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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

ALMIR SATER EM ENTREVISTA INÉDITA PARA O REGIONAL



“O momento em que faço uma canção, componho uma canção 
que me agrada,
 é uma sensação de estado de graça, é muito bom então 
para o compositor
 compor uma música é sinal de que ele 
está vivo.” 
 Almir Sater



Durante a passagem por Catanduva/SP para apresentação 
no SESC, em homenagem ao “Dia do Comerciário”, 
com ingressos Esgotados com bastante antecedência, 

Almir Sater concedeu uma entrevista exclusiva ao 
Jornal  O Regional onde fala sobre sua carreira, 
 a valoração da viola, suas influências musicais, 
novelas, Tião Carreiro, suas canções e claro 
o novo trabalho
 “AR” em parceria com Renato Teixeira e
 que podemos aguardar para 2.017. 
Vem mais AR por aí.

Acompanhe a entrevista na íntegra,  a seguir:

👇 


‘Cada um Toca a Música Conforme Toca o Seu Coração’


                           Por Cíntia Souza
                           Da Reportagem Local 


O Regional - Você é um dos responsáveis pelo resgate da viola de 10 cordas. 
Como se sente com esse feito?
Almir Sater - Acho que é um certo exagero isso ai. As pessoas ficam 
depositando na gente umas responsabilidades que às vezes 
não são nossas. Eu quando comecei a tocar viola já tinha 
grandes violeiros já, resgatando a viola, o próprio Tião Carreiro. 
Pessoas com uma linguagem diferente na viola. 
Eu apenas era de uma geração um pouco diferente, então trazia um pouco, algumas influências diferentes. Isso ai que trouxe um pouco de vitrine 
e visibilidade, mas não me acho responsável por resgatar nada. 

O Regional - Considera Tião Carreiro seu mestre? 
Quais foram os principais ensinamentos que pode ter com ele?
Almir Sater - O Tião Carreiro quando comecei a tocar viola caipira 
eu lembro que um amigo meu me falou assim 
- você quer tocar viola caipira? Compra, tem dois discos 
do Tião Carreiro que são só solos de moda de viola. 
Compra para você ter uma ideia. 
Eu comprei os dois discos do Tião Carreiro de solo de viola 
e realmente me deu uma noção do que era o som da viola.
 Não sei tocar as músicas dele, do Tião, nunca soube tocar as músicas 
do Tião, sou um compositor que toco minhas músicas, mas aquele disco 
me ajudou muito. Sobre os ensinamentos acho que tem que juntar 
três violeiros para você ter uma base de viola caipira, 
que é o Tião Carreiro, que é fundamental, outro grande violeiro 
que tem uma técnica fantástica chama-se Renato Andrade 
e o terceiro que tem uma espontaneidade e um toque caboclo
 que é Zé Coco do Riachão, são três pessoas que já desencarnaram, 
já estão no outro mundo, mas que deixaram muita coisa para
 a gente poder aprender e acrescentar se possível.  

O Regional - São eles que são as suas influências? 
Almir Sater - Na parte de viola caipira sim. 
Agora tenho minhas influências da minha geração, do meu tipo de som, 
que vão muito além da viola caipira, coisa da minha geração 
de The Beatles, Pink Floyd, de Sá e Guarabira, sempre gostei
 de um rock rural.

O Regional - O rock te ajuda nas composições, nas produções? 
Almir Sater - Eu venho de uma geração roqueira. 
A pessoa pergunta por que eu sou? Sertanejo? 
Sou roqueiro, toco viola caipira, mas eu venho de uma geração
 roqueira, 
do folk, folk rock e da viola caipira também, então é a soma 
disso tudo ai.

O Regional - Quais foram as principais mudanças da música 
caipira na atualidade?
Almir Sater - Cada época tem seu sotaque, cada cidade tem 
sua maneira de se expressar, cada região tem uma viola caipira, 
tem um toque, então a música sertaneja vai se modificando. 
Na minha época também existia música romântica, música 
de influência dos mariachi mexicanos, algumas que eram mais 
bregas que o pessoal falava também, então sempre teve esse tipo. 
Cada um toca a música conforme toca o seu coração e não sou eu 
que vou julgar o que é que é bom e o que é ruim, eu julgo 
pelo meu trabalho.  

