E mal piscamos, já está chegando ao fim, 2024. Os shows estão terminando, os artistas e parceiros entrando em recesso. Lá vem o Natal, festas, hora de descanso, reunião com familiares, amigos ou solitários. O que importa é estar bem consigo mesmo. Daqui a 11 dias já acontece a virada para 2025.
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay |
Não há muito o que celebrar, já que vivemos numa gangorra, mundo jamais imaginado. Cheio de controvérsias, ódio, sardonismo, conflitos e medo. Quem diria que o tão esperado século XXI seria transformado em pesadelos assim, de décadas para cá.
Pessoas vivem como se não fossem morrer. Com seu egoísmo, voltadas para a ganância, riqueza e poder. E os outros que lutem ou se resignem. Exigem dos outros aquilo que não são. Pessoas com frases feitas. Amizades maquiadas, relações dissimuladas.
Pessoas esquecem que cada ano de nossa vida é uma nova história que se inicia, um novo capítulo. Entre perdas e ganhos. A pessoa que conhecemos na infância, adolescência, juventude, adulta e idade madura não há como voltar aos estágios anteriores, mas há quem se ache no direito de querer que sejamos a mesma pessoa. “Não posso voltar para ontem, porque lá eu era outra pessoa”, assim escreveu Lewis Carroll, em Alice no País das Maravilhas.
Vivemos numa sociedade adoecida, em realidade paralela, o mundo se explodindo com guerras, mortes, violência moral, física, emocional, perseguições, falsas notícias e falsas simetrias. O mundo retrocede na incivilidade. Uma prova de que a mão que balança o berço nem sempre está preparada para educar o convídio em sociedade.
Houve uma época em que ser chique era ser elegante nas palavras, nas atitudes, nos atos. As empresas priorizavam candidatos que se comportavam de forma mais exemplar nas redes sociais. Os de RH faziam questão de monitorar os perfis, seus gostos e comunidades que seguiam quando pleitavam uma vaga. E deixavam claro os critérios, visando ética, juízo de valor e sentimentos assertivos como empatia, solidariedade, agora são piegas, fora de cogitação para o CV.
O sistema é cruel, faz a gente acreditar que não se esforçou o bastante, não rezou o bastante. Há aqueles que vivem dentro de uma bolha porque estão confortáveis em seus lares, emprego e se arranjaram na vida. Alguns vivem como que anestesiados pelo efeito Soma (uma droga presente no livro Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, que causava felicidade e impedia os personagens de ficarem tristes).
Quantos no mundo perdem suas famílias, empregos, estão em luto, têm dificuldades financeiras ou estão doentes, carentes, necessitados.
Falta sensibilidade e empatia a esse tipo de pessoa, e mesmo assim todo o dia “vomitando” para os outros. “Deus está no comando.” O filósofo francês Voltaire já ironizava isso em “Cândido”, sobre o mundo dos possíveis, em que Leibniz declarava um otimismo exacerbado, enquanto a vida dele estava de cabeça para baixo, por defender a justiça e contra-atacar a intolerância religiosa e um Estado excludente.
Há sempre tempo de mudar, somos pó e ao pó voltaremos, por que então sermos tão duros, cruéis uns com os outros? Por que tanta ganância, vulgaridade e baixeza moral?
Quem te fez tanto mal para que você precisa odiar tanto? Somos vítimas de outras vítimas, porém, não se cura uma ferida criando outra. Enquanto seu ódio existir, você não é dono de si, mas o outro ainda tem controle sobre você.
Se a humanidade é como um “vírus” (segundo o filósofo espanhol Fernando Savater) que se pega, contagiem com bons exemplos, de preferência, humanistas. Seja chique outra vez, mas não para agradar aos outros, mas para agradar a si mesmos e para fazer da convivência social um mundo habitável e agradável para todos. Sejamos um fazedor de sonhos e não de pesadelos.
- Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade? Nietzsche pergunta. À custa da mentira, sofrimento, constrangimento alheio para alçar um lugar ao sol? Você é a pessoa que alguém se espelharia para ser? Qual o legado que você quer deixar para o mundo? Se não pode ajudar, não atrapalha. Não faça da vida dos outros o inferno que fizeram com a sua.
Que em 2025 sonhemos mais, amemos mais e respeitamos uns aos outros. A gente precisa voltar a sonhar, deixar o purismo da nossa criança interior falar mais alto, devolvendo a nós a esperança e um novo despertar para o bem coletivo. Segundo Aristóteles, a virtude é uma prática que deve ser desenvolvida constantemente, e que permite que a pessoa aja de acordo com a razão e busque a felicidade.
Viva Jesus, o cristão, viva São Nicolau para aqueles que creem e Boas Festas para todos os seres que ainda almejam paz e sabedoria.
Gratidão para todos!
Feliz Ano Bom, Salve 2025!
Blessed Be!
Namastê!
Ubuntu!
Axé!
“Eu Sou Porque Nós Somos”.
Amém!
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