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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Filosofia: As diferenças entre o Falar, Agir e Ser

"Falar muito de si pode ser um meio de se ocultar." 
   Friedrich Nietzsche
 

                           
                       Imagem: Reprodução site rgdicas.blogspot.com


Uma certa confusão de conceitos bastante comum em sociedades atuais, conduz a pensar que uma pessoa com certas normas de comportamento e faz um discurso sobre a falha de caráter do outro é uma pessoa que "tem moral" e é virtuosa, no sentido de que conhece a virtude para poder falar sobre ela.

Não que tal pessoa não tenha moral.

Mas se ela realmente tem, como todos os seres racionais e conscientes do seus atos, isso não se dá porque é capaz de falar da ação do outro, e sim porque responde a si mesma.

Porque a condição de "Ser moral" é inseparável de nós, e nossos mínimos atos são atos morais, visto que não nunca deixamos de estar sujeitos ao julgamento de nossa própria consciência quando fazemos uso de nossa liberdade de pensamento e de ação.

O fato de apregoarmos regras, de emitirmos julgamentos, elogios e condenações dos atos alheios, não reflete propriamente nossa moral, a qual se exterioriza em atos e não em palavras.

Contudo, reflete nosso conceito de moralidade e imoralidade, que, quando se volta para o outro, deixa algumas vezes de ser moral para ser moralista. Agora, olhar para nós mesmos não significa que sejamos cegos para o que ocorre à nossa volta, ou ingênuos perante o que acontece no mundo.

Há um espaço onde pode se enxergar a realidade sem exercer o moralismo, que tantas vezes se subverte numa falsa moral ou hipocrisia.

Creio eu ser possível afirmar que uma das causas desse moralismo e hipocrisia é precisamente uma educação que visa moldar comportamentos em vez de atuar mediante o exemplo e convidar a reflexão, como queria Aristóteles.

Trata-se de uma forma de educação equivocada em seus meios e fins e que lida com o exterior que com o interior.

Tal educação não faz olhar para si mesmo, só para o que se demonstra socialmente, e leva a apreciar o comportamento do outro como quem tivesse o direito de arbitrar qual poderia ser ou teria sido a melhor conduta para ele em dada situação.

Uma educação verdadeiramente moral, interessada no desenvolvimento da virtude moral, nos conduziria a observar a nós mesmos, a compreender nossos atos e as motivações de nossos comportamentos, em vez de nos ensinar a definir o bom e o mau, certo e errado, para o outro.

Ela nos colocaria no caminho da verdadeira moral e do desenvolvimento da virtude, ensinando a pensar, deliberar e escolher sabiamente.

Contudo, não basta educar moralmente. A plenitude exige sua educação intelectual, a qual torna possível atingir a prudência, que consiste na inteligência de escolher os meios para a alcançar os fins para viver bem de modo geral.

Trecho da Revista - "Discutindo Filosofia".
Por Rita Foelker - escritora, jornalista e mestre em filosofia.

Enfim, 
"Um moralista é quase sempre, um hipócrita; 
uma moralista invariavelmente, um bagulho."  Oscar Wilde.

















“Chamamos de ética o conjunto de coisas que as pessoas fazem quando todos estão olhando. O conjunto de coisas que as pessoas fazem quando ninguém está olhando chamamos de caráter.”  Oscar Wilde

É sobre isso que reflete o texto acima da autora, representadas nas palavras do escritor Wilde, e as do sociólogo Paulo Freire. 

Entre o agir, falar e ser precisa existir coerência, se a pessoa cobiça bons princípios e valores. Só podemos exigir dos outros, o que é referência em nós.  Para que seja de fácil compreensão necessário distinguir entre ser uma pessoa de fato ou de opinião.


“Fato é algo objetivo, que aconteceu. Opinião, por outro lado, é a ideia de alguém sobre algo ou alguém, portanto, trata-se de algo subjetivo, ou seja, um julgamento pessoal, que pode alterar de pessoa a pessoa, de acordo com seus costumes socioculturais e seus interesses pessoais”.

Há um ditado português: “És um homem ou um rato?” A expressão é utilizada quando alguém está a se portar de modo canalha, irresponsável em seus atos e tenta por modos vis e desonestos a justificar sua falha de caráter. E se a filosofia, as regras sociais e coletivas não bastar, ainda resta a Ética cristã:

“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” Mateus 5:37.

“Se você agir sempre com dignidade pode não melhorar o mundo, mas uma coisa é certa: haverá na terra um canalha a menos”, frase atribuída a Millôr Fernandes.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Comportamento: "O SER HUMANO É INSUBSTITUÍVEL"






 







 "Empresa Japonesa cria boneca quase humana que substitui namorada".— de que Renato Russo tinha razão ao afirmar que a "Solidão" era o mal deste século. E pior a solidão de almas. Touché. Estamos tão amedrontados com a falta de entendimento de uns com os outros, que já começam a criar mecanismos onde a presença do outro pode ser substituída para evitar o confronto, crise ou perda, frustração, decepção, sei lá quantos "aõs". — Será que pode mesmo?.

E amedrontados continuamos, gastamos horas a fio em criar soluções para suprir nossas necessidades e esquecemos que é no " vazio de alma", que precisamos re-construir nossos conceitos em relação aos outros.

