No mês de junho, o violeiro mais querido do País tem cerca de 20 shows marcados na sua agenda. Não dá para negar que Almir Eduardo Melke Sater seja uma pessoa apaixonante. Muito pelo contrário: além de ser bondoso e ajudar muitas pessoas, ainda é educado e sabe tratar todos iguais, desde um varredor de rua até um presidente da república.
É músico, violeiro, compositor, instrumentista, ator, enfim, é um artista completo e sabe tirar das pequenas coisas, valores imensuráveis; acontecimentos emocionantes e jamais esquecidos nesses 56 anos de vida, sendo 40 só de profissão.
Almir Sater poderia ter seguido a carreira jurídica, mas para sorte de todos, acabou abandonando o curso de Direito, e, sem saber aonde iria parar, acabou seguindo a carreira artística, onde canta e encanta, toca e emociona, compõe lindas músicas com os seus parceiros Renato Teixeira e Paulo Simões, e fala à nossa reportagem que não tem dúvida nenhuma sobre a ajuda da espiritualidade, sendo psicografadas algumas das suas músicas.
Esse homem de 1,85m que, a princípio parece durão, fala que se emociona demonstrando muito sentimento quando vê uma fã chorando em suas apresentações. Ele mesmo só não chora nesses momentos porque, segundo ele, homem não pode chorar.
O violeiro é um homem simples, espiritualizado, que sabe viver bem,
apesar de não lhe sobrar muito tempo para as coisas que gostaria de
fazer com mais assiduidade. O que ele também sente falta é de um rio para pescar e uma mata para repor todas as suas energias, depois de uma agenda lotada de shows pelo Brasil, nos quais, sempre com casa cheia, atrai fãs dos oito aos oitenta anos.
Almir Sater tem mais algumas paixões que ele mesmo não esconde: além da música, seus filhos Gabriel, que também segue o mesmo caminho do pai, a música; Ian (18) que faz faculdade de publicidade e, segundo o pai, toca muito bem, assim como o filho caçula Bento (15), e ainda sua esposa Ana Paula.
Num jeito descontraído e simples, conforme é o seu jeito de ser, saboreando um cacho de uvas, Almir Sater falou à nossa reportagem.
Jornal A Voz do Paraná: Qual foi sua primeira apresentação no palco?
Almir Sater: Eu tinha um grupo amador de amigos, lá de Campo Grande e estava na moda aquela música latino americana. Muitos artistas vinham do Peru, Bolívia, desciam e passavam em Campo Grande, então, fomos tendo contato com vários grupos que vinham com aquelas músicas folclóricas peruanas, chilenas. Por brincadeira, montamos um grupo e começamos a tocar charango, viola caipira.
O nome do grupo era Tupiara, e escolhemos esse nome porque passamos na frente de um centro espírita que tinha esse nome, então, o colocamos no nosso grupo. Nunca gravamos nada, era um grupo de brincadeira. Fizemos essa apresentação no teatro do colégio Salesiano, onde estudávamos.
Jornal A Voz do Paraná: Em algum momento da sua vida, você
pensou em desistir da carreira de músico?
Almir Sater: Não. Eu sempre achei muito difícil a carreira de músico. Eu não sabia se teria condições de sustentar a minha futura família, ou a mim mesmo.
Não sabia se eu poderia levar por muito tempo esse trabalho, mas eu tive sorte e as coisas foram acontecendo; comecei a trabalhar e não parei mais. Então, nunca pensei e nem quero desistir.
Jornal A Voz do Paraná: Você começou a estudar Direito e parou. Por que você escolheu a profissão de músico? Precisava de um retorno financeiro mais rápido, porque seria famoso, por amor à carreira ou por que descobriu que não levava jeito para a vida jurídica?
Almir Sater: Acho que em relação ao retorno financeiro, o Direito o trás mais rápido. Na música, nós fazemos menos inimigos, já o advogado sempre está contra alguém, é uma área meio barra pesada, enquanto que a música é mais suave. Eu tentei fazer Direito, porque achei que não iria conseguir fazer outra
coisa, e era o que mais combinava comigo. Já que eu não gostava de ciências exatas, acabei indo para o lado do Direito. Não que eu tivesse talento, até era algo que eu achava em que poderia trabalhar, mas nisso veio a música.
Jornal A Voz do Paraná: Em que estilo musical você define suas músicas e o que o levou a seguir esse ritmo?
