sábado, setembro 26, 2015

Medicina: GINÁSTICA OCULAR



O Naturismo e a Ginástica Ocular 
começaram
 a sua marcha vitoriosa 
pelo mundo. 

Os seus grandes êxitos e ainda
 a sua 
maior necessidade, 
experimentada 
pelas massas populares, 
favorecem 
a sua penetração compreensiva.


Imagem: Pixabay

 Todos os dias lavamos o nosso corpo, 
penteamos o cabelo, 
limpamos os dentes, 
as unhas e tudo isto nos parece 
natural; 
mas, para os nossos olhos, 
não dispomos 
efetivamente 
de tempo. 

Só quando perdemos a eficiência 
no serviço
que nos proporcionam, 

quando 
a anormalidade
se torna prejudicial, 
é que começamos a 

compreender o seu alto
 e 
apreciado valor. 

A ORIGEM DA GINÁSTICA OCULAR

Já na antiguidade foram empregados

 métodos naturaispara curar 
os olhos doentes. 
Para recuperar a visão normal, 
conhecia-se e 
fazia o uso da ginástica ocular 
e
 de massagens. 

Assim, para a cura, por meios naturais, 

de todos os males que afetam os olhos, 
um médico e vários leigos encontraram 
novos métodos e caminhos. 
Um considerável campo de ação compreende 
a ginástica ocular e as massagens.
 É interessante fazer notar que 
todos os inovadores
 sustentam 
a mesma opinião:

 Um olho doente só é possível existir 
num corpo doente; por conseguinte, 
nunca se deve tratar apenas o olho afetado, 
mas sim, em primeiro lugar, 
o corpo doente, pois é nele que se 
deve procurar a 
causa do mal. 

Lamentavelmente, não podemos 
aprofundar 
nestas linhas este assunto, 
pois apenas 
nos ocuparemos da ginástica ocular. 

Apesar de se apontarem 
muitos precursores, 
cabe principalmente ao Dr. Bates,
 o mérito de ter dado a conhecer e difundir 
o método da ginástica ocular. 
É igualmente notável a ação da sua aluna 
Sra. Elsbeth Friedrichs, 
que divulgou o sistema 
pela 
Suíça e Alemanha. 

O QUE É A «GINÁSTICA OCULAR»? 

Estas duas palavras já dizem tudo: 

trata-se de movimentos dos olhos. 
Realiza-se sob as mesmas leis 
de toda
 a ginástica física,
 com o objetivo de
 fortificar 
os músculos 
e de ajudar a circulação, 
ou seja aperfeiçoar a circulação 

a capacidade de todas as partes físicas 
que tenham relação com
 os olhos. 
Cada parte do nosso corpo tem a 
sua própria função. 
Para a cumprir, é necessário
 desenvolvê-la
com toda a liberdade possível. 
A ginástica ocular tem a missão 
de que
 a vista defeituosa 
chegará 
a normalizar-se; 
no entanto, 
os óculos impedem-no.

DIVULGAÇÃO DA GINÁSTICA OCULAR 

Nos Estados Unidos, 

o método Bates 
já é bastante conhecido. 
Alguns Estados da União 
incorporaram o ensino da 
ginástica ocular 
nas escolas públicas, pela 
consideração 
que 
lhes merece a 

importância 
do método. 
No estado da Califórnia, 
o método do
 Dr. Bates 
tornou-se obrigatório  
em muitas cidades 
e em diversos estados
 também 
foi incorporado 
nos estabelecimentos de ensino, 

como um meio 
de deficiência moral e 
material 
para o país em geral
 e o indivíduo 
em particular. 
Em Nova Iorque, 
conta o Dr. Bates que 
a
 miopia diminuiu de 6 para 1 % 
em algumas escolas,
 após aplicação 
da ginástica ocular. 
Em alguns colégios da grande 
cidade americana, 
de 3000 crianças com visão defeituosa, 
1000 obtiveram a faculdade visual normal,
 ao cabo de um ano escolar. 

O método é aplicado há mais de 50 anos.

