo estudo descobriu.
Os resultados não querem dizer que pessoas que são altamente religiosas não fazem doações ou não ajudam, mas sim que a caridade é movida por outras coisas, que não a compaixão.
O interesse nesta questão partiu de Laura Saslow, uma das coautoras e atualmente estudante de pós-doutorado na Universidade da Califórnia, São Francisco. Um amigo não religioso se lamentou ter doado dinheiro para a recuperação do terremoto no Haiti somente depois de ver um vídeo emocionante de uma mulher sendo retirada dos escombros, e não por uma compreensão lógica de que a ajuda era necessária.
A experiência de ateus sendo influenciados por emoções para mostrar generosidade para estrangeiros fora então replicada em três grandes estudos sistemáticos.
No primeiro, Saslow e colegas analisaram dados de uma pesquisa nacional que consultou mais de 1.300 adultos em 2004. Nesta pesquisa, atitudes de compaixão foram ligadas a comportamentos generosos, e se descobriu que esta ligação era mais forte entre ateus e pessoas com religiosidade fraca do que entre as que eram bem religiosas.
No segundo experimento, 101 adultos viram um vídeo neutro ou emocional sobre crianças pobres. Elas receberam então 10 dólares falsos e lhes disseram que poderiam dar quanto quisessem para um estranho. Os menos religiosos eram os que davam mais depois de ter visto primeiro o vídeo emocional.
Finalmente, 200 estudantes relataram seu nível atual de compaixão e então jogaram jogos econômicos em que eles recebiam dinheiro para compartilhar ou não com um estrangeiro. Os que eram menos religiosos, mas estavam passando por um momento de compaixão dividiram mais.
Para entender os fatores que motivam a generosidade nas pessoas religiosas são necessários mais estudos. Porém, a pesquisa recente mostra claramente que a compaixão e empatia não são os únicos fatores.
Willer resume as descobertas em uma frase:
“A pesquisa sugere que, apesar de pessoas menos religiosas tenderem a ser vistas com mais desconfiança nos EUA, quando elas sentem compaixão, são muito mais inclinadas a ajudar seus semelhantes do que pessoas religiosas”. [Huffington Post]
Cesar Grossmann é formado em Engenharia Elétrica.
Transcrito da Fonte: www.hypescience.com
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