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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Cinema: A Governanta








Ontem, assisti um filme  
"A Governanta", por um acaso. 
Trata-se de um filme, 
mais ou menos antigo (1998), 
mas como se ambienta na 
Inglaterra e Escócia, 
me chamou atenção. 

Ao navegar na Internet, me surpreendi 
com o comentário do 
Marcelo Rubens Paiva, 
feito na época em especial para a Folha..
pasmem..risos, como 
sou insolente e atrevida..
ouso contestá-lo...?

Claro, é a opinião dele e 
merece respeito, 
mas tudo 
depende da forma 
com que 
interpretamos, 
ele assim diz...
"A Governanta" é 
um filme bom. 
Não é muuuuito bom. É razoável. 
Cansa às vezes. 
Às vezes é engraçado. 
Às vezes dá sono.
 A fotografia é boa. É muuuuito boa. 
O elenco é excelente. 
Muito bom mesmo. 
A historinha é que é 
mais ou menos. É bacaninha. ..
 Um dos temas é a fotografia 
e sua descoberta. 
O pai fotografa a governanta, 
que fotografa o pai...e por aí afora, 
ele diz..."

Ok, confesso que o filme, 
às vezes, 
chega a ser enfadonho, 
por causa até do marasmo 
em que 
a família vive, 
isolada de tudo e
 todos.

Os personagens, em estado de 
letargia, fatigados e 
indiferentes,
 pela mesmice do que 
vivem e convivem. 

Mas, se olharmos mais 
profundamente e 
com 
mais afinco, veremos que 
a historinha 
"não é mais ou menos assim", 
ela tem muito a acrescentar 
em reflexão. 

Eu enxergo alguns pontos 
determinantes:

Primeiro
O preconceito religioso,
a moça judia, que segue os 
preceitos judaicos 
se vê obrigada 
a omitir seu dogma 
o verdadeiro nome, 
para a família cristã, 
ao exercer a profissão 
de governanta, 
já que por um lance de azar, 
teve sua vida virada 
pelo avesso.

Segundo
A governanta, 
com sua irreverência, juventude, 
dá vida ao lugar e promove 
mudanças nas pessoas, 
quebrando a rotina,
 aquele marasmo em 
que viviam. 
Através de sua alma curiosa, 
consegue descobrir o que o 
dono da casa, 
então, cientista, 
tenta anos a fio 
sem sucesso, 
fixar a imagem 
e perpetuar a fotografia. 
Por causa desta afinidade, 
desenvolvem entre eles, 
um romance e 
inapropriado. 

Terceiro
Através da tenacidade da jovem 
sua criatividade, em pousar 
como modelo, 
consegue chegar ao tão sonhado 
aperfeiçoamento 
da imagem. 
Como toda pessoa jovem e 
sonhadora, 
acredita que fará parte 
da sociedade, 
já que foi a responsável pela 
descoberta do 
novo empreendedorismo. 

Quarto 
Na sua confiança jovial, 
e num gesto impetuoso resolve fotografar
 o amante em momento íntimo, 
causando a fúria e rompimento 
do relacionamento. 
Poderíamos até pensar que se 
trata de moralismo e 
família cristã,
 porém, 
era comum na época manter 
relacionamentos com 
serviçais ou cortesãs 
na sociedade. 
Época de frivolidades e 
falsas aparências. 
Na verdade, o que causa a
indignação do companheiro, 
é que a jovem se sobressai 
sobre 
a descoberta dele, 
com sua sensibilidade, 
consegue capturar imagens 
perfeitas e mostrar superioridade 
sobre seu criador, 
em inovação. 

O que provoca todo o descontrole,
 a ira e menosprezo por ela, 
pois o torna impotente diante 
do talento dela, 
que se torna 
uma ameaça. 

Por fim, 
vale a pena sim, assistir o filme, 
e a historinha fica bem mais 
do que pra menos,
 no final, a trama traz 
à tona 
os nossos piores medos, 
inseguranças, 
incertezas, egoismo, cinismo 
machismo. 
Ganhos e perdas 
é inevitável.
e uma lição de resiliência  
da governanta: 
" Se a vida nos deu um limão, 
faça dele uma boa limonada"!