Uma pitaco sobre o filme 'Medo da Verdade" , sociedade e os valores da honestidade. No fim de semana, eu assisti um filme "Medo da verdade" dirigido por Ben Affleck e estrelado por seu irmão Casey Affleck, onde a honestidade, ética e moral dos personagens são colocados em xeque.
O filme, adaptado do best-seller de Dennis Lehane, discorre sobre dois policiais contratados para investigar o desaparecimento de uma menina de 4 anos. Quanto mais um deles se aprofunda nas pistas "vê-se preso numa teia de mentiras cada vez mais intrincada, já que esta envolve um segredo chocante que o leva a enfrentar um dilema moral que o fará ele e o público, se questionar sobre o que de fato é certo". (http://43.mostra.org/br/filme/4197-Medo-Da-Verdade)
Eu vibrei com a atitude do detetive de não se deixar levar pela ética circunstancial, sua recusa significaria muitas perdas para ele (relacionamento e dinheiro), mas não abriu mão dos seus princípios e valores, nem sob pressão emocional, ele cumpriu o compromisso assumido, o que na concepção dele era "fazer a coisa certa".
Mas ser verdadeiro custa um preço muito alto que, às vezes, por mais
dispostos que estamos a pagar, algumas experiências ensinam a recuar, a menos que sejamos
autossustentáveis quando vier retaliação, a sabotagem e o fechamento das
portas, na verdade, deveria ser motivo de honra e respeito essa qualidade.
O que é ser honesto, afinal?
Vamos ao conceito de Honestidade: Segundo definições "Honestidade é uma qualidade de ser verdadeiro; não mentir, não fraudar, não enganar".
A honestidade é a honra, uma qualidade da pessoa ou de uma instituição, que significa falar a verdade, não omitir, não dissimular.
O indivíduo que é honesto repudia a malandragem, a esperteza de querer levar vantagem em tudo e se aproveitar da vulnerabilidade de uma pessoa e explorá-la.
“Se você, de vez em quando, não sentir vergonha de si mesmo, é porque você não é honesto.” William Faulkner, escritor americano.
Ser honesto é complexo, uma virtude que exige muito. Não é à toa que Diógenes, o cínico, andava com uma lanterna e proferia: "Busco um homem honesto".
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Para Aristóteles "é uma prática e não um dado da natureza de cada indivíduo e para alcança-la, ela precisa se tornar um hábito". Portanto, não basta o exemplo de casa, é preciso adquiri-lo como um bem de valor imensurável.
Ser honesto na minha visão é dar sua palavra e honrá-la até o fim e às vezes é ficar no prejuízo também, mas cumprir com o trato do mesmo jeito.
Se assumir um compromisso, honre. Ser honesto não é levar vantagem sobre o outro e principalmente, quando este se encontra vulnerável e fragilizado.
"A liderança é uma poderosa combinação de estratégia e caráter. Mas se tiver de passar sem um, que seja estratégia." Norman Schwarzkopf
Ser honesto não é lucrar em cima de uma situação miserável, como por exemplo, uma pessoa em dificuldades financeiras e precisa desfazer de um bem para arcar com seus compromissos e oferecemos uma quantia irrisória ou quando falta oportunidades e alarga o desemprego, então colocamos preço em suas mercadorias ou na mão de obra: "é pegar ou largar".
Ser honesto é não "passar a perna no outro" é não bajular (somente) por interesse e quando convém apenas.
Ser honesto é ser justo na medida certa, independente para que lado a balança vá pender, não se deve considerar justo o que se faz em cima (tomada de decisão) de uma injustiça, sem conhecer os dois lados da mesma moeda ou conhecendo, optar pelo que lhe beneficia em detrimento dos outros.
"Todos nós precisamos saber o que significa ser honesto. Honestidade é muito mais do que não mentir. É falar a verdade, contar a verdade, viver a verdade e amar a verdade." James E. Faust.
Eu acrescentaria: "Mesmo que essa verdade venha depor contra nós". E se no final, tudo isso não bastar para adquirir essa virtude invoque a Ética Cristã: "Só faça aos outros, o que faria a si mesmo".
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| Crédito:ilustração de Everton Cout. |