terça-feira, abril 23, 2013

O Caminho que não tomei



Imagem Internet

Pode ser entre dois amores, dois empregos, duas ruas, dois países.
Pode ser uma encruzilhada qualquer.
O fato é que a escolha é às vezes algo complicado.
Robert Frost diz no poema que duas estradas divergentes surgiram-lhe num bosque amarelado e infelizmente ele não podia viajar ao mesmo tempo nas duas.
Ele estendeu os olhos sobre a primeira delas tão longe quanto
podia até que ela se perdesse na folhagem.
No entanto, mesmo diante desta sedução, ele tomou a outra via, que tinha uma
agreste vegetação, dificultando-lhe o caminho.
Fazer tal escolha foi, ao mesmo tempo, obter e perder alguma coisa. fica a pergunta “Qual dos caminhos devemos, então, percorrer?”
Entre duas possibilidades, que caminho tomar?



Retrato de Isaac Levitan - Dia de outono em Sokólniki, 1879
Galeria Tretiakov


Dois caminhos, um para cada lado:
Ah, ir por ambos na mesma viagem!
Olhei para o primeiro, ali parado,
Nesse bosque de tom amarelado, 
Até perder-se longe entre a folhagem.
Mas o outro também me atraía,
Por uma razão diferente, afinal:
Desbastar erva que densa crescia.
Quem por eles passara, todavia,
Os fora desgastando por igual.
E cada um nessa manhã jazia 
com a mesma cor, a mesma frescura.
Reservei o primeiro pra outro dia!
Como um caminho a outro levaria, 
duvidei lá voltar noutra altura.
Daqui a mil anos, o que aconteceu, 
suspirando, estarei contando a ti:
Dois caminhos bifurcavam, 
e eu, o menos pisado tomei 
como meu,
E a diferença está toda aí.”

Poema O Caminho que não tomei
by Robert Frost (1874-1963).

Trechos retirados do Livro Tempos de Delicadeza 
de Affonso Romano de Sant'Anna 

segunda-feira, abril 22, 2013

Almir Sater emociona fãs no show em Paulínia SP

Quando voce cai dentro do meu coração...



Almir Sater  e Dona Hilda
Foi assim que aconteceu em Paulínia, Almir Sater fidelizou para sempre, o coração de Maria Helena e seus familiares, assim como de Celia Rodrigues, integrante Make-A-Wish, uma entidade, que desenvolve, um importante papel social, em busca de realizar sonhos das pessoas, ao recebe-las de forma tão carinhosa depois do show, que segundo elas, foi uma emoção incontida.
As fotos falam por si mesmas...
é como se o sol e a lua se esparramassem pelo chão...
Família Speriondini, Almir Sater e Célia Rodrigues









Almir Sater é Célia Rodrigues.


 Almir Sater e Dona Hilda.

Maria Helena e Almir Sater.
fotos by Maria Helena - fã incondicional ( número 1) de Almir Sater como ela se autodefine. e se ela falou tá falado

sexta-feira, abril 19, 2013

Todo o dia era Dia de Indio, AGORA, só 19 de Abril...

O FEUDALISMO NA ERA MEDIEVAL

"Aquele que botar as mão sobre mim para me governar, é um usurpador, um tirano. Eu o declaro meu inimigo." Proudhon.

                           



FEUDALISMO

O feudalismo foi o sistema sócio-econômico dominante na Idade Média. É derivado de feudo: área de direito do senhor sobre as pessoas, coisas e terras.

Periodização: Séc. III - VIII - formação do Feudalismo, tem início com as primeiras invasões bárbaras; Séc. VIII - XI - apogeu do Feudalismo; Séc. XI - XV - decadência.

O feudalismo ocorreu entre o século V e XV, após a queda do Império Romano e que se divide em pequenos reinos, porém esses reinos não foram capazes de solucionar os problemas de segurança das pessoas, e no século V a população começa a fazer um êxodo urbano, pois a população estava indefesa contra os ataques  dos Germanos procurando assim se esconder dos ‘‘bárbaros’’. 

