quarta-feira, 23 de setembro de 2015

As Relações de Forças no futuro segundo De Masi

Domenico De Masi: Vivemos num manicômio, onde o homem tem que ir até a informação.

Foto: pixabay - free 

Entrevista com o sociólogo Domenico De Masi na coluna "Branding, Consumo e Negócios" do site  EXAME.COM, publicado em 17/09/2015.

Sua abordagem muda o conceito de "relações de forças". 
No futuro, a chave está no indivíduo criativo, na cultura e entretenimento, valorando essa mão de obra, hoje vista como ociosa, pouco valor e ressalta: “Na sociedade industrial, a dignidade vem exclusivamente do trabalho.

Na sociedade pós industrial, a dignidade vem da cultura”. 
E, como tal - liberdade para ocupar o tempo, de forma criativa, e não mais em ambientes sob pressão ou competitividade entre si. 

Em defesa do Ócio criativo, hoje visto como uma forma negativa, mas 
a liberdade que permite a criatividade, de forma mais ampla. 

Domenico acredita que as grandes empresas devem ter cada vez mais
dificuldade de recrutar os melhores jovens para trabalhar em seus
quadros de funcionários. Isso se dá especialmente porque as empresas, mesmo as 
mais modernas, ainda se organizam como na época industrial,
De maneira hierarquizada, divididas em departamentos, e especialmente
voltadas para os aspectos competitivos entre seus colaboradores.

Segundo ele, as grandes empresas não são“realizativas”, elas são competitivas. Em suas palavras, “Quando os jovens pensam em trabalhar, eles pensam em trabalhar com teatro, pensam trabalhar com dança, pensam trabalhar com empresas pequenininhas. Eu acho que eles acham estúpido ir trabalhar em uma grande empresa”,
afirma. 

Para De Masi, o trabalho criativo ou o trabalho em que você tem liberdade. Mesmo que seja uma atividade não artística, como o jornalismo, traz mais realização para este jovem pós-industrial e, portanto, deve “recrutar” os melhores e mais inteligentes dessa nova geração. Porque afinal, eles querem trabalhar com liberdade, sem ter que estar presente num escritório fechado por grande parte do dia.

Essa liberdade é a fonte das grandes ideias, que De Masi entende
não serem produzidas nas grandes empresas, mas especialmente fora delas, e cita o Facebook como exemplo, que surge dentro da Universidade, e não dentro de uma empresa.

Mas por que, então, ainda grande parte dos jovens são recrutados por essas empresas? 

Por que algumas delas ainda estão no topo dos rankings de onde os jovens querem trabalhar após se formarem? Ao mesmo tempo que De Masi critica esse comportamento, ele também dá a razão de suas influências: “(eles procuram essas empresas porque)a alienação e os cretinos são muitos no mundo. 

Mas não são cretinos por natureza, são cretinos pela educação. Eles são educados para a imbecilidade, para o infantilismo. E são pessoas infantis, saem infantis das escolas de negócios”, criticando mais uma educação que ele julga ultrapassada do que as escolhas dos jovens propriamente dita.

A crítica para as escolas se dá em função de ainda propagarem os mesmos livros escritos com o pensamento dos gestores americanos, e trabalharem com casos e problemas das empresas industriais
americanas. Ainda que uma pequena parcela delas abra espaço para os outros tipos de negócios possíveis na economia atual, a grande maioria dos estímulos, casos e modelossão voltados para as empresas
industriais.

De certa maneira, elas acabam reduzindo a liberdade e o potencial do jovem profissional para a criatividade. A grande empresa, sob a promessa de segurança e estabilidade, tolhe a liberdade
criativa. 
De Mais conclui que: “As escolas de negócios são as últimas fábricas de imaturos.

A criatividade te dá liberdade. Te dá autonomia.As empresas trabalham com subordinação, com competitividade. A criatividade, dizia Le Corbusier, nasce num ambiente sereno. "Se você estiver numa relação competitiva, não há criatividade.”

O futuro da Indústria e do emprego industrial.

A lógica da indústria deve, com o tempo, reduzir o seu impacto já que a
própria indústria terá um impacto menor na sociedade e na economia
futuramente. De acordo com Domenico, a indústria, enquanto participação na economia, caí em todo o mundo.Ele compara a atual fase da indústria ao que foi a questão agrícola no passado, que representava praticamente toda a atividade produtiva e hoje tem uma participação relativa 
muito menor.  