Almir Sater: É muito difícil definir meu estilo musical. As pessoas querem saber e eu respondo que eu faço música popular brasileira com viola.
Jornal A Voz do Paraná: Você é um artista que continua fazendo sucesso até hoje, pois seus shows sempre lotam. A quê você atribui isso?
Almir Sater: À qualidade das composições, ao instrumento da viola caipira, cuja apreciação é quase unânime no interior do Brasil. As pessoas gostam muito do som da viola caipira, e apesar de ser um instrumento popular brasileiro, não vemos muitos violeiros na nossa frente. Eu, por exemplo, demorei muito para conhecer uma viola caipira. É um instrumento diferente, uma afinação aberta, que provoca um certo encantamento. Então devo muito à viola caipira.
Jornal A Voz do Paraná: Quanto tempo você tem de carreira?
Almir Sater: Eu gravei meu primeiro disco em 1980, são 32 anos.
Para gravar um disco tem que ter um tempo, uma boa estrada,
então vai para uns quarenta anos a mais.
Jornal A Voz do Paraná: Então, nesses quarenta anos de estrada,
o que você ganhou e o que você perdeu?
Almir Sater: Perdi alguns dias com a minha família, perdi de ver meus
filhos crescerem, essas coisas que são importantes na vida, então a gente
não pode ter tudo. Ainda bem que minha família entende, eles sabem que
é o meu trabalho e são felizes assim. É bom também que o casamento dura
quando a gente fica um pouco longe de casa. Por outro lado, ganhei amigos,
ganhei por conhecer o Brasil inteiro tocando viola, ganhei emoções diferentes
a cada show que faço, e percebo que fisicamente é muito bom para mim,
me sinto muito bem.
Jornal A Voz do Paraná: Cada música tem uma história. Conta para nós como foi compor a música “Serra de Maracaju”, que encontramos no seu último CD, 7 Sinais.
Almir Sater: A música Serra de Maracaju foi a primeira música que eu fiz na fazenda que tenho na Serra de Maracaju. Meu parceiro Paulo Simões é dessa região, então, quando eu consegui essa área agradável, que foi uma área com a qual eu sempre sonhei, nós fomos para lá, e o Paulinho ficou muito emocionado de eu ser também um cidadão maracajuense e dali surgiu a música. Começamos a lembrar a história daquele município, de como ele foi criado. Naquele município, que ficava na fronteira com o Paraguai, não tinham muitas leis, mas o povo todo se ajudava, brigavam entre eles, mas, mesmo assim, eram muito unidos, e se chegasse alguém de fora, eles eram contra. Então, essa região era conhecida por ter um povo bravo. Começamos a ver toda a história daquele lugar e surgiu a letra do Paulo Simões. Não digo que seja fato verídico, mas foi algo que foi criado pelo migrantes, pelos mineiros, pelos retirantes e pelos bandeirantes.
Jornal A Voz do Paraná: E a música Cubanita, como surgiu?
Almir Sater : Ah, essa eu não posso contar, melhor não. (risos).
Jornal A Voz do Paraná: Minha filhas gostam muito de cantar
a música “No Rastro da Lua Cheia”. A letra é muito bonita,
música gostosa de se ouvir e cantar.
Almir Sater: Essa música é uma parceria com Renato Teixeira. Quando a gente senta para compor nossas músicas, vêm em minutos, e se não vem em minutos não vem mais, esquece, aí vem só no outro dia. Então, eu acho que às vezes ele psicografa, ou melhor, acho não, tenho quase certeza que ele psicografa. Vem quase pronto.
Jornal A Voz do Paraná : As mulheres te assediam muito?
Almir Sater: Não. Nunca tive muito assédio de mulheres. Eu, quando comecei minha carreira, falava que era um homem casado; sempre fui casado. Tive meu primeiro casamento aí não deu muito certo. Logo casei depois, sempre tive um relacionamento muito longo. Eu amo muito minha mulher Ana Paula, então não chega a ser um assédio, mas sim, uma demonstração de carinho, por causa da minha música e da emoção que a gente passa.
Jornal A Voz do Paraná: As pessoas costumam cantar no chuveiro.
Você canta suas músicas no chuveiro? Que música você canta?
Almir Sater: Nenhuma. Nunca cantei em chuveiro, você acredita?
Nunca fui de cantar em chuveiro; eu tenho lugar melhor para cantar,
então só canta em chuveiro quem não tem lugar melhor para cantar (risos).
