a seguir:
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Violeiro desde os 12 anos, Almir Sater é um dos ícones da música folk brasileira,
reunindo em suas canções a sonoridade tipicamente caipira da viola de 10 cordas, o folk norte-americano e influências das culturas fronteiriças do seu estado, o Mato Grosso do Sul, com a música paraguaia e andina.
O resultado é único e encanta públicos de diversas idades, regiões e estilos.
“Eu apenas descrevo o interior do Brasil, e tenho também influências da música
folclórica brasileira, como catiras. Mas isto não é proposital. Nós todos somos um pouco influenciados pelo pop internacional.
Quando minha geração escutou Beatles pela primeira vez… nossa!
E depois Pink Floyd, com um som lindo!
A música inglesa é muito bonita!”, ressaltou o músico em entrevista ao jornal
A Voz do Paraná.
Jornal A Voz do Paraná - Como foi gravar o quadro “Bem Sertanejo”
do Fantástico, na Globo, com o cantor sertanejo Michel Teló?
Almir Sater – Muito bom, eu fiquei muito feliz. Achava que o Michel Teló era um homem de idade, porque há muito tempo eu ouço falar do Teló. Fui descobrir que ele toca desde os 12 anos, deve ser por isso que eu o conhecia há muito tempo. É um rapaz simpático, muito talentoso, com sucesso merecido e que levou junto para a reportagem a dupla Jads e Jadson, que eu gostei de conhecê-los, são muito bacanas. É muito bom esses encontros, porque vou conhecendo os jovens artistas, pessoas que estão fazendo sucesso, levando nossa música para longe, fico feliz por eles.
Imagem: Internet
Imagem: Internet
Jornal A Voz do Paraná- Mesmo sabendo que você não faz
música sertaneja, ao chamar a matéria do quadro “Bem Sertanejo” o apresentador Tadeu Schmidt falou que você é umdos maiores sertanejos de todos os tempos. É o trabalho sendo reconhecido e fazendo sucesso em todos os estilos?
Almir Sater – É, apesar de achar que não sou muito sertanejo, como não ficar feliz com uma afirmação dessa pelo apresentador Tadeu Schmidt? Fiquei muito feliz, claro que cada um me chama como quiser, mas nunca defini meu trabalho, eu deixo que cada um escolha. Desde menino eu sou roqueiroe sempre gostei de folk americano, inglês, boliviano, andino e movimentações folclóricas.
Eu gosto muito desse som popular. O rock é um gosto de menino. Não era um rock tipo Little Richard, era um rock mais progressivo, mais pop. Eu apenas descrevo o interior do Brasil, e tenho também influências da música
folclórica brasileira, como catiras. Mas isto não é proposital. Nós todos somos
um pouco influenciados pelo pop internacional. Quando minha geração escutou Beatles pela primeira vez… nossa! E depois Pink Floyd,
com um som lindo!
A música inglesa é muito bonita!
Jornal A Voz do Paraná –Você disse que teve uma música que
foi fundamental para o seu trabalho, acabei vendo a letra e achei muito engraçada, ela se chama “Mineiro e o Italiano”. Por que foi tão importante?
Almir Sater – Foi devido ao ponteio da introdução da música, o jeito do Tião Carreiro tocar a viola, oi muito pop, e aquele é o verdadeiro som da viola. Foi para mim a primeira escola, a que me iniciou e, claro, que dessa forma, foi muito importante para mim. A letra da música é mais ou menos assim: o mineiro e o italianoviviam às barras dos tribunais numademanda de terra que não deixava os dois em paz. Só de pensar na derrotao pobre caboclo não dormia mais. O italiano roncava nem, que eu gaste alguns capitais. Quero ver esse mineiro voltar de a pé pra Minas Gerais. Voltar de a pé pro mineiro seria feio pros seus parentes, apelou para o advogado: fale pro juiz pra ter dó da gente. Diga que nós ‘semos’ pobres que meus filhinhos vivem doentes. Um palmo de terra a mais para o italiano é indiferente. Se o juiz me ajudar a ganhar lhe dou
uma leitoa de presente…
Jornal A Voz do Paraná - Uma vez você falou de uma música que ajudou na criação da sua família. Qual foi a canção?
Almir Sater – Foi à música Luzeiro, tema do programa Globo Rural, até hoje ela
cria a minha família, devo muito a essa música. Ela está no meu primeiro CD instrumental, é a 4ª faixa.
Jornal A Voz do Paraná – O Brasil acompanhou o seu filho Gabriel Sater na novela “Meu Pedacinho de Chão” como o violeiro Viramundo. Ele foi muito bem, um espetáculo, tem uma presença muito forte no vídeo. Como foi para você vê-lo atuar? Fez-lhe lembrar de quando você atuou na novela Pantanal?
Almir Sater – Foram muitas coincidências. O Gabriel começou a fazer novela
com 32 anos e eu fiz a minha primeira também com 32. Ele começou em uma
novela de Benedito Ruy Barbosa, eu também. Ele toca violão e nessa novela
foi obrigado a tocar viola, bem feito (risos), poderia ter aprendido a tocar viola mais cedo, e foi obrigado a aprender às pressas, mas enganou bem. O Gabriel é muito mais disciplinado que eu, mais esforçado, e torço muito por ele, tomara que ele seja muito feliz nesse ramo, só espero que ele faça mais novelas, porque ele gostou muito.
Jornal A Voz do Paraná - Você faz as pessoas sonharem! Você acredita que o artista, aquele que está sobre os olhos do mundo, tem um compromisso
com o seu público, no sentido de poder levar coisas boas, músicas de qualidade?
Almir Sater – O artista tem compromisso com a arte, e se tiver compromisso com a arte e levá-la a sério terá vida longa, porque a arte ninguém segura, pode até levar um tempo para a pessoa ser reconhecida, despontar, mas se tiver talento e arte, nunca acaba, será lembrado por muito tempo e esse é o papel do artista e se for simpático e educado, melhor ainda.
Jornal A Voz do Paraná – Já que estamos na reta final das eleições,
será que você poderia deixar uma mensagemaos políticos, independente de quem se eleja?
Almir Sater – Vocês repararam que o clima nunca esteve tão violento, há muitos extremos, acho que isso é falta de mata, e a mata é a cobertura da terra, se você tirar a mata e medir a temperatura da terra, é um absurdo o seu calor, então tem que começar a olhar para trás um pouco e replantar, esse momento é crucial, estamos num divisor de águas entre a tragédia e a recuperação, então vocês que tem poderes para decidirem tudo, decidam em favor da terra e da vida.
Reproduzido do jornal
A voz do Paraná.