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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Convivendo com a diversidade



Reprodução Internet.


        Conviver dentro de uma rede social não é fácil, tampouco na real, pois
exige flexibilidade, renúncia, autocontrole e empatia com os nossos semelhantes, além da assertividade. 

         Quem já não ouviu a palavra networking? (união dos termos em inglês "Net", que significa "Rede" e "Working", que é "Trabalhando"), presume que, quanto maior for a rede de contatos de uma pessoa, maior será a possibilidade dela conseguir uma boa colocação profissional.

 Nas palavras de Gerusa Mengarda, gerente de relacionamento da Gelre "é toda a sua rede de conhecimentos, contatos são apenas aquelas pessoas que você conheceu, mas não cultivou como amigos".

 Recebemos todos os dias, diversos e-mails, mensagens, scraps... a pergunta é:  Será que estamos sendo condizentes com os anseios dos demais ? E antes de enviar as mensagens, temos os “insights” e o cuidado em averiguar se as mesmas têm um sentido universal e agregar a quem as recebe?

 Respeitar o limite e o espaço de cada um e a intimidade, conhecendo
a sua cultura, aí afinidade aflora e nos permite ser um pouco mais invasivos. A sábia raposa do pequeno príncipe nos ensinou há milhares de anos:

“A gente só conhece bem as coisasque cativou. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos”

        Assim como é falta de respeito e maturidade forjar intimidade que não oferecida, mas ser elegante e  sobretudo em respeitar os outros na forma de ser, agir e falar sem avançar sinais.

       O intuito de uma rede deveria ser de aproximar pessoas, trocar ideias, aprendizados, fazer do nosso dia a dia, um sentido de edificação, de crescimento interior, espiritual, social, profissional, Por que não? Estreitar laços.

        Segundo o filósofo francês Jacques Rancière "Viver junto requer uma partilha do sensível". Trata-se de um assunto delicado, pois requer habilidade e flexibilidade, pois teremos que impor limites de liberdade individual e as negociações que devemos fazer diariamente com o coletivo.

 A curadora da Bienal de Artes, Lisette Lagnado, enfatiza que "sem o díalogo, sem a mediação da linguagem, partimos para brigas, guerras, crimes humanitários".

 Almir Sater discorreu de forma sucinta essa questão durante uma  entrevista no Festival América do Sul em Corumbá: "Sem afinidade entre os povos não haverá desenvolvimento.E o caminho é a cultura. Negócios criam atritos. Insistir em começar a integrar fazendosó negócios é começar criando atritos. E isso não vai a lugar nenhum. Você só se integra com quem você tem afinidades. E a cultura é a melhor forma de você criar afinidades com alguém. Se você admira alguém – ou uma cultura – você valoriza esse parceiro. E, aí, a integração será possível".

 O filósofo espanhol Fernando Savater afirma: "Ninguém chega a se tornar humano se está sozinho. Nós nos fazemos humanos uns aos outros. Somos, pois frutos do contágio social. A humanidade é como um vírus que se pega. Contato após contato, emoção depois de emoção. Nem sempre em um processo indolor. Não seríamos o que somos sem os outros, mas custa-nos ser com os outros".

  Não é só as enchentes e rios que estão transbordando, mas a sociedade toda em si, há excesso de orgulho, egoísmo, inveja, maldade, vaidade, arrogância, desonestidade intelectual, por uma busca desenfreada de sei lá o quê, criamos sentimentos de anti-amor.

       Paz e Bem!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Cultura: A filosofia dos Essênios















Segundo o historiador judeu Flávio Josefo (37 d.C – 100 d.C) aos 16 anos viveu durante três anos com um mestre essênio e deixou documentos relatando as suas experiências. De acordo com ele, os membros da comunidade acordavam antes do nascer do sol, permaneciam em silêncio e faziam suas preces até o momento em que um mestre dividia as tarefas entre eles de acordo com a aptidão de cada um. Trabalhavam durante 5 horas em atividades como o cultivo dos vegetais ou o estudo das escrituras.

Terminadas as tarefas, banhavam-se em água fria e vestiam túnicas brancas. Comiam uma refeição em absoluto silêncio, só quebrado pelas orações recitadas pelo sacerdote no início e no fim.

Entao retiravam a túnica branca, considerada sagrada, e retornavam ao trabalho até o pôr-do-sol. Tomavam outro banho e jantavam com a mesma cerimônia. Josefo também nos conta que os essênios tinham com o solo uma relação de devoção. Um dos rituais comuns deles consistia em cavar um buraco de cerca de 30 centímetros de profundidade em um lugar isolado dentro do qual se enterravam para relaxar e meditar. 

As refeições eram frugais, com legumes, azeitonas, figos, tâmaras e, principalmente, um tipo muito rústico de pão, que quase não levava fermento. Eles possuíam pomares e hortas irrigados pela água da chuva, que era recolhida em enormes cisternas e servia como bebida.


Além dela, as bebidas essênias se resumiam ao suco de frutas e "vinho novo" um extrato de uva levemente fermentado. Os hábitos alimentares frugais e a vida metódica dos essênios garantiam-lhes uma vida saudável. E, muitos deles teriam atingido idade extraordinariamente avançada.


Uma das principais obras que permitem o estudo sobre a filosofia essênia é um manuscrito encontrado em 1785 por um historiador francês em viagens pelo Egito e pela Síria. É um dialogo entre Josefo e o mestre essênio Banus a respeito das leis da natureza e que pensavam sobre:

O Bem - Tudo aquilo que preserva ou produz coisas para o mundo, como "o cultivo dos campos, a fecundidade de uma mulher e a sabedoria de um professor".

O Mal - O que causa a morte, como a matança de animais. Por esse motivo, o sacrifício de animais, mesmo que para a alimentação é condenável.

A Justiça - O homem deve ser justo porque na lei da natureza as penalidades são proporcionais às infrações. Deve ser pacífico, tolerante e caridoso com todos, "para ensinar aos homens como se tornarem melhores e mais felizes".

A Temperança - Sobriedade e moderação das paixões são virtudes, pois os vícios trazem muitos prejuízos à saúde.

A Coragem - Ela é essencial para "rejeitar a opressão, defender a vida e a liberdade".

A Higiene - Uma outra virtude essencial para os essênios para "renovar o ar, refrescar o sangue e abrir a mente à alegria".

O Perdão - No caso de as leis não serem cumpridas, a penitência é simples e para se obter o perdão deve-se "fazer um bem proporcional ao mal causado".

Fonte: Beto Lopes.  
Empresário, Professor de Literatura Espanhola pela USP. 
Profundo conhecedor e estudioso de assuntos religiosos. 
Filiado a diversas instituições de cunho esotérico e Mestre 
de uma das mais antigas ordens iniciáticas.
E-mail:betusko@ig.com.br