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terça-feira, 13 de outubro de 2015

13 DE OUTUBRO – DIA MUNDIAL DO ESCRITOR



Dia do Escritor Mundial é comemorado hoje (13).
O Nacional dia 25 de Julho.

José Saramago dizia: 
"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não." 

         

Há quem diga, que para ser escritor há de ser um fazedor de histórias, 

de sonhos, pensamentos, brincar com a imaginação, 
criar situações, dar sentido as palavras, 
criar universos em mundos diferentes, 
paralelos e imaginários 
ou não, e aguçar toda a sensibilidade, 
aflorar e dar sentido. 

Afinal, todos podemos ser Escritores?. 
Segundo o escritor português José Jorge Letria existe
 uma crucial diferença e faz a pergunta direta:
 Você quer escrever livros ou você quer ser escritor? 


Se você quer escrever livros, você deseja ser um autor.
Você acredita ter ideias originais para desenvolver
boas histórias.
 Você acredita que algumas dessas histórias
tem o potencial
 de despertar o interesse de um
grande número
 de pessoas e do mercado editorial. 
 Seu grande objetivo é desenvolver
a habilidade 
de manter o leitor interessado
 no enredo
 da sua história, da primeira linha 
até o último ponto final.
Palavras são ferramentas para
 transmitir suas ideias e pensamentos.
Se você quer ser escritor, você deseja ser um pensador.


Você acredita que sua visão peculiar sobre o mundo pode 
enriquecer a forma como outras pessoas encaram suas vidas. 
Você acredita que suas palavras têm o potencial de transformar 
algum pedacinho do mundo em um lugar melhor ou mais bonito. 
Seu grande objetivo é desenvolver a habilidade de fazer 
o leitor sentir na pele os dramas dos seus personagens e, 
ao mesmo tempo, fazer eles pensarem sobre seus próprios dramas. 
Palavras são aliadas nos seus incansáveis esforços 
de dar sentido ao mundo e as suas experiências.
Se você decidir que quer ser escritor, abaixo estão 4 das dicas 
mais importantes que o José Jorge Letria 
dá nesse vídeo:

1. “Ser escritor é […] um trabalho rigoroso e exigente. 
E que ninguém se convença que só por ter jeito ou 
habilidade consegue tornar-se escritor.”

2. “Raro é o dia em que eu não escreva. 
Com disciplina, com dedicação e com exigência. 
Só assim um autor pode conquistar 
o seu lugar e assumir-se também como um profissional daquilo que faz.”

3. “Escritor, como um músico, um pintor, como um coreógrafo […] 
precisa de ter uma enorme dedicação, 
uma grande capacidade de 
entrega àquilo que escolheu 
para ser o seu trabalho.”

4. “Se quiserem ser escritores, escolham esse caminho 
sem hesitação, mas sempre com a convicção 
de que é preciso trabalhar muito para se merecer esse título.”

Imagens: Reprodução Internet.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

16 de outubro - Aniversário de Oscar Wilde







Oscar Fingall O'Flahertie Wills Wilde é o nome completo daquele 
que viria a ser um dos maiores escritores do século XIX. 
As turbulências e confusões cercam sua vida desde o dia do seu nascimento; 
uma dúvida até os dias de hoje. 
A data mais defendida seria 16 de outubro de 1854, 
mas, existem algumas divergências, sendo que alguns estudiosos 
afirmam que a data correta seria 15 de outubro de 1856; 
outros apontam o ano de 1855. 
 Isso se torna irrelevante diante da grandiosidade de sua obra, 
 desenvolvida durante os seus 46 anos de vida.


Nascido em Dublin, Irlanda, era filho de um médico, 
Sir William Wilde, morto em 1876 e 
uma escritora, Jane Francesca Elgee, árdua defensora do movimento da Independência Irlandesa, 
fazendo com que desde criança Oscar Wilde 
estivesse sempre rodeado pelos 
maiores intelectuais da época. 
Sempre foi um aluno brilhante, sobretudo 
nos estudos das grandes obras clássicas gregas 
e pelos seus altos

conhecimentos dos idiomas. 
Estudante na Portora Royal School de Enniskillem, onde ingressou em 1865, ganhou vários prêmios por esse seu destaque, inclusive no Trinity College, em Dublin, e no Magdalen College, Oxford, onde ingressou em 1874, saindo 4 anos depois. Nessa mesmo época, em 1878, ganhou o prêmio Newdigate, com a clássico "Ravena".

