domingo, maio 02, 2010

Intimidade e Cordialidade















Muitas pessoas não conseguem entender a diferença entre ser cordial e amistoso a ser intimo de alguém.  O “excesso” de convívio virtual ou não, acaba por levar a construir laços de amizade. Neste processo que acontece as confusões pois alguns confundem a cordialidade com intimidade e passam, com isso a acreditar que possuem determinadas liberdades, não dadas.

Devemos primar pela cordialidade e a política de “boa vizinhança”, mas isso não implica em liberdade e intimidade. Quando este limite é perdido ou confundido, vem o atrito e os desentendimentos. Uma boa interação é pautada no bom respeito e limites, sem abuso.

Isto envolve conhecer a cultura do outro, avaliar se não estamos exagerando no nosso modo de ser, visando a todo custo uma intimidade que de fato não existe e cerceando o direito de escolha.

Susann Sitzler  dá um exemplo importante sobre atenção e cordialidade que em determinadas culturas como os suiços não são sinônimo de intimidade.

"A primeira vista os suíços são bastante atenciosos e cordiais, causando a impressão aos estrangeiros que são um povo aberto. No entanto a cordialidade suíça não significa intimidade e sim uma característica da mentalidade desse povo que valoriza a convivência em harmonia, mas sem aproximação".

Querer fazer parte da intimidade de alguém, implica em direitos e obrigações, em limites e reciprocidade e principalmente convívio diário. Estamos dispostos a assumir essa responsabilidade?

"Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas." [Exupéry]

No Marketing dispensamos de cordialidade, interação e atenção redobrada aos que estão inseridos dentro deste contexto, porém, não significa que deve haver intimidade e nem alteração no objetivo final. Fatores determinantes para alcançar o êxito e a excelência nos resultados dependem da credibilidade e confiabilidade dos indivíduos envolvidos diretamente no processo e não da aprovação daqueles que não fazem parte, são duas coisas totalmente distintas.

Portanto, cada um no seu quadrado.

Comportamento social: Como estamos de recalque?

 
                     Muitos de nós certamente já sentimos necessidade de agarrarmo-nos a algo, seja uma ação, uma lembrança, de modo a querer mantê-las no que achamos ser o caminho correto para as nossas vidas.


imagem: Reprodução internet
                

              
Freud explica.
                 
                    O recalcamento é o mecanismo de defesa mais antigo, e o mais importante; foi descrito por Freud desde 1895. Está estritamente ligado a noção de inconsciente e é um processo através do qual se elimina da consciência partes inteiras da vida afetiva e relacional profunda.

                    Todos nós temos e nascemos com uma personalidade, seja ela boa ou má, e em nós existe o dom de negarmos tudo o que nos faz sentir mal, ou seja algo que nos afaste do que acreditamos, sentimos e sonhamos.

                     E que seria uma pessoa recalcada?

                 Uma pessoa reprimida, concentrada, no sentido figurado da palavra. Que não confia em si...é, sensação de estar sendo castigada a todo momento...ser alguém que não é... É uma pessoa que tem inveja dos outros que fala mal! é uma pessoa que não tem o senso do ridículo, que quer se aparecer, ser importante, sem ser, enfim é uma pessoa dissimulada...

               Uma pessoa recalcada é aquela que reprimiu alguns de seus desejos, algumas características da sua personalidade, é uma pessoa que não é ela mesma, porque não consegue dar plena vazão a seus sentimentos, pensamentos e vontades...
               
                É a pessoa invejosa, sempre quer o que o outro tem e nunca fica feliz com o que tem; inveja e deseja, sempre, o que é do outro. É infeliz e mal humorada; tem altos e baixos...baixos e altos.

            Pode ser em qualquer área, não é o suficiente, pois esta pessoa tem o péssimo hábito de não poder ver ninguém se dar bem naquilo que ela mesmo fracassou, então a "recalcada " fica torcendo pra você perder também, fica criticando, dando pitacos onde não foi chamada, infelizmente seus corações já estão tomados de tanto azedume que não conseguem aproveitar a dádiva que lhes são concedidas, pois estão preocupadas em projetar no outro, os que lhe faltam de fato.

          Segundo Freud, os principais Mecanismos de Defesa psicológicos descritos são: repressão, negação, racionalização, formação reativa, isolamento, projeção, regressão e sublimação (Anna Freud, 1936; Fenichel, 1945). Todos estes mecanismos podem ser encontrados em indivíduos saudáveis, e sua presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis sintomas neuróticos.