De Masi entende que a indústria já teve o seu apogeu, e partir de agora deve declinar e dar lugar aos serviços e à economia criativa. Mas isso não significa que a produção da indústria irá cair. “A indústria tem um mundo finito. Não iremos diminuir a produção, mas iremos diminuir os operários. Em 2030 teremos 60% a menos de pessoas empregadas. 60% menos postos de trabalho (na indústria).” afirma De Masi.

Essas pessoas deverão ser absorvidas no segmento de serviços, na nova economia. Sem esta solução, não há outra perspectiva a não ser o aumento do desemprego ou a redução da jornada de trabalho. 

Num exemplo dado por ele: “Quando se coloca um robô, ou um computador que faz 15% do trabalho, deveríamos reduzir em 15% o tempo da jornada de trabalho. Ou então teremos os pais completamente ocupados, e os filhos completamente desocupados. São esses dois modos”. 
Portanto, do ponto de vista puramente industrial, existe uma equação que só fecha com a drástica redução da jornada de trabalho.

“Se o aumento da produtividade faz com que precisemos de 10% 
a menos de mão de obra, que diminuamos em10% da carga de trabalho.
Ou então, o que acontecerá é que teremos 90% das pessoas completamente ocupadas, e 10% das pessoas completamente desocupadas. São esses os dois únicos modos. E esse é o grande medo que se tem hoje”, reforça De Masi. 

Vale ressaltar que Domenico aqui aborda que a absorção da mão de obra se daria somente na indústria.
Se novas ocupações forem criadas, essa equação acharia novas variáveis para se balancear.

Um futuro sombrio ou um futuro brilhante? 

É interessante a percepção que um mundo com menos trabalho possa causar tanta apreensão para as pessoas, mas é isso que de fato acontece.
Para o nosso pensamento “industrial”, a falta da necessidade de
mão de obra na indústria é a mãe de todas as crises. E de fato era.

Mas essa época ficou para trás. Parece que, ao atender as preces de todos por menos trabalho, a nova configuração do trabalho na sociedade ao invés de causar felicidade, causou apreensão. Domenico pensa um pouco diferente: “Mas, isso é uma maravilha, que possamos produzir tanto, e tão bem, com um mínimo de trabalho. E podemos dedicar o resto do tempo à cultura, ao tempo livre. Ao amor. A ficar junto com outras pessoas que amamos”. 

Essa dependência do trabalho ainda é uma das características da sociedade industrial que causa enorme ansiedade e que potencialmente será algo difícilde ser alterado. Não se está tratando o trabalho como algo negativo, mas simplesmente tirando dele o lugar de destaque que ele ocupa tão fortemente em nossa sociedade.

Domenico discute a relação entre o trabalho e a dignidade, tão arraigado no pensamento industrial. Para quem vive no pensamento industrial, não há como se ter dignidade sem se ter trabalho, e isso causa revolta. Lembramos de um momento durante a crise de 2008 e 2009 que a França sofria com o desemprego. Nos arredores de Paris, onde ele era mais frequente, houve uma revolta daqueles que lá moravam. 

Mas não era uma revolta por falta de moradia, ou comida, ou roupas.
Tudo isso era provido pelo estado francês. Era uma revolta pela falta de dignidade. Sobre isso, Domenico afirma: “Na sociedade industrial, a dignidade vem exclusivamente do trabalho. Na sociedade pós industrial, a dignidade vem da cultura”.

Ele continua: “Kaynes dizia em 1930, que o problema do tempo livre é o
problema da falta de cultura. Porque se há cultura, vão escrever, vão ler, vão visitar os amigos. Vão fazer uma viagem.

O problema da sociedade pós-industrial é o problema da cultura”.
Nós ainda não aprendemos a ter, e a valorizar a cultura como uma atividade tão digna quanto o trabalho. Ainda se trata a cultura como apenas diversão, e quem vive somente dela, como pessoas 
de menor valor do que aqueles que vivem da indústria. 

Quando aprendermos a valorizar a cultura como um produtor de riqueza
tão grande quanto a indústria, teremos dado um passo em direção ao pós-industrialismo. O “gap cultural” e as adaptações até o ajuste pós-industrial.

De acordo com Domenico, estamos hoje num “gap cultural”. 
O gap cultural é o nome que os antropólogos dão quando estamos vivendo em uma época com as regras culturais das épocas precedentes. Isso acontece sempre que há uma alteração socioeconômica profunda, quando como mudamos da economia agrícola para a economia industrial, no século XIX. 

