quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Filosofia: Suba a montanha com Nietzsche

 Nietzsche e a dolorosa jornada humana.

É nos infortúnios que moldamos o ser. É nas pedras do caminho que forjamos o caráter e a condição de superação. Suba a montanha com Nietzsche.

Por João Luís de Almeida Machado.


Imagem de aatlas por Pixabay

Friedrich Nietzsche (1844-1900), filósofo alemão, acreditava que ao escalarmos montanhas tínhamos uma clara compreensão do que é a vida. Os percalços da subida representariam justamente as dificuldades, dores, problemas, erros e infortúnios que enfrentamos. 
 
A trajetória de subida, marcada por momentos de satisfação entremeados por estas "pedras" ao longo do caminho, no entanto, compensaria todo o esforço. Metaforicamente falava da existência humana como sendo uma peregrinação, uma caminhada, uma jornada.

As "pedras" ou infortúnios ganham força em suas obras por conta da própria vida acidentada e sofrida do filósofo. Nietzsche perdeu o pai, um pastor presbiteriano, quando ainda tinha 4 anos de idade. 

Aos 19 contraiu sífilis, doença que lhe causaria inconvenientes até o fim dos seus dias como, por exemplo, a necessidade de sempre buscar locais onde o clima lhe fosse mais conveniente, fazendo com que se mudasse regularmente de cidade. 
 
Aos 24 anos tornou-se professor universitário, mas sua carreira durou apenas 11 anos, tendo se aposentado desta função precocemente aos 35. Não conseguiu ser entendido pelos colegas e, ao não estabelecer  bons vínculos, como autêntico "estranho no ninho", afastou-se do mundo acadêmico. 
 
Seus relacionamentos amorosos não se consolidaram e, por conta disso, Nietzsche viveu só, angustiado também por conta de seus insucessos emocionais. Suas obras-como "Assim Falava Zaratustra", "Crepúsculo dos Ídolos", "Ecce Homo", "Além do Bem e do Mal", "A Gaia Ciência" - hoje consideradas marcos da filosofia contemporânea, não foram reconhecidas durante sua existência. 
 
Não lhe renderam, apesar de publicadas, nem mesmo dinheiro suficiente para que tivesse uma vida confortável, legando-lhe uma vida modesta, sem grandes luxos.  Por volta de seus 45 anos, teve um colapso nervoso e pensou ser Jesus, Napoleão, Buda e Alexandre Magno. 
 
Foi então internado em um sanatório, onde permaneceu durante alguns anos. Morreu quando ainda tinha 56 anos. Infortúnios, portanto, não lhe faltaram. Na vida profissional, emocional, financeira, familiar, na saúde... Nietzsche colecionou problemas, dores e dificuldades.

Por conta disso, um de seus principais temas acabou sendo o sofrimento. Não como um lamento, como poderia se esperar. 

Nietzsche não era o tipo de sujeito que se atiraria do prédio como ocorreu com investidores e empresários durante a Crise de 1929. 

Pelo contrário, pensava que qualquer tipo de problema poderia ajudar as pessoas, ao invés de simplesmente significar a derrocada final, a derrota definitiva. Realista como era, dizia que todas as pessoas, sem exceção, passam por dificuldades de diferentes graus ao longo de sua existência. 
 
Mesmo aquelas que nos parecem tão afeitas ao sucesso, em diferentes momentos de suas vidas passaram, passam ou passarão por infortúnios.  Não é possível dividir os homens entre aqueles que são vitoriosos e os que não são. 
 
Todos em algum momento têm seus êxitos e seus amargores. A forma como encaramos estes dissabores é que precisa ser revista segundo ele.Temos que pensar a derrota, a dor ou o problema como parte do aprendizado que a vida nos proporciona. 

Aprender com os erros e, das lições provenientes, em momentos posteriores, ser capaz de articular melhores respostas as situações que a vida nos apresenta.
 
Nietzsche era tão consciente em suas reflexões quanto ao sofrimento como parte irremediável da existência humana que chegava mesmo a desejar que as pessoas passassem por infortúnios para que, depois, vivessem melhor. 
 