 A senhora Elsbeth Friedrichs
 propagou-o
 pela Alemanha. 
Esta senhora já tinha ouvido 
falar do Dr. Bates. 
Como via muito mal 
e se encontrava em perigo 
de cegar, 
efetuou uma viagem à América do Norte 
para, 
apesar dos seus 63 anos,
 visitar o Dr. Bates,
 o qual lhe ensinou pessoalmente
 o sistema, melhorando consideravelmente 
a
 sua faculdade de visão. 
Regressou à Alemanha com a nova teoria 
e fundou a primeira escola 
de 
ginástica ocular. 
Desgraçadamente, faleceu poucos anos depois. 
Em certas partes da índia, o método do
 Dr. Bates
 é altamente apreciado.

CAUSAS DE UMA VISÃO DEFEITUOSA 

As causas da má faculdade visual 

obedecem 
a diversas espécies e a 
muitos fatores. 
Tal como nas pessoas existem diversos
 estados de saúde, 
assim também existem diversas
 capacidades 
de visualidade. 
E, por isso, é fácil determinar que a saúde 
e o poder visual estão intimamente 
relacionados 
entre si. Pode-se determinar o estado de saúde 
duma pessoa, ou a natureza da doença 
que afeta um organismo, 
pela receptividade que possa 
revelar a certas 
influências externas. 
Isto manifesta-se em 
muitas crianças 
quando começam a frequentar 
a escola. 
É contra a natureza infantil o estar quieto
 e sentado 
durante várias horas. 
As crianças desejam mover-se e brincar 
com 
inteira liberdade. 
Muitas crianças curvam-se 
sobre os livros para 
ler e escrever.
 Então, os músculos oculares acomodam-se 
com o tempo às curtas distâncias,
 tornando-se míopes. 
Muitas vezes, 
começa-se a usar óculos na época 
da puberdade, e 
isso pode atribuir-se a 

debilidade e anemia.

A falta de sol e de ar puro, 
na maior parte das habitações
 das grandes cidades; 
edifícios mal 
apropriados 
a uma ventilação 
adequada; 
sol deficiente e ar viciado, 
são características de 
muitos ambientes impróprios 
de serem habitados, 
mas onde, desgraçadamente, 
vivem pessoas. 
Há sítios onde jamais chegam 
os raios do sol 
e, em muitos, 
nem 
sequer a luz. 

Além disso, muitas vezes o local
 de trabalho
 está mal iluminado, ou até 
se trabalha 
todo o dia com luz artificial. 
Um crime muito evidente, 
é o uso da luz «fluorescente». 

A alimentação é outro dos fatores 

mais importantes na vida humana, 
tanto para os sãos 
como 
para os doentes. 

Uma alimentação adequada 
é muito 
importante para os que 
sofrem de algum defeito

 ou afeção dos olhos, 
seja qual for a espécie 
de alteração.

 Da alimentação depende 
a capacidade 
ou 
rendimento dos olhos. 
Por esta razão se recomenda efetuar 
os exercícios respiratórios 
ao ar livre 
ou diante de uma janela aberta. 
Com este processo, 
tão simples, 
todas as pessoas
 podem 
melhorar a saúde. 
A vida sedentária é outro costume
 bastante 
arraigado nas grandes cidades, 
sendo causa de
 enormes prejuízos 
para 
a saúde. 
A falta de movimento de 
atividade corporal,
 causa a insuficiência 
circulatória,
 não só do sangue, 
mas de todos os humores 
do corpo. 
Os efeitos estão bem patentes e 
evidenciam-se 
nas digestões retardadas
 e 
na atonia intestinal. 
O organismo normal deve ter 
diariamente duas espontâneas 
evacuações intestinais. 
Na alimentação, convém dar 
preferência 
aos 
alimentos crus.
 As comidas devem
 ser iniciadas com frutas 
cruas e maduras, 
ou com uma boa porção
 de 
salada variada, 
igualmente crua. 
Ainda fica muito por dizer 
sobre 
este assunto. 

Todos nós devemos 
observar-nos, 
para sabermos o que é útil e 
o que é prejudicial 
ao nosso organismo e, 
muito especialmente, 
aos nossos olhos. 

