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terça-feira, 14 de julho de 2015

CRIATIVIDADE NÃO É PARA OS CHATOS

Criatividade rima com personalidades inquietas, curiosas, 
insatisfeitas a ponto de serem até incômodas. 
Criatividade não é para os chatos, isso é certo.

 
 Crédito: pixabay
De um conjunto de chatos não sairá nada de novo. 
Pior, eles poderão até drenar o potencial dos criativos,
porque a tendência dos chatos é se unir contra o diferente.
Numa empresa, é inútil procurar extrair a criatividade de quem 
está sujeito a um controle de horário.
Elimine o controle.
É repressão.
Elimine também os que acham que o controle induz
à produtividade, porque a repressão não leva à virtude. 
O próprio lugar precisa ser orientado a estimular
e acolher a criatividade.
Deve promover a interação, a troca de informações,
a efervescência.
Um ambiente desses atrai pessoas criativas.
O reconhecimento de seus pares faz toda a diferença
ao ser criativo. Os criativos se reconhecem, nutrem-se uns 
dos outros, precisam interagir para se inspirar.


 Crédito: pixabay
Proximidade pode não se aplicar a todas as áreas.
Por exemplo: os escritores aparecem nos lugares
mais insuspeitos. Mas por menor que seja o povoado, deve ter pelo
menos uma biblioteca. Aliás, a sua empresa tem uma?
Você empresta DVDs de ópera ou balé aos seus empregados?
Por que não?
Já pintores, inventores, compositores são diferentes dos escritores.
Todos precisam de mais.
Nem que seja de tintas, de instrumentos, de laboratórios.
Precisam dos outros, mas também de liberdade e cuidado. 
O criativo, que mal se liga no dinheiro, precisa de acolhimento.
Daí os mecenas. Quer criatividade em sua empresa?
Seja um mecenas, aprecie o heterodoxo, o diferente,
desenvolva sua própria curiosidade.



Crédito: pixabay
Para estimular a criatividade em sua empresa, você
precisará primeiro neutralizar os chatos.
Precisa deles?
Eles têm competências das quais você não
pode prescindir? Então mantenha-os, mas não no comando.
Promova quem vai conviver bem com a criatividade e
a eventual desordem que ela traz.
Em segundo lugar, crie você mesmo um ambiente criativo, que promova
o prazer de estar ali, que facilite as trocas. 
Não sabe como?
Visite os ambientes das empresas criativas e escolha o que você quer.
Depois, contrate um arquiteto.
Já seria um bom começo.
Terceiro, atraia um pioneiro que caiba em seu bolso. Ele atrairá os outros criativos.
Você talvez nem precise pagar por todos eles.
Ofereça espaço, condições, acolha. Essa interação acabará
beneficiando os que trabalham com você.
Fomente a diversidade, contrate talentos, não caras
bonitas nem currículos glamourosos ou primeiros alunos.
Inteligência acadêmica poderá ser um pré-requisito,
mas raramente é suficiente. Einstein foi reprovado
e trabalhou numa empresa de seguros até que se libertou.
Já imaginou a cara do professor que o reprovou?
Alguém lembra do nome? 
Tomara que você não tenha um dia de amargar o
arrependimento de ter demitido um sujeito que decolou em
outro lugar.

Autoria: Professor Alfredo Behrens.
Fundação Instituto de Administração (FIA).
Fonte: Revista Pequenas empresas e Grandes negócios -

Edição Outubro de 2014.