segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Para que servem os Direitos Humanos?

Para que servem os Direitos Humanos?



Foto: Pixabay 


Para que todas as pessoas tenham direito 
de defesa sem abuso de autoridade. Se existe falha no Estado no tocante as leis não cabem aos cidadãos exigir “olho por olho, dente por dente”.

Afinal, não foi essa a divergência entre os judeus e os cristãos? Não foi por isso que um certo Jesus apareceu e aboliu o velho e lançou 
o novo testamento? 

Não é questão de defender bandido. 
Seja qual crime for, todos são hediondos, merece repúdio e punição, porém como dizia Nietzsche ao lutar contra monstros, devemos tomar cuidado de não nos transformar em um também

Quando dizem que a polícia não comparece em algum local para impedir tal crime devido aos Direitos Humanos, trata-se de mais um pensamento equivocado, estamos transferindo para a sociedade civil a responsabilidade de manter a ordem e segurança social, uma obrigatoriedade que seria o papel do Estado em garantir  a proteção, a ordem e a paz, conforme reza a Constituição, sem arbitrariedades.

Os Direitos humanos visam dar ao acusado ou réu, suspeito,  oportunidade de defesa e, em simultâneo, evitar o linchamento moral ou físico, mas nas normas da Lei, obter provas cabais e fazê-lo responder por sua contravenção.

Quando se altera o Estado de direito e vira exceção, qualquer pessoa é um alvo fácil, se na mira de um concorrente desleal, um adversário, um fofoqueiro ou invejoso dos seus bens, cargo ou família.

“A injustiça que se faz a um, é uma ameaça que se faz a todos.”
Barão de Montesquieu.

Não devemos jamais ser coniventes com isso, não cabe ao cidadão virar  justiceiros, nem ao juízo.

Estudo de Caso para reflexão:

Linchamento Moral baseado em testemunho e não em fatos comprovados. O caso dos donos da Escola Base e acusação de violência sexual após a inquirição feita por uma mãe ao filho de 4 anos, depois que ele fez um movimento com suposta conotação sexual, e essa mãe não somente induziu o filho, mas outras mães de alunos e a própria imprensa a acreditar em um abuso que não existiu, gerando uma falsa memória.

— Se fosse conosco ou um de entes queridos, onde uma pessoa criasse um prejulgamento e equivocado, — os Direitos Humanos fazem a diferença ou não?  Como ficaria a nossa consciência  para quem tem uma e segue os preceitos do bem sobre essas pessoas, se agirmos no calor da emoção, baseado apenas no “achismo” e nos argumentos equivocados, sem averiguar os fatos e as provas corroboradas?

Neste contexto que entra o tão mal compreendido e equivocado pela maioria sobre o que é o tal de Direitos Humanos.

Para ler na íntegra sobre o caso: 

"Tornei-me, acaso, vosso inimigo, 
por que vos disse a Verdade?" (Gálatas 4,16).

Em 29/4/2013 Padre Marcelo Rossi disparou:
 “Estamos voltando à Idade Média, o período mais terrível e negro da igreja”  — a que período ele se refere?

Vejamos, o da Santa Inquisição. Então, façamos de conta que estamos na era medieval, e por um azar do destino, nascemos com cabelos vermelhos, verrugas ou sinais no corpo, canhotos, bonitos ou desobedientes com o sistema por pensar diferente e não aceitamos a luxúria ou romper com nossos valores, temos conhecimento de  ervas para a cura,  nascemos com alguma limitação física, mental, visual ou auditiva, e não depende de nós o poder da compaixão e nem da justiça imparcial, mas nas mãos daqueles que detém o poder [Estado e Igreja] sobre a ignorância, a ganância e a superstição, e um julgamento injusto como “filhos do demônio” e sem direito à vida, por simplesmente não se submeter ao formato que eles desejam?

— E se… tivesse os Direitos Humanos naquela época, alguém que estivesse acima do poder e da manipulação, vidas não seriam poupadas e injustiças desfeitas? A Igreja seria tão soberana ao ponto de decidir quem vive ou morre, por pensar e querer viver diferente?

Para saber mais, leia fonte: 
Terceiro Exemplo:

Galileu foi condenado pela inquisição e teve que negar tudo no tribunal, por afirmar que a terra se movia em torno do Sol.

