segunda-feira, janeiro 07, 2019
Hoje, como todos os dias, é dia de ler, mas a data específica para o “Dia do Leitor” é 7 de Janeiro.
Eu diria que é uma segunda pele, da qual nos deixa muito confortável nela. Viver sem ler, sem conhecimento ou pesquisar é passar pela vida às cegas, sendo guiado por ideias daqueles que desejam passar suas "verdades", sem questionar, ditadas para o senso comum e satisfaz a
Infelizmente, poucas pessoas se sentem atraídas pelos livros!
De acordo com a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil" apresentada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) na 4ª edição, 44% da população não lê e 30% nunca comprou um livro.
Por que parte da população ainda não têm o hábito de ler?
O hábito da leitura se dá em casa, por meio dos pais ou responsáveis e, em segundo lugar, o professor. Existe mais um dado que vai reforçar a minha reposta. Cerca de 30% dos nossos professores também se declaram não leitores. Nós temos famílias e educadores que leem pouco, uma média de 4.96 livros lidos por pessoa ao ano, o que está muito abaixo do ideal para um país como o nosso.
E também tem uma questão que o próprio sistema de ensino não propicia o hábito da leitura. O livro na escola é sempre encarado como objeto apenas para fazer uma prova e tirar nota. A relação do estudante com o livro é ruim. Eles leem não por prazer ou vontade, mas porque o colégio exigiu. E isso é uma coisa que acompanha o aluno até o vestibular e causa reflexos na vida adulta.
Quais os benefícios do hábito da leitura? Quais problemas a falta dela pode trazer?
A leitura é bastante transformadora. A gente percebe isso desde a mais tenra idade. As crianças que têm o hábito da leitura e gostam de contar histórias possuem uma outra forma de pensar. A prática desde cedo traz conhecimentos enriquecedores para a vida adulta.
Hoje estamos vivendo, por exemplo, o problema das fake news e visto verdadeiras barbaridades compartilhadas pelas redes sociais. As pessoas não têm se interessado em se aprofundarem nos assuntos, pois não leem. Também temos um enorme contingente de leitores analfabetos, que são aqueles que sabem ler, mas não conseguem interpretar o conteúdo, acabando por replicar essas notícias falsas.
Acredito que sem a leitura plena, a educação fica prejudicada. Por exemplo, nos exames do Enem há uma grande quantidade de respostas erradas por falta de interpretação das questões.
Porque Ler é dar azo à imaginação, descobrir novos caminhos, confrontar ideias e ter o mundo dentro de si sem sair do lugar.
Posso me arrepender de muitas coisas, jamais do conhecimento adquirido ao longo desses anos e continuo buscando.
A leitura, a visão de outras pessoas sobre mundo, sociedade, sistema e coisas são ‘parâmetros’ para nossas inquietações, angústias, incertezas, dúvidas, questionamentos e indagações, são cruciais para a construção de uma pessoa mais humanizada, civilizada e educada.
Imagem: Educar para crescer/ Reprodução Google.
Importante diferenciar que, cultura, escolaridade e conhecimento são diferentes, e se a pessoa não souber interpretar o significado da leitura poderá cometer equívocos.
De nada adianta a sabedoria sem discernimento ou capacidade cognitiviva é como um trem desgovernado. Assim como ser iletrado não significa uma pessoa sem conhecimento ou sabedoria, tampouco ignorante, pois muitas vezes a experiência vivenciada, a percepção sobre o mundo a sua volta a faz entender a dinâmica social e o contexto moral e ético até melhor daqueles que são considerados letrados ou cultos, independe de berço e aprendidos no seio familiar, mas capacidade cognitiva e assertiva em se posicionar diante da vida e viver em sociedade, de forma mais harmoniosa e justa.
Na atual conjuntura, um livro é melhor companhia do que conviver com muitas pessoas que estão por aí, ao invés de grosserias e inverdades, ocupe-se de um livro, aprenda algo novo, até como entretenimento, não importa, mas o conhecimento nunca é demais e educação também.
Se aventure na leitura e faça uma boa viagem!
sábado, setembro 19, 2015
Fonte: Clube Mampituba
quarta-feira, outubro 15, 2014
Alguém se lembra do (a) primeiro (a) professor(a)?
Eu me lembro. Foi a professora Irene quem me
alfabetizou, mas os que me marcaram mais foram os da adolescência, português e
literatura que, estimulava a leitura e a interpretar texto, deles vêm o gosto pela MPB e pelos livros, e o da faculdade de Administração, além de
ensinar o pensamento sistêmico, ensinou-me o autocontrole, conflitos se resolvem com diálogo e assertividade, um ponto forte num
administrador, além de estar no comando sobre as emoções, demonstra
autoconfiança, ao falar com propriedade e defender suas ideias, sem agressividade, são qualidades raras que se encontra em
verdadeiros líderes, um mediador de conflitos, não o tumultuador, provocador
deles.