O Regional - Tem mais de 40 anos de carreira. 
Se pudesse nomear os momentos mais marcantes, quais deles seriam?
Almir Sater - O momento mais marcante da carreira é quando você 
recebe o primeiro convite para gravar um disco, isso é inesquecível. 
O primeiro show que a gente faz a gente nunca esquece, 
os primeiros a gente nunca esquece.

O Regional - Soma mais de 10 discos solos gravados, 
quais são as músicas que foram as mais marcantes?
Almir Sater - Tem várias músicas, músicas que foram importantes 
naquele momento, como “Peão” foi importante, 
“Tocando em Frente” foi importante, 
a própria “Chalana” que não é musica minha, nunca gravei, 
mas o diretor não achava aquela música para entrar 
em uma cena e pediu para eu gravar só um pedacinho que eu 
nunca mais iria ouvir. 
Essas coisas vão ficando e se eternizando na vida da gente. 

O Regional - Além de músico também interpretou personagens 
na televisão. Como foi essa experiência para você? 
Almir Sater - Já tinha feito uns filmes já e quando me chamaram 
para a TV era um personagem que tinha a ver comigo, que tocava viola, 
trabalhava no pantanal, tinha tudo a ver comigo, gostei muito eu ia 
fazer só aquele bico e acabei fazendo mais três novelas depois, 
e foi bom, ajudou muito a divulgar o meu trabalho, a minha imagem 
foi pra muito longe e atrás veio um pouco o som da minha viola, 
as novelas me ajudaram muito, naquele momento foram muito importantes, 
faria tudo de novo, mas hoje não quero mais. 

O Regional - O que a música representa para você?
Almir Sater - A musica é o meu sustento, é o que cria a minha família, 
é o que me faz mais feliz do que tudo. O momento em que faço 
uma canção, componho uma canção que me agrada, é uma sensação 
de estado de graça, é muito bom então para o compositor compor 
uma música é sinal de que ele está vivo.

O Regional - Lançou um álbum com Renato Teixeira no ano passado.
 Existe um novo projeto da parceira de vocês que deve ser lançado em breve? 
Almir Sater - Fizemos um disco e gostamos tanto que resolvemos 
continuar fazendo o volume dois desse disco, vamos continuar o disco, 
lançar esse e continuar fazendo o próximo que está praticamente pronto. 
Fizemos todas as músicas nesse ano, motivados pelo disco, 
e a motivação na vida de todo mundo é muito importante, 
na vida de todos, na música mais ainda então a gente acabou fazendo 
mais umas canções, gravamos agora e vamos fazer no mesmo estilo, 
mesmo jeito que a gente fez o outro disco e provavelmente deve estar
 por volta de março, abril, maio por aí

domingo, 29 de maio de 2016

DIA DE PEIXE FRITO E DE ALMIR SATER EM ENTREVISTA INÉDITA



Em uma das canções do seu novo trabalho, 
"Peixe Frito", do CD "AR" em parceria com Renato Teixeira, 
Almir Sater diz que, o fim de semana é pra gente sonhar, de preferência 
em um lugar aconchegante e junto dos nossos.  

O disco já se encontra à venda nas Melhores Lojas e nas 
plataformas digitais e entre os finalistas do Prêmio Música Brasileira
em duas categoria:
Melhor Álbum e Dupla Regional.



Mas, neste domingo, o  violeiro vai ter que sair de sua toca 
e calmaria para encerrar com chave de ouro a 
Virada Cultural em Mogi das Cruzes, às 18h30. 

Depois, a partir das 21h30, a Rádio Rancho da Traíra nos presenteia 
 com uma entrevista exclusiva e inédita com o artista, através do site  http://www.radioranchodatraira.com.br/   

Portanto, imperdível. Nós só agradecemos!

sábado, 30 de abril de 2016

ALMIR SATER E SUAS RAÍZES PROFUNDAS.




Muito Além das Fronteiras... 

