segunda-feira, outubro 29, 2012

Semana Internacional do Livro




'LER É PRECISO - LEIO "LOGO PENSO, LOGO EXISTO"
É a "Semana Internacional do Livro". Todo o dia deveria ser o "dia de ler".


 
Bendito mesmo, porque desde criança pequena adquiri esse hábito, oriundo do meu pai.
Por ser um homem intrínseco, reservado e de poucas falas, era desta forma que eu conseguia quebrar o gelo e vencer a barreira e a falta de diálogo. Passava horas perguntando, questionando e ouvindo-o contar "causos" - falar sobre diversos assuntos.  Meu pai era uma fonte de informações, incrível que desta leva de filhos, eu, a rapa do tacho é que desenvolveu esse gosto da leitura desde sempre.



Enquanto minha mãe, mantinha suas tradições religiosas e o moralismo arraigado na cultura recebida de seus pais italianos, até por completa ignorância (acreditava em tudo que ouvia menos no que via) com o tempo se tornaram "piegas" sob minha visão ("atravancava" meu progresso em todos os campos), tudo muito pudico, regrado. Meu pai era o contrário mostrava os dois lados sem impor, me deu um nome grego, oriundo da mitologia, após ler um livro, da qual sinto compaixão de minha mãe, risos, até hoje ela acha que se trata de um nome bíblico, (nem preciso dizer que li “de cabo a rabo” a bíblia para depois aos 14 anos descobrir que não faz parte). Compreendi que foi a maneira que meu pai, encontrou de burlar as regras da casa, que seguiam à risca nomes de santos. Mais uma vez, bendito seja santo meu pai, onde estiver, por isso e muito mais, por ser brilhante e criativo e quebrar esse paradigma desde então. Lá em casa, reza a lenda - segundo eles, que quando querem me 'criticar'... sic... risos - dão um livro para eu ler ou revista para folhear e eu ficarei inerte a qualquer som ao meu redor - é verdade, bem assim, me desligo completamente.

Eu tinha ânsia pelo saber, curiosidade em aprender e língua afiada para questionar, e como não obtinha as respostas convincentes, era no mundo particular de livros e romances, que eu encontrava alento. Eu fico entregue à leitura, devoro cada página e absorvo de fato o que leio, passando, claro, por um filtro, se estão de acordo com as minhas convicções, eu as assimilo.Sempre coloco emoção no que escrevo, ouço, assisto, não sei, mas, talvez seja por isso que até hoje, quando faço uma palestra, ou as aulas do curso de motivação pessoal, (projeto social que atuo como voluntária) ou defender um ponto de vista, eu faço de forma acalorada. Com tanta eloquência, parece que estou numa tribuna, defendendo uma causa, pela ênfase em cada palavra que estou proferindo. Tudo é intenso, verdadeiro e original.

Benditos sejam também os meus professores de português, os que aplicavam literatura, e, como lição de casa os textos, poemas, escritores ou músicas de artistas sagrados (os de vida inteligente), para eu interpretar e aprendi a ler nas entrelinhas também.

Eu fui uma aluna razoável, abaixo da média em ciências exatas, nunca me dei bem com números, contas, tudo que é concreto, regrado, programado, mas com a arte de sonhar, imaginar e criar era comigo mesma. Sempre encantada pelos livros, personagens, filmes e contos de romances, e, quando adolescente a veia de artista em escrever poesias, que com o tempo abandonei, por não confiar na minha habilidade.

Lembro que quando fazia os resumos de livros ou recriava em cima deles, como resenhas ou paráfrases, sempre levava as melhores notas e prêmios pelos feitos.

Nunca abandonei o hábito de ler, nem de motivar, incentivar os meus, ou em minha volta, de buscar conhecimento. Sempre incentivo às pessoas a lerem, quando faço dinâmicas nas aulas, são livros, CDs, que vou sortear ou premiar, levo listas de livros de diversos temas e abordagens, para os alunos lerem e sempre indico a biblioteca pública, como direito de todos, para acesso as informações e filmes. Minhas aulas possuem citações de poetas, músicos, escritores, dramaturgos, frases de filmes, livros, enfim, tudo que eu acho que vai agregar para eles se motivarem a ler. Geralmente cada módulo três autores que se divergem entre si.  O intuito é esse, o de abandonar a mente fechada ou alienada e se abrir para o novo, expandir as ideias, quebrar paradigmas e ter a tomada de decisão em nossas mãos. Sempre deixo para eles buscar a fonte, confrontar as ideias, informações e mesmo assim buscar novas e formar a sua opinião, pensar por si mesmo.