Desde cedo, sobressaía-se entre os 
demais estudantes, tanto pela sua inteligência
 quanto pelo temperamento forte e anticonvencional, 
levando-se em consideração
 a alta moralização dos costumes no século XIX. 
Mantinha sempre um ar de superioridade por onde ia, mas 
sua forte personalidade
e seu brilho natural sobrepunham-se a isso, 
tornando-o figura indispensável.
Em 1887 e 1888, foram lançados vários contos e novelas, 
como "O Príncipe Feliz", "O Fantasma de Canterville" 
e várias outras histórias, 
todas fantasiosas demais, chegando a ser comparadas 
com Contos de Fadas, 
mas, como toda a amargura que residia 
no coração de Oscar Wilde.
Seu período literário mais produtivo foi 1887-1895.
Em 1891, lançou o que viria a ser sua obra prima, 
a obra que o colocaria para sempre no hall 
dos grandes escritores, 
"O Retrato de Dorian Gray". 
Livro que retrata a decadência moral humana,
 "O Retrato..." 
fez o escritor tornar-se ainda mais admirado e famoso.


 "Direto ao Inferno sem Purgatório".


No entanto, no seu apogeu literário, começaram a surgir os problemas pessoais. 
O que antes eram apenas boatos, passou a se concretizar, dando início a decadência pessoal daquele grande homem.

Suas atitudes, já um tanto quanto audaciosas para a época, 
ainda desafiariam muito mais a moralidade aristocrática inglesa. 
Rumores sobre seu homossexualismo, severamente condenado por lei na Inglaterra, apareceram, não podendo mais serem negados por ele. 
A 6 de abril começa o primeiro dos processos contra ele., no Tribunal de Old Bailey. 
Em 11 de abril, é transferido da Prisão de Bow Street,
 onde estava encarcerado, para a de Holloway, 
como réu de crime inafiançável.

Em 1885, a sentença é decretada: 
Oscar Wilde foi condenado por sua relação dúbia com 
o Lord e suas práticas homossexuais à 2 anos de cárcere. 
Segue-se uma transcrição das palavras do Juiz, onde ele diz, 
entre outras coisas, qual seria a penalidade para o literato. 
Depois desse incidente, toda sua fama e sucesso financeiro começa a desmoronar. 
Suas obras e livros são recolhidos das livrarias, assim como suas comédias
 tiradas de cartaz. O que lhe resta, acaba sendo leiloado 
para suas despesas do processo judicial.

Ainda assim, a poesia estava em suas veias e
 escreve mais duas obras: "A Balada do Cárcere de Reading", 
baseado na execução do ex-sargento Charles T. Woolridge dentro da Prisão de Reading 
e "De Profundis", uma longa carta ao Lord Douglas. 
Wilde era o prisioneiro C-33 do presídio de Reading.

Foi libertado em 19 de maio de 1897 
e transferiu-se para a França, onde adotou o pseudônimo
 de Sebastian Melmouth, 
usando esse nome inclusive para o seu registro no Hotel d´Alsace, 
onde passou a maior parte do resto dos seus dias. 
Após toda essa decadência mais física, econômica do que moral, 
conhece a pobreza, e tudo o que de pior ela pode trazer. 
Vive isolado em hotéis baratos, destruindo-se através do absinto, 
cuja cor lhe rendeu frases célebres.

Oscar Wilde, espirituoso e brilhante escritor, 
morreu de meningite e uma infecção no ouvido chamada "cholesteotoma" (doença muito comum antes do advento dos antibióticos) 
em um quarto barato de um hotel de Paris, às 9h50 min 
do dia 30 de novembro de 1900. 
Morreu sozinho, mas, não desmoralizado, 
pois havia deixado insubstituível obra que, mesmo depois de 1 século, 
ainda é admirada e relembrada, tamanho a sua genialidade. 
Suas últimas palavras foram "Esse papel de parede é horrível! 
Alguém precisa trocá-lo!", referindo-se ao papel de parede
 do quarto de hotel onde se encontrava.