Em Abril de 2007 - Almir Sater concedeu uma entrevista para a Revista Acústico - sobre o seu recém lançado CD 7 Sinais. Depois de 9 anos, o compositor e violeiro gravou em Dezembro passado, um projeto que vai além das expectativas. Desta vez, em parceria com Renato Teixeira, intitulado "AR" leva as iniciais dos artistas. Gravado entre o Brasil e Nashville (EUA) e produção do norte-americano Eric Silver, o Álbum conta com 10 faixas inéditas. 

O disco navega por diversas vertentes, como a junção da música rural com o country americano, o bluegrass, rock dos anos 70, com o purismo da música caipira e da poesia bucólica. Distribuído pela Universal Music, leva o selo Som de Gringo e já à venda nas plataformas digitais e lojas do Brasil. Entre um e outro 9 anos se passaram. Mas em 2007 - Almir fala sobre os instrumentos que gosta e usa nos shows, como criou canções com violõezinhos de brinquedos, seu respeito pela Música Caipira, o que levou a atuar em novelas, seus estilos, suas fusões e flertes com vários gêneros musicais, as participações especiais dos acordeonistas no disco 7 Sinais, o saudoso Dominguinhos e o gaúcho Luiz Carlos Borges e claro, os discos que influenciaram sua carreira, entre eles Tião Carreiro e Pink Floyd e dicas sobre como afinações e marcas.
A Seguir trechos mais relevantes: Por Loira Dobem ზ Assessoria Digital.



Como surgiu seu interesse pela Música?

AS - Sempre fui um apaixonado por Música tanto que esse era assunto recorrente quando encontrava com meus amigos. Comecei a tocar violão ainda menino.

Como surgiu o interesse pelo violão?
AS - Achava um instrumento muito bonito e, desde menino, sempre gostei de música caipira. Comecei a tocar na época da Jovem Guarda e era vidrado em rock and roll, flamenco e clássico, tanto que escutava Bach e Villa-Lobos. Nunca fui um excelente violonista, mas era curioso. O que eu queria, porém, era um som pesado. E isso ele não me dava. Foi quando descobri a viola "caipira" e achei o timbre que procurava.

Quando você completou 20 anos, estava no Rio e viu um show de violeiros...
AS - Isso. Por incrível que pareça, foi a primeira vez que vi esse instrumento.

Então, você voltou para Campo Grande e resolveu trocar de instrumento. Como foi a transição?
AS- Quando peguei a viola, já saí tocando. E, no outro dia, estava compondo. Parecia que aquilo estava guardado dentro de mim. Um amigo meu de Campo Grande, músico amador, falou para eu ouvir, dois discos do Tião Carreiro: Modas de Viola Classe "A" volume 1 e 2. E, isso me ajudou demais, principalmente quando eu o conheci pessoalmente.

Houve muita dificuldade na adaptação do novo instrumento?
AS - Não. Aprendi a afinação mais tradicional e saí tocando. Tinham algumas coisas mais difíceis de seres feitas, como rasqueados e batidões. Fui incorporando essas técnicas ouvindo o Tião. Cada vez que encontrava com ele, pedia para tocar umas músicas, além de dar dicas, pois é impossível compreender algumas coisas só ouvindo.

Mas o aprendizado foi todo autodidata?
AS- Isso. Sempre estudei e aprendi sozinho. Aproveitava para escutar os discos dele e, também, de outros violeiros.

Você sofreu alguma influência do Paraguai por sua avó ser de lá?
AS- Sim, muito. Campo Grande era uma cidade onde os habitantes costumavam sair à noite para ouvir música ao vivo, e quem animavam essas festas eram os paraguaios. Até hoje é assim. As canções daquele país foram importantes para a minha carreira.
 

Qual Carreira ajudou mais a outra: a de ator ou de músico?
AS- Acredito que o músico ajudou mais o ator. Quando me chamaram para fazer a novela e o filme, foi porque eu já era instrumentista. Mas não tenha dúvida que quando apareci na televisão isso ajudou muito minha carreira, pois divulgou o meu trabalho. Infelizmente, essas aparições atrapalharam um pouco, já que não tinha tempo para estudar. Em compensação, fiquei mais famoso.