Hoje estamos vivendo na época pós-industrial, mas ainda pensamos e nos comportamos como se estivéssemos na era industrial. Algumas alterações são significativas, mas menos observáveis no cotidiano. 

Uma delas é a relação com as escolas de negócios, tão criticadas por De Masi. Segundo ele: “A sociedade pós-industrial tem uma forte inclinação ao tempo livre.

A sociedade industrial tem uma forte inclinação ao trabalho. Agora, como vamos educar para o tempo livre se as universidades educam para o trabalho?” “Esse é o cultural gap.”, exemplifica.

 

Já outras são absolutamente observáveis e, por isso, causam grande indignação se analisarmos de maneira mais profunda.

Domenico se revolta: “Olhe lá fora (aponta para a rua de SP) isso é um manicômio. Isso é um manicômio!

Tudo o que se vê são carros, estão todo indo para o trabalho, sendo que todos eles poderiam trabalhar em casa, ou podem trabalhar juntos em algum outro local, como nós estamos fazendo (estamos conversando no hotel em que Domenico está hospedado). E não é a informação que
vai até o homem. É o homem que tem que ir até a informação. E isso é uma loucura, porque as informações são transportadas num ‘bit’, e os automóveis são mais difíceis de serem transportados 
por aí.”

A revolta quase cômica de Domenico é justificada. Lutamos para termos tecnologia que nos permite ter acesso às pessoas, suas vozes, suas imagens, seus textos e opiniões em qualquer lugar do planeta.
Mas ainda nos obrigamos a, como diz Domenico, “irmos até os bits”.
Os congestionamentos poderiam ser facilmente evitados se ficássemos no “home office”, ou no “teletrabalho”, como prefere Domenico. 

Mas numa cidade caótica como São Paulo, preferimos ir até o trabalho, e ainda nos concentrar em regiões como a da Av. Berrini, Av. Faria Lima, ou na Av. Paulista, aumentando ainda mais o problema do trânsito e do tempo perdido. Entretanto para Domenico, o Brasil tem suas diferenças regionais: “O Rio de Janeiro é mais pós-industrial que a São Paulo. São Paulo é muito industrial. Copacabana é pós industrial”, e essa discussão sobre o Brasil pós-industrial será a que encerrará esta série de posts sobre nossa entrevista, na próxima semana.

sábado, 19 de setembro de 2015

MAMPITECA SOLIDÁRIA | CLUBE INAUGURA ESPAÇO LITERÁRIO

MAMPITECA SOLIDÁRIA
A Sociedade Recreativa Mampituba, em Criciúma/SC, agora conta com mais uma inovação para os Associados, além do lazer, aguçar o hábito pela leitura. A inauguração será nesta segunda-feira, dia 21 de Setembro, às 19:30 h, no Complexo Aquático na Sede Campestre. O funcionamento da Mampiteca seguirá o exemplo das bibliotecas solidárias, onde as pessoas podem tanto doar livros para o espaço, como levar exemplares para casa, lê-los e depois devolvê-los, sem custo algum. Os interessados em doar livros devem entrar em contato com o Clube.


Fonte: Clube Mampituba

domingo, 13 de setembro de 2015

Bandas de rock fazem show beneficente em prol dos Animais

 Yes, Rock para todos!
  

Imagem_ Divulgação evento




















A Segunda edição do  Vira Latas Rock Fest  acontece no próximo dia 26 de setembro no charmoso Santa Sede Rock Bar. 


O evento 100% beneficente reunirá bandas de rock em favor do abrigo Dona Cida, localizado no bairro de Terra Preta, em Mairiporã, e abriga em torno de 130 cães, na maioria, idosos, cardíacos, cegos e com todos os problemas que a velhice apresenta, com o decorrer do tempo.  


A causa tem chamada atenção de várias personalidades, entre elas, Célia Coev, Apresentadora do Programa Talk Show simpatizante de causas sociais e que ama os animais. O programa  de entrevistas na web, vai ao Ar, pelo Canal da FlixTv  e aborda  Cultura, Artes, Literatura, etc.


