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terça-feira, fevereiro 12, 2013

Roger Waters em Time





Time ⏰
Roger Waters 
Pink Floyd 


O "tic-tac" vai marcando ⏰
cada momento de um dia ⏳⌛
morto
Você gasta à toa e joga no lixo as horas, 
descontroladamente
Perambulando de um lugar para outro 
em sua cidade 
natal
Esperando por alguém ou alguma coisa 
que te mostre o 
caminho.
Cansado de tomar banho de sol, 
de ficar em casa vendo a chuva
Você é jovem, a vida é longa, 
há tempo para 
desperdiçar
Até que um dia você descobre que
dez anos ficaram para trás
Ninguém te disse quando 
começar a correr, você perdeu
a largada.
E você corre e corre atrás do sol, mas 
ele está se pondo
Fazendo a volta para nascer 
outra vez atrás 
de você
de uma maneira relativa o sol 
é o mesmo, mas você está 
mais velho
Com menos fôlego e um dia 
mais perto da 
morte.
Cada ano vai ficando 
mais curto, parece não haver 
tempo
para nada
Planos que dão em nada, 
ou meia página de linhas
rabiscadas
Esperar em quieto desespero 
é a maneira inglesa
O tempo se foi, a música terminou, 
pensei que eu tivesse algo mais 
a dizer.
Em casa, em casa 
de novo
Eu gosto de ficar aqui 
quando posso
Quando eu chego em casa 
com frio e cansado
É bom aquecer meus ossos 
ao lado do
fogo
Bem longe no campo 
o toque do sino 
de ferro
Deixa os fiéis de 
joelhos
Para ouvirem os 
encantos mágicos 
sussurrados
(tradução de Pedro Ajax.)


domingo, junho 20, 2010

A dimensão individual do trabalho responsável




A dimensão individual do trabalho responsável 
Por Ricardo Voltolini*





Ao seu estilo polêmico, a revista Time 'sugeriu' em matéria de capa publicada no final de 2005, que os ídolos podem ser levados a apoiar causas sociais por culpa, fé, sofrimento pessoal, reputação, autopromoção ou mesmo interesse político. Opiniões controversas à parte, até mesmo a reportagem quase sempre em tom crítico, reconheceu o que já se sabe há algum tempo sobre a força dos militantes famosos: dotados de carisma, credibilidade pública e uma aura muitas vezes mítica, eles têm o poder de turbinar as causas que abraçam, não apenas com a doação de recursos financeiros - o que toda celebridade já fez um dia --, mas chamando a atenção para temas espinhosos em relação aos quais as pessoas tendem a ficar indiferentes. Goste-se ou não, aprove-se ou não a sua motivação, eles cumprem um papel social: são os arautos de uma nova ética, socialmente responsável, altruísta e engajada.

Entrevistado por Time, o cantor e compositor Peter Gabriel, co-fundador da ONG Witness, acha mais fácil ignorar o discurso compenetrado de Kofi Annan, ex-secretário geral da ONU, do que os apelos emocionais da bela atriz Angelina Jolie. E quem há de discordar disso? Dona de um belo e conhecido rosto, estrela maior de Hollywood, Jolie tem a exata consciência do poder de influência de suas atitudes. Sabe que, para o bem e para o mal, qualquer ato público seu desperta uma curiosidade planetária. Por isso, abusa dos gestos simbólicos e com forte significado humanitário.

Ao adotar um menino do Camboja e uma menina da Etiópia, ela não só fez o mundo inteiro prestar mais atenção à situação de miséria daqueles países, mas também provocou as pessoas a olhar as crianças sob risco social como se fossem seus próprios filhos. A atriz é embaixadora da boa vontade da ONU e, ao lado do marido, o também ator Brad Pitt, viaja o mundo a serviço de diferentes causas sociais.

O mesmo raciocínio vale para Bono Vox, da banda irlandesa U2, notável ícone pop da luta contra as injustiças sociais. Considerado um chato entre os que torcem o nariz para artistas engajados, Vox multiplica o prestígio de toda causa que apóia.

E elas são muitas. Quando não está nos palcos, ele pode ser visto em encontros importantes como o Fórum Econômico de Davos (Suíça), ou à frente de ações pela paz, meio ambiente e igualdade étnica. Sua marca pessoal, permanentemente em alta, é objeto de concorrência entre instituições e estadistas de todo mundo.

Pode-se acusar Jolie e Vox de autopromoção. E até há quem o faça pelo vício de julgar. Mas em um mundo de holofotes, no qual a informação circula na velocidade da luz, eles entenderam que a fama mundial impõe uma responsabilidade social do mesmo tamanho. E a exercem usando o melhor do seu patrimônio: uma imagem poderosa capaz de atrair as câmeras na direção de tudo o que apontem com o dedo.

Segundo a reportagem da Time, pouca coisa importa no mundo globalizado 'se não houver uma câmera apontada'. Para a revista, o ativismo de um pop star pode até soar como algo ridículo. Mas apenas porque ele nos lembra que nós o somos também na medida que perdemos tempo com assuntos menos importantes, ignorando questões que são de vida ou morte para outras pessoas.

A matéria alerta ainda para certa 'apatia' da população, que se contenta em criticar os ídolos engajados, em vez de assumir um comportamento socialmente mais responsável.A despeito de um tanto genérico, o puxão de orelhas faz algum sentido.E vale também não só a cobranças feitas aos ídolos mas também a empresas socialmente responsáveis. Com o crescimento do movimento de responsabilidade social empresarial no Brasil, as pessoas tendem a ficar mais exigentes e vigilantes em relação ao comportamento das corporações. Este é um movimento saudável, útil e necessário. Bom para todo mundo, pois gera um ciclo virtuoso. Mas vale refletir: até que ponto cada pessoa faz a sua parte, na condição de profissional, consumidor e cidadão, para, por exemplo, reduzir impactos ambientais, doar tempo e conhecimento a projetos comunitários, punir empresas pouco éticas deixando de comprar seus produtos e estabelecer relações transparentes com todas as 'partes interessadas' de sua vida. Antes de projetar no outro - o ídolo, a empresa, os governos - o desejo de que façam o que, a rigor, não estamos fazendo, por inércia ou comodismo, importa compreender que a responsabilidade social tem também um componente individual.

Só funcionários compromissados formam uma empresa socialmente responsável. Só consumidores conscientes, convictos do seu papel, retroalimentam, na ponta, o ciclo de responsabilidade social empresarial. Só cidadãos plenos ajudam construir uma sociedade melhor, com ídolos, governos e empresas melhores.
* Ricardo Voltolini é diretor de redação da revista IdeiaSocial e consultor da Oficio Social.



Foto: Angelina Jolie, embaixadora da Boa Vontade da ONU, 
durante visita em um centro de refugiados colombianos no 
Equador. 
fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2010/06/18/angelina-jolie-visita-refugiados-no-equador.jhtm