Considero que ser livre é quando estamos libertos de dogmas, rótulos ou padrões impostos, ou quando pensamos por nós mesmos e sem ser massificados e induzidos pelos outros ou por um sistema.Tudo tem que ter significado, saliência, sentido - se ouço uma música ela tem que me tocar a alma, o artista também, não consigo ver arte na mesmice, no que é "piegas" ou estritamente comercial ou apenas midiática, e arte não se encontra em coisas "piegas" ou comercial.

Quando eu ouço determinado artista ou leio algo, um escritor, um poema, um filósofo é como se eu vestisse a roupa daquela pessoa e viajasse pelas suas entranhas, capturasse os seus sentimentos e dentro dela sob o mesmo olhar, que a criação foi feita ou o porquê ele teve determinada reação ou inspiração, seja na música, no teatro, nos livros ou no cinema. E as coisas crescem com novo sentido, elas ganham significado de vida, maior entendimento.

Assim é com o genial Oscar Wilde, são nos detalhes minuciosos que fazem toda a diferença. Quando interpreto a obra, The Wall que muitos consideram sinistra e fúnebre de Pink Floyd. Porém, sob a visão de Roger Waters que envolve a perda do pai, quando bebê, numa guerra fria e sangrenta, enfim, ele coloca nas canções, toda a dor, indignação e carência, que isso causou em sua transição adulta. Fernando Pessoa, alguns o acham depressivo, vejo sobre outro prisma, que talvez ele considerasse o mundo à sua volta depressivo, cheio de pessoas maçantes e enfadonhas. “Não sou nada. Nunca serei nada, não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”


Navegando no universo deles, consigo compreender o porquê e o significado da visão deles sobre pessoas, o mundo, e a sociedade num todo, sem ser equivocada no julgamento. E assim é com tudo que admiro, não gosto de nada morno, nada superficial. Tem que ter significado, algo que desperte em mim, motivo para eu admirar.

A arte é a Arte sem comparação. Por isso que muitas vezes, achamos determinada obra, tensa, insana, gótica, depressiva, frágil, amoral, imoral ou conservadora, tudo depende do ponto de vista, para entender uma obra é preciso compreender o autor, voltar no tempo, o histórico de vida, e descobrirmos o quão é maravilhoso essas mentes geniais que deixaram seu legado, para que outros mortais como nós, pudéssemos aprender a confrontar ideias, atos e atitudes e a partir daí formar um novo pensamento, uma nova visão.

No Facebook hoje começou uma campanha assim: Pegue o livro mais próximo de você, vá até a página 52 e copie a partir da quinta frase, uma parte. Copie as regras como parte do seu status sem citar quem seria a autoria, como fiz abaixo: (adoro esse filósofo)...
- Por acaso, és uma força nova e um novo direito? Um movimento primeiro? Uma roda que gira sobre si mesma? Podes obrigar as estrelas a girar em torno de si?

.Ai! Existe tanta ansiedade pelas alturas! Há tantas convulsões de ambição! Demonstra−me que não pertences ao número dos cobiçosos nem dos ambiciosos! Ai! (Assim falava Zaratustra vulgo Nietzsche.

Semana Internacional do Livro - Deem uma chance a Leitura.
"Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias." -
Mário Vargas Llosa.

"Um público que vêm a uma Feira de Livros é um público especial.Uma cidade que prestigia o Livro é uma cidade especial". - Almir Sater.

sexta-feira, outubro 26, 2012

Robert Plant medita antes de show em Brasília





Robert Plant medita antes de show em Brasília















Ex-vocalista do Led Zeppelin aproveitou a passagem pela capital federal para conhecer o Templo da Boa Vontade Entre um show e outro de sua passagem pelo Brasil, Robert Plant encontrou na agenda um momento para relaxar e conhecer o Templo da Boa Vontade, em Brasília. A visita ocorreu nesta quinta, 25, horas antes de sua apresentação no ginásio Nilson Nelson.