Morreu cego e condenado pela igreja, longe do convívio público. Somente 341 anos após a sua morte, em 1983, a igreja revendo o processo, decidiu pela sua absolvição, porque a teoria do cientista estava correta.

Ou seja, condenado pela ignorância, obscurantismo e por pessoas incautas, incultas ou espertas demais que usavam do medo, ignorância e sobrenatural para ter o controle sobre vidas e sistema.


 Galileu Galilei frente ao tribunal da inquisição Romana 
(pintura de Cristiano Banti).

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

O PODER EMBURRECE

O poder seja político, econômico ou burocrático aumenta o potencial nocivo de uma pessoa burra.

Imagem: kdimagens

 

 

 

 

  




O que significa burrice? O conceito não tem uma definição teórica indiscutível. Não é o oposto de inteligência: há pessoas inteligentes que, vez por outra, fazem o papel de burras.

Uma definição convincente foi dada pelo historiador e economista italiano Carlo Cipolla: “Uma pessoa burra é aquela que causa algum dano a outra pessoa ou a um grupo de pessoas sem obter nenhuma vantagem para si mesmo – ou até mesmo se prejudicando”.

Um exemplo extremo é dado no filme Dr. Fantástico, de Stanley Kubrick. Nele, um grupo de estúpidos de grau máximo pensa em detonar uma carga explosiva nuclear que levará ao fim do mundo, por uma simples frivolidade. Por seu lado, o rei Luís 16, no dia 14 de julho de 1789 (a data da Queda da Bastilha, evento que deu início à Revolução Francesa), escreveu em seu diário: “Hoje, nada de novo.”.

O mesmo obtuso e burro senso de invencibilidade fez o general George Custer supervalorizar suas forças e atacar os índios em Montana (EUA), em 1876. Resultado: Centenas de soldados do Exército norte-americano foram massacrados pelos índios sioux e cheyennes no riacho Little Big Horn. Ou, ainda, levou Napoleão a atacar a Rússia em pleno inverno de 1812: o Exército francês foi dizimado pelo frio e pela exaustão.

Sem contar as previsíveis tragédias das guerras do Vietnã e do Iraque de hoje.
Em cada um de nós há um fator de burrice que é sempre maior do que imaginamos. Isso não é necessariamente, um problema. Ao contrário, a estupidez tem uma função evolutiva: serve para nos fazer agir precipitadamente, sem pensar muito, o que em certos casos se revela mais útil do que não fazer nada.

A burrice nos permite errar, e na experiência do erro há sempre um progresso do conhecimento. Assim, o ponto chave para anular a burrice está em reconhecer seus próprios erros e se corrigir. Como dizia o escritor francês Paul Valéry: “Há um estúpido dentro de mim. Devo tirar partido de seus erros”.

Como? um estudo da Universidade de Exeter (Grã-Bretanha), publicado no Journal of Cognitive Neuroscience, identificou uma área do cérebro - no córtex temporal – que é ativada quando está para se repetir um erro já cometido: um sinal de alarme nos impede de recair na mesma situação.

Se na base da burrice existisse uma anomalia localizada, talvez um dia pudéssemos corrigi-la com uma cirurgia. Desde que não caíssemos nas mãos de um cirurgião idiota. Todos nós estamos prontos a admitir que somos um pouco loucos, mas burros, jamais.

Fuçando na literatura científica, é possível descobrir que somos um pouco burros, cada qual de um jeito diferente; mas o cérebro funciona de forma a nos esconder essa realidade. E mais: podemos descobrir que, apesar de tudo, é melhor assim.

As estatísticas indicam que 50% dos motoristas não sabem dirigir: um tem dificuldade para estacionar, outro circula a 20 km/h, um terceiro ocupa duas faixas como se a rua fosse dele.
Mas quem não sabe dirigir não tem consciência disso, ou desistiria, preferindo o transporte público e aumentando, assim, as próprias (e as alheias) possibilidades de sobrevivência.

O mesmo exemplo pode ser aplicado às pistas de esqui, ao universo de trabalho, ao campo de futebol e assim por diante. Quem é suficientemente inteligente para reconhecer que não sabe guiar direito? Se formos a um hospital e entrevistarmos os recém retirados das ferragens de um carro, descobrimos que ninguém admite integrar a categoria dos incapazes.