Fonte: (Éditions Ferni, Géneve - Otto Pierre, Editores - Rio de Janeiro).

Algumas frases célebres e impactantes do gênio escritor:

“Como não foi genial, não teve inimigos.”
“Posso resistir a tudo, menos a tentações.”
“As mulheres bonitas não têm que ter ciúmes dos seus maridos. 
Estão demasiado ocupadas com os ciúmes 
que têm dos maridos de outras mulheres".
“Tenho gostos simples. Me satisfaço com o melhor.”
“O mundo é um palco, mas o elenco é mal escolhido.”
"Um moralista e, quase sempre, um hipócrita; 
uma moralista invariavelmente, um bagulho."
"Viver é a coisa mais rara do mundo. 
A maioria das pessoas apenas existe."
"Não sou jovem o bastante para saber tudo."
"Sou a única pessoa no mundo
 que eu realmente queria conhecer bem."


LER WILDE É PRECISO: 

Algumas Obras:
A Decadência | Alma Do Homem Sob O Socialismo.
O Fantasma de Canterville | A Balada do Cárcere de Reading.
De Profundis |O Retrato de Dorian Gray |A Esfinge sem Segredo.

Contos:
O Amigo Dedicado |A Rosa e o Rouxinol |O Gigante Egoísta.

Para Baixar:

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

De Profundis - A carta de Oscar Wilde


Foto:Reprodução internet - Wilde e Lord Douglas

                      Eu adoro Oscar Wilde, sem dúvida, um dos maiores escritores do século, através de sua genialidade, perspicácia e "língua afiada" em forma poética e cínica, ousava contradizer a hipocrisia da sociedade da época [da qual não está tão diferente de lá pra cá] e suas atitudes, eram consideradas um tanto quanto audaciosas, irreverentes e até amorais, desafiaria ainda mais a aristocracia inglesa quando sua vida pessoal foi exposta e passou a ser motivo de imoralidade pública,  sua orientação sexual, até então, era velada e os seus ferrenhos bajuladores o seguiam por toda  a parte.


                   "De Profundis" trata da 
 carta escrita para Lord Douglas (‘Bosie’ como Wilde costumava chamá-lo) durante os dois últimos meses de cárcere, em seu período na prisão, repensou sobre as atitudes e ações que o levaram ao estado de letargia, sofrimento, decadência moral, social e financeira, pelos mesmos que até então o reverenciava em toda a sua genialidade, atos. 


Nas palavras de Wilde: "Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal".  O escritor pagou um preço alto demais pelo enfrentamento ao um par do reino, influente e poderoso.


A seguir a introdução: 

“É preciso que eu diga a mim mesmo que fui o único responsável pela minha ruína e que ninguém, seja ele grande ou pequeno, pode ser arruinado exceto pelas próprias mãos. Fui um homem que se colocou em relação simbólica para com a arte e a cultura do seu tempo. Os deuses me concederam quase tudo: eu possuía o gênio, um nome, posição, agudeza intelectual, talento. Fiz da arte uma filosofia e da filosofia uma arte, não havia nada que dissesse ou fizesse que não provocasse a admiração das pessoas.

Tratei a arte como a suprema realidade e a vida como uma mera ficção. Despertei a imaginação do século em que vivi, para que criasse um mito e uma lenda em torno da minha pessoa. Resumi todos os sistemas numa única frase e toda a existência numa epígrafe. Além de todas essas coisas eu ainda tinha algo diferente. Mas me deixei atrair por longos períodos de ócio sensual e insensato. Divertia-me ser um flâneur, um dân-di, um homem da moda. Cerquei-me de naturezas menores e de inteligências medíocres. 

Esqueci que cada pequena ação cotidiana pode fazer ou desfazer um caráter e que tudo aquilo que fazemos no segredo da alcova teremos que confessá-lo um dia, gritando do alto dos telhados. Deixei de ser senhor de mim mesmo. Já não era mais o comandante da minha alma e não sabia. Permiti que o prazer me dominasse e acabei caindo em terrível desgraça. Agora só uma coisa me resta: a mais absoluta humildade. Estou há quase dois anos na prisão”.              