O dinheiro arrecadado será revertido integralmente para o Abrigo Dona Cida, para ajudar na manutenção, assistência para os cães, e, assim como, amenizar parte dos gastos com ração, o aluguel, alimentação, medicamentos, limpeza, transporte caminhão de água (em virtude do poço natural que havia no local, ter secado)


Sob os cuidados dos moradores locais que, se revezam para dar toda a assistência necessária, em manter os animais  alojados, alimentados, e saudáveis, e uma excelente oportunidade. Ao Colaborar com a causa, terá a grata surpresa em assistir dois belos shows de  rock ao Vivo.

Serviço:
Vira Latas Rock Fest
Quando: 26/09/15 – Sábado.
Onde: Santa Sede Rock Bar  
Av. Luiz Dumont Villares, 2.104 - Pertinho do Metrô Parada Inglesa. 
Aberto a partir das 18 horas.
O Evento conta com a participação das bandas Rádio Rock BR e Black Coffee Band a partir das 20h30.
Valor: Entrada R$ 8,00 + dois quilos de ração para cães.
Ponto de Venda Local: 
Mais informações: (011) 2639-0259

sábado, 12 de setembro de 2015

Cultura da vaidade como amor-próprio




"Da série 
7 prazeres capitais – pecados e virtudes hoje” .
A vaidade parece estar cada vez mais em alta nesta sociedade, onde o individualismo e o “empreendedorismo” passaram a serem metas, valores, fortemente estimulados.  Aquele que já foi visto como o maior e o primeiro dos pecados capitais por seus atributos maléficos – o orgulho – hoje virou  virtude. Disfarçada e rebatizada de autoestima, a vaidade é agora “amor-próprio”.

Uma vida vivida para os outros.
Eu sei que, se o homem pudesse escolher a nossa vida, todos escolheriam, mandar e reger, ninguém escolheria sofrer e padecer, mas as pessoas não se dão conta,  que mandar e reger é representar, e padecer é viver". (Calderón de La Barca).
“O grande problema do mundo é a comparação”. – Montaigne. 
O consolo é que sempre há alguém mais feio do que eu, mais burro, mais pobre e mais infeliz. O nosso desgosto é que sempre há alguém acima, mais bonito, mais inteligente, e que aparentemente é mais feliz. A vaidade nos joga para compararmos com os debaixo, e a inveja, nos joga para comparar quem está acima. Nós estamos educando pessoas, com pouco limite para entender a sua vaidade e o espaço do outro. Geralmente os mais velhos dizem a mesma coisa sempre, em todas as épocas, no meu tempo era melhor. Isso é bobagem. As gerações anteriores viveram a 2 guerras, praticaram genocídios contra indígenas, negros, judeus – não é passado de glória.Valorizar uma personalidade, onde toda qualquer iniciativa deve ser incentivada, tudo é criativo e bom. Como se todo e qualquer conhecimento fosse positivo.

A grande questão é que instituímos uma vaidade como virtude, não mais como pecado capital, a humildade não pega bem.  A crença na vaidade como uma nova virtude, é uma questão que nos faz pensar bastante no futuro.

É cada vez mais difícil atribuir notas baixas a alunos;
É cada vez mais difícil punir alguém por alguma coisa;. É cada vez mais difícil estabelecer regras, porque imediatamente, a vaidade produz a Hermenêutica da regra (interpretação). E estimulada hoje no mundo capitalista atual, como a necessidade de ser único, especial, forte, onipresente. A nossa vaidade não permite mais a falha, a tristeza, não permite mais que eu falhe mais sexualmente, porque há auxílios químicos para isso. Não permite mais que eu fique triste, porque já temos auxílios químicos para isso. Não permite mais simplesmente viver a dor e o fracasso, aquela que antigamente, era dito que fortalecia o caráter, estimulava o crescimento, nos levava pra cima, que fazia, a cada queda aprender mais, hoje devo subir sem quedas. O mundo está acabando a todo instante, e essa individuação nossa, aumenta com essa sensação, fim de mundo, e essa sensação absoluta, que nossa vaidade há muito tempo, deixou de ser um defeito, e passou a ser uma virtude sólida. Talvez a virtude, mais esperada de todas. É função dos pais, estimularem o novo nome que é a autoestima, é função dos pais, eliminarem a depressão, a dor e o choro. Nós não podemos mais conviver com essas coisas, que animaram a humanidade em tempos passados.
Nós não consertamos mais coisas, nós não consertamos mais relações humanas, nós trocamos. E, ao trocar sapatos, computadores e pessoas que amamos, por outras pessoas, vamos substituindo, a dor do desgaste pela vaidade da novidade. Ao trocar alguém creio imediatamente, que eu me torno alguém mais interessante, e não percebo que aquele espelho continua sendo, o drama da minha vaidade, o que eu não tolero na pessoa anterior, é que ela me mostrou, o quanto estou decaindo, envelhecendo, e como eu sou desinteressante. E na nova pessoa, eu exploro o quanto eu quero ser interessante, instigante e assim por diante. É fascinante que o nosso mundo hoje, tenha eliminado a humildade como virtude. É fascinante, por exemplo, que nós aceitemos todo e qualquer elogio, porque dentro de nós há, segundo os místicos medievais, um demônio esperando isso: O demônio da soberba, da vaidade. Aquele que acredita, o que não pode ser acreditado. Como Lúcifer um dia, acreditou que podia ser igual a Deus. Repetimos o pecado de Lúcifer. E brigamos permanentemente, por esse ego insaciável, porque eu prefiro ser perseguido, que ser ignorado, que pegue no meu pé, eu prefiro parecer à vítima da sala, que parecer o Gasparzinho da sala, eu prefiro tudo, menos não ser visto, porque viver hoje é ser visto. Se eu não fotografar o que como, Se eu não falar onde eu fui, Se eu não tirar fotos, Se eu não fizer tudo isso, Eu não fui, e “ver é viver” e, ser visto é ter certeza que eu vivi.
 