Resenha: Robert Plant mostra sua peregrinação pelo blues em São Paulo

O ex-vocalista do Led Zeppelin foi acompanhado de sua banda, The Sensational Space Shifters, ao complexo ecumênico que é frequentado por praticantes de religiões diversas. Plant meditou, orou e praticou o ritual feito pelos peregrinos do local ao estender a mão à Mandala.
Em Brasília, Plant fez seu quinto show nesta passagem pelo Brasil, tendo sido os quatro primeiros em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Agora o cantor segue para Curitiba, onde se apresenta neste sábado, 27, e Porto Alegre, onde toca no dia 29.
Fonte: http://rollingstone.com.br/noticia/robert-plant-medita-antes-de-show-em-brasilia/
Assista performance de Robert Plant  Oh Yeah 
me leva de volta me leva de volta... 
Rock 'N' Roll

Robert Plant Quando o gigante caminhou sobre o Brasil

Sem palavras para show de Robert Plant
Parafraseando a biografia não autorizada sobre Led Zeppelin: "Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra",  desta vez, eu digo, "Quando o gigante Plant caminhou sobre o Brasil e foi de arrepiar."
Aliás, costumo fazer o trocadilho - Assim caminha o homem "mais bonito"  sobre o planeta Terra" - Todos vamos envelhecer, isso é fato, mas, na minha opinião, ele era imbatível também neste quesito, um deus grego, de beleza exótica. E o que dizer sobre o show de Robert Plant? Que foi magnifíco, inesquecível, inebriante, emocionante e radiante... é pouco.
O Deus Dourado continua imbatível e realmente mostrou que faz música com arte, reciclando o seu estilo e bebendo em novas fontes e como com artista não se barganha, porque a arte não se limita a vulgaridade ou atender demanda e desejos, entramos no ritmo dele. ponto final. canta o que quer, do jeito que quer, inebria e domina como quer.
Com um show estilo a lá Almir Sater, ou seja, de cenário simples, sem parafernálias, quem é bom, é bom!!!
Não tem jeito. Artistas assim contam com o carisma, o talento nato, com  seu domínio de palco,  voz marcante, afinada e ímpar e pronto.  Nos primeiros acordes já está dominada a plateia e o publico delirando. totalmente entregues e a mercê do seu espetáculo. Bobagem  e tolice é comparar a lenda de hoje, com a dos anos 60 a 80.
Plant foi mais além, se reinventou, inovou e foi beber em novas fontes  e retornou as suas velhas origens, o blues, de onde tudo começou, com Bonhan e a Band Of Joy, flertando com os estilos orientais e africanos,  assim quando compôs a bela Kashmir e claro, o folk se faz presente, com muito ritmo e percussão. Penso, quando poderíamos conhecer músicos como Camara, por exemplo, com seus instrumentos diferenciados e acordes africanos?. A percussão trouxe um caminho exótico ao místico Plant, como se estivessemos, de onde viemos, no coração da mãe África. Vale lembrar que Plant sempre frisou que sua origem vem de avós africanos e que a mãe era cigana. Ou seja, ele está em seu verdadeiro lar. só isso.
Não sei por que os jornais e a maioria destes sites, insistem, em frisar e mencionar, que fãs ficaram desapontados e que o show se torna empolgante, só após ele cantar alguns sucessos do Led. Se eu estava no show, em SP, e eu vi com meus olhos que a terra há de comer, risos, mais de 8.000 pessoas, aplaundindo, gritando, se emocionando o tempo todo. Se Plant, estivesse só gesticulando, todos nós o estaríamos reverenciando, afinal quando teremos outra oportunidade, de estar, frente a frente, ao Deus Dourado do Rock?? - Acredito que nunca mais ou muito remota de novamente acontecer.

Não há o que comentar ou criticar, Talvez seja porque o artista, se permitiu ficar reservado da imprensa, dos holofotes e não gerar polêmicas em entrevistas, e se dedicar em seu show, inclusive preferindo se hospedar em lugares tranquilos e longe de agitos e badalações.
De nossa parte, cabe apenas se deliciar com o show.. e não entrar nesta  do que andam publicando por aí. Repito, quem acompanha de fato, a trajetória de Plant, está a par, de que o artista faria em seus shows, e do que estaria com visual, acordes e arranjos repaginados e principalmente nas músicas, que outrora, foram destaques com a banda Led Zeppelin.
 Só assistindo é que saberão do que estou a dizer, da emoção e comoção que o Deus Dourado nos faz. Sua Banda também. Todos que realmente acompanham Plant, e não só Led Zeppelin, bem dito, ficaram embevecidos, com sua performance e domínio absoluto de palco. sua voz, é peculiar e única, podem não alcançar os agudos e gritos dilacerantes,  seu diferencial no passado, mas o musico soube como ninguém, recriar e até reinventar os arranjos e adaptação das músicas antigas na nova fase.

