segunda-feira, 31 de outubro de 2016
ALMIR SATER EM ENTREVISTA INÉDITA PARA O REGIONAL
domingo, 29 de maio de 2016
DIA DE PEIXE FRITO E DE ALMIR SATER EM ENTREVISTA INÉDITA
sábado, 30 de abril de 2016
ALMIR SATER E SUAS RAÍZES PROFUNDAS.
AS - Sempre fui um apaixonado por Música tanto que esse era assunto recorrente quando encontrava com meus amigos. Comecei a tocar violão ainda menino.
Como surgiu o interesse pelo violão?
AS - Achava um instrumento muito bonito e, desde menino, sempre gostei de música caipira. Comecei a tocar na época da Jovem Guarda e era vidrado em rock and roll, flamenco e clássico, tanto que escutava Bach e Villa-Lobos. Nunca fui um excelente violonista, mas era curioso. O que eu queria, porém, era um som pesado. E isso ele não me dava. Foi quando descobri a viola "caipira" e achei o timbre que procurava.
Quando você completou 20 anos, estava no Rio e viu um show de violeiros...
AS - Isso. Por incrível que pareça, foi a primeira vez que vi esse instrumento.
Então, você voltou para Campo Grande e resolveu trocar de instrumento. Como foi a transição?
AS- Quando peguei a viola, já saí tocando. E, no outro dia, estava compondo. Parecia que aquilo estava guardado dentro de mim. Um amigo meu de Campo Grande, músico amador, falou para eu ouvir, dois discos do Tião Carreiro: Modas de Viola Classe "A" volume 1 e 2. E, isso me ajudou demais, principalmente quando eu o conheci pessoalmente.
Houve muita dificuldade na adaptação do novo instrumento?
AS - Não. Aprendi a afinação mais tradicional e saí tocando. Tinham algumas coisas mais difíceis de seres feitas, como rasqueados e batidões. Fui incorporando essas técnicas ouvindo o Tião. Cada vez que encontrava com ele, pedia para tocar umas músicas, além de dar dicas, pois é impossível compreender algumas coisas só ouvindo.
Mas o aprendizado foi todo autodidata?
AS- Isso. Sempre estudei e aprendi sozinho. Aproveitava para escutar os discos dele e, também, de outros violeiros.
Você sofreu alguma influência do Paraguai por sua avó ser de lá?
AS- Sim, muito. Campo Grande era uma cidade onde os habitantes costumavam sair à noite para ouvir música ao vivo, e quem animavam essas festas eram os paraguaios. Até hoje é assim. As canções daquele país foram importantes para a minha carreira.
Qual Carreira ajudou mais a outra: a de ator ou de músico?
AS- Acredito que o músico ajudou mais o ator. Quando me chamaram para fazer a novela e o filme, foi porque eu já era instrumentista. Mas não tenha dúvida que quando apareci na televisão isso ajudou muito minha carreira, pois divulgou o meu trabalho. Infelizmente, essas aparições atrapalharam um pouco, já que não tinha tempo para estudar. Em compensação, fiquei mais famoso.
No disco Cria, você inovou e colocou guitarras, teclados, baixo e saxofone. Por que resolveu incorporar todos esses instrumentos?
AS- Foi um álbum repleto de fusões. Sempre gostei de um som mais pesado e as músicas escolhidas tinham uma sonoridade assim. Além disso, naquela época trabalhava com um violão de 12 cordas com afinação aberta. Por isso, sentia que o resultado seria bom.
E, atualmente você tem preferência por algum instrumento?
AS - Gosto mais da viola. Neste último disco, o 7 Sinais, porém, trabalho muito com um violãozinho de criança.
Como assim ?
AS- Gravei o Instrumental 2, que tem "Moura", um tema para pequeno violão e orquestra. Para executar aquela música, utilizei um instrumento que o Renato e eu compramos numa rodoviária para presentear o Chico Teixeira que, na época era, era neném. Fui tocando-o de Mairiporã até a Serra da Cantareira e achei o som muito lindo. Virei para o companheiro e falei: "Ele é muito pequeno e vai estragar. Quando crescer eu devolvo". Fiz aquela canção e fui gostando mais da sonoridade, mas, depois, entreguei ao dono.
E por que resolveu incluir o violão de criança no novo trabalho?
AS- A minha sobrinha ganhou um instrumento assim e, como era muito pequena, peguei emprestado também. O Chico ofereceu o dele, mas eu disse que só gravava com violão de criança. Esse instrumento possibilitou que eu ficasse deitado na rede durante todo o dia e, por isso, as canções recentes foram compostas com o auxílio dele. Tanto que o utilizei na gravação em quatro ou cinco faixas.
Dominguinhos e Luis Carlos Borges participaram de seu disco. Por que pensou nesses artistas?