Nota: A   expressão "De Profundis" é comumente utilizada em referência ao Salmo 130, na qual o salmista em grande sofrimento implora a Deus pela misericórdia que, quando experimentada, leva a uma concepção mais profunda da divindade. 

Para lê-lo em PDF: livrosgratis

Para Adquirir o livro físico: https://www.google.com

Obs: Segundo a Convenção de Berna, o prazo mínimo geral é de 50 anos após a morte do autor. No Brasil, as obras são protegidas por 70 anos após a morte dos autores, com exceção das obras fotográficas, audiovisuais e coletivas, que duram por 70 anos contados da publicação. Fonte: http://www6.ensp.fiocruz.br/repositorio/node/368252


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A arte sob a visão de Oscar Wilde

"A arte nunca deveria aspirar à popularidade, mas o público deve aspirar a se tornar artístico. "A arte não é moral nem imoral, mas amoral.” 
 Oscar Wilde.

O que Oscar Wilde quis dizer é que a arte não tem senso do que seja moral, por isso, para alguns, tudo o que é visto não causa assombro, está dentro dos costumes. Já para outros, dependendo do que se vê, é ultrajante, indecente! extraído do Facebook A Gramática nossa de cada dia

Imagem de Pexels por Pixabay














O Texto de Oscar Wilde que se refere a citação acima:

Afirmei que a sociedade, por meio da organização da maquinaria, fornecerá o que é útil; o que é belo será criado pelo indivíduo.

Um indivíduo que tenha de produzir artigos destinados ao uso alheio e à satisfação de necessidades e expectativas alheias, não trabalha com interesse e, conseqüentemente, não pode pôr em seu trabalho o que tem de melhor.

Por outro lado, sempre que uma sociedade, ou um poderoso segmento da sociedade, ou um governo de qualquer espécie, tenta impor ao artista o que ele deve fazer, a Arte desaparece por completo, torna-se estereotipada, ou degenera em uma forma inferior e desprezível de artesanato.

Uma obra de arte é o resultado singular de um temperamento
singular, sua beleza provém de ser o autor o que é, e nada tem a ver com as outras pessoas quererem o que querem.

Com efeito, no momento em que um artista descobre o que estas pessoas querem e procura atender a demanda, ele deixa de ser um artista e torna-se um artesão maçante ou divertido, um negociante honesto ou desonesto.

Perde o direito de ser considerado artista.

A Arte é a manifestação mais intensa de individualismo que o mundo conhece.
Sinto-me inclinado a dizer que é a única verdadeira manifestação sua que ele conhece.
Em determinadas condições, pode parecer que o crime tenha dado origem ao individualismo.

Para a execução do crime é preciso, no entanto, ir além da alçada própria e interferir na alheia.
Pertence à esfera da ação.

Por outro lado, sozinho, sem consultar ninguém e livre de qualquer interferência, o artista pode dar forma a algo de belo; e se não o faz unicamente para sua própria satisfação, ele não é um artista de maneira alguma.

Cumpre observar que é o fato de ser a Arte essa forma intensa
de individualismo que leva o público a procurar exercer sobre ela uma
autoridade tão imoral quanto ridícula, e tão aviltante quanto desprezível.

A culpa não é verdadeiramente do público.
Este nunca recebeu, em época alguma, uma boa formação.
Está constantemente pedindo à Arte que seja popular, que agrade sua falta de gosto, que adule sua vaidade absurda, que lhe diga o que já lhe disseram, que lhe mostre o que já deve estar farto de ver, que o entretenha quando se sentir pesado após ter comido em demasia, e que
lhe distraia os pensamentos quando estiver cansado de sua própria estupidez.

"A Arte nunca deveria aspirar à popularidade, mas o público deve aspirar a se tornar artístico."

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O Rouxinol e a Rosa - Oscar Wilde


O Rouxinol e a Rosa 
Por Oscar Wilde  
Resumo



“Ela disse que dançaria comigo 
se eu lhe trouxesse rosas vermelhas...
 porém em todo o meu jardim 
não existe uma única 
rosa vermelha.”. 

Um rouxinol escuta o desabafo e 
encantado com a declaração de amor e 
o sofrimento do rapaz, fica em silêncio debaixo
 do carvalho 
pensando sobre os mistérios
 do amor. 
O lagartinho verde, 
a borboleta e a margarida 
riem
 da angústia do rapaz.