Em particular, 
são inimigos dos olhos,
 tanto para crianças
 como
 para adultos,
 a atmosfera viciada, o fumo e o pó. 

Na próxima postagem, exercícios que ajudam

 a melhoria da visão, 
se forem feitos corretamente,
 podem até 
curá-los.

Trechos Retirado do livro 



BIBLIOGRAFIA 
DR. MED. BATES: 

Perfect Sight Without Glasses, New York. 

Mathãus Schmidthauer. 

Augenheil Kunde nach den Gesetzen 
der Naturheilmethode. 

Verband der Vereine fur Naturkeilkunde 

in der Tschecho-Slowakei. Komotau. 
Warnsdorf IX, 1894. 

M. PLEATEN: Die neue Heilmethode.

 Deutsches Verlagshaus 

Bongu. Co. Berlin, Leipzig, Wien, 

Stuttgart. 
LOUIS KUHNE: Die neue Heilvissenschaft. 
Verlag von Louis Kuhne. Leipzig, 1938.                   

quarta-feira, setembro 23, 2015

As Relações de Forças no futuro segundo De Masi

Domenico De Masi: Vivemos num manicômio, onde o homem tem que ir até a informação.

Foto: pixabay - free 

Entrevista com o sociólogo Domenico De Masi na coluna "Branding, Consumo e Negócios" do site  EXAME.COM, publicado em 17/09/2015.

Sua abordagem muda o conceito de "relações de forças". 
No futuro, a chave está no indivíduo criativo, na cultura e entretenimento, valorando essa mão de obra, hoje vista como ociosa, pouco valor e ressalta: “Na sociedade industrial, a dignidade vem exclusivamente do trabalho.

Na sociedade pós industrial, a dignidade vem da cultura”. 
E, como tal - liberdade para ocupar o tempo, de forma criativa, e não mais em ambientes sob pressão ou competitividade entre si. 

Em defesa do Ócio criativo, hoje visto como uma forma negativa, mas 
a liberdade que permite a criatividade, de forma mais ampla. 

Domenico acredita que as grandes empresas devem ter cada vez mais
dificuldade de recrutar os melhores jovens para trabalhar em seus
quadros de funcionários. Isso se dá especialmente porque as empresas, mesmo as 
mais modernas, ainda se organizam como na época industrial,
De maneira hierarquizada, divididas em departamentos, e especialmente
voltadas para os aspectos competitivos entre seus colaboradores.

Segundo ele, as grandes empresas não são“realizativas”, elas são competitivas. Em suas palavras, “Quando os jovens pensam em trabalhar, eles pensam em trabalhar com teatro, pensam trabalhar com dança, pensam trabalhar com empresas pequenininhas. Eu acho que eles acham estúpido ir trabalhar em uma grande empresa”,
afirma. 

Para De Masi, o trabalho criativo ou o trabalho em que você tem liberdade. Mesmo que seja uma atividade não artística, como o jornalismo, traz mais realização para este jovem pós-industrial e, portanto, deve “recrutar” os melhores e mais inteligentes dessa nova geração. Porque afinal, eles querem trabalhar com liberdade, sem ter que estar presente num escritório fechado por grande parte do dia.

Essa liberdade é a fonte das grandes ideias, que De Masi entende
não serem produzidas nas grandes empresas, mas especialmente fora delas, e cita o Facebook como exemplo, que surge dentro da Universidade, e não dentro de uma empresa.

Mas por que, então, ainda grande parte dos jovens são recrutados por essas empresas? 

Por que algumas delas ainda estão no topo dos rankings de onde os jovens querem trabalhar após se formarem? Ao mesmo tempo que De Masi critica esse comportamento, ele também dá a razão de suas influências: “(eles procuram essas empresas porque)a alienação e os cretinos são muitos no mundo. 

Mas não são cretinos por natureza, são cretinos pela educação. Eles são educados para a imbecilidade, para o infantilismo. E são pessoas infantis, saem infantis das escolas de negócios”, criticando mais uma educação que ele julga ultrapassada do que as escolhas dos jovens propriamente dita.