A sociedade feudal formada pela aristocracia proprietária de terras (composta pelo alto clero e pela nobreza) e pela massa de camponeses (servos e vilões não proprietários). O clero ocupa papel relevante na sociedade feudal. Os sacerdotes destacavam-se como servidores de Deus, detentores da cultura e administradores das grandes propriedades da Igreja, além de sua marcante ação assistencial aos desvalidos. A Igreja procurava legitimar o modo de agir da aristocracia, afirmando que Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem e que, portanto, uns deviam rezar pela salvação de todos (o clero), outros deviam lutar para proteger o povo de Deus (a nobreza) e os outros deviam alimentar com seu trabalho, aqueles que oravam e guerreavam (os camponeses). 

O feudo

Em geral, um feudo, que era uma grande propriedade rural, tinha o castelo (residência do senhor feudal, sua família e empregados), a aldeia (onde moravam os servos), a igreja, a casa paroquial, os celeiros, os fornos, os açudes, as pastagens comuns e o mercado.

As terras eram divididas em manso senhorial, manso servil e manso comunal. As terras aráveis dividiam-se em três faixas: uma para o plantio da primavera, outra para o plantio do outono e outra que ficava em repouso. A cada ano, invertia-se a utilização das faixas de forma que sempre uma estivesse em descanso. Esse sistema de plantação é conhecido como “sistema de três campos”.

A sociedade feudal

A sociedade feudal possuía uma rígida divisão entre os grandes proprietários de terras e os despossuídos desse bem.

O primeiro grupo era composto pelos nobres, conhecidos também como senhores feudais, e o segundo pelos servos da gleba. Os servos eram os responsáveis por todo trabalho braçal, desde a agricultura até o trabalho artesanal. Viviam presos à terra do seu senhor e não podiam abandoná-la; em troca, recebiam proteção e não podiam ser vendidos como os escravos. Pagavam pesadas obrigações, sendo as principais:

  • Corveia – Constituía no trabalho obrigatório do servo nas terras do senhor, durante alguns dias da semana.
  • Talha – Era o pagamento feito pelo servo, correspondente a uma parte da produção obtida no manso servil.
  • Banalidades – Eram os pagamentos feitos pelo servo pelo uso do forno, do moinho ou de qualquer outra dependência pertencente ao senhor feudal.
  • Mão-morta – Quando um servo morria, seus herdeiros pagavam uma taxa para o senhor feudal a fim de continuar na terra e assumir o lugar do pai.
  • Tostão de Pedro – Relativo ao dízimo pago pelo servo à Igreja.

A posição social a ser ocupada por um indivíduo era determinada pelo seu nascimento. Dessa maneira, um filho de nobre era sempre um nobre, enquanto um filho de servo seria sempre um servo. Isso demonstra que o feudalismo era uma sociedade estamental, ou seja, um indivíduo que pertencesse a um determinado grupo dificilmente passaria a pertencer a outro. Quase não havia mobilidade social.

A divisão mais conhecida e aceita da sociedade feudal era: aqueles que guerreavam (os nobres), aqueles que rezavam (o clero da Igreja Católica) e aqueles que trabalhavam (os servos). Contudo, é preciso ressaltar que havia ainda pequenos proprietários rurais, cujas ter­ras, além de pequenas, ficavam em áreas não muito propícias à agricultura, o que os torna­va dependentes dos grandes senhores. Esses homens, chamados vilões, recebiam um trata­mento mais brando do que os servos da gleba.




A sociedade feudal era totalmente rural, pois a vida girava em torno dos feudos. As cidades, por essa época, ficaram praticamente abandonadas. A riqueza, portanto, consistia na posse de terras, privilégio detido apenas pelos nobres e pela igreja e que eles tratavam de manter somente para si. As leis, baseadas na tradição e nos costumes (Direito Consuetudinário, herdado dos germânicos), juntamente com a Igreja Católica, legitimavam as relações sociais.

A economia feudal

A economia era agrária e de subsistência, pois cada feudo produzia o necessário para sua reprodução. Os poucos excedentes eram trocados entre seus produtores, sem a utilização de moeda. A essa troca natural de um produto por outro sem a intermediação monetária damos o nome de escambo.

A propósito, a atividade comercial monetarizada era praticamente inexistente. Lembre-se de que a Europa se encontrava feudalizada, entre outros motivos, devido exatamente ao seu isolamento em relação a outros mercados, como o Oriental, por exemplo.