Por mim, se ele só gesticulasse, e em silencio, já valeria cada centavo, por ter essa oportunidade, tão rara que me fez tão feliz, de ver ao vivo e a cores, uma das maiores lendas do Rock in Roll, "Eterno Deus Dourado do Rock".O triste, que tudo que é bom tem fim. mas, pelo menos deste desejo não morro mais. Para sempre, guardado na memória, um dia inesquecível, o show de Robert Plant e sua banda magnífica. me senti em casa, com os tambores africanos e orientais. Agora, feriado chegando, também poderei assistir outro rei, o da viola, que nem mais nem menos, encanta tanto quanto Plant, pois faz Música com Arte. e Arte nunca envelhece.Bendigo todos os dias essa empresa XYZ, por tal feito, o de  trazer o Deus Dourado para o Brasil..






































Ainda dá tempo para ver os ultimos shows da lenda viva do Rock - Robert Plant -
Serviço:
Hoje     25 -   Brasília -DF
Sábado 27 -  Curitiba -PR - Teatro Guaíra
Segunda 29 -Porto Alegre - RS

quinta-feira, outubro 25, 2012

Compositor Almir Sater emocionou 5 mil fãs bebedourenses no sábado.









Imagem: jornalimpactobebedouro.com.br

Show encerra a programação do evento ‘Coopero por um Mundo Melhor’.

 Um dos maiores violeiros do Brasil, o compositor Almir Sater emocionou 5 mil fãs bebedourenses, em apresentação realizada na noite de sábado (20), na Concha Acústica, encerrando as festividades do evento ‘Coopero por um mundo melhor’.

 “Sinto-me privilegiado por ter sido convidado para fazer um show em comemoração ao Ano Internacional das Cooperativas”, diz no palco, o violeiro relembrando os clássicos “Trem do Pantanal”, “Comitiva Esperança”, “Tocando em Frente”, e “Chalana”, levou o público a formar um imenso coral, e emocionante.

Fonte: http://www.gazetadebebedouro.com.br/gb/almir-sater-reune-5-mil-pessoas-na-praca-da-fonte/

quarta-feira, outubro 24, 2012

A invejável velhice de Robert Plant em show arrasador

 
Por Regis Tadeu | Na Mira do Regis –

A frase do cartaz de divulgação das apresentações de Robert Plant no Brasil — "A voz do Led Zeppelin" — serviu apenas para dar uma noção àquela parcela de público "sem noção", que só conhece a extinta banda britânica quando ouve "Stairway to Heaven". Porque nada foi mais distante desta frase que a própria voz de Robert Plant e, principalmente, os arranjos de cada uma das canções que o vocalista apresentou ontem em sua ESPETACULAR (com maiúsculas mesmo) apresentação no Espaço das Américas em São Paulo.
A partir do primeiro instante em que a figura de Plant surge no palco, antes mesmo dos acordes da primeira música — a ótima "Tin Pan Valley" -, já deu para perceber que estava ali um homem muito diferente daquele vocalista de cabelos dourados e figura mítica dos anos 70. Com o rosto enrugado e cabelos em desalinho, Plant parece nos mostrar, com um enorme sorriso no rosto, que ele mesmo não dá a mínima importância para o que representou como ícone de adoração por parte de pelo menos duas gerações. E nem precisa se preocupar com a atenção da plateia, já que seu carisma beira o estratosférico.

Quando a música começou, foi aí que caímos na real: Plant iria nadar contra a corrente daqueles que esperavam uma sonoridade mais rústica e visceral. "Tin Pan Valley" — um trocadilho com "Tin Pan Alley", o lendário grupo de compositores e editores musicais que dominou os Estados Unidos na primeira metade do século passado — foi uma das revelações de como seria a apresentação como um todo: a mistura de levadas eletrônicas com ataques enfurecidos e cortantes transformou a canção em um monstro com duas cabeças em termos de referências: Massive Attack e Queens of the Stone Age. A outra revelação veio na maneira como Plant voltou o seu coração musical para a África, mas sem esquecer a reverberação sônica eletrônica do mundo ocidental.

Se a voz, obviamente, não atinge mais as alturas em termos de frequências, a exploração experimentalista de inúmeras canções transformou o show em uma sessão de hipnose coletiva. Foi simplesmente impossível desgrudar os olhos e os ouvidos do palco, ao mesmo tempo em que o meu corpo reagiu com espasmos que poderiam ser considerados como uma "dança" pelos menos exigentes. A dignidade com que Plant desafiou a velhice com um raro senso de musicalidade foi desconcertante.