No disco Cria, você inovou e colocou guitarras, teclados, baixo e saxofone. Por que resolveu incorporar todos esses instrumentos?
AS- Foi um álbum repleto de fusões. Sempre gostei de um som mais pesado e as músicas escolhidas tinham uma sonoridade assim. Além disso, naquela época trabalhava com um violão de 12 cordas com afinação aberta. Por isso, sentia que o resultado seria bom.

E, atualmente você tem preferência por algum instrumento?
AS - Gosto mais da viola. Neste último disco, o 7 Sinais, porém, trabalho muito com um violãozinho de criança.

Como assim ?
AS- Gravei o Instrumental 2, que tem "Moura", um tema para pequeno violão e orquestra. Para executar aquela música, utilizei um instrumento que o Renato e eu compramos numa rodoviária para presentear o Chico Teixeira que, na época era, era neném. Fui tocando-o de Mairiporã até a Serra da Cantareira e achei o som muito lindo. Virei para o companheiro e falei: "Ele é muito pequeno e vai estragar. Quando crescer eu devolvo". Fiz aquela canção e fui gostando mais da sonoridade, mas, depois, entreguei ao dono.

E por que resolveu incluir o violão de criança no novo trabalho?
AS- A minha sobrinha ganhou um instrumento assim e, como era muito pequena, peguei emprestado também. O Chico ofereceu o dele, mas eu disse que só gravava com violão de criança. Esse instrumento possibilitou que eu ficasse deitado na rede durante todo o dia e, por isso, as canções recentes foram compostas com o auxílio dele. Tanto que o utilizei na gravação em quatro ou cinco faixas.

Dominguinhos e Luis Carlos Borges participaram de seu disco. Por que pensou nesses artistas?
AS- Algumas músicas apresentavam uma sonoridade que eles se encaixavam perfeitamente. Sou fã do Dominguinhos e, por isso, fui atrás. Quando conseguir falar, ele estava voltando da Bahia. Aproveitou a jornada, passou no meu estúdio e matou de primeira. Sua performance enriqueceu o disco. Já o Luis Carlos Borges ficou aqui uns dois dias para conhecer os integrantes da banda e participar do CD. Outro artista que também gravou foi o baterista Maguinho, que deu um destaque maravilhoso.

Quais são seus os seus próximos projetos?
AS- Pretendo acabar a novela em que estou envolvido desde Março ( Bicho do Mato em 2006). Acredito que vou retornar à tarefa de Compositor. Além disso, recentemente fui convidado para fazer um DVD com o making of do 7 Sinais. Filmamos muitas coisas e, por isso, estava pensando em disponibilizar esse material. Não gostaria de lançar apenas um de shows.

Qual o seu setup de Shows?
AS - Costumo usar minha velha viola Del Vecchio construída em 1979, e outra feita pelo luthier Joacir de Carvalho. Além disso, tenho dois violões Taylor, um de 12 e outro de 6 cordas, e um tonante, que faz tempo que não levo a um show. As cordas são da Elixir, tensão livre.

E para gravação?
AS- São os mesmos instrumentos. Só usei um Martin de seis cordas para fazer um som mais metálico.

Como costuma gravar o seu violão?
AS- Depende muito da sonoridade que quero atingir. Gosto de usar dois microfones e linha. A soma de tudo isso dá um efeito bom. Costumo posicionar o AKG no 12° traste e o Bruel, no cavalete. Na viola é a mesma coisa.

O que você acha da Música Sertaneja Atual?
AS- Gosto de música de raiz, dos grandes violeiros. Isso sempre me encantou.

Quais foram os principais discos que influenciaram sua carreira?
AS- Essa pergunta é complicada. Acredito que Modas de Viola Classe "A" volume 1 e 2, do Tião Carreiro, A Fantástica Viola de Renato Andrade e alguns do James Taylor, Pink Floyd e Jethro Tull. Além deles, gosto muito de Zé Ramalho e Fagner.

Para ler na íntegra, assine ou compre a revista:
Fonte: Revista Acústico -a arte de tocar violão. Edição Abril 2007.
Texto: Rafael Furugem
Foto: Namour Fotografia. 


Discografia completa de Almir Sater: Discografia
AR nas plataformas digitais: https://umusicbrazil.lnk.to/DDeDestino

Foto: Encarte CD "AR" - Eduardo Galeno.