Eu entro no chuveiro, gosto de tomar um banho quente, gosto de silêncio.
Jornal A Voz do Paraná: O que te deixa de mau humor?
Almir Sater: Perceber que eu não consigo ter o tempo pessoal que eu gostaria de ter para mim, para fazer as coisas que eu mais gosto, como me enfiar no meio do mato, ficar no meio do rio pescando por bastante tempo. Já fiz muito isso, mas hoje não consigo mais. Às vezes eu me flagro com tantos compromissos e me pergunto o que eu quero da vida; será que é só trabalho? A música é muito prazerosa, mas o fato de estar sempre longe de casa, longe dos meus, me cansa um pouco, mas tudo tem um preço.
Jornal A Voz do Paraná: Vida de artista é difícil?
Almir Sater: Não, não é difícil, tem vidas mais difíceis. Só que quando eu marco um show, eu sou obrigado a ir, mesmo querendo ficar em casa. Às vezes eu marcou um show com oito meses de antecedência, e quando chega no dia
eu não estou muito a fim de sair de casa, tô com o sapato apertado, não cortei o cabelo; sabe essas coisas, não é um bom dia para eu sair de casa.
Jornal A Voz do Paraná: Tem uma música sua, Planície de Prata, do último CD, que fala de serenata. Para quem você faria uma serenata?
Almir Sater: Eu tenho um amigo que é apaixonado por uma menina.
Eles terminaram há muito tempo, mas mesmo depois de uns quatro, cinco anos continua apaixonado por ela. E eu gosto muito desse meu amigo e perguntei se ele não queria fazer uma serenata para ela. Até brinquei com ela e perguntei se eu fizesse uma serenata ela não voltaria com ele, e ela me disse que não. Aí acabei não fazendo uma serenata. Então, serenatas são para esses momentos românticos, para quando você quer despertar alguém. Eu nunca fiz serenata para mim, sempre fiz serenata para os meus amigos. É muito bonito você ir de madrugada, tocar um violão numa hora em que você não espera, um som acústico do meio da noite; geralmente, os interessados conseguem o objetivo.
Jornal A Voz do Paraná: Você já emocionou vários fãs. Alguma vez, já deixou se emocionar por algum?
Almir Sater: Quando eu estou cantando uma música, vejo que tem pessoas que se emocionam, o que faz eu me emocionar também, então tenho que respirar fundo, porque não gosto de chorar em público.
Jornal A Voz do Paraná: Dá para citar um momento do qual você
nunca se esqueceu em todos esses anos de estrada?
Almir Sater: É difícil falar de um momento só. Coisas simples me emocionam.
Um dia desses eu estava me perguntando o que já me emocionou, então, me lembrei de uma passagem minha pelo Pantanal. Estava voltando de carro, com o Tavinho Moura e nossas esposas. O carro acabou estragando à noite, e saímos a pé. Nós tínhamos que atravessar um lugar alagado, e o Pantanal é um lugar de muita cobra. Era uma hora perigosa para andar descalço e de calção, e todos estavam um pouco nervosos. Eu falei para irmos embora, só que não tínhamos lanterna, nem nada. Tínhamos uns 600 metros de água e de repente olhei par acima e vi uma árvore para tudo, que é da família dos ipês, repleta de vagalumes.
Parecia que da árvore haviam brotado vagalumes, de tão cheia deles. Foi uma cena tão bonita, que eu cheguei a pensar ‘poxa, com uma coisa tão bonita,
acho que não vai ter nada que nos agrida’. Foi um momento muito feliz, no qual fomos andando e cantando, e fomos até lá em casa. Essa cena foi um momento que eu nunca esqueci. Então, a gente vê que as coisa simples nos mostram que está tudo simples.
Jornal A Voz do Paraná: No ano passado você foi convidado
para mais uma novela? Por que você não aceitou?
Almir Sater: Não consigo mais me dedicar só à novela, e novela exige isso. A novela você perde frente, perde capitulo, ela fica meio incontrolável, e por mais que a pessoa prometa que a gente iria conseguir fazer shows, não havia garantia, e como eu tinha uma agenda já apertada, não iria conseguir conciliar.
Então, naquele dia percebi que nunca mais iria voltar a fazer novela.
Jornal A Voz do Paraná: Como é tocar em família, com seus irmãos Gisele e Rodrigo?
