domingo, 7 de novembro de 2010

"O inferno são os outros"


As outras pessoas são fontes permanentes de contingências.

 











Todas as escolhas de uma pessoa levam à transformação 
do mundo para que ele se adapte ao seu projeto. 
Mas cada pessoa tem um projeto diferente, e isso faz com 
que as pessoas entrem em conflito, sempre que os projetos se sobrepõem.

Mas Sartre não defende, como muitos pensam, o solipsismo. 
O homem por si só não pode se conhecer em sua totalidade. 
Só através dos olhos de outras pessoas é que alguém consegue 
se ver como parte do mundo. Sem a convivência, uma pessoa 
não pode se perceber por inteiro. "O ser Para-si só é Para-si através 
do outro", ideia que Sartre herdou de Hegel.  Cada pessoa, embora não tenha acesso às consciências das outras pessoas, pode reconhecer neles o que têm de igual. E cada um precisa desse reconhecimento. 


Por mim mesmo não tenho acesso à minha essência, sou um eterno "tornar-me", um "vir-a-ser" que nunca se completa. 

Só através dos olhos dos outros posso ter acesso à minha própria essência, ainda que temporária.

Só a convivência é capaz de me dar a certeza de que estou fazendo as escolhas que desejo. Daí vem a ideia de que "o inferno são os outros", 
ou seja, embora sejam eles que impossibilitem a concretização de meus projetos, colocando-se sempre no meu caminho, não posso evitar sua convivência. Sem eles o próprio projeto fundamental não faria sentido.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nas sábias palavras resumidas de Sócrates: 
Queres julgar? "Conhece-te a ti mesmo."

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