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segunda-feira, 18 de julho de 2011

TENHO OU SOU AMIGO VERDADEIRO?





 
"A gente só conhece bem as coisas que cativou.

Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma.

Compram tudo prontinho nas lojas.

Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.

Se tu queres uma amiga, cativa-me!
Os homens esqueceram a verdade.
Mas tu não a deves esquecer.
 

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!"

             (A Raposa para o Pequeno Príncipe)

Muitas pessoas se preocupam em ir para o céu se esforçam para um dia desfrutar dos benefícios que o céu pode oferecer.
Apesar de ser uma boa coisa querer ir para o céu e se esforçar para alcançá-lo, há uma coisa que pode ser feita na Terra que já antecipa as bênçãos que serão recebidas no Céu.
Trata-se da amizade. Interessante prestar atenção na qualidade que se empregaà amizade verdadeira.
Amizade verdadeira parece ser redundante, mas nem toda amizade é verdadeira. Há amizades falsas, pretensas, aparentes e superficiais.
Tanto uma como a outra tem profunda influência na
pessoa que dela participa.
A amizade verdadeira produz alegria, endorfina, calor e vida.
A pretensa amizade age lentamente, como um veneno,
um tóxico que imobiliza, congela e mata toda esperança
de ser feliz.
Uma é divina e outra é diabólica
É necessário escolher o tipo de amigo que se deseja ser e ter
Na amizade verdadeira há um aprofundamento da relação,
da intimidade, transparência, ou seja, você se mostra
cada vez mais na sua real maneira de ser, sem esconder o
que se pensa, sente, gosta, valoriza, prefere, aprecia.

Há uma abertura tal que você não tem medo de ser descoberto,
pego de surpresa, exposto pelo que é, defende ou acredita.
Porém, quando a amizade não é verdadeira,
há medo de ser diferente na maneira de pensar, sentir e agir perante os outros.
Numa amizade verdadeira, você é aceito, respeitado, considerado, valorizado, apesar de suas falhas, erros, deficiências e limitações.

Em uma relação assim não estão presentes a ameaça,
o perigo da rejeição, da crítica, do julgamento moral de
suas ações, de suas convicções ou de sua pessoa.
Mas se fazem presentes a segurança, a certeza do apoio,
da compreensão e da simpatia. Na verdadeira amizade,
você experimenta e vivencia uma relação de interdependência mútua.

Não é uma relação de intromissão, de invasão, interferência, mas de divisão, partilha, afeto e apoio.

Quando você permite que o outro pense, escolha, fale, sinta e aja por você, em nome da amizade, pode ter certeza de que a relação não é de amizade, mas de abuso, desrespeito e desconsideração.
Quando a amizade é apenas uma fonte de desgaste, cansaço, vazio, quando você se sente com uma carga nas costas, com raiva, irritado, quando está ou se afasta do amigo, sua amizade não está fazendo bem para você.

Não é verdadeira
Se você só sente sacrifício, desgaste e sofrimento na relação,
é hora de parar e reavaliar toda a dinâmica da amizade. Se, ao se separar do amigo, você está abatido no seu ânimo, desanimado nos valores, pesado na consciência, é porque a relação não está sendo mútua.

Você está sendo prejudicado
Isso porque numa relação de amizade verdadeira, a sua individualidade não é comprometida, o seu estado emocional é fortalecido e enriquecido.

Mas é preciso ter pelo menos consciência de você mesmo nos momentos de interação para ver se está mais seguro, apoiado, amado e valorizado
Na inversão de valores em que vivemos, a busca pela popularidade é muito mais propaganda do que amizade.
É muito comum, em um grupo, alguém querer
ser popular humilhando e ridicularizando um
amigo – só para ter a atenção de todos.

Não é de se estranhar que a seqüência dessa dinâmica
seja uma profunda sensação de estar só, algo experimentado
por aqueles que não conhecem os benefícios
de uma intimidade profunda em uma relação de
amizade.
É muito fácil saber quem é um verdadeiro amigo.
Basta observar e querer perceber,
basta prestar atenção ao seguinte: o verdadeiro amigo vibra com o seu sucesso,
enquanto o falso amigo “murcha”;
o verdadeiro amigo se empolga com a sua vitória,
enquanto o falso se desanima;
O amigo de verdade se alegra com os seus ganhos,
enquanto o falso se entristece;
o verdadeiro amigo se regozija com o seu progresso,
mas o falso se abate;
o verdadeiro amigo se identifica com o seu trunfo,
o falso amigo se desvincula
da sua felicidade.
O verdadeiro amigo está sempre ao seu lado,
e não se sente prejudicado, diminuído ou ameaçado
pelo seu crescimento.
Ele não sente ciúmes de suas vantagens,
nem inveja suas qualidades, não faz uso de você nem
do que é seu para benefícios e fins pessoais.
O verdadeiro amigo não controla você para
satisfazer seus próprios desejos,
para segurança pessoal. Ele não se prende a você como
uma cola, nem o fixa como o peixe no anzol ou a
âncora no barco.

Na verdadeira amizade, através de um respeito profundo
pelo outro, conserva-se a individualidade, mantém-se a separação, preserva-se a entidade independente e autônoma, e sustenta-se a integridade do ser do outro.

Uma reflexão importante deve ser: sou um amigo verdadeiro?
Que espécie de amigo sou?
Estou mais preocupado em ter ou ser um
verdadeiro amigo?
É na relação, sendo e tendo amigos, que como
seres humanos nos desabrochamos para
atingir ao máximo as potencialidades de que somos
capazes.

Fonte: Extraído de Amigo e Amigo (Revista Mocidade, janeiro de 1994).