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ALMIR SATER FALA DE SUAS PAIXÕES: MÚSICA E PECUÁRIA













Como no quintal de Casa: em sua varanda, Almir Sater, fala de suas paixões: música e pecuária.

 


Em um cenário cercado do verde e natureza, o compositor, instrumentista 
e cantor Almir  Sater  fala com exclusividade para o bfedicao em uma 
reportagem produzida e entrevistado por Rosa Cabral. 

O Artista revela de forma descontraída sobre seu início de carreira, a 
paixão pela natureza, a simplicidade e o orgulho que sente em ser 
pantaneiro. Enaltece os seus dois parceiros musicais Renato Teixeira e Paulo Simões (cada um trabalha de um jeito diferente, mas os dois se completam), e 
não abre mão de compor com eles. Fala a respeito da do bem sucedido cruzamento da  raça Senepol  com os touros americanos, da qual o resultado
é dos mais satisfatórios.

Assista o vídeo na íntegra, sobre um dos mais importantes Artistas da Música Popular Brasileira:

quarta-feira, 15 de julho de 2015

TOCANDO EM FRENTE, MAS COM OS PÉS NO CHÃO

Durante passagem no sul, em Junho 26, para uma série de shows, o vompositor, cantor e instrumentista Almir Sater, concedeu uma entrevista exclusiva, para o Jornal A Voz do Paraná, através da Jornalista Sumaya Klaime, declaradamente fã do Artista também.

















Um dos mais importantes artistas da Música Popular Brasileira, Almir fala um pouco de suas canções, o risco da profissão em viver nas estradas, sobre seu novo projeto AR,  
em parceria com Renato Teixeira, que será produzido pelo norte-americano, Eric Silver, entre outras coisas.

Acompanhe na íntegra, a entrevista inédita de Almir Sater, com a jornalista Sumaya Klaime, a seguir




Com mais de 30 anos de carreira e 10 discos gravados, Almir Sater, considerado um dos artistas mais completos, ele é único, é também emoção e leva a verdade
através das suas canções, toca com o coração e emociona os mais endurecidos e suas musicas refletem todo o sentimento de um artista que já nasceu pronto, e que canta e encanta a todos, por isso deixemo-nos contagiar pela energia da sua viola, e cantemos junto com ele, porque como diz o adágio popular “quem canta seus males espanta”.

A banda de Sater é composta por Reginaldo Feliciano (contrabaixo), Marcelus Anderson (sanfona), Guilherme Cruz (violão), Rodrigo Sater (Violão e vocal), Gisele Sater (vocal), e apesar de ter duas pessoas da família, como seus irmãos Rodrigo e Gisele, ele considera toda a equipe a sua família, pelo companheirismo, lealdade e o tempo em que ficam juntos, viajando e participando
em média de 20 shows por mês.

A Voz do Paraná- Almir Sater novamente em Cascavel, mas
agora estreando no teatro novo, o que você achou?


Almir Sater - Sim, mais uma vez. Gosto muito do povo daqui e o paranaense tem comparecido em todos os shows que eu faço, e isso me deixa muito contente, isso quer dizer que quando recebemos convite para voltar é sinal que tem sido proveitoso. Em relação ao teatro, achei muito lindo, confortável, um som excelente,
é realmente muito bom apresentar um show com todas essas boas condições.

A Voz do Paraná- 
Qual é o seu sentimento quando você sobe no palco, quando apresenta suas lindas músicas ao público?

Almir - Eu tenho viajado durante muito tempo cantando minhas canções, às vezes eu passo anos apresentando o mesmo show, e cada vez que eu toco as minhas canções elas vem de uma maneira diferente, de um jeito diferente, cada dia é um dia, depende do meu estado de espírito, então a impressão que eu tenho é de achar que a musica é nova, tem até canções que eu canto durante 20 anos e fico nervoso de tocar naquele momento, o coração bate muito forte, então a musica
mexe muito com a gente, e cada dia é diferente, cada show é único.

A Voz do Paraná - Não é fácil viver da música, iniciar uma carreira artística nos dias de hoje é um pouco complicado, mais difícil ainda é vender CD e ficar conhecido. Por que está tão difícil, será que é
a concorrência?