A política feudal

A política era marcadamente descen­tralizada, ou seja, cada senhor feudal tinha o comando de seu feudo como se fosse seu “pequeno país”. Isso era uma consequência do enfraquecimento do poder real, ocorrida a partir do século IX, na divisão do Império Carolíngio.

Como a posse da terra era a essência do poder, as relações senhoriais baseavam-se nos laços de suserania e vassalagem. Um senhor feudal dava uma parcela de sua propriedade a um outro nobre. O nobre doador passava a ser o suserano e o nobre recebedor, o vassalo.

Estabelecia-se entre ambos relações de direitos e deveres: o suserano devia ao vassalo proteção militar, garantia de posse ao feudo doado, tutela sobre os herdeiros e sobre a viúva do vassalo morto; o vassalo, por sua vez, tinha a obrigação de colocar seu exército à disposição do suserano, dar-lhe hospedagem e contribuir para o dote e armação dos seus filhos.

A cerimônia de atribuição de um feudo compreendia, primeiro, a homenagem, na qual o vassalo se colocava de joelhos e jurava fidelidade; em seguida, o senhor permitia que ele se levantasse e então realizava a investidura, representada por qualquer objeto, simbolizando a terra enfeudada.

Como a doação de terras ocorria apenas entre nobres, essa postura mantinha o poder político apenas nas mãos desse estamento, de maneira descentralizada. Os descendentes do poder real tornaram-se os primeiros grandes suseranos, mas não tinham poder além de suas terras.


Aspectos culturais do feudalismo:

A preponderância da Igreja Católica

A Igreja Católica, dividida em alto clero (bispos, cardeais e papa) e baixo clero (padres) foi a mais importante instituição da Europa à época do feudalismo, pois foi a única que conseguiu sobreviver e ainda se fortalecer durante as invasões ocorridas durante a Alta Idade Média.

Por esta razão, a Igreja tornou-se responsável pela cultura essencialmente teocêntrica que marcaria não apenas o feudalismo, mas toda a Idade Média. Entende-se por cultura teocêntrica uma visão de mundo na qual Deus está no centro do universo e de todas as ações, ocorrências e realizações. Nada acontece sem que Deus queira. Em síntese: a vida gira em torno da vontade de Deus.

A sociedade, a economia e a política típicas do período feudal foram justificadas e legitimadas pela Igreja. Todos os setores da atividade humana eram controlados por ela. Nas artes, os temas eram de inspiração religiosa; as ciências partiam dos pressupostos bíblicos para explicar os fenômenos naturais; na literatura, predominaram a produção e a reprodução de obras religiosas, todas escritas na língua oficial da Igreja, ou seja, o latim. O lucro e a usura (cobrança de juros) eram proibidos, o que desestimulava ainda mais a prática do comércio.

A educação era monopólio eclesiástico. A escrita e a leitura eram privilégios de religiosos. A nobreza dependia de assessores oriundos da Igreja para comporem seus quadros administrativos.

A permanência dos grupos sociais nos seus estamentos de origem era defendida pelo clero católico, com a justificativa de que se tratava de algo natural, isto é, do resultado da vontade de Deus.

Foi também a iniciativa da Igreja que resultou na formação das Cruzadas, expedições ao mesmo tempo militares e religiosas, cujo fundamento central era combater os “infiéis” muçulmanos. Contudo, as Cruzadas abriram um novo tempo para a Europa, provocando, inclusive, o fim do feudalismo.

Acréscimo: Outras taxas cobradas:

  • capitação: imposto pago por cada membro de uma família
  • formariage: taxa paga para se casar.
  • albergagem: alojamento e produtos para os senhores em viagem.
  • justiça - Quando um servo requeria o julgamento de um senhor feudal 

Transcritos das Fontes:

Para ler na íntegra acesse os links abaixo:

FEUDALISMO - 2013

www.coladaweb.com/historia/feudalismo  

Mais assuntos relacionados ao Feudalismo:

https://sites.google.com/site/historia1958/feudalismo

CULTURA E COSTUMES ÁRABES

Para qualquer pessoa que deseja ter relações comerciais com os países árabes,
é aconselhável que a prenda algo relacionado ao Islã, sua história e suas crenças
e a tratar com respeito suas manifestações.

