Não conhecia até então essa adaptação do romance da Mary Shelley
do filme "Victor Frankenstein", dirigido por Paul McGuigan, estrelado por James McAvoy e Daniel Radcliffe.
Embora a trama difere do livro e de enredos anteriores, e não sou muito favorável à alteração na obra de autores, mas o assunto é o mesmo, a obsessão pela imortalidade.
A releitura gira em torno da amizade do cientista visionário com o
corcunda Igor, interpretado por Daniel Radcliffe, eterno Harry Potter.
Ao vê-lo num circo como atração bizarra, o estudante Victor descobre que este tem amplo conhecimento de anatomia humana e o ajuda a escapar.
Através de seus métodos pouco ortodoxos, livra-o da corcundice; porém, o seu mestre é um cientista excêntrico e obcecado pela imortalidade e sem limite quanto à ética. Fiel ao amigo, tenta salvá-lo antes que a loucura vá longe demais e das terríveis consequências.
A maioria de comentários sobre a trama gira em torno do possível romance entre os personagens centrais, em cenas abordadas de forma sutil. Há quem diga que o “médico monstro” é fissurado por corpos e perfeição e, por isso, usa de seus experimentos para criar a criatura perfeita, ao seu bel-prazer.
Porém, vou focar em outros pontos, porque acredito que o Victor talvez seja egoísta demais para amar a alguém, a ponto de tê-lo como prioridade, e até então só encontra dor e indiferença nos seres humanos.
Para entender Victor e sua alma complexa, é preciso mergulhar na sociedade da época. Sem dúvida, ele era um excêntrico, cheio de culpas, à frente do seu tempo e, por ser o segundo filho, relegado e negligenciado pelo pai, sem reconhecimento ou estímulo.
Como segundo filho (o primogênito quem era o herdeiro de tudo), os sonhos e ambições do estudante eram bem maiores que o mundo que o cercava e além da perfeição, a busca por reconhecimento acadêmico e afeto familiar também é um fato a considerar.