Se pudermos pensar, por exemplo, no que acontece hoje, quando as pessoas vivem sob a ditadura da felicidade, certamente compreenderemos melhor o pensamento deste atormentado filósofo alemão. 

O fim do mundo, no entanto, conforme Nietzsche, só acontece para quem desiste de tentar, de ir à luta, de acordar pela manhã no dia seguinte com fôlego e disposição para uma reentrada fulgurante no cenário da vida. Vejam, por exemplo, as bailarinas... 
       
Para que possam, literalmente, flutuar no palco diante de seus espectadores, passam por horas e horas de treinamentos e ensaios, a adequar-se a diferentes coreografias e estilos musicais. 
 
Nessa luta: bolhas nos pés, dores nas costas, contusões esporádicas, horas despedidas e dedicadas a esta nobre arte (e a contrapartida, ou seja, a ausência em outras instâncias da vida, como lazer, família, vida social...).  

Apesar disso, e ao final de tanto esforço, há as luzes, os palcos, as apresentações, a dança, a arte, a beleza, os aplausos...
 
Fontes: 
 
Reproduzido do Site: 
 
Eu complementaria: "O que não mata só me fortalece" - Ave Nietzsche.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Cinema: A Governanta


Reprodução: Inernet 

Ontem, assisti ao filme "A Governanta", por um acaso. Trata-se de um filme, mais ou menos antigo (1998), mas como se ambienta na Inglaterra e Escócia, me chamou atenção.

Ao navegar na Internet, me surpreendi com o comentário do Marcelo Rubens Paiva, feito na época em especial para a Folha, pasmem...? risos, como sou insolente e atrevida... ouso contestá-lo.

Claro, é a opinião dele e merece todo o respeito, entretanto, creio que tudo depende da forma com que interpretamos, ele assim diz: "A Governanta" é um filme bom. Não é muuuuito bom. É razoável. Cansa às vezes. Às vezes é engraçado. Às vezes dá sono.A fotografia é boa. É muuuuito boa. O elenco é excelente. Muito bom mesmo. A historinha é que é mais ou menos. É bacaninha...Um dos temas é a fotografia e sua descoberta. O pai fotografa a governanta, que fotografa o pai...e por aí afora, ele diz..."

Ok, confesso que o filme, às vezes, chega a ser enfadonho, por causa até do marasmo em que a família vive, isolada de tudo e todos. Os personagens, em estado de letargia, fatigados e indiferentes, pela mesmice do que vivem e convivem.

Mas, se olharmos mais profundamente e com mais afinco, veremos que a historinha "não é mais ou menos assim", ela tem a acrescentar em reflexão.

Eu pontuo alguns pontos cruciais, a seguir:

Primeiro - O preconceito religioso, a moça judia que segue os preceitos judaicos se vê obrigada a omitir seu dogma e o verdadeiro nome, para a família cristã, ao exercer a profissão de governanta, já que por um lance de azar, teve sua vida virada pelo avesso.

Segundo - A governanta, com sua irreverência, juventude, dá vida ao lugar e promove mudanças nas pessoas, quebrando a rotina, aquele marasmo em que viviam.
Através de sua alma curiosa, consegue descobrir o que o dono da casa, então, cientista, tenta anos a fio e sem sucesso, fixar a imagem e perpetuar a fotografia. Por causa desta afinidade, desenvolvem entre eles, um romance e inapropriado.

Terceiro - Por meio de sua tenacidade jovial e criatividade, em pousar como modelo, consegue chegar ao tão sonhado aperfeiçoamento da imagem.
Como toda pessoa jovem e sonhadora, acredita que fará parte da sociedade, já que foi a responsável pela descoberta do novo empreendedorismo.

Quarto - Na sua ingenuidade, e num gesto impetuoso resolve fotografar o amante em momento íntimo, causando a fúria e rompimento do relacionamento.
Poderíamos até pensar que se trata de moralismo e família cristã, porém, era comum na época manter relacionamentos com serviçais ou cortesãs na sociedade. Época de frivolidades e falsas aparências. Na verdade, o que causa a indignação do companheiro, é que a jovem se sobressai sobre a descoberta dele. 

