“O momento em que faço uma canção, componho uma canção
que me agrada,
é uma sensação de estado de graça, é muito bom então
para o compositor
compor uma música é sinal de que ele
está vivo.”
Almir Sater
Durante a passagem por Catanduva/SP para apresentação
no SESC, em homenagem ao “Dia do Comerciário”,
com ingressos Esgotados com bastante antecedência,
Almir Sater concedeu uma entrevista exclusiva ao
Jornal O Regional onde fala sobre sua carreira,
a valoração da viola, suas influências musicais,
novelas, Tião Carreiro, suas canções e claro
o novo trabalho
“AR” em parceria com Renato Teixeira e
que podemos aguardar para 2.017.
Vem mais AR por aí.
Acompanhe a entrevista na íntegra, a seguir:
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‘Cada um Toca a Música Conforme Toca o Seu Coração’
Por Cíntia Souza
Da Reportagem Local
O Regional - Você é um dos responsáveis pelo resgate da viola de 10 cordas.
Como se sente com esse feito?
Almir Sater - Acho que é um certo exagero isso ai. As pessoas ficam
depositando na gente umas responsabilidades que às vezes
não são nossas. Eu quando comecei a tocar viola já tinha
grandes violeiros já, resgatando a viola, o próprio Tião Carreiro.
Pessoas com uma linguagem diferente na viola.
Eu apenas era de uma geração um pouco diferente, então trazia um pouco, algumas influências diferentes. Isso ai que trouxe um pouco de vitrine
e visibilidade, mas não me acho responsável por resgatar nada.
O Regional - Considera Tião Carreiro seu mestre?
Quais foram os principais ensinamentos que pode ter com ele?
Almir Sater - O Tião Carreiro quando comecei a tocar viola caipira
eu lembro que um amigo meu me falou assim
- você quer tocar viola caipira? Compra, tem dois discos
do Tião Carreiro que são só solos de moda de viola.
Compra para você ter uma ideia.
Eu comprei os dois discos do Tião Carreiro de solo de viola
e realmente me deu uma noção do que era o som da viola.
Não sei tocar as músicas dele, do Tião, nunca soube tocar as músicas
do Tião, sou um compositor que toco minhas músicas, mas aquele disco
me ajudou muito. Sobre os ensinamentos acho que tem que juntar
três violeiros para você ter uma base de viola caipira,
que é o Tião Carreiro, que é fundamental, outro grande violeiro
que tem uma técnica fantástica chama-se Renato Andrade
e o terceiro que tem uma espontaneidade e um toque caboclo
que é Zé Coco do Riachão, são três pessoas que já desencarnaram,
já estão no outro mundo, mas que deixaram muita coisa para
a gente poder aprender e acrescentar se possível.
O Regional - São eles que são as suas influências?
Almir Sater - Na parte de viola caipira sim.
Agora tenho minhas influências da minha geração, do meu tipo de som,
que vão muito além da viola caipira, coisa da minha geração
de The Beatles, Pink Floyd, de Sá e Guarabira, sempre gostei
de um rock rural.
O Regional - O rock te ajuda nas composições, nas produções?
Almir Sater - Eu venho de uma geração roqueira.
A pessoa pergunta por que eu sou? Sertanejo?
Sou roqueiro, toco viola caipira, mas eu venho de uma geração
roqueira,
do folk, folk rock e da viola caipira também, então é a soma
disso tudo ai.
O Regional - Quais foram as principais mudanças da música
caipira na atualidade?
Almir Sater - Cada época tem seu sotaque, cada cidade tem
sua maneira de se expressar, cada região tem uma viola caipira,
tem um toque, então a música sertaneja vai se modificando.
Na minha época também existia música romântica, música
de influência dos mariachi mexicanos, algumas que eram mais
bregas que o pessoal falava também, então sempre teve esse tipo.
Cada um toca a música conforme toca o seu coração e não sou eu
que vou julgar o que é que é bom e o que é ruim, eu julgo
pelo meu trabalho.
O Regional - Tem mais de 40 anos de carreira.
Se pudesse nomear os momentos mais marcantes, quais deles seriam?
Almir Sater - O momento mais marcante da carreira é quando você
recebe o primeiro convite para gravar um disco, isso é inesquecível.
O primeiro show que a gente faz a gente nunca esquece,
os primeiros a gente nunca esquece.
O Regional - Soma mais de 10 discos solos gravados,
quais são as músicas que foram as mais marcantes?
Almir Sater - Tem várias músicas, músicas que foram importantes
naquele momento, como “Peão” foi importante,
“Tocando em Frente” foi importante,
a própria “Chalana” que não é musica minha, nunca gravei,
mas o diretor não achava aquela música para entrar
em uma cena e pediu para eu gravar só um pedacinho que eu
nunca mais iria ouvir.
Essas coisas vão ficando e se eternizando na vida da gente.
O Regional - Além de músico também interpretou personagens
na televisão. Como foi essa experiência para você?
Almir Sater - Já tinha feito uns filmes já e quando me chamaram
para a TV era um personagem que tinha a ver comigo, que tocava viola,
trabalhava no pantanal, tinha tudo a ver comigo, gostei muito eu ia
fazer só aquele bico e acabei fazendo mais três novelas depois,
e foi bom, ajudou muito a divulgar o meu trabalho, a minha imagem
foi pra muito longe e atrás veio um pouco o som da minha viola,
as novelas me ajudaram muito, naquele momento foram muito importantes,
faria tudo de novo, mas hoje não quero mais.
O Regional - O que a música representa para você?
Almir Sater - A musica é o meu sustento, é o que cria a minha família,
é o que me faz mais feliz do que tudo. O momento em que faço
uma canção, componho uma canção que me agrada, é uma sensação
de estado de graça, é muito bom então para o compositor compor
uma música é sinal de que ele está vivo.
O Regional - Lançou um álbum com Renato Teixeira no ano passado.
Existe um novo projeto da parceira de vocês que deve ser lançado em breve?
Almir Sater - Fizemos um disco e gostamos tanto que resolvemos
continuar fazendo o volume dois desse disco, vamos continuar o disco,
lançar esse e continuar fazendo o próximo que está praticamente pronto.
Fizemos todas as músicas nesse ano, motivados pelo disco,
e a motivação na vida de todo mundo é muito importante,
na vida de todos, na música mais ainda então a gente acabou fazendo
mais umas canções, gravamos agora e vamos fazer no mesmo estilo,
mesmo jeito que a gente fez o outro disco e provavelmente deve estar
por volta de março, abril, maio por aí