Por que estou a perguntar?
Porque 15 de outubro é Dia do Professor, deveria ser todo o dia 15 de cada mês, se não
comemorado, reverenciado. Uma profissão tão nobre e desvalorizada com baixa remuneração. Deveria ser uma das mais bem pagas. Um povo que se levanta contra um professor é um povo indigno. Jamais deveria permitir uma afronta assim.
Aos Mestres, educadores, professores, abençoados sejam por essa generosidade em passar aprendizado, incansáveis, mesmo diante da falta de reconhecimento e valor, muitas vezes, além de educador, pai, mãe, psicólogo, mediador de conflitos, salvador, conselheiro e protetor que dividem sonhos quanto, lágrimas, uma profissão valorosa e que se deve ter sempre respeito.
A escola é a base, não a solução, mas o esqueleto
que aos poucos vai criando forma aos nossos pensamentos, alimenta os
nossos sonhos, diretrizes, ensina regras coletivas, essenciais para conviver
harmoniosamente em sociedade, de forma civilizada, as escolhas cabe a cada um
em firmar a estrutura e solidez na prática, mas a base foi construída.
Se existem milagres, eu não posso afirmar, não vi,
mas que os professores são verdadeiros milagreiros, isso posso opinar, porque
eu vi. São capazes de transformar ideias, sonhos, em
objetivos e ideais, assim visualizarmos um futurocarregado de
esperança e realizações.
Um professor é tão pespicaz que ele percebe a
ausência de amor, o desleixo, o abuso velado, a negligência no olhar, nas
falas, nos desenhos e forma de comportar-se numa sala de aula de uma criança. São anjos alados em defesa do bem, do certo e da justiça moral, conhecimento e construção de uma sociedade mais igual.
“A vocês, professores, eu me curvo, reverencio e digo ‘Muito Obrigada', por não desistirem
jamais”. Já que estamos falando em Dia do Professor um
filmaço para refletir é o
"Clube do Imperador" com Kevin Kline, no
brilhante papel e bem propício para a época de agora. Para compreender, uma
breve resenha sobre o filme: O Professor acredita que “O caráter de um homem é
seu destino” e o lema do colégio é formar homens de caráter
tendo por base a transmissão do saber e do conhecimento dos grandes vultos do
passado, que contribuíram para uma verdadeira democracia.
Ele tenta impor valores éticos através do
conhecimento, até a chegada de um novo aluno, "filho de um importante
Senador", arrogante e prepotente, que faz suas próprias regras e manobras,
dividindo as pessoas, e as manipulando pela sua influência.
E assim continua até o fatídico dia do concurso, e com "cartas marcadas", ele só não contava com a brilhante manobra e
estratégia do Professor.
"A juventude envelhece, a maturidade é
superada, a ignorância pode ser educada, a embriaguez passa, porém, a
estupidez... ela é eterna." Aristófanes, filósofo.
Assim, “O fim depende do começo”. A cena
emocionante e marcante: 20 anos depois, quando reencontra o professor
aposentado, em seu tom arrogante, diz em "alto e bom" som que
sempre teve o poder e glória e ia se candidatar a presidente, não se importava
com a mediocridade de um professor, que não passava de um
"João ninguém", quando se depara com o filho pequeno, num
inquietante olhar e inquisidor, ouvindo as bravatas do pai.
O olhar da criança diz tudo: "É isso que você tem a me ensinar e deixar
como legado?" Ou seja, ele não venceu pelos méritos, mas por
desonestidade, não teria nada do que se orgulhar na velhice,
porque "O importante não é só vencer, mas viver com
retidão".
Para assistir, se inspirar e refletir:
O Clube do Imperador
O Substituto
Sociedade dos Poetas Mortos
Mentes perigosas
Matilda
Preciosa – Uma história de esperança
Escritores da Liberdade
sexta-feira, junho 21, 2013
A escola pretende preparar as pessoas
para a vida, mas acaba, muitas vezes, preparando os alunos para as avaliações.
A linha que separa os saberes para a vida e dos saberes para os estudos é, para
Philippe Perrenoud, o ponto de partida para se discutir o currículo do século
21. “A vida tem que estar no centro da discussão do currículo. O quanto a
escola está nos preparando para viver nesse mundo?”, pergunta o sociólogo suíço
que é especialista em currículo, práticas pedagógicas e formação de
professores.