Com sua sensibilidade mais aguçada, ela consegue capturar imagens perfeitas e mostrar superioridade sobre seu criador, em inovação, provoca todo o descontrole, a ira e menosprezo por ela, pois, o torna impotente diante do talento dela, que se torna uma ameaça para ele.

Por fim, vale a pena, sim, assistir ao filme, e a historinha fica bem mais do que pra menos,
no final, a trama traz à tona os nossos piores medos, inseguranças, incertezas, egoismo, cinismo e machismo. Ganhos e perdas é inevitável, e uma lição de resiliência da governanta:
"Se a vida te der um limão, faça dele uma boa limonada!"

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Cris d´Avila encerra Novembro com mais 3 belas Apresentações

Foto: Rita Araújo SP
Cantora Cris d´Avila, segue de vento em popa, com uma série intermináveis de apresentações, pela noite paulistana. Nesta final de semana, ela encerra o mês, com chave de ouro e com mais 3 shows  intimistas incríveis Na voz elegante e afinada da cantora, podemos relembrar o que há de melhor na MPB e Standards do Jazz.
O Show de hoje logo mais à noite, Boutique Vintage Brechó, conta com Mateus Porto, na guitarra e a voz elegante de Cris d´Avila, destilando todo seu charme, valorando ainda mais a Música Popular Brasileira e Standards de Jazz, até o funk em sua voz, se torna erudito. Vem ver ao Vivo, se não me acredita!.
No Sábado e Domingo, a apresentação será no charmoso espaço e ambiente agradável, cercado por elegância e alto astral, Giramondo Hostel, e provar da gastronomia do também produtor e Chef Renato Piedade, que assina toda a degustação local.

Serviço:
Data:28|11|14 - sexta-feira.
Cidade: São Paulo, SP. 
Local: Boutique Vintage Brechó e Bar
Endereço: Rua Padre Adelino, 949 - Belezinho/ SP
Informações e Reserva: Telefone: ( 11) 3266-7003
Email: boutique.vintage@hotmail.com
Website : Boutique Vintage

Couvert Artístico: R$ 10,00

Data: 29 e 30/11/14 - Sábado e Domingo | São Paulo/SP.
Horas: a partir das 13:30.
Local:  Giramondo Hostel– Vila Madalena - Rua Girassol 471 - Convites: R$ 10,00. 
Reservas e Informações: (11) 2369-3819

terça-feira, 25 de novembro de 2014

"SINTA A VIBE" - Cris d´Avila e Ton Alves encantam público na Tarde do Jazz no Hostel.

 
Cercada de gente bonita e bom atral, num ambiente charmoso e atmosfera única, no Giramondo Hostel Vila Madalena e gastronomia assinada, pelo Chef Renato Piedade, foi assim que Cris d´Avila e Ton Alves, fecharam o domingo, 23, com chave de ouro, em mais uma bela Apresentação.E repete o feito dia 30.


  

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Crimes contra a Honra

“Toda pessoa tem seus cinco minutos diários de imbecilidade. A diferença entre as pessoas brilhantes e as demais é que, em seus minutos de imbecilidade, os brilhantes ficam quietos.” Pitigrilli, jornalista e escritor italiano.
Reprodução: Internet 
 











A internet virou um campo minado de ofensas, rechaço e retaliações. 
Pessoas confundem "liberdade de expressão com impunidades ou irresponsabilidades" defendem o indefensável, por 
ignorância da lei, maldade, por má educação ou porque se acham representadas e compactuam com os desrespeitosos. 

"Para não alegar ignorância" como diz a Lei, é bom estar a par dos atos, antes de sair por aí provocando pessoas por pura ignorância, inveja, modismo ou para fazer sucesso nas redes sociais e lacrar. 

A lei existe para impor certos limites e decoro na convivência social. Se cada um falar tudo o que tem vontade sobre o outro, no fim sobrarão dois lugares: o hospício e a prisão. Até mesmo o cemitério.