Ao invés de gastar 1.000 libras esterlinas (mais de R$ 3,8 mil) para preencher esse ilusório comportamento, deveríamos investir em qualidade de relacionamento, quem sabe se deixarmos um pouco do egoísmo, individualismo, cinismo e todos "ismos" que criamos em torno de nós, e que aumentam o ABISMO e dificultam aproximações e podemos abrir a "Caixa de Pandora" e afugentar de vez todos os nossos males que nós próprios criamos? Se não podemos mudar o mundo, as pessoas que nos frustram mudamos nós, e buscamos novas pessoas, novos caminhos, novos rumos, novas possibilidades, perspectivas.

.— A felicidade nossa não pode depender e nem deve estar numa determinada coisa ou pessoa para sentirmos bem, nisso acredito faz anos. Humanos são insuportáveis, talvez seja nisso o encanto, não estarmos na mesmice todo o santo dia!. Mesmo assim, eu ainda prefiro os seres humanos com todas as imperfeições!.



















Lembrando que é do do Japão, segundo pesquisa, a mais alta taxa de suicídio do mundo. 

"As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes." "O Pequeno Príncipe". Feedback baseando na reportagem conforme link abaixo:

Uma empresa japonesa criou uma evolução da 'boneca inflável' que, segundo o fabricante, é tão parecida com uma mulher real que quase não dá para notar a diferença.
http://portalcantu.com.br/noticias/brasil-mundo/item/14666-empresa-cria-boneca-quase-humana-que-substitui-namorada

sexta-feira, 29 de março de 2013

Sociedade: Juízos e Valores

“Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me
verdadeiramente pobre”. William Shakespeare.


Reprodução/ Internet 







Num mundo onde os valores ter (status, sucesso, dinheiro, poder, domínio) é mais importante que ser (simples, honesto, honrado, leal, justo, imparcial), devido à corrida pela ascensão social e a competitividade, adotamos uma visão equivocada a respeito de juízo de valor, entre eles, a comparação.

Talvez, por ser difícil o entendimento, e depende muito da cultura, educação, experiência, vivência e dos princípios adquiridos aos longos dos anos, que estão intrinsecamente ligados com a moral, bons costume, impostos pelas regras sociais ou familiares de forma individual, sendo que, a ética é regra geral, e o que as difere para conviver e dificuldades encontradas para se harmonizar no coletivismo. Muitas vezes se torna até circunstancial, eu arrisco a dizer, depende também da maturidade "emocional" de cada indivíduo.

Vivemos numa sociedade a todo o momento sendo "bombardeados" pela inversão de valores, e pautados no "jeitinho brasileiro" de viver, onde as coisas que no final das contas, acaba tudo em pizza, ou seja, "deixa pra lá". Seguindo a linha deste conceito social, poucos conseguem, mas é preciso
explorar sentimentos como empatia (colocar se no lugar dos outros), compaixão (ter respeito pelo sentimento alheio), assertividade (falar o que se pensa ou sente, de forma apropriada, no momento oportuno e sem agredir o outro), trata-se de uma habilidade das mais raras e essenciais para a civilidade, afirmar a sua vontade de maneira clara, direta e simples, sem com isso violar os direitos ou dimiuir a outra pessoa.

Em outras palavras, um “meio-termo”, (uma atitude moderada, onde o excesso seria a agressão e o contrário a submissão). Quanto menos providos de autorrespeito e autoestima e conhecimento, mais despreparados emocionalmente e imaturos com relação aos outros, como criança birrenta (Eric Berne explica) vai 'atacar' os outros, um cão raivoso, ou um trem desgovernado, ou uma panela em ebulição prestes a explodir porque falta equilíbrio e maturidade emocional, o respeito às diversidades culturais, visão linear e míope restritas ao seu universo particular.


Geralmente, pessoas que não aceitam seus erros, defeitos ou foram repreendidas duramente na infância se acham sempre no limite e da razão, não baixam a guarda, por falta de autoestima. Freud explica que está ligado com as fases em que vivemos na infância, e de acordo com elas, quando adultos uma personalidade mesquinha, doentia, egoísta, arrogante, desconfiada, introspectiva e avarenta, submissa etc.

Pessoas assim terão dificuldades em con (viver) socialmente, não são humildes, solidárias ou empáticas. Quando enfrentadas se sentem afrontadas e violadas, partem para o rechaço, a ironia e cinismo, não entendem que há uma linha tênue de civilidade, o respeito e cuidado com os outros, agirão com ações dissimuladas, invertendo os papéis, se passando por vítima. Segundo o Duque de La Rochefoucauld: "Raramente conhecemos alguém de bom-senso, além daqueles que concordam conosco."

Conceitos sobre:
Honra: Avaliação do procedimento de uma pessoa e estado social baseado nas adoções daquele indivíduo e ações. Consideração ou homenagem à virtude, ao talento, às boas qualidades humanas. Sentimento, que leva o homem a procurar merecer e manter a consideração pública. dignidade, recato, respeito, honra, mérito, pudor.

Respeito:
Ação ou efeito de respeitar. Sentimento que leva alguém a tratar outra pessoa com grande atenção, profunda deferência, consideração ou reverência: respeito filial. “Se meus inimigos pararem de dizer mentiras a meu respeito, eu paro de dizer verdades a respeito deles.” Adlai Stevenson.

Dignidade:
O respeito que merece alguém ou alguma coisa: a dignidade da pessoa humana. Maneira de se comportar de forma a demonstrar certo respeito pelo outro. Consideração pelos próprios sentimentos. A dignidade é essencialmente um atributo da pessoa humana: pelo simples fato de "ser" humana, a pessoa merece todo o respeito, independentemente de sua origem, raça, sexo, idade, estado civil ou condição social e econômica.

Em tempo: Os conceitos de Honra, Respeito e Dignidade foram
retirados de fontes do Google, dicionário online.