Almir - Mudou um pouco o jeito do CD chegar até as pessoas, existem outras opções, antigamente a pessoa tinha que comprar um disco, ouvir na rádio ou pegar emprestado, hoje você baixa na internet de maneira muito fácil o trabalho do artista e de forma gratuita, e às vezes esse artista teve um gasto para fazer esse trabalho, então fica meio injusto essa situação, então parece que o artista é um mal menor. Mas a indústria está se adaptando, todos nós estamos nos adaptando para esses novos momentos, ao mesmo tempo em que os meios de comunicação e a internet divulgam o trabalho, também expõem muito o trabalho do músico, de uma forma aberta.

A Voz do Paraná - E qual o conselho que você daria, para o artista que gostaria de viver da música e iniciar a carreira?

Almir - Quando você faz alguma coisa que tem arte, que emociona, sempre vai ter um espaço aberto, só que também nunca vai ter um espaço suficiente para absorver todos os artistas, porque sempre tem muito mais artista do que espaço para absorver essas artes, mas se você tiver talento, disposição, vontade, se você acreditar e ter fé, é só deixar que as coisas acontecem.

A Voz do Paraná - Algumas músicas marcaram épocas: Emoções de Roberto Carlos; Aquarela, de Toquinho; Garota de Ipanema, de Tom Jobim, etc. A música Tocando em Frente, sempre enlouquece o público, e a sua letra pode ser considerada um hino de esperança, de fé, de otimismo, porque emociona e faz a pessoa ter mais ânimo na vida diante das suas dificuldades, e a impulsiona mesmo tocar em frente.

Almir - A letra dessa música tem uma mensagem muito bonita, e trás algo muito positivo para as pessoas, e agora, me convidaram novamente para entrar com essa música em outra novela, acho que é a décima novela que essa música participa. Eu fico impressionado com a força que essa música possui, e ela veio por conta dela mesma, nós fomos apenas os emissários, só recebemos essa mensagem para passarmos adiante, ela veio muito pronta, então é uma música que tem uma luz muito bonita, nos faz feliz e faz as pessoas muito felizes.

A Voz do Paraná - Já entrevistamos você algumas vezes e já falamos de várias músicas, Cubanita, Trem do Pantanal, Um Violeiro Toca, e dessa vez, separamos três musicas para falarmos sobre elas.Vamos começar com a música Serra de Maracaju, que fala: os portugueses e os espanhóis invadiram a terra dos Guaranis, que muito tempo não ouve paz (...). De quem é a composição?

Almir - É uma música minha e do Paulo Simões, e foi a primeira música que fizemos numa região que nós gostamos muito, que é a Serra de Maracaju, fizemos num lugar que tem um dos céus mais bonitos, e foi a primeira música que fizemos
nessa região, então eu acho que tinha alguma coisa entalada na garganta de alguém e que por isso veio essa mensagem. É uma mensagem simples, uma ficção, mas que tem também muita emoção.

A Voz do Paraná - A música No Rastro da Lua Cheia
tem uma letra maravilhosa, e fala sobre o tempo, se você tivesse que voltar no tempo para viver alguns minutos, você voltaria? Em qual época?


Almir - Essa música tem uma parte que fala assim: o tempo faz, tempo desfaz e vai além sempre, então não dá para voltar no tempo.

A Voz do Paraná - Outra música muito bonita é a Mochileira,
você gosta dessa música?


Almir - Essa música é de um amigo meu, um grande artista da minha terra, Geraldo Roca, e quando éramos jovens na época com uns 16 anos, nós gostávamos muito de tocar essa música e gravamos porque é uma música muito bonita e todo mundo gosta, a nossa geração, os mais novos, os mais velhos, todos gostam, é uma música também muito especial e que marcou uma época. Inclusive precisamos incluí-la no repertório dos shows, porque as pessoas estão me pedindo muito para tocá-la.

A Voz do Paraná - O que representa a morte do cantor Cristiano Araújo para a música sertaneja?

Almir - Eu não conheci o trabalho do Cristiano Araújo, admito que sou um pouco ignorante em trabalho de novos artistas, mas sempre quando uma estrela cai é ruim, ainda mais um artista jovem, novo, que emocionava um monte de gente e morrer de uma forma tão derradeira, violenta, é muito triste mesmo.