"Quem me rouba a honra priva-me
 daquilo que não o enriquece e faz-me 
verdadeiramente pobre." 
William Shakespeare. 

A honra vale mais que qualquer posição social, riqueza ou status, para quem aprendeu a valorizá-la desde o berço.  Não podemos jamais ultrapassar o decoro, os limites da boa convivência social, da inpolidez.

Não devemos criar a falsa ilusão de que, ao estar numa bolha virtual, seja a condutora das regras, maneiras e ditames individuais, é o mesmo que passar por cima dos códigos penais, até da educação que nossos pais devem (riam) ter passado. 
Assim como os professores, ambos educadores. 

Se uma pessoa se sente aviltada, afetada em sua honra objetiva e subjetiva, a lei deve amparar sua integridade moral. O direito de ir e vir em paz, sem passar por situações vexatórias ou degradantes. Sem sofrer enxovalhos ou haters a degradar.

O que distinguia um camponês de um nobre no passado eram as regras e etiquetas sociais, o primeiro considerado tosco, rústico e o segundo polido, por receber todas as orientações e comportamentos sociais e adequados.

Atualmente, tanto os camponeses quanto os nobres têm oportunidades de aprender sobre civilidade, cultuar as boas maneiras e obedecer às regras sociais que deveriam ser para todos. Se a lei não é suficiente para contê-los, adote a ética cristã: "Faça aos seus semelhantes o que gostaria que fizessem com você", nobres ou camponeses, para Deus, "somos todos feitos à imagem e semelhança dele".

São três os crimes contra a honracalúnia, difamação e injúria.

Os Códigos da Lei do Art. 138 a 145, com sutis diferenças, que permite restituir o direito em recorrer à justiça quando a honra, o sentimento que temos de nós mesmos está sendo aviltado 
por outra pessoa (injúria)


















Calúnia Art. 138  
Caluniar alguém, imputando-lhe falsament
fato definido como crime: 
Pena - detenção, de seis (seis) meses a 
2 (dois) anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, 
sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime 
de ação privada, o ofendido não foi 
condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas 
indicadas no nº I do 
Art. 141;
III - se do crime imputado, 
embora de ação pública, o ofendido foi 
absolvido por sentença irrecorrível.

Difamação - Art. 139
Difamar alguém, imputando-lhe fato 
ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de 3 (três) meses 
a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único - A exceção da verdade 
somente se admite se o ofendido 
é funcionário público e a ofensa 
é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria - Art. 140
Injuriar alguém, ofendendo-lhe a 
dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis)
 meses, ou multa.
Crime de Injúria: 
Preceito: ofender a dignidade humana. 
Não se refere a um fato, mas as atitudes, 
como, por ex. xingar igual de "Idiota". 
Atinge a "honra subjetiva", ou seja, 
a estima própria, o juízo que cada 
um faz de si mesmo. 

Na injúria, há sempre uma opinião pessoal, 
de desprezo e de impropério e de xingamento. 
Trata-se, portanto, de ofensa à dignidade, ao decoro. 
"Dignidade" tem sentido de juízo que a pessoa tem da sua própria honra, entendendo-se que todos sabem a extensão de sua honra. 
"Decoro", por sua vez, é a respeitabilidade, a decência que
cada um merece. Ofende o decoro, chamar a pessoa de "idiota", "burro", etc.
 Pode ser praticado por palavra, por escrito e por gestos. 
Ser verdadeira ou falsa a imputação, ainda assim, existe o crime de injúria, pois, todos têm direito ao respeito e em não ser alvo de humilhações. Assim que tiver conhecimento da ofensa, tem-se o crime por consumado. 
Com a consumação, tem-se então, atingido o brio, a honra pessoal da vítima pelo agente que praticou a injúria. 
Como a Ação Penal somente se instaura com o recebimento regular do requisitório público, dispõe-se que  "a representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia" (art. 25 CPP).

Reproduzido: Fonte: Site do MPSC. 
Foto (1) Internet Foto (2) Senado Federal.