Um capítulo à parte deve ser dado à espetacular banda que o acompanhou, The Sensational Space Shifters. Com dois guitarristas estupendos, principalmente na escolha dos timbres de cada canção - Justin Adams e Liam Tyson (ex-Cast) -, um tecladista quer poderia ser muito bem um parceiro da Björk - John Baggott —, um baixista correto - Billy Fuller - e um baterista com cara de nerd, mas dono de uma pegada firme e criativa — Dave Smith -, o grupo ainda recebeu o reforço do músico africano Juldeh Camara, uma mistura de Buddy Guy com Jean-Luc Ponty que simplesmente arrasou ao tocar dois instrumentos estranhíssimos: o riti, que parece um violino/rabeca, só que tocado com um arco e sem a flecha, e um kologo, que soa como um banjo dentro de um amplificador de guitarra. São estes caras que fazem com que o som de Plant se transforme em um imenso caleidoscópio multiétnico cultural de primeira grandeza.

Nos momentos em que tocou músicas do Led Zeppelin como "Friends", "Black Dog", "Whole Lotta Love", "Ramble On", "Bron-y-aur Stomp", Plant orgulhosamente desconstruiu os arranjos, a ponto de só reconhecermos as canções quando as letras começavam a brotar da boca do vocalista. Foi como se ele dissesse à plateia "Ok, se vocês querem ouvir coisas da minha ex-banda, vai ser do meu jeito". Aliás, este sentimento permeou toda a apresentação. Era impossível saber o que Plant e sua banda iriam nos mostrar a cada compasso. E isto foi ótimo! Eu mesmo só reconheci "Spoonful", de Howlin' Wolf, quando Plant mandou o refrão...

No bis, Plant levou todo mundo ás lágrimas com a sempre delicada "Going to California" para, em seguida, esmagar nossos crânios com uma abordagem do clássico "Rock 'n' Roll" sob o viés da banda do Josh Homme. Sensacional!

Quando o show acabou, não havia como voltar para casa sem pensar na maneira como Plant desconstruiu e reconstruiu seu próprio trabalho e, por que não dizer, sua carreira inteira. E isto sem pensar um minuto sequer no desapontamento das pessoas que lá estiveram na tentativa de gritar "urrrúuu" e tirar fotos para colocar nos "Instagrams da vida" ao som enquanto esperavam para aplaudir a uma carcaça chamada Led Zeppelin. E quando agrada a esta turma, é como se jogasse uns amendoins cheios de LSD para elefantes domesticados...

Nada mal para um senhor de 64 anos que se recusa terminantemente a dar prosseguimento ao legado do Led Zeppelin. Depois do show de ontem, isto faz todo o sentido do mundo...

Abaixo, você pode assistir ao primeiro show em São Paulo praticamente na íntegra. Veja, ouça e diga se estou mentindo...

terça-feira, outubro 23, 2012

Almir Sater concede entrevista em Toledo



No mês de setembro, (02) Almir Sater e 
sua banda estiveram novamente no 
Oeste do Paraná, mais precisamente 
em Toledo. 


Desta vez, jornal A Voz do Paraná 
entrevistou também os músicos; 
Rodrigo Sater e Marcelus Anderson, 
e para matar a saudade, 
acompanhe um pouco mais de Almir Sater, 
a seguir:

Almir Sater

A Voz do Paraná: 
Este ano é a quarta vez que você vem
fazer shows no Oeste do Paraná, 
você sempre é bem recebido pelo 
paranaense, o seu público te ama.
Como você se sente?

Almir Sater: Eu também amo muito 
o pessoal do Paraná, porque eles 
têm muito carinho com o meu trabalho, 
com a minha pessoa, todo show 
que venho fazer as pessoas se 
emocionam junto comigo, 
então eu adoro cantar para essas 
pessoas que se emocionam 
com a minha canção. São pessoas
muito educadas que sabem 
ouvir música, e não tem melhor
plateia do que aquela que 
sabe ouvir.

A Voz do Paraná
Percebo que você faz sucesso também 
não só entre os adultos. 
O público infantil também te adora.

Almir Sater: Eu tive acesso ao 
público infantil quando eu fiz 
o personagem chamado Zé Trovão, 
que é uma história infanto/juvenil, 
mais para o lado infantil, e fez com 
que eu me aproximasse muito 
com esse público infantil, 
então percebo nos meus shows 
muitas crianças que vem ver 
o Zé Trovão e que acabam 
conhecendo minha música, 
e pelo carinho que têm com 
o personagem vão abraçando 
minha música também e 
isso faz renovar meu público, 
me faz ter certeza que o meu 
fundo de garantia 
está garantido...(risos).