Almir Sater: Muito bom. Temos muita intimidade. O Rodrigo é um músico fundamental; hoje ele não veio porque vai ter um show dele, mas eu sinto muito a falta dele. E a Gisele faz a parte vocal, tem um trabalho dela também, e está querendo seguir a vida dela com o próprio trabalho, e eu torço para que ela consiga isso. Mas, enquanto isso, ela vai cantando com a gente e isso é muito bom.
Jornal A Voz do Paraná: Falta ainda você realizar alguma coisa na sua vida?
Almir Sater: Ah, falta. Falta ainda eu fazer umas quinhentas músicas que eu acredito que ainda virão pela frente.
Jornal A Voz do Paraná: A música Tocando em Frente é eterna; todos conhecem, todos cantam, todos se emocionam até hoje, sendo uma das mais conhecidas do País. Não poderia deixar de falar nela. Como foi compô-la?
Almir Sater: Eu estava indo almoçar na casa do Renato Teixeira e não levei instrumento, não levei nada. O almoço estava quase pronto, eu sentei e peguei o violão do filho dele, fiz uma pequena melodia e o Renato saiu escrevendo e o pessoal gritou ‘Está pronto o almoço’, e respondemos ‘Já vamos’.
Então, acabamos a música e fomos almoçar. Cheguei em casa e falei que tinha feito uma música com o Renato, e pediram para eu tocar. Eu toquei, e a Ana Paula falou que tinha sido a melhor música que tinha feito ultimamente. Ela veio tão fácil, e parece que quando as coisas vem fáceis a gente não dá tanto valor. Logo depois tocou o telefone; era a Maria Bethânia. Eu nem a conhecia, e fiquei impressionado com a antena dela, porque nisso, ela me perguntou se eu não tinha nenhuma música para ela gravar e eu respondi que não tinha.
Mas aí eu acabei falando que tinha acabado de fazer uma música que
ia entrar na novela Pantanal e quem iria gravar era o Renato Teixeira.
Ela me pediu para que eu cantasse no telefone um pedacinho da música,
e disse- ‘Essa música é minha, quero gravar’.’ Então tá bom, pede para o Renato’, eu falei. Então, eu fiquei impressionado com a antena dela, naquele momento me ligar, parece que alguém alertou. A Maria Bethânia é uma pessoa muito espiritualizada, de alma muito boa, uma pessoa muito correta, canta bonito, e foi muito importante aquela música ter sido gravada por ela. A música veio já pronta, então percebemos que têm mistérios no mundo que precisamos observar.
Jornal A Voz do Paraná: Mais um CD pela frente?
Almir Sater Hoje em dia CD virou um pouco filantropia; você grava CD e doa para a humanidade e filantropia você deve fazer quando tá a fim e disposto,
e eu tenho viajado muito, não consigo conciliar shows e disco.
Para fazer disco, eu tenho que parar. Ou eu trabalho sobre pressão,
ou eu sou obrigado a fazer por alguma coisa que me obrigue a fazer
naquele momento, ou se eu tiver muito tempo livre. Sobre o último disco que eu gravei, foi quando eu comecei a fazer novela e me pediram cinco músicas para poder entrar na trilha da novela. Eu mandei cinco músicas para eles escolherem e acabaram escolhendo às cinco. Eu gravei mais cinco e lancei o disco 7 Sinais, meio sobre pressão, e a partir do momento em que eles escolheram todas as cinco, eu gravei mais cinco para poder lançar um CD. Poderia ter saído melhor, se tivesse um pouco mais de tempo. Mas pelo menos saiu.
Jornal A Voz do Paraná: Eu achei interessante que você sempre viaja de ônibus com a sua turma de músicos, mesmo podendo viajar de avião e chegar mais rápido. Não acha cansativo?
Almir Sater: Eu prefiro ônibus porque eu acho muito mais prático.
Ontem, nós fizemos show em Ribeirão Preto. Se estivéssemos de avião,
já não teríamos descido, por causa do nevoeiro danado. Então de ônibus temos tempo; acaba o show e viemos conversando, lavando roupa suja, lavando roupa limpa, sujando roupa limpa. É muito bom, cada um tem seu banco, sua cama.