Os árabes são, em geral, sociáveis e festivos e a melhor maneirade conhecer esta faceta é
respeitando e aceitando os seus costumes.


 
 Crédito Foto: Pixabay

As leis, a ética e os sistemas comerciais podem variar de um país árabe para o outro;
mas, em todos eles há elementos culturais comuns.

Na vida empresarial árabe, a família tem uma influência dominante.
O cumprimento com aperto de mão é muito bem-vindo desde
que entre pessoasdo mesmo sexo.
Por outro lado, o contato físico entre sexos opostos é bastante rigoroso,
sendo o toque somente facultado dentro de uma relação lícita
ou quando há um vínculo forte de parentesco. Entretanto, se uma pessoa
de sexo oposto lhe estender a mão, aceite o cumprimento.

Em negociações, esqueça a representação feminina, mesmo que uma mulher seja a
autoridade máxima dentro da empresa. Na melhor das hipóteses, ela acompanhará o seu representante na viagem, vestindo-se e comportando-se de acordo com os costumes locais.

As mulheres ocidentais que viajam à Arábia Saudita devem respeitar as leis locais,
o que significa trajar-se de acordo com o usual, não usar maquiagem, não dirigir automóveis,
freqüentar apenas a área reservada às mulheres nos restaurantes, mesmo em hotéis,
e não trabalhar em feiras. As esposas são, geralmente, excluídas das reuniões sociais.

Nunca cruze as pernas, pois mostrar a sola do sapato se constitui em insulto
por ser a parte mais baixa do corpo e, por estar em contato com o chão, ela é considerada impura.

Também se considera "suja" a mão esquerda, pois é utilizada na higiene pessoal
conforme a tradição islâmica; portanto, evite dar e cumprimentar, gesticular, receber presentes
e cartões com a mão esquerda.

Jamais ofereça mimos à esposa de seu interlocutor; tal iniciativa poderá ser considerada
bastante ofensiva, pois a atribuição de oferecer presentes é do esposo e não do visitante.
Caso você venha a receber um presente, o mesmo não deve ser aberto na frente de seu anfitrião;
reserve-o para abri-lo em sua privacidade.

Outra dica: Nunca comente a beleza da mulher, irmã, filha ou funcionária de seu anfitrião árabe;
com certeza não será interpretado como um elogio.

Finalmente, jamais tire uma foto de pessoas, sem antes pedir permissão.

Os árabes não costumam fechar negócios, antes de estabelecer um certo grau de familiaridade e
confiança; ao negociar, gostam de fazer amizades, valorizando a integridade e a palavra de seus interlocutores.
Se receber um convite para um almoço ou jantar social, jamais rejeite – a porta já se abriu 51%...

FONTE: http://www.wkprisma.com.br/treinamento-empresarial/educacao-corporativa/negociar-mercado-internacional-artigo.html

CULTURA E COSTUMES ÁRABES
SOBRE COMPORTAMENTO E AMIZADE NO GERAL

Os árabes, em geral, valorizam a lealdade e a honra.
Nos relacionamentos, é importante estabelecer confiança.
Diferentemente da maioria ocidental, os árabes, geralmente,
levam a amizade muito a sério.
Eles somente consideram um seleto grupo de pessoas como "amigos",
os demais são considerados conhecidos, amigos da família e agregados.
Em comparação ao Ocidente, a interação masculina na cultura árabe é
extremamente diferente.
Algumas vezes, ao encontrar bons amigos, os homens se abraçam e
trocam beijos na bochecha.
Na rua, eles podem andar de mãos dadas ou por a mão sobre o braço
de outro homem.
Esse comportamento não indica uma preferência homossexual.

Fonte: eHow -Brasil Educação
ciência cultura e costumes árabes.

Escrito por lorraine j. floyd |
Traduzido por samantha g. silva
http://www.fas.org/irp/agency/army/arabculture.pdf

quinta-feira, abril 18, 2013

Os Indiferentes II


                                        
 Imagem de John Hain por Pixabay 

Assim como Martin, sempre existiu homens
idealistas que almejam um mundo habitável
para todos! Gramsci, Tutu e outros visionários!