O pensador não promete soluções simples,
principalmente por compreender o sistema de forças e o travamento do currículo
atual na maioria dos países. “As disciplinas escolares estão organizadas em
mundos e lobbies cuja preocupação é manter ou reforçar suas presenças no
currículo. Isso acaba levando a uma lógica em que se entende que a única
maneira de mudar o currículo é acrescentando conteúdo”, disse, para uma a
audiência de educadores aqui no Brasil, durante palestra na Educar Educador.
Mas Perrenoud aponta alguns dos saberes
que, para ele, deveriam fazer parte de uma escola que pretende preparar os
alunos para a vida, mas que são praticamente ausentes nos currículos. Eles
estão nas searas de direito, urbanismo, economia, ciências políticas e
psicologia. “Sabemos transformar decímetro em centímetro, mas o que sabemos
sobre autoestima, agressividade, angústia? O que vamos usar mais na vida?”
Sabemos transformar decímetro em
centímetro, mas o que sabemos sobre autoestima, agressividade, angústia? O que
vamos usar mais na vida?
Para ele, não há como não nos preparam
para a vida no século 21 sem entender o mundo em que vivemos. Se a nossa
sociedade exige que utilizemos dinheiro, bancos, precisamos entender a lógica
por trás do sistema. Se habitamos cidades com trânsito, poluição e problemas de
saneamento, é necessário compreender essa dinâmica. Se votamos, vivemos em
democracias, precisamos compreender as forças envolvidas no sistema. “Saber e
poder estão sempre ligados. Saber mais é mudar relações de força. Os saberes
úteis permitem limitar o poder do homem sobre o homem”, diz. “Mas que fique
claro: não estou dando soluções, estou apresentando problemas, ideias. É
preciso pensarmos juntos esse currículo.”
Veja algumas das provocações do autor
sobre a importância desses saberes:
1. Psicologia
A psicologia aparece no currículo,
quando aparece, por meio da literatura e do teatro, as dores e os amores de
personagens. “Mas quem aprendeu profundamente sobre o inconsciente? Sabemos
transformar decímetro em centímetro, mas o que sabemos sobre autoestima,
agressividade, angústia? O que vamos usar mais? Como uma coisa tão presente na
vida está ausente na escola que pretende preparar para a vida?”, pergunta o
suíço.
2. Direito
Quase ausente no currículo, este saber é
indispensável porque vivemos em uma sociedade regida pelo direito. “Não há
necessidade de decorar a legislação ou o Código Civil. Mas precisamos saber
consultar esses materiais, sermos capazes de dialogar com juristas, entender
nossos deveres e obrigações, já que nossas sociedades estão construídas em
torno deles.”
3. Ciências políticas
Perrenoud pergunta se a escola está
preparada para ensinar sobre as relações de poder, sobre as influências
políticas, econômicas ou étnicas que estão por trás das decisões parlamentares.
“O quanto estamos preparados para entender que quando o [presidente dos EUA
Barack] Obama está tentando mudar a lei para o porte de armas nos EUA e não
consegue, isso está diretamente relacionado ao fato das campanhas dos deputados
que votam serem financiadas pela indústria armamentícia?”, questiona.
4. Economia
O mundo vive uma crise econômica intensa
no momento, talvez não muito forte no Brasil devido ao momento específico de
crescimento econômico, mas que está impactando muitos países do globo. Quem
compreende a crise? Quem compreende o problema que começou com a compra de
produtos financeiros nos EUA, que eram vendidos a quem não podia pagar? “A
economia está no nosso dia a dia. Claro que todos temos que entender um pouco
dessa dinâmica no mundo que vivemos hoje, que não é mais baseado em plantar e
colher para comer. Nós vamos ao supermercado e os supermercados envolvem
relações de trabalho, distribuição, consumo etc. Temos uma grande carga horário
de ciências sociais que não aprofundam nessas questões”, critica. “Isso para
não falar da não compreensão do sistema de funcionamento bancário. Se
entendermos melhor sobre a lógica do banco, quem perde?”
5. Urbanismo e arquitetura
Entre os grandes desafios do mundo hoje
estão a poluição, o trânsito, o saneamento básico e a higiene urbana. “Não
vivemos mais no campo. Somos uma maioria urbana. E a exploração urbana é muito
mais um resultado do acaso, da especulação imobiliária do que algo pensando
para atender as necessidades dos habitantes daquela cidade. O quanto a escola
nos prepara para essa vida do século 21 e esses problemas?”
Eu concordo, mas acrescentaria Ciências Biológicas, Filosofia, História e Sociologia da qual Perrenoud esqueceu de mencionar tão essenciais para a harmonizar oos habitantes do planeta.
Fonte: http://porvir.org/porpensar/saber-mais-e-mudar-relacoes-de-forca/20130614 em 14/06/13 // Escola // Família