AS- Algumas músicas apresentavam uma sonoridade que eles se encaixavam perfeitamente. Sou fã do Dominguinhos e, por isso, fui atrás. Quando conseguir falar, ele estava voltando da Bahia. Aproveitou a jornada, passou no meu estúdio e matou de primeira. Sua performance enriqueceu o disco. Já o Luis Carlos Borges ficou aqui uns dois dias para conhecer os integrantes da banda e participar do CD. Outro artista que também gravou foi o baterista Maguinho, que deu um destaque maravilhoso.
Quais são seus os seus próximos projetos?
AS- Pretendo acabar a novela em que estou envolvido desde Março ( Bicho do Mato em 2006). Acredito que vou retornar à tarefa de Compositor. Além disso, recentemente fui convidado para fazer um DVD com o making of do 7 Sinais. Filmamos muitas coisas e, por isso, estava pensando em disponibilizar esse material. Não gostaria de lançar apenas um de shows.
Qual o seu setup de Shows?
AS - Costumo usar minha velha viola Del Vecchio construída em 1979, e outra feita pelo luthier Joacir de Carvalho. Além disso, tenho dois violões Taylor, um de 12 e outro de 6 cordas, e um tonante, que faz tempo que não levo a um show. As cordas são da Elixir, tensão livre.
E para gravação?
AS- São os mesmos instrumentos. Só usei um Martin de seis cordas para fazer um som mais metálico.
Como costuma gravar o seu violão?
AS- Depende muito da sonoridade que quero atingir. Gosto de usar dois microfones e linha. A soma de tudo isso dá um efeito bom. Costumo posicionar o AKG no 12° traste e o Bruel, no cavalete. Na viola é a mesma coisa.
O que você acha da Música Sertaneja Atual?
AS- Gosto de música de raiz, dos grandes violeiros. Isso sempre me encantou.
Quais foram os principais discos que influenciaram sua carreira?
AS- Essa pergunta é complicada. Acredito que Modas de Viola Classe "A" volume 1 e 2, do Tião Carreiro, A Fantástica Viola de Renato Andrade e alguns do James Taylor, Pink Floyd e Jethro Tull. Além deles, gosto muito de Zé Ramalho e Fagner.
Para ler na íntegra, assine ou compre a revista:
Fonte: Revista Acústico -a arte de tocar violão. Edição Abril 2007.
Texto: Rafael Furugem
Foto: Namour Fotografia.
Discografia completa de Almir Sater: Discografia
AR nas plataformas digitais: https://umusicbrazil.lnk.to/DDeDestino
Foto: Encarte CD "AR" - Eduardo Galeno.
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
ALMIR SATER FALA DE SUAS PAIXÕES: MÚSICA E PECUÁRIA
Assista o vídeo na íntegra, sobre um dos mais importantes Artistas da Música Popular Brasileira:
quarta-feira, 15 de julho de 2015
TOCANDO EM FRENTE, MAS COM OS PÉS NO CHÃO
Um dos mais importantes artistas da Música Popular Brasileira, Almir fala um pouco de suas canções, o risco da profissão em viver nas estradas, sobre seu novo projeto AR, em parceria com Renato Teixeira, que será produzido pelo norte-americano, Eric Silver, entre outras coisas.
através das suas canções, toca com o coração e emociona os mais endurecidos e suas musicas refletem todo o sentimento de um artista que já nasceu pronto, e que canta e encanta a todos, por isso deixemo-nos contagiar pela energia da sua viola, e cantemos junto com ele, porque como diz o adágio popular “quem canta seus males espanta”.
A banda de Sater é composta por Reginaldo Feliciano (contrabaixo), Marcelus Anderson (sanfona), Guilherme Cruz (violão), Rodrigo Sater (Violão e vocal), Gisele Sater (vocal), e apesar de ter duas pessoas da família, como seus irmãos Rodrigo e Gisele, ele considera toda a equipe a sua família, pelo companheirismo, lealdade e o tempo em que ficam juntos, viajando e participando
em média de 20 shows por mês.
A Voz do Paraná- Almir Sater novamente em Cascavel, mas
agora estreando no teatro novo, o que você achou?
Almir Sater - Sim, mais uma vez. Gosto muito do povo daqui e o paranaense tem comparecido em todos os shows que eu faço, e isso me deixa muito contente, isso quer dizer que quando recebemos convite para voltar é sinal que tem sido proveitoso. Em relação ao teatro, achei muito lindo, confortável, um som excelente,
é realmente muito bom apresentar um show com todas essas boas condições.
A Voz do Paraná- Qual é o seu sentimento quando você sobe no palco, quando apresenta suas lindas músicas ao público?