A todo instante, a minha vaidade é testada, e como eu não gosto de dizer que não sou vaidoso, eu a disfarço através do recurso da humildade. Porque todo o espelho diz sempre pra bruxa a mesma coisa: Haverá alguém mais bonito do que eu¿ Sempre responderá para pessoa que pode quebrá-lo. -Não... “você é a mais bonita”. Temos que nos conformar que a vaidade, seja uma instituição, temos que aprender a lidar com ela, para não ficar com falsas humildades, temos que aprender que sempre haverá alguém mais hábil, sempre alguém melhor, sempre alguém acima. E a única maneira de eu não ser vaidoso, é pensar só em mim, eu parar de me comparar com os outros, ou seja, eu devo apenas pensar em mim. E essa dialética encerra toda e qualquer vaidade. Não tem jeito eu estou isolado. Nos momentos que o meu eu, é reconhecido e dialogo com os outros, chamamos isso de Encontro, Amizade, Casamento.

Sobre o autor: Leandro Karnal é professor, historiador, graduado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e doutor pela Universidade de São Paulo.


Para Assistir na íntegra click no link direto na Font
e: cpflcultura

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Almir Sater: "Todo bom pescador que conheço gosta muito de preservar a natureza”.

"Música para sentir. Natureza para curtir. Ambas para preservar". - Almir Sater.

Neste Sábado (12), em Lago da Prata, MG - o violeiro Almir Sater encerra o Festival do Peixe, uma dos eventos mais tradicionais da região. Numa entrevista por Janaina Quitério, para a Revista Pesca Brasil 13, em novembro de 2008, artista fala sobre hobby e pescaria.

Foto: Reprodução

Almir enfatiza: "Todo bom pescador que conheço gosta muito de preservar a natureza”. 
Para ele, mais importante do que fisgar o peixe é estar pescando. E ainda dá dicas sobre  pescar e quais apetrechos usa.

 "O pescador Almir Sater"

O cantor, compositor, violeiro e ator Almir Sater fala da sua relação com o meio ambiente e proseia sobre como gosta de pescar.
 — Ah, que saudade de pescar... Foi com esse suspiro que o músico Almir Sater recebeu a equipe da Revista Pesca Brasil após a passagem de som do show realizado no final de agosto, em São Caetano do Sul – SP. 

Com um chapéu marrom confortável na cabeça — para combinar com a viola?  Almir Sater lançava de si um leve aroma amarelo de maracujá. Ou, pelo menos, sua figura construída em imagem e som como homem pantaneiro fazia os sentidos de quem estava por perto associarem-no inteiramente à natureza e ao Pantanal. A voz sorria grave e sem pressa, pedindo para a memória puxar o sucesso “Tocando em frente” — composição sua com o parceiro Renato Teixeira: “Ando devagar porque já tive pressa levo esse sorriso porque já chorei demais”. No palco, Almir Sater declama a música que toca na alma. Em cena, ponteia a viola, distribuindo um som de pegada que traz os ouvintes para o interior do palco.