A crítica para as escolas se dá em função de ainda propagarem os mesmos livros escritos com o pensamento dos gestores americanos, e trabalharem com casos e problemas das empresas industriais
americanas. Ainda que uma pequena parcela delas abra espaço para os outros tipos de negócios possíveis na economia atual, a grande maioria dos estímulos, casos e modelossão voltados para as empresas
industriais.

De certa maneira, elas acabam reduzindo a liberdade e o potencial do jovem profissional para a criatividade. A grande empresa, sob a promessa de segurança e estabilidade, tolhe a liberdade
criativa. 
De Mais conclui que: “As escolas de negócios são as últimas fábricas de imaturos.

A criatividade te dá liberdade. Te dá autonomia.As empresas trabalham com subordinação, com competitividade. A criatividade, dizia Le Corbusier, nasce num ambiente sereno. "Se você estiver numa relação competitiva, não há criatividade.”

O futuro da Indústria e do emprego industrial.

A lógica da indústria deve, com o tempo, reduzir o seu impacto já que a
própria indústria terá um impacto menor na sociedade e na economia
futuramente. De acordo com Domenico, a indústria, enquanto participação na economia, caí em todo o mundo.Ele compara a atual fase da indústria ao que foi a questão agrícola no passado, que representava praticamente toda a atividade produtiva e hoje tem uma participação relativa 
muito menor.  

De Masi entende que a indústria já teve o seu apogeu, e partir de agora deve declinar e dar lugar aos serviços e à economia criativa. Mas isso não significa que a produção da indústria irá cair. “A indústria tem um mundo finito. Não iremos diminuir a produção, mas iremos diminuir os operários. Em 2030 teremos 60% a menos de pessoas empregadas. 60% menos postos de trabalho (na indústria).” afirma De Masi.

Essas pessoas deverão ser absorvidas no segmento de serviços, na nova economia. Sem esta solução, não há outra perspectiva a não ser o aumento do desemprego ou a redução da jornada de trabalho. 

Num exemplo dado por ele: “Quando se coloca um robô, ou um computador que faz 15% do trabalho, deveríamos reduzir em 15% o tempo da jornada de trabalho. Ou então teremos os pais completamente ocupados, e os filhos completamente desocupados. São esses dois modos”. 
Portanto, do ponto de vista puramente industrial, existe uma equação que só fecha com a drástica redução da jornada de trabalho.

“Se o aumento da produtividade faz com que precisemos de 10% 
a menos de mão de obra, que diminuamos em10% da carga de trabalho.
Ou então, o que acontecerá é que teremos 90% das pessoas completamente ocupadas, e 10% das pessoas completamente desocupadas. São esses os dois únicos modos. E esse é o grande medo que se tem hoje”, reforça De Masi. 

Vale ressaltar que Domenico aqui aborda que a absorção da mão de obra se daria somente na indústria.
Se novas ocupações forem criadas, essa equação acharia novas variáveis para se balancear.

Um futuro sombrio ou um futuro brilhante? 

É interessante a percepção que um mundo com menos trabalho possa causar tanta apreensão para as pessoas, mas é isso que de fato acontece.
Para o nosso pensamento “industrial”, a falta da necessidade de
mão de obra na indústria é a mãe de todas as crises. E de fato era.

Mas essa época ficou para trás. Parece que, ao atender as preces de todos por menos trabalho, a nova configuração do trabalho na sociedade ao invés de causar felicidade, causou apreensão. Domenico pensa um pouco diferente: “Mas, isso é uma maravilha, que possamos produzir tanto, e tão bem, com um mínimo de trabalho. E podemos dedicar o resto do tempo à cultura, ao tempo livre. Ao amor. A ficar junto com outras pessoas que amamos”. 

Essa dependência do trabalho ainda é uma das características da sociedade industrial que causa enorme ansiedade e que potencialmente será algo difícilde ser alterado. Não se está tratando o trabalho como algo negativo, mas simplesmente tirando dele o lugar de destaque que ele ocupa tão fortemente em nossa sociedade.