A Voz do Paraná
Você pode descrever para nós,
como é esse momento quando
você viaja para um show, 
o momento em que você entra 
no palco, o momento em 
que você compõe, como
são esses grandes momentos
da sua vida?

Almir Sater: 
São momentos que a gente 
não domina, viagem quem 
manda é o motorista, a gente senta
na poltrona e confio no motorista 
que nos leva até o local 
do show. A gente prepara o 
show para ser o melhor 
show possível, preparamos a música, 
preparamos o palco, afiamos o 
nosso instrumento, mas o que vai 
acontecer depois daquilo ali é 
um mistério, porque eu não 
domino isso. Tem dias que eu 
esqueço a letra de uma música, 
tem dias que eu esqueço a letra 
de duas músicas, então cada 
show é muito diferente, apesar 
de eu cantar as mesmas 
canções, cada show a emoção
é diferente.

A Voz do Paraná:
Com certeza você pretende cantar
durante muitos anos para a felicidade
do seu público. Suas músicas não 
cansam e trazem muita alegria. 
Espero que você continue cantando 
por muito tempo.

Almir Sater
Ontem ainda uma moça
me perguntou isso, que eu não 
devo nunca parar de cantar e 
falei para ela que era capaz 
ainda depois que eu morrer, 
vir assombrá-la um pouco e se ela 
escutar uma vozinha, 
falei que será eu (risos.) 
Eu gosto muito de cantar, 
gosto muito desse mundo, 
gosto muito do planeta terra, 
de conhecer essas maravilhas, 
gosto do Brasil, gosto de viajar
 por esse País maravilhoso e 
o cantar me faz conhecer 
cada vez mais lugares, 
mais gente, por isso nunca 
vou deixar de cantar.

A Voz do Paraná
Almir, falta pouco para as eleições 
do segundo turno deste ano. 
Para terminar deixe uma mensagem 
para todos os políticos.

Almir Sater: 
Você deve seguir o princípio do cristianismo,
que é desejar para o outro aquilo 
que você deseja para você. 
Se a pessoa tocar a vida assim, 
o mundo será mais feliz e com 
certeza você 
também.

Rodrigo Sater  
A Voz do Paraná
Para começar você é casado Rodrigo, tem filhos?
Rodrigo Sater: Sou casado, minha esposa se chama Carolina, tenho 4 filhos, a Júlia de 8 anos , Beatriz (7) Lucas (3) e Isabel com 5 meses. 

Jornal A Voz do Paraná
Há quanto tempo você está no caminho da música?
Rodrigo Sater
Faz muito tempo, profissionalmente desde 1987. Comecei tocando violão, mas 
meu primeiro trabalho foi como 
contrabaixista. A banda em que eu tocava 
estava precisando e fui para 
o baixo. 

A Voz do Paraná
Como foi o começo da sua trajetória?
Rodrigo Sater: Sou de Campo Grande, 
com 15 anos fui para São Paulo 
estudar e conheci músicos, 
amigos, fui me aproximando, e 
comecei a trabalhar nos bares 
de São Paulo com a banda desses 
amigos, tocando baixo, fizemos 
uma gravação. Eu também comecei 
a tocar violão, porque na verdade 
meu instrumento era violão e o 
Almir ouviu e achou muito bom, 
era para poder se apresentar para 
o Som Brasil. Ele não gostou muito
do som da banda, mas meu violão
ele achou muito bom, nisso me 
indicou para o Renato Teixeira e 
fui tocar com ele, isso em 87, 
e continuei tocando em bares e
foi por aÍ. Toquei numa época com 
o Renato, essa banda que eu tocava 
foi para a Europa e fiquei em 
São Paulo, também fiquei sem 
banda e sem trabalho, isso em 89.
Em 1990, como Almir começou a 
fazer a novela Pantanal eu acabei 
montando uma banda e ele me 
chamou para tocar, e comecei a 
tocar com ele desde 
essa data.

A Voz do Paraná: 
Além do seu irmão Almir, sua irmã Gisele Sater também compõe a banda. 
Como é para você tocar em família?
Rodrigo Sater: (risos).É bem confortável 
tocar em família, a discussão musical 
é bem mais fácil, o conceito musical 
é mais claro e fica mais tranquilo 
discutir arranjos e caminhos musicais.