Nos bastidores, o violeiro também constrói em versos sua relação com a natureza: “Fui criado em Campo Grande – MS, cidade na qual as fazendas estão bem pertinho. A gente saía caminhando e já chegava naquela ‘chacrinha’. Eu sempre gostei muito de mato. A maioria dos pescadores, quando vai pescar, também está indo para o meio do mato, à procura de um pouco de paz, de contato com a natureza. Todo bom pescador que conheço gosta muito de preservar a natureza”, papeia. Mais importante do que fisgar o peixe é estar pescando, confessa Almir.

E se não pegar peixe? – “Sei lá eu... como um sanduíche, compro o peixe. Gosto é de estar num barco, sabendo que nesse dia ninguém vai me achar no meio do rio, e que não tem mais nada para fazer a não ser ficar dando comida aos peixes”. Durante muitos anos, Almir Sater criou a família na fazenda Campo Novo, em Aquidauana – MS, às portas do rio. Todo dia buscava peixe para o almoço e janta. Lá, nunca deixou de trazer peixe: — Nem que fossem piranhas, que é um peixe muito bom de comer.

Como gosta de pescar? “Eu gosto de pescar com linha de mão e uso uma câmara de bicicleta cortadinha como dedeira. Eu não gosto de ficar muito tempo segurando molinete, porque aquele rio nosso tem muito peixe. E molinete dá muito trabalho. E gosto de pescar com vara de bambu: aquela pescaria em que a gente solta o barco e vai descendo à beira do rio, fazendo de conta que é a frutinha que vai caindo. O peixe acha que é a frutinha, e a gente engana o peixe”, explica.

Almir Sater tem três filhos. O mais velho — o violonista Gabriel Sater — seguiu os passos do pai e tem apresentado o show “Filhos de peixe”. O filho mais novo, hoje com 12 anos, gostava de pescar jacaré. Com os dois mais novos em idade escolar, Almir Sater mudou-se para a Serra da Cantareira - SP, onde tem o parceiro Renato Teixeira como vizinho. Nos meses de férias, Almir Sater retorna ao Pantanal: “Em julho fui pescar no rio Aquidauana, lá pra baixo, no Pantanal. Acho um rio muito bonito”.  A natureza parece ser uma inspiração para sua criação musical. “Eu amo a natureza, gosto do silêncio para tocar”. 

Quando algum fã questiona se ele vai lançar o show em DVD, Almir Sater responde sereno: — Gosto de que as pessoas me ouçam de olhos fechados. Assim é a relação de Almir Sater com a música e com a natureza: música para sentir. Natureza para curtir. Ambas para preservar. Tudo se toca, como é cantado no trecho da música “Um violeiro toca”: inspira-se no violeiro Tião Carreiro e tem como parceiros os músicos Paulo Simões e Renato Teixeira. Com Paulo Simões, Almir Sater montou a Comitiva Esperança — com quem percorreu mais de mil quilômetros pelo Pantanal pesquisando a música e os costumes da região. O primeiro disco foi gravado em 1981, pela Continental.

Durante muitos anos, seu instrumental de viola “Luzeiro”  foi o tema musical de abertura do Globo Rural. Almir participou da novela Pantanal, hoje reprisada, Ana Raio e Zé Trovão, Rei do Gado — encenando o personagem Pirilampo, da dupla fictícia “Pirilampo e Saracura” — e Bicho do Mato. O último CD é o Sete Sinais — uma produção independente gravada em 2006. “Tudo é sertão, tudo é paixão, se o violeiro toca. A viola, o violeiro e o amor se tocam...” Pantaneiro.

Neste novembro, dia 14, Almir Sater completa 52 anos. Desde jovem toca violão, mas se apaixonou pela viola quando estudava Direito no Rio de Janeiro. Nascido na região Centro-oeste do Brasil, a influência musical vem de fora: folk americano, música paraguaia e andina. De dentro do país, Almir Sater autografa a Revista Pesca Brasil após entrevista. Os bonés — também autografados — serão sorteados aos leitores que fizerem assinatura Pesca Brasil.fim. 

Nota: 
Fotos são ilustrativas (reprodução). não faz parte da entrevista.
Reprodução: Revista Pesca Brasil 

Serviço:
Quando: 12 de Setembro de 2015.
Onde: Festival do Peixe de Lagoa da Prata! Minas Gerais.
+ info: (37) 3261-1004 whatSapp: (31) 9561-1212
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