Domenico discute a relação entre o trabalho e a dignidade, tão arraigado no pensamento industrial. Para quem vive no pensamento industrial, não há como se ter dignidade sem se ter trabalho, e isso causa revolta. Lembramos de um momento durante a crise de 2008 e 2009 que a França sofria com o desemprego. Nos arredores de Paris, onde ele era mais frequente, houve uma revolta daqueles que lá moravam. 

Mas não era uma revolta por falta de moradia, ou comida, ou roupas.
Tudo isso era provido pelo estado francês. Era uma revolta pela falta de dignidade. Sobre isso, Domenico afirma: “Na sociedade industrial, a dignidade vem exclusivamente do trabalho. Na sociedade pós industrial, a dignidade vem da cultura”.

Ele continua: “Kaynes dizia em 1930, que o problema do tempo livre é o
problema da falta de cultura. Porque se há cultura, vão escrever, vão ler, vão visitar os amigos. Vão fazer uma viagem.

O problema da sociedade pós-industrial é o problema da cultura”.
Nós ainda não aprendemos a ter, e a valorizar a cultura como uma atividade tão digna quanto o trabalho. Ainda se trata a cultura como apenas diversão, e quem vive somente dela, como pessoas 
de menor valor do que aqueles que vivem da indústria. 

Quando aprendermos a valorizar a cultura como um produtor de riqueza
tão grande quanto a indústria, teremos dado um passo em direção ao pós-industrialismo. O “gap cultural” e as adaptações até o ajuste pós-industrial.

De acordo com Domenico, estamos hoje num “gap cultural”. 
O gap cultural é o nome que os antropólogos dão quando estamos vivendo em uma época com as regras culturais das épocas precedentes. Isso acontece sempre que há uma alteração socioeconômica profunda, quando como mudamos da economia agrícola para a economia industrial, no século XIX. 

Hoje estamos vivendo na época pós-industrial, mas ainda pensamos e nos comportamos como se estivéssemos na era industrial. Algumas alterações são significativas, mas menos observáveis no cotidiano. 

Uma delas é a relação com as escolas de negócios, tão criticadas por De Masi. Segundo ele: “A sociedade pós-industrial tem uma forte inclinação ao tempo livre.

A sociedade industrial tem uma forte inclinação ao trabalho. Agora, como vamos educar para o tempo livre se as universidades educam para o trabalho?” “Esse é o cultural gap.”, exemplifica.

 

Já outras são absolutamente observáveis e, por isso, causam grande indignação se analisarmos de maneira mais profunda.

Domenico se revolta: “Olhe lá fora (aponta para a rua de SP) isso é um manicômio. Isso é um manicômio!

Tudo o que se vê são carros, estão todo indo para o trabalho, sendo que todos eles poderiam trabalhar em casa, ou podem trabalhar juntos em algum outro local, como nós estamos fazendo (estamos conversando no hotel em que Domenico está hospedado). E não é a informação que
vai até o homem. É o homem que tem que ir até a informação. E isso é uma loucura, porque as informações são transportadas num ‘bit’, e os automóveis são mais difíceis de serem transportados 
por aí.”

A revolta quase cômica de Domenico é justificada. Lutamos para termos tecnologia que nos permite ter acesso às pessoas, suas vozes, suas imagens, seus textos e opiniões em qualquer lugar do planeta.
Mas ainda nos obrigamos a, como diz Domenico, “irmos até os bits”.
Os congestionamentos poderiam ser facilmente evitados se ficássemos no “home office”, ou no “teletrabalho”, como prefere Domenico. 

Mas numa cidade caótica como São Paulo, preferimos ir até o trabalho, e ainda nos concentrar em regiões como a da Av. Berrini, Av. Faria Lima, ou na Av. Paulista, aumentando ainda mais o problema do trânsito e do tempo perdido. Entretanto para Domenico, o Brasil tem suas diferenças regionais: “O Rio de Janeiro é mais pós-industrial que a São Paulo. São Paulo é muito industrial. Copacabana é pós industrial”, e essa discussão sobre o Brasil pós-industrial será a que encerrará esta série de posts sobre nossa entrevista, na próxima semana.