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terça-feira, outubro 20, 2015

DIA DO POETA “Só Dez Por Cento é Mentira”





O que é um poeta e sua poesia? 

Talvez seja isso, aquele  que move

nossas emoções, o nosso 

inconsciente. 

Porque o poeta dá vida, asas, voos 

inimagináveis, são fazedores

de sonhos, de ideias. 

Em uma poesia, às vezes, quase

sempre 

está escancarada nossas mais

 íntimas emoções. Cada um deles

sob seu ponto 

de vista e percepção do

mundo, e o que está em sua

volta. 

Alberto Caeiro, heterônimo

de Fernando Pessoa, nos dá uma

ideia do que é uma poeta: 

"Os meus pensamentos são

todos sensações".

Seria então, o poeta um fingidor? 

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente  

Fernando Pessoa, assim diz.

Em todo o Caso, Manoel de Barros,

acha uma boa ideia, ao invés

de tentar compreender,

melhor sentir.

“Poesia não é para compreender

Mas, para incorporar

Entender é parede: procure ser árvore.”

Ao invés de compreender, vamos sentir,

afinal, não tenha pressa.

Pressa de quê?  

Ouça Cantora Lírica Cris d`Avila ao

som de orquestra interpretando

um poema de Manoel de Barros.

 

Acho que o poeta tem razão:
Não há como compreender, inexplicável 
é a emoção. 
Afinal, Só Dez Por Cento é Mentira” , 
segundo Manoel de Barros.

Aquela madrugada 
Manoel de Barros.
vinham cheiros em minha boca.
De longe
de todos os matos
vinham cheiros de frutas
que ela vinha.
Vinha o que de noite
os pássaros estavam dormindo
o que os regos
estavam murmurando
e o que as árvores
falam pros joão-pintos...
Vinham também
esses começos de coisas
indistintas:
o que a gente esperou dos sonhos
os cheiros do capim
e o berro dos bezerros
sujos a escamas cruas...

Imagem:  Niek Bokkers

terça-feira, outubro 13, 2015

13 DE OUTUBRO – DIA MUNDIAL DO ESCRITOR



Dia do Escritor Mundial é comemorado hoje (13).
O Nacional dia 25 de Julho.

José Saramago dizia: 
"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não." 

         

Há quem diga, que para ser escritor há de ser um fazedor de histórias, 

de sonhos, pensamentos, brincar com a imaginação, 
criar situações, dar sentido as palavras, 
criar universos em mundos diferentes, 
paralelos e imaginários 
ou não, e aguçar toda a sensibilidade, 
aflorar e dar sentido. 

Afinal, todos podemos ser Escritores?. 
Segundo o escritor português José Jorge Letria existe
 uma crucial diferença e faz a pergunta direta:
 Você quer escrever livros ou você quer ser escritor? 


Se você quer escrever livros, você deseja ser um autor.
Você acredita ter ideias originais para desenvolver
boas histórias.
 Você acredita que algumas dessas histórias
tem o potencial
 de despertar o interesse de um
grande número
 de pessoas e do mercado editorial. 
 Seu grande objetivo é desenvolver
a habilidade 
de manter o leitor interessado
 no enredo
 da sua história, da primeira linha 
até o último ponto final.
Palavras são ferramentas para
 transmitir suas ideias e pensamentos.
Se você quer ser escritor, você deseja ser um pensador.


Você acredita que sua visão peculiar sobre o mundo pode 
enriquecer a forma como outras pessoas encaram suas vidas. 
Você acredita que suas palavras têm o potencial de transformar 
algum pedacinho do mundo em um lugar melhor ou mais bonito. 
Seu grande objetivo é desenvolver a habilidade de fazer 
o leitor sentir na pele os dramas dos seus personagens e, 
ao mesmo tempo, fazer eles pensarem sobre seus próprios dramas. 
Palavras são aliadas nos seus incansáveis esforços 
de dar sentido ao mundo e as suas experiências.
Se você decidir que quer ser escritor, abaixo estão 4 das dicas 
mais importantes que o José Jorge Letria 
dá nesse vídeo:

1. “Ser escritor é […] um trabalho rigoroso e exigente. 
E que ninguém se convença que só por ter jeito ou 
habilidade consegue tornar-se escritor.”

2. “Raro é o dia em que eu não escreva. 
Com disciplina, com dedicação e com exigência. 
Só assim um autor pode conquistar 
o seu lugar e assumir-se também como um profissional daquilo que faz.”

3. “Escritor, como um músico, um pintor, como um coreógrafo […] 
precisa de ter uma enorme dedicação, 
uma grande capacidade de 
entrega àquilo que escolheu 
para ser o seu trabalho.”

