Em 29 de novembro de 2001, às 15h30, o beatle mais “cool” partia deste mundo, infelizmente, após travar uma batalha contra o câncer, mas deixou o seu legado eternizado em suas belas canções e em sua figura ímpar.
Para mim, a música mais bonita dos Beatles é a composta por ele, “Something”, aliás, sou fã de George, mas não da banda. Sou declaradamente fã de Pink Floyd e Led Zeppelin, ouço Jethro Tull também.
Apesar do dia nostálgico e sua partida precoce aos 58 anos (as coisas mais belas parecem que duram menos, são apenas instantes), as que valem a pena, se eternizam. Para quem me conhece, de fato, sabe que sou leitora de romances históricos desde a adolescência.
De certa forma, eles sempre me inspiraram
para sair um pouco da realidade maçante e ajudam a desanuviar a mente, até para
contrastar com os de Filosofia, além de ajudar na criatividade. Talvez, foi
isso que sempre me fez ver a vida mais positiva, apesar das agruras. Dizem por
aí, aquarianos são “frios”, discordo de tudo que é generalizado. Mesmo porque não acredito em horóscopo, mas na personalidade, sim e deve agregar vários fatores. Cada pessoa tem uma identidade única e vivência.
Para mim, as coisas para fazer
sentido precisam ter algo que me sensibiliza, mas não nos
apegamos em uma só coisa por muito tempo.
Por ser elemento ar, a mente está sempre em movimento aqui e acolá, até por mecanismo de defesa, gostamos de independência e o desapego faz parte desta
trajetória.
Nietzsche nos define: “O que não nos mata, só nos
fortalece”, com alguns aprenderemos como devemos ser e com outros, como jamais.
Embora pareça piegas aos olhos de quem não lê, geralmente, assim como acho novelas (nunca tive paciência para esperar por seis,
oito ou um ano o final de uma trama), por isso prefiro ler. Livros e música
fazem parte de minhas atividades frequentes. Eu me aprofundo tanto nas leituras
que chego a discutir com o personagem em voz alta.
Como “Justo a mim coube ser eu” (Mafalda), desde criança com uma mente curiosa e questionadora, embora adaptada, mas não resignada, sempre confrontei ficção com realidade. Foram nestes romances que me aprofundei sobre diversos temas sobre história medieval, conflitos sociais, hierarquia, patriarcalismo, sociedade desigual, casamentos feitos apenas por contratos, interesses, influências e dotes. A mulher sob tutela de uma figura masculina, numa sociedade hipócrita e machista.
Embora até “brigue” por Plant como
ocorreu em 2019, quando desprevenida caí novamente no ardil de uma figura ambígua, mas segundo Dalai Lama “Toda ação humana, quer se torne positiva ou negativa, precisa
depender de motivação”, foi o meu instinto de lealdade e gratidão (coisas que
gente vulgar desconhece a magnitude), o que fez eu reagir com ímpeto com a gracinha
do "tiozão" que se sente confortável no politicamente incorreto.
Pois, foi Led Zeppelin e a voz inigualável de Plant, que salvaram-me após
o falecimento de minha genitora aliada a terapia alternativa, pude vencer a apatia e a ansiedade que insurgiram no Pós-luto.
Perder a mãe é como romper o fio da
vida, correr por conta, desprotegida, “por mais que a gente cresça há
coisas que a gente não consegue entender”, Gessinger, definiu esse sentimento. Sou
testemunha viva que a música opera milagres, transcende e renova o espírito,
mente e emocional.
Mas não é nem Plant nem Waters os “mocinhos” que me inspiraram ao longo dos anos nos personagens dos romances, mas a figura de George.
O “beatle quieto” além de sua família ter origem irlandesa por parte dos avós maternos se parece com os lordes dos romances, geralmente descritos com cabelos pretos, longos, desgrenhados, olhos pretos, bigode ou barba por fazer de países nórdicos e baixos. Certa vez, ao traduzir um desses livros, logo associei à imagem dele:
“O homem era relativamente jovem, entretanto, as rugas deixadas pelo cansaço e as privações recentes se acentuavam em uma barba incipiente, que lhe arrepiava as faces e o queixo, envelhecendo seu rosto formoso”.
My Sweet Lord! 🙇 🙏
Enfim, George permanece para sempre nas mentes que gostam de uma boa música com arte, ou até nas figuras do mocinho irreverente e imaginados como eu, em não deixar morrer a criança interior, o purismo, a imaginação fértil que ajuda na criatividade, nos meus textos criados com lisura, muito além do marketing, mas para transformarmos nos em pessoas melhores, em fazedores de sonhos, jamais de pesadelos, a vida é muito curta para ser um déspota, verdugo dos outros!