Pesquisas mostram que 80% das pessoas internadas por acidente de carro acreditam pertencer à elite dos motoristas com habilidades superiores à média.
E a responsabilidade do acidente? A maioria atribui seus erros à falta de sorte ou a algum idiota que cruzou seu caminho.

Ações suicidas

Em 1876, o general George Custer, no comando da 7ª Cavalaria americana, decidiu atacar – apesar do pequeno contingente disponível – um grande acampamento sioux no riacho Little Big Horn. Os soldados foram todos massacrados. Um exemplo da burrice no poder.

VÁRIAS ESCOLHAS absurdas são feitas de maneira burra, sem uma avaliação dos prós e contras e dados e estatísticas reais.

Casar-se, por exemplo, é uma decisão que implica um vínculo para toda a vida. Quem, cruzando as portas da igreja ou do cartório, tem a perfeita consciência de que, segundo as estatísticas, o casamento tem 50% de chance de dar errado?

No momento do “sim”, só sabem disso os pais dos noivos, os avós, os amigos, parentes e até mesmo o padre e o juiz. Os interessados diretos demonstram uma obstinação cega, perfeitamente convencidos de que sua união será uma exceção a todas as regras. Até porque, se não estivessem seguros, a continuidade da raça humana dependeria da péssima eficácia dos contraceptivos e o Homo sapiens poderia já estar extinto.

E a capacidade de admitir nossos erros de avaliação? Quase inexistente: estamos atados a nossas convicções como se elas fossem coletes salva-vidas. O que pedimos ao mundo não são novos desafios a nossas ideologias políticas e sociais.

Preferimos amigos, livros e jornais que compartilham e confirmam nossos iluminados valores. Mas, cercando-nos de pessoas oportunistas, reduzimos a chance de que nossas opiniões sejam questionadas. Todas as vezes que nosso cérebro pensa no futuro, tende a produzir previsões otimistas. Por exemplo: estamos sempre certos de que nosso time do coração vai ganhar o jogo, embora haja outra possibilidade.

As previsões “autocelebrativas” também acontecem nas bancas de apostas, nos cassinos e nas loterias, nas quais as pessoas desperdiçam dinheiro porque a capacidade de julgamento fica dominada pelo desejo de vencer.

Qual é a razão desse estúpido otimismo do cérebro? Ele nos protege contra as verdades desconfortáveis. HÁ PESSOAS QUE chegam incrivelmente perto das verdades sobre si mesmas e a respeito do mundo.

Elas têm uma percepção equilibrada, são imparciais quando se trata de atribuir responsabilidades de sucessos e fracassos e fazem previsões realistas para o futuro. Testemunhas vivas do quanto é arriscado conhecer a si mesmas, elas são, para muito psicólogos, pessoas clinicamente depressivas.

Martin Seligman, docente de psicologia na Universidade da Pensilvânia (EUA), demonstrou que o chamado “estilo explicativo” pessimista é comum entre os deprimidos: quando fracassam, assumem toda a culpa, consideram-se burros, péssimos em tudo e se convencem de que essa situação vai durar para sempre.
E quais são os resultados de tanta ( às vezes excessiva) honestidade intelectual?

Deborah Danner, pesquisadora da Universidade de Kentucky (EUA), examinou os efeitos da longevidade em 180 noviças norte-americanas, otimistas e pessimistas. Quanto mais otimistas se mostravam as religiosas, mais tempo viviam.

As mais joviais viveram em média uma década além das pessimistas. É claro que ser realistas e ao mesmo tempo serenos e otimistas seria o ideal; mas não há dúvida de que às vezes um pouco de burrice faz bem.


Para ler na íntegrahttps://www.luispellegrini.com.br/o-poder-da-burrice/

Equipe Planeta N° Edição: 432

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

Sociologia: Expressar é para todos que têm expressão


 

Eu fico faceira quando recebo pedidos para eu dar "pitacos", é sinal de que para alguns, eles têm efeito, seja com reforço positivo ou negativo. Hoje, o meu pitaco será sobre Sociologia e quão é válido se manifestar sobre nossas impressões. Cada um tem um ponto de vista, por isso defino meu como [pitaco] sobre determinado assunto, depende do juízo de valor, cultura e formação moral e ética.

