Isso também Passará
Conto Sufi de Nasrudin
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Imagem de Agung Setiawan por Pixabay |
confuso. Os sábios resolveram dar um anel ao rei, desde que o rei seguisse certas condições: Debaixo do anel existe uma mensagem, mas o rei só deverá abrir o anel quando ele estiver num momento intolerável.
Se abrir só por curiosidade, a mensagem perderá o seu significado. O rei seguiu o conselho. Um dia o país entrou em guerra e perdeu. Houve vários momentos em que a situação ficou terrível, mas o rei não abriu o anel porque ainda não era o fim. Fugiu do reino para se salvar.
O inimigo o seguiu, mas o rei cavalgou até que perdeu os companheiros e o cavalo. Seguiu a pé, sozinho, e os inimigos atrás; era possível ouvir o ruído dos cavalos.
Os pés sangravam, mas tinha que continuar a correr. O inimigo se aproxima e o rei, quase desmaiado, chega à beira de um precipício. Os inimigos estão cada vez mais perto e não há saída, mas o rei
ainda pensa: - Estou vivo, talvez o inimigo mude de direção. Ainda não é o momento de ler a mensagem. Olha o abismo e vê leões lá embaixo, não tem mais jeito. Os inimigos estão muito próximos, e aí o rei abre o anel e lê a mensagem: "Isto também passará".
De súbito, o rei relaxa. Isto também passará e, naturalmente, o inimigo mudou de direção. O rei volta e tempos depois reúne seus exércitos e reconquista seu país.
Há uma grande festa, o povo dança nas ruas e o rei está felicíssimo, chora de tanta alegria e de repente se lembra do anel, abre-o e lê a mensagem: "Isto também passará".
Novamente ele relaxa, e assim obtém a sabedoria e a paz de espírito. Em qualquer situação, boa ou ruim, de prosperidade ou de dificuldades, em que as emoções parecem dominar tudo o que fazemos, é importante que nos lembremos de que tudo é passageiro, de que tudo passará, de que é impossível perpetuarmos os momentos que vivemos, queiramos ou não, sejam eles escolhidos ou não.
A ansiedade, freqüentemente, não nos deixa analisar o que nos ocorre com objetividade. Nem sempre é possível, mesmo, mas em muitos momentos, precipitamos atitudes que só pioram o que queríamos que melhorasse, e é nos relacionamentos amorosos que isso ocorre quase sempre.
A calma, conforme o ditado popular, pode ser o melhor remédio diante daquilo que não depende de nós...
Manter as emoções constantemente sob controle é pura fantasia e qualquer um já viveu a sensação de pânico ao perceber que o que mais se valoriza está escapando por entre os dedos.
Conclusão:
"Dar tempo ao tempo", não é sintoma de passividade, mas de sabedoria na maior parte dos casos. Nada é permanente!
Quem foi Narusdin
É considerado um filósofo e sábio populista, lembrado por suas histórias engraçadas e anedotas. Acredita-se que tenha nascido no século XIII em Akshehir, na atual Turquia. Originário do folclore da Turquia, o personagem Nasrudin é um mulá (que em árabe significa “mestre”).