O rouxinol alça vôo para encontrar 
uma 
rosa vermelha que possa realizar 
os desejos decantados
 do jovem. 
Encontra roseiras de rosas brancas 
e amarelas e sob a janela 
do estudante, 
uma roseira de 
rosas vermelhas,
 mas que castigada pelo inverno 
não consegue dar vida à suas flores.
Só há um jeito de consegui-la, 
mas é muito terrível!

“Se quiser uma rosa vermelha, 
você terá de construí-la 
de música ao luar, 
tingindo-a com o sangue 
do seu próprio coração. 
Terá de cantar para mim 
a noite inteira, e o espinho 
terá de furar 
o seu coração, 
e o sangue que o mantém vivo 
terá de correr para
 as minhas veias, 
transformando-se em 
meu sangue.”


O rouxinol pensa que a vida 
é um preço alto por uma rosa, 
porém está convencido de que 
o amor é melhor do que a vida... 
Voa novamente como uma sombra 
pelo jardim e, 
ao encontrar o jovem ainda deitado 
na relva, 
afirma 
que ele terá sua rosa e
 só lhe pede em troca que 
“seja um amante fiel e verdadeiro, 
pois o Amor é mais sábio do que 
a Filosofia, embora ela seja sábia, 
e mais poderoso do que o Poder, 
embora este 
seja poderoso.”


O estudante não entende 
a profundidade das palavras 
do rouxinol, 
porque só conhecia as coisas 
que vêm escritas nos livros, 
mas o carvalho que abriga o ninho 
da família do rouxinol entende e 
pede uma última canção. 
O jovem diante do forte canto 
se questiona
 se o rouxinol teria sentimentos 
e conclui que como a maioria 
dos artistas ele é todo estilo, 
sem qualquer sinceridade. 
“Ele jamais se sacrificaria pelos outros.”


Quando a lua surgiu, o rouxinol voou 
para a roseira e cravou seu peito 
no espinho. 
Durante toda a noite, ele cantou o amor: 
o nascimento, a paixão entre a alma 
de um homem 
e uma mulher e o 
amor 
que fica perfeito com a morte...


A rosa ficou rubra, 
a lua se esqueceu da madrugada, 
mas o rouxinol não pode ver as 
pétalas florescendo 
ao frio do ar da manhã,
 pois estava caído na relva, 
morto com um espinho 
atravessado no peito.
O estudante acorda e 
vê a linda rosa,

Corre para a casa da filha 
do professor. 
Encontra a jovem sentada 
na porta
 e entrega 
a rosa vermelha:

“Aqui está a rosa 
mais vermelha 
do mundo inteiro. 
Use-a junto ao seu coração 
hoje à noite, e enquanto estivermos 
dançando 
eu lhe direi 
o quanto a amo.”


A moça, aborrecida, 
disse que a rosa não combinaria 
com seu vestido, além do mais 
ganhou
 uma jóia de verdade 
do sobrinho 
de 
um homem ilustre.


O estudante com raiva atira
 a rosa na rua, onde ela cai 
na sarjeta
 e uma carroça acaba 
passando por cima.
O estudante volta para 
seu quarto e começa 
a ler 
um livro
 empoeirado.

“Que coisa tola é o amor! 
Não tem a metade da utilidade
 da Lógica, 
pois não prova nada, 
e fica sempre dizendo 
a todo mundo coisas 
que 
não são verdades. 
Enfim, não é nada prático e, 
como hoje em dia ser
 prático 
é o importante, 
vou voltar à Filosofia 
estudar Metafísica.”

“O Rouxinol e a rosa” é um dos contos 
do livro “Histórias de fadas”, publicado pela
 primeira vez em 1888. 

O autor, Oscar Wilde, escreveu estas histórias 
para os próprios filhos e 
sua intenção era mostrar, 
além dos príncipes, gigantes e 
rouxinóis, 
a vida como ela é e 
como 
deve ser vivida.

 A beleza poética das histórias 
resgata a tristeza do tema: 
cada personagem assume 
a beleza e a feiura, 
a riqueza e a 
miséria humana. 

Adaptado por 
Helena Sut 

foto enviada por
Maria Helena Spirindioni/  FB