quinta-feira, dezembro 11, 2014
— Já me classificaram de sertanejo chic, sertanejo, caipira, eu acho que sou meio roqueiro assim, o pessoal acha meio estranho, fazer o quê, meu jeito de tocar a viola, é um jeito assim, das minhas influências, das coisas que ouvia...
— Fiz novelas também. Novelas fizeram muito sucesso, me aproximaram de um grande público e me adotou, aí descobriu que eu era Músico, muito mais do que ator, bem mais do que ator... e a soma de vários fatores faz com que pessoas, de crianças até crianças de 90 anos e poucos, frequentarem nossos shows..isso é música popular brasileira.
— Acho que o DVD devassa muito o artista. Ele fica fácil, vulnerável, banal.
domingo, dezembro 07, 2014
1] “Eu sei fazer o lê lê lê, se eu te pegar você vai ver” é apenas um dos muitos refrões do chamado “sertanejo universitário”. Como você vê essa micheltelonização da música sertaneja?
Eu tenho sentido em nível mundial, não é nem brasileiro, que depois das décadas de 60, 70 e 80, que foram fantásticas pra tudo que é tipo de arte e de cultura, nós estamos passando por uma entressafra. A entressafra do criador, aquela pessoa que nos emociona, que do nada tira um papel, escreve uma poesia na sua frente e te faz chorar. Então eu sinto falta desse criador. Acho que estamos precisando dessas pessoas. Vejo bons cantores, instrumentistas, boas escolas de música, mas aquela pessoa que independe de estudo, que é uma coisa de talento, eu sinto falta.
2] Se você tivesse que catalogar seus discos para colocar na seção de uma loja em qual categoria você se incluiria?
Essa é a pergunta mais difícil que existe. As pessoas morrem de rir, mas eu não me considero sertanejo. Eu me acho mais roqueiro do que sertanejo. Eu gosto muito da música pop mundial, assim como de Tião Carreiro, Vieira e Vieirinha, Tonico e Tinoco. Eu sou da geração dos Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, mas também Alceu Valença, Sá e Guarabira, Renato Andrade. Minha mãe era professora de inglês, então eu cresci cantando country music e blues. Ouço bastante música folclórica chilena. Eu acho que eu misturo tudo isso.
3] “Pantanal” foi a primeira novela não global a fazer sucesso e também a sua estreia na televisão. O que representou para a sua carreira?
Eu divido a minha vida artística em antes e depois de “Pantanal.” Antes eu até tocava melhor, mas era mais difícil levar minha música para longe. Depois da novela, facilitou demais. As pessoas começaram a me chamar para fazer show em todo o Brasil. É o que todo artista deseja. Eu tive essa felicidade. Para mim foi o grande divisor de águas.
4] Depois disso você fez outras novelas, gravou comerciais e tudo mais. Você já se considera um ator, capaz de interpretar e tudo mais, ou sente que está ali apenas quebrando um galho?
Eu sou é violeiro. Na verdade, violeiro e compositor. Como eu compunha muito, comecei a pegar o jeito de cantar minhas músicas. Eu não sou um bom cantor, mas melhorei. A minha participação na novela era para ser uma ponta, que acabou se esticando demais.
5] A sua ligação com o Pantanal fez com que seu nome ficasse vinculado à defesa do meio ambiente. Você pensou ou pensa em seguir carreira política com essa bandeira?
Mais ou menos. Uns anos atrás eu fui convidado lá em Mato Grosso para disputar cargo majoritário. Eu pedi um tempo para pensar. Na época eu estava morando no Pantanal e fiquei pensando se isso seria benéfico. Depois acabei sendo presidente de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Ocip) de defesa do Pantanal e não foi uma experiência muito boa. Achei muito difícil. Eu acho que o artista tem que fazer arte. As coisas administrativas e burocráticas são pra quem tem talento para fazer isso.
6] O Ministério da Educação liberou mais de R$ 4 milhões para Luan Santana e outros quase R$ 6 milhões para Cláudia Leite. Como você vê isso?
Eu não sei. Se é legal eu não posso falar nada. O Luan Santana tem tanto direito quanto o João das Couves ali na esquina. Se ele pode captar esses recursos e as empresas preferem investir o dinheiro dos impostos nele, fazer o quê?
7] Você não acha que esse dinheiro todo seria melhor aplicado em artistas que não têm um público tão fidelizado ou então que realmente possuem boa qualidade musical?
Aí é uma questão de preferência de quem está doando o dinheiro. Eu não posso julgar. Se é legal, ele tem todo o direito. Não sei se é ético, mas é legal.