4. “Se quiserem ser escritores, escolham esse caminho 
sem hesitação, mas sempre com a convicção 
de que é preciso trabalhar muito para se merecer esse título.”

Imagens: Reprodução Internet.

quinta-feira, junho 13, 2013

13 Junho - Aniversário de Fernando Pessoa
















Reprodução: Internet 



“Que posso eu dar ao teu destino? Nada.
Nem eu mesmo sou feito para dar.
Encontrei-te na curva de uma estrada 
E esqueci-me da curva e do lugar” . 

Hoje, é o Aniversário de nascimento do poeta, filósofo e escritor Fernando Pessoa. Setenta e oito anos depois da morte do poeta português, sua obra, que não foi editada em vida continua a ser fonte inesgotável de pesquisas e de novas publicações.


A Universia Brasil  separou 13 obras do escritor e poeta português disponíveis em domínio público para download gratuito. Os livros foram retirados do portal Dominio Público, biblioteca digital mantida pelo Ministério da Educação. Entre a selação estão inclusive obras de dois de seus heterônimos: Alberto Caeiro e Bernardo Soares, autores fictícios que possuem personalidade.

Veja a seguir as obras de Fernando de Pessoa para download no Canal do Ensino:


Fontes: Universia Brasil/ Canal do Ensino/ Domínio Público.

Obs: A postagem é de 13 de junho de 2013. Na data de hoje, 2022, Fernando Pessoa faria 134 anos.

POEMA EM LINHA RETA

                               
                                                      


Hoje, 13 de junho, é aniversário de nascimento de Fernando Pessoa, um dos mais geniais escritores de todos os tempos. E para homenageá-lo meu poema predileto "Poema Em Linha Reta" seu homônimo Álvaro de Campos.

No mundo de hoje, ser sincero com quem não tem a mesma reciprocidade é um tiro no próprio pé, às vezes na ânsia de ser transparente, nós fornecemos a arma para nos aniquilar. E foi assim que me ocorreu no ano passado, por usar de franqueza excessiva.

Como dizia Oscar Wilde: "Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal".

A partir desta experiência ruim e minha mente associativa, eu me lembrei desse poema e tornou o meu favorito pelo constrangimento que passei, assim como de um livro de romance histórico que eu li, a seguir: "Oh, Deus, nunca aprenderia a manter a boca calada. Podia quase ouvir sua mãe dizendo: "O único recurso do tolo é o silên­cio, criança." [Duquesa por Acaso - Sandy Blair]

No "Poema Em Linha Reta", Pessoa, derruba o muro da hipocrisia, da aparente moralidade, honradez e ética.

Em algum momento da vida, nós erramos nas escolhas, mas na ocasião eram as mais certas para um empreendimento, uma sociedade, uma amizade, uma aquisição, um amor ou um relacionamento.

No entanto, estamos expostos as mudanças sociais, econômicas e vontades alheias, daquelas que não dependem de nós e os nossos erros, equívocos por mais que sejam passados e até superados nunca alcançam redenção. 

Algumas pessoas estão sempre olhando para o próprio umbigo, oxalá queira que eles nunca precisem desta compreensão, de alguém que estenda a mão, ao invés de empurrar para o abismo, na hora que elas mais necessitarem.

Afinal, «Quem tem telhados de vidro não atira pedras ao do vizinho.»

Como diz Pessoa: "Eu sou a sensação minha. Portanto, nem da minha
própria existência estou certo. Só disfarçado é que sou eu."
 
Ou seja, somos sempre uma contradição de nós mesmos, mas no fim "tudo vale a pena se a alma não é pequena".




POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada. 
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. 
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, 
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, 
Indesculpavelmente sujo. 

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, 
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,

Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, 
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, 
Que tenho sofrido enxovalhos e calado, 
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda; 
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel, 
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes, 
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado 
[sem pagar]

Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado 
Para fora da possibilidade do soco; 
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas, 
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo. 

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo 
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, 
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida... 
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana 
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia; 
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia! 
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam. 
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? 

Ó príncipes, meus irmãos, 
Arre, estou farto de semideuses! 
Onde é que há gente no mundo? 
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra? 

Poderão as mulheres não os terem amado, 
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca! 
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído, 
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear? 
Eu, que venho sido vil, literalmente vil, 
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza. 

Retirado do livro Poemas de Álvaro de Campos, 
edição de Cleonice Berardinelli (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, pp.234-5).
 
imagem do site Ncultura/PT 

  











Os obras de Fernando Pessoa estão disponíveis nos sites:
 
  
 
 
 
Vale a pena visitar, conhecer, ler e refletir! 
Atualizado em 13 de junho de 2019