Ontem, assisti um filme
"A Governanta", por um acaso.
Trata-se de um filme,
mais ou menos antigo (1998),
mas como se ambienta na
Inglaterra e Escócia,
me chamou atenção.
Ao navegar na Internet, me surpreendi
com o comentário do
Marcelo Rubens Paiva,
feito na época em especial para a Folha..
pasmem..risos, como
sou insolente e atrevida..
ouso contestá-lo...?
Claro, é a opinião dele e
merece respeito,
mas tudo
depende da forma
com que
interpretamos,
ele assim diz...
"A Governanta" é
um filme bom.
Não é muuuuito bom. É razoável.
Cansa às vezes.
Às vezes é engraçado.
Às vezes dá sono.
A fotografia é boa. É muuuuito boa.
O elenco é excelente.
Muito bom mesmo.
A historinha é que é
mais ou menos. É bacaninha. ..
Um dos temas é a fotografia
e sua descoberta.
O pai fotografa a governanta,
que fotografa o pai...e por aí afora,
ele diz..."
Ok, confesso que o filme,
às vezes,
chega a ser enfadonho,
por causa até do marasmo
em que
a família vive,
isolada de tudo e
todos.
Os personagens, em estado de
letargia, fatigados e
indiferentes,
pela mesmice do que
vivem e convivem.
Mas, se olharmos mais
profundamente e
com
mais afinco, veremos que
a historinha
"não é mais ou menos assim",
ela tem muito a acrescentar
em reflexão.
Eu enxergo alguns pontos
determinantes:
Primeiro -
O preconceito religioso,
a moça judia, que segue os
preceitos judaicos
se vê obrigada
a omitir seu dogma
e
o verdadeiro nome,
para a família cristã,
ao exercer a profissão
de governanta,
já que por um lance de azar,
teve sua vida virada
pelo avesso.
Segundo
A governanta,
com sua irreverência, juventude,
dá vida ao lugar e promove
mudanças nas pessoas,
quebrando a rotina,
aquele marasmo em
que viviam.
Através de sua alma curiosa,
consegue descobrir o que o
dono da casa,
então, cientista,
tenta anos a fio
e
sem sucesso,
fixar a imagem
e perpetuar a fotografia.
Por causa desta afinidade,
desenvolvem entre eles,
um romance e
inapropriado.
Terceiro
Através da tenacidade da jovem
e
sua criatividade, em pousar
como modelo,
consegue chegar ao tão sonhado
aperfeiçoamento
da imagem.
Como toda pessoa jovem e
sonhadora,
acredita que fará parte
da sociedade,
já que foi a responsável pela
descoberta do
novo empreendedorismo.
Quarto
Na sua confiança jovial,
e num gesto impetuoso resolve fotografar
o amante em momento íntimo,
causando a fúria e rompimento
do relacionamento.
Poderíamos até pensar que se
trata de moralismo e
família cristã,
porém,
era comum na época manter
relacionamentos com
serviçais ou cortesãs
na sociedade.
Época de frivolidades e
falsas aparências.
Na verdade, o que causa a
indignação do companheiro,
é que a jovem se sobressai
sobre
a descoberta dele,
com sua sensibilidade,
consegue capturar imagens
perfeitas e mostrar superioridade
sobre seu criador,
em inovação.
O que provoca todo o descontrole,
a ira e menosprezo por ela,
pois o torna impotente diante
do talento dela,
que se torna
uma ameaça.
Por fim,
vale a pena sim, assistir o filme,
e a historinha fica bem mais
do que pra menos,
no final, a trama traz
à tona
os nossos piores medos,
inseguranças,
incertezas, egoismo, cinismo
e
e
machismo.
Ganhos e perdas
é inevitável.
e uma lição de resiliência
da governanta:
" Se a vida nos deu um limão,
faça dele uma boa limonada"!