Reproduzido do Site: 7P: Almir Sater | 21 de outubro de 2014
King Rio Verde
sábado, dezembro 06, 2014
Fotografia: Rita Araujo/SP. |
Visite Site Oficial Cris d´Avila
Assessoria de Imprensa:Paulicéia do Jazz
A cantora Cris d´Avila sempre acompanhada por convidados nos shows anteriores e talentosos músicos, pra lá de alto astral. Desta vez, teve o privilégio desta nova parceria:
Ana karina Sebastião /baixo | Vinicius Nicoletti / Guitarra | Gilson Oliveira / percuteria, em mais uma das séries de shows apresentados na noite paulistana.
Registros especiais na câmera de Fernanda Moraes, sobre o Espetáculo ocorrido na quarta, 03, no Madeleine Bar. Cantora Cris d´Avila acompanhada pelos músicos:Ana karina Sebastião /baixo | Vinicius Nicoletti / Guitarra | Gilson Oliveira / percuteria, em mais uma das séries de shows apresentados na noite paulistana.
quinta-feira, dezembro 04, 2014
Nietzsche e a dolorosa jornada humana.
É nos infortúnios que moldamos o ser. É nas pedras do caminho que forjamos o caráter e a condição de superação. Suba a montanha com Nietzsche.
Por João Luís de Almeida Machado.
Friedrich Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão, acreditava que ao escalarmos montanhas tínhamos uma clara compreensão do que é a vida. Os percalços da subida representariam justamente as dificuldades, dores, problemas, erros e infortúnios que enfrentamos.
A trajetória de subida, marcada por momentos de satisfação entremeados por estas "pedras" ao longo do caminho, no entanto, compensaria todo o esforço. Metaforicamente falava da existência humana como sendo uma peregrinação, uma caminhada,
uma jornada.
As "pedras" ou infortúnios ganham força em suas obras por conta da própria vida acidentada e sofrida do filósofo. Nietzsche perdeu o pai, um pastor presbiteriano, quando ainda tinha 4 anos de idade.
Aos 19 contraiu sífilis, doença que lhe causaria inconvenientes até o fim dos seus dias como, por exemplo, a necessidade de sempre buscar locais onde
o clima lhe fosse mais conveniente, fazendo com que
se mudasse regularmente de cidade.
Aos 24 anos tornou-se professor universitário, mas sua carreira
durou apenas 11 anos, tendo se aposentado desta função precocemente
aos 35. Não conseguiu ser entendido pelos colegas e, ao não estabelecer
bons vínculos, como autêntico "estranho no ninho", afastou-se do
mundo acadêmico.
Seus relacionamentos amorosos não se consolidaram e, por conta
disso, Nietzsche viveu só, angustiado também por conta de seus
insucessos emocionais.
Suas obras-como "Assim Falava Zaratustra", "Crepúsculo dos Ídolos",
"Ecce Homo", "Além do Bem e do Mal", "A Gaia Ciência" - hoje
consideradas marcos da filosofia contemporânea, não foram
reconhecidas durante sua existência.
Não lhe renderam, apesar de publicadas, nem mesmo dinheiro suficiente
para que tivesse uma vida confortável, legando-lhe uma vida
modesta, sem grandes luxos. Por volta de seus 45 anos, teve um
colapso nervoso e pensou ser Jesus, Napoleão, Buda e Alexandre Magno.
Foi então internado em um sanatório, onde permaneceu durante alguns anos. Morreu quando ainda tinha 56 anos. Infortúnios, portanto, não lhe faltaram. Na vida profissional, emocional, financeira, familiar, na saúde...
Nietzsche colecionou problemas, dores e dificuldades.
Por conta disso, um de seus principais temas acabou sendo o sofrimento. Não como um lamento, como poderia se esperar. Nietzsche não era o tipo de sujeito que se atiraria do prédio como ocorreu com investidores e empresários durante a Crise de 1929. Pelo contrário, pensava que qualquer tipo de problema poderia ajudar as pessoas, ao invés de simplesmente significar a derrocada final, a derrota definitiva. Realista como era, dizia que todas as pessoas, sem exceção, passam por dificuldades de diferentes graus ao longo de sua existência.
Mesmo aquelas que nos parecem tão afeitas ao sucesso, em diferentes momentos de suas vidas passaram, passam ou passarão por infortúnios. Não é possível dividir os homens entre aqueles que são vitoriosos e os que não são.
Todos em algum momento têm seus êxitos e seus amargores. A forma como encaramos estes dissabores é que precisa ser revista segundo ele.Temos que pensar a derrota, a dor ou o problema como parte do aprendizado que a vida nos proporciona.
Nietzsche era tão consciente em suas reflexões quanto ao sofrimento como parte irremediável da existência humana que chegava mesmo a desejar que as pessoas passassem por infortúnios para que, depois, vivessem melhor.
Eu complementaria: "O que não mata só me fortalece" - Ave Nietzsche.
segunda-feira, dezembro 01, 2014
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