A Voz do Paraná: Você tem algum CD lançado?
Rodrigo Sater: Sim. Um CD que leva 
o meu nome, o Rodrigo Sater, e o outro CD 
eu fiz na novela Paraiso, junto 
comYassir Chediak, nós montamos 
uma
parceria, pois contracenamos 
juntos nessa novela, só que o CD 
leva o nome dos personagens 
Tiago e Juvenal, porque era o 
CD da novela Paraíso da 
Rede Globo.

A Voz do Paraná
Como era seu personagem Tiago 
e como foi representar?
Rodrigo Sater: Eu era peão da comitiva 
junto como cantor Daniel, Eriberto Leão, 
Alexandre Nero e o próprio Yassir Chediak. 
Na verdade, eu sou músico, fui trabalhar 
como ator, mas minha função na 
novela era ser músico dentro da 
comitiva, era peão na realidade, 
mas a gente tocava, fazia umas 
rodas de viola, era de estar ao 
lado do Daniel dando um apoio, 
tocando com ele, e tínhamos 
até bastante fala.

A Voz do Paraná: Na verdade, foi um 
show à parte você representar e 
mostrar seu talento, sua linda voz, 
e você tem uma música que eu gosto 
muito, Te Amo em Sonhos, inclusive, 
sempre peço para você tocar. 
Quem a compôs e como foi?
Rodrigo Sater: Muito obrigado pela gentileza.
 Essa música, Te Amo em Sonhos, é minha
e fui eu que compus. Eu morava num
apartamento, comecei a fazer e 
depois chamei o Almir e o Paulinho 
para me ajudar a terminar, eles têm 
muito know how em composição 
e não poderia deixar de contar 
com ele. Essa música compus bem 
num dia que teve um blecaute no Brasil, 
foi um apagão em boa parte dos Estados, 
eu morava perto na Avenida Paulista, 
resolvi acender uma vela e comecei 
a compor. Como eu estava fazendo 
meu primeiro CD, estava precisando 
de música para terminar, então 
aproveitei esse apagão, 
esse silêncio, ficou até gostoso, 
tirou essa vibração, 
o barulho de São Paulo, então
 aproveitei para compor.

A Voz do Paraná: 
Fui comprar um deles e não achei. 
Como podemos adquirir seus CDs?
Rodrigo Sater: Na realidade, meu primeiro 
CD acabou e tenho que fazer mais, 
na verdade, não é que acabou, 
mas é que fiz pouco, tenho que 
fazer mais. O CD da novela Paraíso
é fácil achar, é da Som Livre,
fica fácil de achar.

A Voz do Paraná: Você tem algum projeto 
para este ano?
Rodrigo Sater: Eu vou começar a fazer mais 
um CD final de ano. Estava com esse 
projeto com o Yassir, tenho feito com 
ele alguns shows, tenho ainda mais 
alguns para fazer. Como tenho o trabalho 
com o Almir, então fica complicado, 
e como a música é final de semana, 
bate muito a data, 
então não dá.

A Voz do Paraná: 
Pretende voltar a fazer novela?
Rodrigo Sater: Não, não. 
Na verdade a minha profissão é 
de músico, mas o que eu faço 
muito é trilha de novela. Fiquei amigo 
dos produtores musicais, então desde
 a novela Paraiso venho trabalhando
 e colocando músicas minhas 
na trilha de novelas, participando 
como
músico nas trilhas, colocando música
 na trilha incidental e também 
colocando música na trilha sonora. 
Depois de Paraiso coloquei na 
novela Morde e Assopra, com 
o meu parceiro Yassir.

A Voz do Paraná: 
O que dá para esperar hoje do show?
Rodrigo Sater: É um show muito gostoso 
de assistir, o Almir sempre inspirado 
e se comunicando bem com a plateia 
trazendo a emoção do jeito dele, 
porque ele tem um jeito que 
emociona as pessoas, 
é um show muito tranquilo.

A Voz do Paraná: O público também 
gosta muito de te ouvir, da sua 
linda voz. Será que dessa vez você 
canta a música Te Amo em Sonhos?
Rodrigo Sater: Eu tocaria com o maior prazer, 
mas como está ensaiado com a banda
 uma outra música, acho que hoje 
não vai ter, mas a música está 
na minha mão, se na hora o Almir 
falar para eu tocar, com certeza eu toco, 
o show é dele...rssss


Marcelus Anderson

A Voz do Paraná: 
Marcelus, qual instrumento você toca?
Marcelus Anderson: Sou músico e 
toco acordeom, também chamamos
de sanfona, gaita, são dialetos 
diferentes, mas é o mesmo 
instrumento. No sul do País, 
o pessoal chama de gaita, 
no nordeste é sanfona e no 
nosso português o nome correto
é acordeom, mas tanto faz.