A Voz do Paraná - João Paulo, que fazia dupla com Daniel, Gonzaguinha, Cristiano Araújo, e até outros artistas, morreram
nas estradas do Brasil, e dois deles voltando de shows. A vida do artista é uma correria diante de agenda lotada, onde tem que cumprir os contratos de shows. Você faz essas loucuras, de sair correndo de um lugar para o outro, já fez, ou ainda, é tranquilo quanto a isso?

Almir - A nossa profissão é uma profissão de risco, nós já fizemos muitas loucuras até com avião e monomotor, e realmente você tem que chegar ao show porque ele não pode parar, o show tem que continuar, só que às vezes existem riscos sim. O que a gente tem que fazer é rezar, a família da gente reza também. Hoje em dia procuramos fazer de uma forma mais tranquila, mas às vezes tem correria,
porque tem uma agenda que tem que ser cumprida, às vezes ocorre de um carro estragar e você está atrasado e daí tem que correr um pouquinho, e claro que isso não é nada bom, mas a vida do artista tem riscos.

A Voz do Paraná - O público sabe do seu relacionamento
de amizade com Sérgio Reis e Renato Teixeira, como foi o reencontro no palco, de vocês, em um show apresentado recentemente em Vitória?


Almir - Foi muito lindo, o Renato é meu parceiro de música, o Sergão é meu parceiro de novela, e eles têm um show juntos, então nós fizemos dois shows, eu fiz o meu, e depois eles fizeram o deles que se chama Amizade Sincera, e naquele "intervalozinho" nós fizemos uma brincadeira, tocamos umas músicas juntos e o clima ficou bom, a gente combinada.

A Voz do Paraná - Em 1989 você gravou em Nashville o CD Rasta Bonito e Eric Silver participou, será que mais uma vez teremos o encontro da viola com o banjo americano?

Almir - Eu estava produzindo um disco meu e do Renato Teixeira, mas estava ficando muito parecido com o meu som, e eu apaguei tudo e chamei o Eric para produzir, fazer um show diferente e começamos a fazer um som caseiro. Foi muito bom termos chamado o Eric, porque tinha que ter alguém para nos pressionar, para que terminássemos logo esse disco, porque o Renato tem muito show, eu tenho muito show, e o disco foi sendo adiado e quando você envolve uma terceira pessoa e que vem de longe para gravar aqui, tivemos que arrumar um horário, daí gravamos e foi muito bom, porque nos pressionou um pouco e trabalhamos sob pressão (risos).

A Voz do Paraná - Nesse novo CD que vocês estão preparando, o Renato Teixeira vai só compor ou também cantar?

Almir - O Renato vai entrar com a composição e também cantando.

A Voz do Paraná - E o CD já tem um nome?

Almir - Eu ainda não vou falar, será surpresa para o público.

A Voz do Paraná - Não vem por aí um CD com o nome AR?

Almir - Como você sabe? (risos). É AR, A de Almir e R de Renato, e veja
só, se ficarmos três minutos sem ar, a gente morre.

A Voz do Paraná 
Para terminarmos, a tradicional mensagem
para os brasileiros, já que estamos passando por uma fase difícil.

Almir - Eu acho que é só um baixo-astral político, acho também que está
tudo razoavelmente bem e o baixo astral é esse clima na política que
contagia, e quando acabar isso vai melhorar, acho até que é proposital.

A Voz do Paraná - Enquanto isso, vamos tocando em frente?

Almir - Sim, mas, com os pés no chão.




Na foto: Almir Sater ao lado da Jornalista Sumaya Klaime, e as filhas dela: Isadora e Sarah, também foram prestigiar o show do artista.

O violeiro mais famoso do Brasil é aplaudido em pé, ovacionado pelo público
que não cansou de pedir bis.

Edição no 641 Especial - Jornal A Voz do Paraná
Página Facebook Jornal | Cascavel, 12 de julho de 2015
Imagens e Entrevista - Por Sumaya Klaime

domingo, 7 de dezembro de 2014

Entrevista Almir Sater: "Eu me acho mais roqueiro do que sertanejo"

Em passagem por Rio Verde, o autor de “Tocando em frente” conversou com a King sobre sua carreira profissional e lamentou a falta de artistas autênticos no mercado. O violeiro, que divide a vida em antes e depois da novela “Pantanal”, falou ainda sobre meio ambiente, política e que se considera roqueiro.


