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sábado, 27 de dezembro de 2014

Comportamento: "não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita"


"Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita". 


imagem: Reprodução Internet


           Na minha visão, eu acho equivocado o ditame acima, porque a impressão é que se fizermos boas ações não devemos torná-las expostas. 

           E por quê? Logo pensamos em ego inflado, soberba. oportunismo.

 Depende do ponto de vista, se a ação é altruísta ou egoísta, e possivelmente relacionados com os costumes árabes considerados pagãos pela igreja na época que nada tinha a ver com ações, atos. 

      Primeiro 

            Porque se trata de costume árabe, aspecto cultural o de usar a mão esquerda apenas para coisas, digamos "impuras" como descrevia a igreja sobre a higienização pessoal e com a direita, manuseava alimentos  e coisas consideradas sagradas. 

        Segundo 

         Para seguir bons exemplos, ser motivado e para sermos convencidos por eles é preciso de ressonância para atingir esse propósito, ou seja, necessário compartilhar entre os demais que ser solidário é uma virtude grandiosa. Eu  só vejo como vaidade, se for feito com o intuito de maquiar um caráter dissimulado para obter favorecimentos pessoais. 

          Cada um que fique com a sua consciência real. Podemos enganar outros, mas não a si mesmos. Não existe juiz mais cruel que a tal consciência quando deparamos com ela a sós e nos condena. Enquanto isso, o mal é disseminado aos montes, enquanto o bem fica encolhido

  Os que nada fazem pelos outros permanecem  "desobrigados" moralmente de prestar contas dos seus feitos e com esta manobra inteligente continuam omissos e indiferentes aos seus semelhantes e confortáveis no seu egoísmo e caráter mesquinho. 

    Terceiro

          Se a vida lhe deu privilégios, não custa fazer a partilha para com aqueles que não tiveram a mesma oportunidade. E aí cria a falsa ideia de que fazer o bem não compensa ou se expor é arrogância e até soberba. 

         Há uma cultura na sociedade e arraigada, sumidades como sociólogos e psicólogos no assunto que, coisas tidas como polêmicas, escandalosas e chocantes geram mais curiosidade, infelizmente. Por medo do desconhecido, talvez.


E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?

E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?
Mateus 7: 9 -11




       Desde sempre fomos condicionados a dar mais ênfase sobre o mal, o errado, o sofrimento, a dor, a polêmica, mas nunca dos bons exemplos, o bem, o certo, a alegria, a paz, a honra, porque somos diretamente influenciados pelos fatores externos intrinsecamente ligados com nossas escolhas e ações futuras. O medo é uma forma de controle.

        Somos “humanos, demasiados humanos” isso Nietzsche já sabia, desta dualidade, mas através das perdas, dor ou frustrações também podemos se fortalecer de alguma forma e assim se deixar conduzir pelo fluxo da vida, sem apressar o rio, mas seguir. Podemos nos arrepender de muitas coisas, mas nunca de evoluir e adquirir virtudes como ser justos e bons. 
A virtude, segundo Aristóteles, é "como uma prática e não como sendo mero conhecimento ou algo natural de cada ser humano possui, sendo essa a razão pela qual se faz necessária a sua prática constante como um hábito. A prática da virtude inclina a pessoa para o bem, que é a busca pela felicidade".


        Como dizia Voltaire “Todo o homem é culpado pelo bem que ele não fez”, devemos ser bons e justos não para agradar aos outros, à sociedade ou ludibriar pessoas, mas é o correto para seguirmos com a consciência em paz. A vida é curta demais para sermos carrascos dos outros e para os outros. Viemos ao mundo para agregar, não para desagregar.

         Um coração bom é a coisa mais bonita que uma pessoa possa ter!