A Voz do Paraná: 
Percebi que você começou cedo a tocar.
Marcelus Anderson: 
O primeiro contato
com a musica foi desde que nasci. 
Venho de uma família de músicos, 
só que a primeira vez que eu 
comecei a tocar acordeom, 
eu tinha uns nove anos e 
profissionalmente comecei com
14 anos. Sempre tive uma paixão 
muito grande pelo acordeom 
porque meu avô tocava, ele é paraguaio, 
venho de uma descendência de 
paraguaio por parte da minha mãe 
e por parte de pai descendência 
sueca, então meu avô tocava 
música paraguaia, polca. 
Então, ele faleceu quando eu era 
adolescente, e o primeiro contato 
com esse instrumento que foi a 
minha paixão, foi por causa dele, 
meu avô que passou isso para mim, 
mas ele não me deu aula, foi aquele 
negócio de ter um contato visual, 
de vê-lo tocar de estar ali presente 
naquelas ondas de música que
tínhamos em casa, isso foi meu 
primeiro contato, mas nunca tive 
professor, sempre fui autodidata, 
sempre estudei sozinho, sempre 
estudando para cada vez mais 
me tornar um 
profissional melhor. 

A Voz do Paraná: 
Como é tocar com Almir Sater? 
Como que vocês se conheceram?
Marcelus Anderson: Eu conheci o 
Almir Sater através do seu filho
Gabriel, éramos amigos em 
Campo Grande, continuo morando lá, 
inclusive sou o único da banda que 
ainda reside nesse estado, 
então foi Gabriel que me apresentou
 ao Almir, comecei a tocar na banda 
e já faz 5 anos que estamos juntos. 
O Almir é uma das pessoas mais 
sensacionais que eu já conheci 
na minha vida, não só pela questão 
da musicalidade, mas pela sua música 
ser fascinante, é uma música que 
emociona a todos nós da banda 
que trabalhamos com ele, e emociona
também todo o seu público. 
Também tem o lado pessoal dele, 
é uma pessoa super bacana, 
uma das pessoas mais honestas e 
maravilhosas que eu já conheci, 
o Almir tem um coração enorme, 
sem sombra 
de dúvida, é a pessoa mais honesta 
que eu já conheci em toda 
a minha vida.

A Voz do Paraná: 
Fala um pouco sobre sua vida 
para o leitor conhecê-lo um pouco mais.
Marcelus Anderson: Eu morei até os 16 
na fazenda, sou de Aquidauana, 
que é a primeira cidade do Pantanal, 
e até os 16 anos mexia com vaca, 
cavalo, e essa foi a minha vida, 
e o primeiro banho quente que 
eu tomei foi com 15, 16 anos, 
não tinha luz elétrica na fazenda, 
então não tinha essa luxúria que
hoje a gente tem, essas comodidades
do mundo moderno não peguei 
na minha infância e 
na minha adolescência, 
fui pegar hoje em dia essa 
vida da grande cidade, 
e sou privilegiado de viver as 
duas coisas o lado mais simples 
e singelo da fazenda até a vida 
mais luxuosa, entre aspas, 
do mundo moderno, das grandes
metrópoles. Sou casado há 8 anos 
com a Adriana, temos uma filha 
de 5 anos chamada Marcela, o Eduardo (12).

A Voz do Paraná: 
Como é viajar pelo Brasil de ônibus 
percorrendo as estradas desse 
lindo País?
Marcelus Anderson: 
Eu adoro viajar 
por essas estradas, observando esse 
nosso lindo País. Também adoro 
esse trabalho com o Almir, sendo 
uma das coisas que eu mais gosto 
de fazer na minha vida, faz eu ter 
energia, sendo o combustível 
para continuarmos a tocar e 
a viajar pelas estradas. 
A outra questão é o lado familiar, 
a saudade que sinto da minha esposa 
e dos meus filhos, mas temos dois 
meses de férias, então dá para 
aproveitar bem, curtir bem a família, 
dá para sentir aquela energia familiar, 
o carinho de estarmos juntos, 
aproveitamos bem e isso nos dá força 
para começarmos o ano com 
muita disposição, batendo em cima
novamente. 

Publicado em Sumaya.