É muito gostoso, eu gosto da estrada, abro a cortina da frente do ônibus,
tenho uma televisão, que é o Brasil que vai mudando a cada curva, e vou conhecendo o Brasil, vou conhecendo as paradas, as pessoas, os restaurantes, as bibocas, as barraquinhas de beira de estrada e, na segunda-feira quando a gente chega em casa, tem que mandar três, quatro carros buscar a todos nós e as coisas que compramos, porque é farofa, é vinho de colônia, são queijos, salames, roupas, artesanatos, presentes, e assim é nossa vida.
Jornal A Voz do Paraná: Como é voltar novamente ao Oeste do Paraná?
Almir Sater: Eu gosto muito daqui. Eu sinto que o povo do Paraná gosta muito do meu som; não só do Oeste, mas o Paraná inteiro
gosta desse som de violões, violas. O Paraná é um Estado bem agrícola,
possui propriedades que produzem de tudo. O homem do campo tem
um gosto meio parecido, e eu também sou um homem do campo, então
a gente se identifica. Eu e minha banda somos muito bem recebidos aqui.
Jornal A Voz do Paraná: O Almir Sater é um homem vaidoso?
Almir Sater: Num ponto certo sim, mas não tenho tempo para praticar exercício físico.
Jornal A Voz do Paraná: O que você faz quando não está tocando e nem compondo? Como é sua vida?
Almir Sater: Cozinho para minha família, fico vendo filminho com a minha esposa, fico vendo meus filhos tocando, vou buscá-los e levá-los para o colégio, saio para jantar em São Paulo. Gosto muito de ir a restaurantes para conhecer comidas diferentes, gosto de tomar vinho também, essas coisa normais.
Jornal A Voz do Paraná: Quantos filhos você tem?
Almir Sater: Três. O mais velho se chama Gabriel e já está seguindo pela música; o do meio, Ian (18), faz faculdade de publicidade, mas toca muito bem; e o caçula se chama Bento, que faz 16 anos agora em agosto, está estudando e também toca muito bem. Pode ser que eles façam outra coisa, mas todo mundo tem uma facilidade para a música. O primeiro começou a estudar e virou
músico; nunca achei que o Gabriel pudesse ser músico, pois sempre o
achei muito prático, centrado, rígido e na música a gente é mais largado,
não tão rígido, mas ele virou músico e toca muito bem. Pode ser que os outros dois virem músicos também. Procuro não influenciar muito. Às vezes até prefiro que eles trabalhem.
Jornal A Voz do Paraná: Qual a sua descendência?
Almir Sater: Meu pai é descendente de árabe com paraguaio; meu avô por parte de pai foi para Buenos Aires e se casou com uma paraguaia, e minha mãe nasceu em Santos. Filho de Imigrantes Libaneses, sírios, na verdade. Assim, nós temos a cultura muito forte, a cultura da comida árabe é muito boa e eu gosto muito dessa culinária.
Jornal A Voz do Paraná: Você tem um carinho muito grande pelos paraguaios?
Almir Sater: Meu pai nasceu no Paraguai, minha avó era paraguaia e
minha cultura é muito mais perto do Paraguai do que do Líbano.
A música paraguaia influenciou uma geração de artistas de Campo Grande, porque quando a gente saía para almoçar e jantar com
a família, todas as músicas que ouvíamos eram músicas paraguaias.
Graças a Deus, não existia televisão em restaurante; hoje, em qualquer restaurante que a gente vai tem uma televisão. Isso é um horror deveria ser proibido por lei. Já que querem criar leis, que criem leis que proíbam
televisão em restaurantes. Deveria ser obrigatória música ao vivo. Então, naqueles restaurantes tinha aqueles paraguaios tocando harpas, acordeom, baixo de paus, violões e cantando muito bem. Toda a minha formação musical, minhas lembranças de músicas ao vivo vêm desses paraguaios.
Jornal A Voz do Paraná: O que dá para esperar hoje do show?
Almir Sater: A gente nunca sabe o que dá para esperar de um show. A gente define o repertório, que já trazemos mais ou menos pronto. Espero estar inspirado pra fazer um bom show, e, como hoje o Rodrigo não veio, espero que ele não faça falta e que possamos tocar bem sem ele.
Jornal A Voz do Paraná : Você não nos revelou a história da Cubanita, mas hoje você toca essa música?
Almir Sater: Provavelmente não. (risos).
Na foto, a advogada e diretora do Jornal A Voz do Paraná, Sumaya Klaime Risso, durante entrevista feita com Almir Sater (páginas 06 e 07), concedida ao jornal, em sua apresentação em Cascavel/PR.
Fonte Jornal A Voz do Paraná