"Se você é neutro em situações de injustiça, 
você escolhe o lado do opressor." (Tutu)

Na mesma linha de Antonio Gramsci segue Desmond Tutu
o  arcebispo da  Igreja Anglicana consagrado com o 
Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra  o Apartheid em seu país.

Aquele que  se cala ou se omite mediante uma injustiça, 
optou até que, inconscientemente pelo lado 
do opresssor, tomou partido de alguma forma, 
e de acordo com os princípios, ser justo é não ficar
em cima de muro com medo das perdas 
ou retaliações, mas fazer a escolha certa. 

Como saber?

Se causa dor, sofrimento, constrangimento, 
exclusão, retaliação, difamação,
não é ético, cristão, nem coisa de gente de bem!

Não pender para o lado do que é conveniente, 
beneficia ou traz vantagens ou prejudica os 
que são opostos, mas optar para o 
bem comum e bom senso. 

Vivemos em sociedade, dependemos uns 
dos outros, somos civilizados e temos que 
inserir todos, independente de crenças, 
dogmas, cor, classe social. Todos vieram a 
esse mundo para viver com dignidade, respeito 
e liberdade. 
                                                            
Assim como Antonio Gramsci
Odeio os indiferentes. 
Como Friederich Hebbel acredito que 
"viver significa tomar partido". 
Não podem existir os apenas homens, estranhos
 à cidade. Quem verdadeiramente vive não 
pode deixar de ser cidadão, e partidário. 
Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, 
não é vida. Por isso odeio 
os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. 
É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria 
inerte em que se afogam freqüentemente 
os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso 
que circunda a velha cidade e a defende melhor 
do que as mais sólidas muralhas, melhor do que 
o peito dos seus guerreiros, porque engole nos 
seus sorvedouros de lama os assaltantes, 
os dizima e desencoraja e às vezes, os leva 
a desistir de gesta heróica.

A indiferença atua poderosamente na história.
Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; 
e aquilo com que não se pode contar; é aquilo 
que confunde os programas, que destrói os planos
mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta
que se revolta contra a inteligência e a sufoca.

Os destinos de uma época são manipulados 
de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, 
de acordo com ambições e paixões pessoais de 
pequenos grupos ativos, e a massa dos homens 
não se preocupa com isso.

Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; 
o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então 
parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece 
que a história não é mais do que um gigantesco 
fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de 
que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, 
quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo 
e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, 
queriam eximir-se às conseqüências, quereriam 
que se visse que não deram o seu aval, que não 
são responsáveis.

Alguns choramingam piedosamente, outros 
blasfemam obscenamente, mas nenhum ou 
poucos põem esta questão: se eu tivesse também 
cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer
valer a minha vontade, o meu parecer, teria 
sucedido o que sucedeu?

A maior parte deles, porém, perante fatos 
consumados prefere falar de insucessos ideais, 
de programas definitivamente desmoronados e 
e outras brincadeiras semelhantes.

Odeio os indiferentes também, porque me 
provocam tédio as suas lamúrias de eternos 
inocentes. Peço contas a todos eles pela 
maneira como cumpriram a tarefa que a vida 
lhes impôs e impõe quotidianamente, do que 
fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto 
que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar 
a minha compaixão, que não posso repartir com 
eles as minhas lágrimas.

Sou militante, estou vivo, sinto nas consciências 
iris dos que estão comigo pulsar a atividade da 
cidade futura que estamos a construir. 
Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre 
um número reduzido, qualquer coisa que aconteça 
nela não será devido ao acaso, à fatalidade, 
mas sim à inteligência dos cidadãos. Ninguém 
estará à janela a olhar enquanto um pequeno 
grupo se sacrifica, se imola no sacrifício. E não haverá 
quem esteja à janela emboscado, e que pretenda 
usufruir do pouco bem que a atividade de um 
pequeno grupo tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado, porque não conseguiu 
o seu intento.
Vivo, sou militante. 
Por isso odeio quem não toma partido, 
odeio os indiferentes.

Fonte: 
Primeira Edição: La Città Futura, 
11-2-1917
Origem da presente Transcrição: 
Trechos do Texto retirado do livro Convite 
à Leitura de Gramsci"