1] “Eu sei fazer o lê lê lê, se eu te pegar você vai ver” é apenas um dos muitos refrões do chamado “sertanejo universitário”. Como você vê essa micheltelonização da música sertaneja?

Eu tenho sentido em nível mundial, não é nem brasileiro, que depois das décadas de 60, 70 e 80, que foram fantásticas pra tudo que é tipo de arte e de cultura, nós estamos passando por uma entressafra. A entressafra do criador, aquela pessoa que nos emociona, que do nada tira um papel, escreve uma poesia na sua frente e te faz chorar. Então eu sinto falta desse criador. Acho que estamos precisando dessas pessoas. Vejo bons cantores, instrumentistas, boas escolas de música, mas aquela pessoa que independe de estudo, que é uma coisa de talento, eu sinto falta.

2] Se você tivesse que catalogar seus discos para colocar na seção de uma loja em qual categoria você se incluiria?

Essa é a pergunta mais difícil que existe. As pessoas morrem de rir, mas eu não me considero sertanejo. Eu me acho mais roqueiro do que sertanejo. Eu gosto muito da música pop mundial, assim como de Tião Carreiro, Vieira e Vieirinha, Tonico e Tinoco. Eu sou da geração dos Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, mas também Alceu Valença, Sá e Guarabira, Renato Andrade. Minha mãe era professora de inglês, então eu cresci cantando country music e blues. Ouço bastante música folclórica chilena. Eu acho que eu misturo tudo isso.

3] “Pantanal” foi a primeira novela não global a fazer sucesso e também a sua estreia na televisão. O que representou para a sua carreira?

Eu divido a minha vida artística em antes e depois de “Pantanal.” Antes eu até tocava melhor, mas era mais difícil levar minha música para longe. Depois da novela, facilitou demais. As pessoas começaram a me chamar para fazer show em todo o Brasil. É o que todo artista deseja. Eu tive essa felicidade. Para mim foi o grande divisor de águas.

4] Depois disso você fez outras novelas, gravou comerciais e tudo mais. Você já se considera um ator, capaz de interpretar e tudo mais, ou sente que está ali apenas quebrando um galho?

Eu sou é violeiro. Na verdade, violeiro e compositor. Como eu compunha muito, comecei a pegar o jeito de cantar minhas músicas. Eu não sou um bom cantor, mas melhorei. A minha participação na novela era para ser uma ponta, que acabou se esticando demais.

5] A sua ligação com o Pantanal fez com que seu nome ficasse vinculado à defesa do meio ambiente. Você pensou ou pensa em seguir carreira política com essa bandeira?

Mais ou menos. Uns anos atrás eu fui convidado lá em Mato Grosso para disputar cargo majoritário. Eu pedi um tempo para pensar. Na época eu estava morando no Pantanal e fiquei pensando se isso seria benéfico. Depois acabei sendo presidente de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Ocip) de defesa do Pantanal e não foi uma experiência muito boa. Achei muito difícil. Eu acho que o artista tem que fazer arte. As coisas administrativas e burocráticas são pra quem tem talento para fazer isso.

6] O Ministério da Educação liberou mais de R$ 4 milhões para Luan Santana e outros quase R$ 6 milhões para Cláudia Leite. Como você vê isso?

Eu não sei. Se é legal eu não posso falar nada. O Luan Santana tem tanto direito quanto o João das Couves ali na esquina. Se ele pode captar esses recursos e as empresas preferem investir o dinheiro dos impostos nele, fazer o quê?

7] Você não acha que esse dinheiro todo seria melhor aplicado em artistas que não têm um público tão fidelizado ou então que realmente possuem boa qualidade musical?

Aí é uma questão de preferência de quem está doando o dinheiro. Eu não posso julgar. Se é legal, ele tem todo o direito. Não sei se é ético, mas é legal.

Reproduzido do Site: 7P: Almir Sater | 21 de outubro de 2014
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