Almir - Eu tenho viajado durante muito tempo cantando minhas canções, às vezes eu passo anos apresentando o mesmo show, e cada vez que eu toco as minhas canções elas vem de uma maneira diferente, de um jeito diferente, cada dia é um dia, depende do meu estado de espírito, então a impressão que eu tenho é de achar que a musica é nova, tem até canções que eu canto durante 20 anos e fico nervoso de tocar naquele momento, o coração bate muito forte, então a musica
mexe muito com a gente, e cada dia é diferente, cada show é único.
A Voz do Paraná - Não é fácil viver da música, iniciar uma carreira artística nos dias de hoje é um pouco complicado, mais difícil ainda é vender CD e ficar conhecido. Por que está tão difícil, será que é
a concorrência?
Almir - Mudou um pouco o jeito do CD chegar até as pessoas, existem outras opções, antigamente a pessoa tinha que comprar um disco, ouvir na rádio ou pegar emprestado, hoje você baixa na internet de maneira muito fácil o trabalho do artista e de forma gratuita, e às vezes esse artista teve um gasto para fazer esse trabalho, então fica meio injusto essa situação, então parece que o artista é um mal menor. Mas a indústria está se adaptando, todos nós estamos nos adaptando para esses novos momentos, ao mesmo tempo em que os meios de comunicação e a internet divulgam o trabalho, também expõem muito o trabalho do músico, de uma forma aberta.
A Voz do Paraná - E qual o conselho que você daria, para o artista que gostaria de viver da música e iniciar a carreira?
Almir - Quando você faz alguma coisa que tem arte, que emociona, sempre vai ter um espaço aberto, só que também nunca vai ter um espaço suficiente para absorver todos os artistas, porque sempre tem muito mais artista do que espaço para absorver essas artes, mas se você tiver talento, disposição, vontade, se você acreditar e ter fé, é só deixar que as coisas acontecem.
A Voz do Paraná - Algumas músicas marcaram épocas: Emoções de Roberto Carlos; Aquarela, de Toquinho; Garota de Ipanema, de Tom Jobim, etc. A música Tocando em Frente, sempre enlouquece o público, e a sua letra pode ser considerada um hino de esperança, de fé, de otimismo, porque emociona e faz a pessoa ter mais ânimo na vida diante das suas dificuldades, e a impulsiona mesmo tocar em frente.
A Voz do Paraná - Já entrevistamos você algumas vezes e já falamos de várias músicas, Cubanita, Trem do Pantanal, Um Violeiro Toca, e dessa vez, separamos três musicas para falarmos sobre elas.Vamos começar com a música Serra de Maracaju, que fala: os portugueses e os espanhóis invadiram a terra dos Guaranis, que muito tempo não ouve paz (...). De quem é a composição?
nessa região, então eu acho que tinha alguma coisa entalada na garganta de alguém e que por isso veio essa mensagem. É uma mensagem simples, uma ficção, mas que tem também muita emoção.
A Voz do Paraná - A música No Rastro da Lua Cheia
tem uma letra maravilhosa, e fala sobre o tempo, se você tivesse que voltar no tempo para viver alguns minutos, você voltaria? Em qual época?
você gosta dessa música?
A Voz do Paraná - O que representa a morte do cantor Cristiano Araújo para a música sertaneja?
A Voz do Paraná - João Paulo, que fazia dupla com Daniel, Gonzaguinha, Cristiano Araújo, e até outros artistas, morreram
nas estradas do Brasil, e dois deles voltando de shows. A vida do artista é uma correria diante de agenda lotada, onde tem que cumprir os contratos de shows. Você faz essas loucuras, de sair correndo de um lugar para o outro, já fez, ou ainda, é tranquilo quanto a isso?
Almir - A nossa profissão é uma profissão de risco, nós já fizemos muitas loucuras até com avião e monomotor, e realmente você tem que chegar ao show porque ele não pode parar, o show tem que continuar, só que às vezes existem riscos sim. O que a gente tem que fazer é rezar, a família da gente reza também. Hoje em dia procuramos fazer de uma forma mais tranquila, mas às vezes tem correria,
porque tem uma agenda que tem que ser cumprida, às vezes ocorre de um carro estragar e você está atrasado e daí tem que correr um pouquinho, e claro que isso não é nada bom, mas a vida do artista tem riscos.
A Voz do Paraná - O público sabe do seu relacionamento
de amizade com Sérgio Reis e Renato Teixeira, como foi o reencontro no palco, de vocês, em um show apresentado recentemente em Vitória?
A Voz do Paraná - Nesse novo CD que vocês estão preparando, o Renato Teixeira vai só compor ou também cantar?
A Voz do Paraná - E o CD já tem um nome?
A Voz do Paraná - Não vem por aí um CD com o nome AR?
só, se ficarmos três minutos sem ar, a gente morre.
