quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Sociologia: Expressar é para todos que têm expressão


 

Eu fico faceira quando recebo pedidos para eu dar "pitacos", é sinal de que para alguns, eles têm efeito, seja com reforço positivo ou negativo. Hoje, o meu pitaco será sobre Sociologia e quão é válido se manifestar sobre nossas impressões. Cada um tem um ponto de vista, por isso defino meu como [pitaco] sobre determinado assunto, depende do juízo de valor, cultura e formação moral e ética.

É importante ter parâmetros, confrontar ideias e desenvolver a capacidade cognitiva para interpretar por si mesmo.  Eu acho equivocado, mas eu compreendo os que se sentem "incomodados" com os que se manifestam sobre variados assuntos e corriqueiros. Afinal, opinião só dá quem tem. E, quando estão embasadas em argumentos, contraponto, uma retórica sem grosserias, não vejo o porquê ficar em silêncio. Só assim saberemos, o que os outros pensam, sentem, almejam, sonham ou desejam a respeito de um determinado governo, partido, indústria do entretenimento, cultura e para a compreensão mútua do comportamento social e assim por diante. Em Administração é necessário estudar sobre pesquisa mercadológica, saber o perfil de público que atende determinada mercado, para abrir um estabelecimento ou concorrência. 

Há aqueles que preferem adotar uma posição mais parcimoniosa, como diz o dito popular "cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém" e ficam indiferentes, ou preferem adotar o "statu quo" - o estado atual das coisas. São os que preferem não tomar partido ou optar pela neutralidade,  eu não acho certo, porque isso faz parte de exercer a cidadania, as cidades foram construídas com o intuito de abrigar os cidadãos e todos que estão inseridos nela fazem parte do processo social.

Não se pode deixar para outros decidirem por nós, o destino de uma nação, por exemplo. Ao não comparecer para votar ou anular, deixamos de ser participativos como cidadãos e  invisíveis, nos tornarmos responsáveis por tudo o que temos conhecimento, no final. Ao “lavar as mãos”, deixamos de exercer a cidadania, de agir com responsabilidade e transferimos aos outros, o comprometimento que é de todos. A maioria não se despertou para essa consciência. Seria o mesmo de assinar um cheque em branco, uma procuração com amplos poderes ilimitados para um estranho agir por você e decidir o que fazer com seus bens, seus negócios, sua família.

Ele poderá, então, com sua negligência, isenção ou ingenuidade, alugar, vender, comprar, financiar, emprestar, hipotecar ou gastar o seu crédito da forma quem bem desejar e você não pode mais reclamar, porque permitiu que os outros, mesmo que a minoria tomassem as rédeas de seu destino como cidadão.

- Você deve estar se perguntando, mas onde entra a Sociologia nisto? 

Que manifestar, dar opiniões divergentes ou convergentes também faz parte do homem comum. Segundo Allyne Patrícia Marques Souza Muniz, “a Sociologia não é matéria de interesse apenas de sociólogos. Mas, cobrindo todas as áreas do convívio humano - desde as relações na família até a organização das grandes empresas, desde o papel da política na sociedade até o comportamento religioso.  A Sociologia interessa de modo acentuado a administradores, políticos, empresários, juristas, professores em geral, publicitários, jornalistas, planejadores, sacerdotes, mas também, ao homem comum”

E como ela exemplifica: “Muitos acontecimentos humanos escapam aos seus critérios. Ela toca, porém, em todos os domínios da existência humana em sociedade. Por esta razão, a abordagem sociológica, através dos seus conceitos, teorias e métodos, pode constituir para as pessoas um excelente instrumento de compreensão das situações com que se defrontam na vida cotidiana, das suas múltiplas relações social e, consequentemente, de si mesmas como seres inevitavelmente sociais.”

Porque as pessoas de algum modo estão inseridas dentro deste contexto social, elas “estão intrinsecamente  ligadas às organizações humanas, instituições sociais e suas interações sociais, aplicando, mormente, o método comparativo”.

Enquanto a filosofia é mais especulativa, a sociologia é mais empírica,  ”a  Sociologia busca através de seus métodos de investigação científica, compreender e explicar as estruturas da sociedade, analisando as relações históricas e culturais criando conceitos e teorias a fim de manter ou alterar as relações de poder nela existentes. Diferentemente da ética, que visa discernir entre bem e mal, a ciência da Sociologia, se presta à explicação e à compreensão dos fenômenos, sejam estes naturais ou sociais”. “Ela possui objetivos de manter relações que estabelecem consciente ou inconscientemente, entre pessoas que vivem numa comunidade, num grupo social ou mesmo em grupos sociais diferentes que lutam pra viverem em harmonia, uns com outros, estabelecendo limites e procurando ampliar o espaço em que vivem para uma melhor organização”.

Finalizando:

Só dá opinião quem tem expressão, quem entende que não é apenas um indivíduo a mais, mas que faz parte da tomada da decisão por estar inserido nesta sociedade. Deve exercer o seu compromisso de cidadania, e aprender a desenvolver o pensamento crítico e fazer as escolhas que vão atender o coletivo, para o bem comum e harmonia geral.

Portanto...

Muitas vezes  a opressão está mais ligada ao que reprime.

Autoria: Allyne Patrícia Marques Souza Muniz

Pitaco adaptado por Loira Do Bem.

Fonte: coladaweb

Imagem: Domínio público - Google.