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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Uma melhor compreensão sobre Maquiavel

Dias destes, eu coloquei essa máxima de Maquiavel no Facebook: “A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam”. 



Foto: Reprodução Internet


Causou estranheza por Maquiavel falar tal feito, visto que destoaria de sua forma “inescrupulosa” de pensar, estigmatizado injustamente, pela má compreensão de sua obra “O Príncipe”, onde atribuem a ele, a frase “Os fins justificam os meios”, quando, na verdade, seria “Toda ação é designada em termos do fim que se procura atingir”.

A Frase “Os fins justificam os meios” foi proferida pelo poeta romano Ovídio na sua obra Heroidas, em latim: Epistulae Heroidum, lit. "Cartas das Heroínas”.  

Infelizmente, na maioria dos ensinos escolares, só aprendemos a discutir ou filosofar sobre essa frase, mas, sem se aprofundar em quem é Maquiavel, em  sua essência.

O artigo postado a seguir nos dá uma dimensão maior sobre, que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes.

Para entender Maquiavel em seu real contexto, é necessário conhecer o período histórico em que viveu. Maquiavel viveu durante a Renascença Italiana, o que explica boa parte das suas ideias.

Na Itália do Renascimento reinava grande confusão.
A tirania impera em pequenos principados governados despoticamente por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis.


A ilegitimidade do poder gera situações de crise instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o príncipe.


Esmagar ou reduzir à impotência a oposição interna, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar alianças com outros principados constituem o eixo da administração.

Como o poder se funda exclusivamente em atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado, deste para aquele senhor.

Nem a religião nem a tradição, nem a vontade popular legitimaram e ele tem de contar exclusivamente com sua energia criadora. A ausência de um Estado central e a extrema Multipolarização do poder criam um vazio, que as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar.

Até 1494, graças aos esforços de Lourenço, o Magnífico, a península experimentou  certa tranqüilidade.

Entretanto, desse ano em diante, as coisas mudaram muito. A desordem e a instabilidade ficaram incontroláveis. Para piorar a situação, que já estava grave devido aos conflitos internos entre os principados, somaram-se as constantes e desestruturadas invasões dos países próximos como a França e a Espanha. E foi nesse cenário conturbado, onde nenhum governante conseguia manter-se no poder por um período superior a dois meses, que Maquiavel passou a sua infância e adolescência.

Maquiavel nunca chegou a escrever a sua frase mais famosa: "os fins justificam os meios".
Mas com certeza ela é o melhor resumo para sua maneira de pensar.

Ao escrever O Príncipe, Maquiavel, expressa nitidamente os seus sentimentos de desejo de ver uma Itália poderosa e unificada. Expressa também a necessidade (não só dele, mas de todo o povo italiano) de um monarca com pulso firme, determinado que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos e nem medir esforços.


Para Maquiavel, como renascentista que era, quase tudo que veio antes estava errado. Esse tudo deve incluir os pensamentos e as ideias de Aristóteles. Ao contrário deste, Maquiavel não acredita que a prudência seja o melhor caminho. Para ele, a coerência está contida na arte de governar. Maquiavel procura a prática. A execução fria das observações meticulosamente analisadas, feitas sobre o Estado, a sociedade.

Maquiavel segue o espírito renascentista, inovador. Ele quer superar o medieval. Quer separar os interesses do Estado dos dogmas e interesses da igreja.

Maquiavel não era o vilão que as pessoas pensam. Ele não era
nem malvado. O termo maquiavélico tem sido constantemente mal
interpretado.

"Os fins justificam os meios" Maquiavel, ao dizer aquela frase, provavelmente não fazia ideia de quanta polêmica ela causaria.

Maquiavel não quis dizer que qualquer atitude é justificada dependendo do seu objetivo. Seria totalmente absurdo. O que Maquiavel quis dizer foi que os fins determinam os meios. É de acordo com o seu objetivo que você vai traçar os seus planos de como atingi-los.


A contribuição de Nicolau Maquiavel para o mundo é imensa.
Ensinou, através da sua obra, a vários políticos e governantes.
Aliás, a obra de Maquiavel entrou para sempre não só na história, como na nossa vida cotidiana atual, já que é aplicável a todos os tempos.


É possível perceber que "Maquiavel, fingindo ensinar aos governantes, ensinou também ao povo". E é por isso que até hoje, e provavelmente para sempre, ele será reconhecido como um dos maiores pensadores da história do mundo.


Algumas máximas maquiavélicas:

"Homens ofendem por medo ou por ódio."


"Um príncipe sábio deve observar modos similares e nunca, em
tempo de paz, ficar ocioso."


"...Pois o homem que queira
professar o bem por toda parte
é natural que se arruíne entre tantos que não
são bons."


"... vindo a necessidade com os
tempos adversos, não se tem tempo
para fazer o mal, e o bem que
se faz não traz benefícios, pois julga-se
feito à força, e não traz
reconhecimento."


"Tendo o príncipe necessidade
de saber usar bem a natureza
do animal, deve escolher a raposa
e o leão, pois o leão não sabe
se defender das armadilhas
e a raposa não sabe se defender da força bruta dos lobos.
Portanto é preciso ser raposa, para conhecer as
armadilhas e leão, para aterrorizar os lobos."


"Pelo que se nota que os homens ou são aliciados ou
aniquilados."


Repostado de: http://www.culturabrasil.org/maquiavel.htm