A Voz do Paraná Para terminarmos, a tradicional mensagem
tudo razoavelmente bem e o baixo astral é esse clima na política que
contagia, e quando acabar isso vai melhorar, acho até que é proposital.
A Voz do Paraná - Enquanto isso, vamos tocando em frente?

Na foto: Almir Sater ao lado da Jornalista Sumaya Klaime, e as filhas dela: Isadora e Sarah, também foram prestigiar o show do artista.
O violeiro mais famoso do Brasil é aplaudido em pé, ovacionado pelo público
que não cansou de pedir bis.
Edição no 641 Especial - Jornal A Voz do Paraná
Página Facebook Jornal | Cascavel, 12 de julho de 2015
domingo, 7 de dezembro de 2014
Entrevista Almir Sater: "Eu me acho mais roqueiro do que sertanejo"

1] “Eu sei fazer o lê lê lê, se eu te pegar você vai ver” é apenas um dos muitos refrões do chamado “sertanejo universitário”. Como você vê essa micheltelonização da música sertaneja?
Eu tenho sentido em nível mundial, não é nem brasileiro, que depois das décadas de 60, 70 e 80, que foram fantásticas pra tudo que é tipo de arte e de cultura, nós estamos passando por uma entressafra. A entressafra do criador, aquela pessoa que nos emociona, que do nada tira um papel, escreve uma poesia na sua frente e te faz chorar. Então eu sinto falta desse criador. Acho que estamos precisando dessas pessoas. Vejo bons cantores, instrumentistas, boas escolas de música, mas aquela pessoa que independe de estudo, que é uma coisa de talento, eu sinto falta.
2] Se você tivesse que catalogar seus discos para colocar na seção de uma loja em qual categoria você se incluiria?
Essa é a pergunta mais difícil que existe. As pessoas morrem de rir, mas
eu não me considero sertanejo. Eu me acho mais roqueiro do que
sertanejo. Eu gosto muito da música pop mundial, assim como de Tião
Carreiro, Vieira e Vieirinha, Tonico e Tinoco. Eu sou da geração dos
Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, mas também Alceu Valença, Sá e
Guarabira, Renato Andrade. Minha mãe era professora de inglês, então eu
cresci cantando country music e blues. Ouço bastante música folclórica
chilena. Eu acho que eu misturo tudo isso.
3] “Pantanal” foi a primeira novela não global a fazer
sucesso e também a sua estreia na televisão. O que representou para a
sua carreira?
Eu divido a minha vida artística em antes e depois de “Pantanal.” Antes
eu até tocava melhor, mas era mais difícil levar minha música para
longe. Depois da novela, facilitou demais. As pessoas começaram a me
chamar para fazer show em todo o Brasil. É o que todo artista deseja. Eu
tive essa felicidade. Para mim foi o grande divisor de águas.
4] Depois disso você fez outras novelas, gravou comerciais e
tudo mais. Você já se considera um ator, capaz de interpretar e tudo
mais, ou sente que está ali apenas quebrando um galho?
Eu sou é violeiro. Na verdade, violeiro e compositor. Como eu compunha
muito, comecei a pegar o jeito de cantar minhas músicas. Eu não sou um
bom cantor, mas melhorei. A minha participação na novela era para ser
uma ponta, que acabou se esticando demais.
5] A sua ligação com o Pantanal fez com que seu nome ficasse
vinculado à defesa do meio ambiente. Você pensou ou pensa em seguir
carreira política com essa bandeira?
Mais ou menos. Uns anos atrás eu fui convidado lá em Mato Grosso para
disputar cargo majoritário. Eu pedi um tempo para pensar. Na época eu
estava morando no Pantanal e fiquei pensando se isso seria benéfico.
Depois acabei sendo presidente de uma Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público (Ocip) de defesa do Pantanal e não foi uma experiência
muito boa. Achei muito difícil. Eu acho que o artista tem que fazer
arte. As coisas administrativas e burocráticas são pra quem tem talento
para fazer isso.
6] O Ministério da Educação liberou mais de R$ 4 milhões para
Luan Santana e outros quase R$ 6 milhões para Cláudia Leite. Como você
vê isso?
Eu não sei. Se é legal eu não posso falar nada. O Luan Santana tem tanto
direito quanto o João das Couves ali na esquina. Se ele pode captar
esses recursos e as empresas preferem investir o dinheiro dos impostos
nele, fazer o quê?
7] Você não acha que esse dinheiro todo seria melhor aplicado
em artistas que não têm um público tão fidelizado ou então que
realmente possuem boa qualidade musical?
Aí é uma questão de preferência de quem está doando o dinheiro. Eu não
posso julgar. Se é legal, ele tem todo o direito. Não sei se é ético,
mas é legal.
Reproduzido do Site: 7P: Almir Sater | 21 de outubro de 2014