             Um dos que aceleram o processo do recalque é a Projeção:

          "O ato de atribuir a uma outra pessoa, animal ou objeto as qualidades, sentimentos ou intenções que se originam em si próprio, é denominado projeção. É um mecanismo de defesa através do qual os aspectos da personalidade de um indivíduo são deslocados de dentro deste para o meio externo. A ameaça é tratada como se fosse uma força externa. A pessoa com Projeção pode, então, lidar com sentimentos reais, mas sem admitir ou estar consciente do fato de que a ideia ou comportamento temido é dela mesma".

              Alguém que afirma textualmente que "todos nós somos algo desonestos" está, na realidade, tentando projetar nos demais suas próprias características. Ou então, dizer que "todos os homens e mulheres querem apenas uma coisa: sexo", pode refletir uma Projeção nos demais de estar pessoalmente pensando muito a respeito de sexo. Outras vezes dizemos que "inexplicavelmente Fulano não gosta de mim", quando na realidade sou eu quem não gosta do Fulano gratuitamente.

         Sempre que caracterizamos algo de fora de nós como sendo mau, perigoso, pervertido, imoral e assim por diante, sem reconhecermos que essas características podem também ser verdadeiras para nós, é provável que estejamos projetando.

          Pesquisas relativas à dinâmica do preconceito mostraram que as pessoas que tendem a estereotipar outras também revelam pouca percepção de seus próprios sentimentos. As pessoas que negam ter um determinado traço específico de personalidade são sempre mais críticas em relação a este traço quando o veem nos outros.

           Na projeção são deslocadas qualidades que o indivíduo queria para si, para outrem. Como um pai louvando a maravilha de filho que tem. O indivíduo percebe no mundo exterior e, em particular, em outra pessoa, as características que lhe são próprias;

            Às vezes sabemos, mas às vezes também não sabemos quem são. Podemos rotular errado, mas em 90% das chances, estamos certos. Para combatê-los, basta fortalecer sua autoestima, muita energia positiva, e ter ouvido e memória seletiva: só absorva comentários relevantes e edificadores.


           O recalque pode vir de desde um amigo distante ou até de um namorado ou parente. E pode surgir de quem e se revelar quando você menos esperar. Geralmente, o recalque é acionado por um misto de admiração e inveja de outra pessoa por você.    

              Também pode aparecer por uma discordância de ideologia ou ponto de vista, ou até mesmo devido à falta de atenção.


               Faz bem para a noção distorcida de ego deles. Entretanto, quando você dá a volta por cima, de uma forma surpreendente, o recalcado começa a perturbar você com uma enxurrada de grosserias, brigas, implicâncias. Enquanto o amigo de verdade deveria estar feliz pelo seu progresso e lhe dar parabéns, o que acontece é justamente o contrário. Já passou por isso? Pois é, você foi vítima de um recalcado.

                Temos a tendência de vitimizar o recalcado, tendo a opinião de que este é vítima de algumas circunstâncias da vida que o faz infeliz, julgando-o como coitadinho, sofrido, etc., etc. Às vezes, buscamos entendê-lo como uma pessoa que está passando por um desequilíbrio emocional momentâneo, portador de alguma doença psiquiátrica, ou, ainda, como alguém imaturo. 

              Dificilmente encaramos a verdade: é mau-caratismo, mesmo! Poupamo-nos desse cruel julgamento por carinho e afeição pelo recalcado, mas será que o recalcado tem piedade da gente? Não, portanto, não tenha deles. Sim, possa ser mesmo que a pessoa seja imatura ou tenha problemas psicológicos, mas de qualquer forma, não é saudável manter proximidade com pessoas que torcem pelo seu mal.


              Uma defesa necessária e fundamental contra o recalcado seria evitar contar detalhes de sua vida a ele. Geralmente, os recalcados são muito “curiosos”, querem saber de tudo, os mínimos detalhes de sua vida: desde qual foi o seu desjejum até o que você comprou na farmácia. Uma poderosa arma contra eles é, simplesmente, não contar nada. Ou, ainda, mentir: mentindo, o recalcado concentrará sua energia negativa para algo que não existe, ou, caso descubra sua falácia, deixará de perturbar, visto que perceberá que você não quer compartilhar sua vida com ele e, assim, ele se conscientizaria de que você está a par das intenções dele.


               Você não tem culpa alguma de ser feliz ou de alcançar progressos. Você pode estar na pior situação possível, porém, acredite: vai ter sempre um recalcado prestes a soltar farpas para cima de você. Porque ainda que você esteja passando perrengues, o recalcado vai o invejar pela sua capacidade de lidar com os problemas. O mundo está cheio de recalcados, por isso, recomendo muito olho turco, sal grosso e simplesmente um afastamento progressivo destas pessoas. Caso não seja possível, mantenha a diplomacia, mas não dê moral, abertura ou comente seus êxitos.

*Fontes: Artigos postados nos blogs de Maya -spaceblog enternidade.
*Mecanismos de defesa do Ego - Antonio Mourao Cavalcante.