É importante ter parâmetros, confrontar ideias e desenvolver a capacidade cognitiva para interpretar por si mesmo.  Eu acho equivocado, mas eu compreendo os que se sentem "incomodados" com os que se manifestam sobre variados assuntos e corriqueiros. Afinal, opinião só dá quem tem. E, quando estão embasadas em argumentos, contraponto, uma retórica sem grosserias, não vejo o porquê ficar em silêncio. Só assim saberemos, o que os outros pensam, sentem, almejam, sonham ou desejam a respeito de um determinado governo, partido, indústria do entretenimento, cultura e para a compreensão mútua do comportamento social e assim por diante. Em Administração é necessário estudar sobre pesquisa mercadológica, saber o perfil de público que atende determinada mercado, para abrir um estabelecimento ou concorrência. 

Há aqueles que preferem adotar uma posição mais parcimoniosa, como diz o dito popular "cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém" e ficam indiferentes, ou preferem adotar o "statu quo" - o estado atual das coisas. São os que preferem não tomar partido ou optar pela neutralidade,  eu não acho certo, porque isso faz parte de exercer a cidadania, as cidades foram construídas com o intuito de abrigar os cidadãos e todos que estão inseridos nela fazem parte do processo social.

Não se pode deixar para outros decidirem por nós, o destino de uma nação, por exemplo. Ao não comparecer para votar ou anular, deixamos de ser participativos como cidadãos e  invisíveis, nos tornarmos responsáveis por tudo o que temos conhecimento, no final. Ao “lavar as mãos”, deixamos de exercer a cidadania, de agir com responsabilidade e transferimos aos outros, o comprometimento que é de todos. A maioria não se despertou para essa consciência. Seria o mesmo de assinar um cheque em branco, uma procuração com amplos poderes ilimitados para um estranho agir por você e decidir o que fazer com seus bens, seus negócios, sua família.

Ele poderá, então, com sua negligência, isenção ou ingenuidade, alugar, vender, comprar, financiar, emprestar, hipotecar ou gastar o seu crédito da forma quem bem desejar e você não pode mais reclamar, porque permitiu que os outros, mesmo que a minoria tomassem as rédeas de seu destino como cidadão.

- Você deve estar se perguntando, mas onde entra a Sociologia nisto? 

Que manifestar, dar opiniões divergentes ou convergentes também faz parte do homem comum. Segundo Allyne Patrícia Marques Souza Muniz, “a Sociologia não é matéria de interesse apenas de sociólogos. Mas, cobrindo todas as áreas do convívio humano - desde as relações na família até a organização das grandes empresas, desde o papel da política na sociedade até o comportamento religioso.  A Sociologia interessa de modo acentuado a administradores, políticos, empresários, juristas, professores em geral, publicitários, jornalistas, planejadores, sacerdotes, mas também, ao homem comum”

E como ela exemplifica: “Muitos acontecimentos humanos escapam aos seus critérios. Ela toca, porém, em todos os domínios da existência humana em sociedade. Por esta razão, a abordagem sociológica, através dos seus conceitos, teorias e métodos, pode constituir para as pessoas um excelente instrumento de compreensão das situações com que se defrontam na vida cotidiana, das suas múltiplas relações social e, consequentemente, de si mesmas como seres inevitavelmente sociais.”

Porque as pessoas de algum modo estão inseridas dentro deste contexto social, elas “estão intrinsecamente  ligadas às organizações humanas, instituições sociais e suas interações sociais, aplicando, mormente, o método comparativo”.

Enquanto a filosofia é mais especulativa, a sociologia é mais empírica,  ”a  Sociologia busca através de seus métodos de investigação científica, compreender e explicar as estruturas da sociedade, analisando as relações históricas e culturais criando conceitos e teorias a fim de manter ou alterar as relações de poder nela existentes. Diferentemente da ética, que visa discernir entre bem e mal, a ciência da Sociologia, se presta à explicação e à compreensão dos fenômenos, sejam estes naturais ou sociais”. “Ela possui objetivos de manter relações que estabelecem consciente ou inconscientemente, entre pessoas que vivem numa comunidade, num grupo social ou mesmo em grupos sociais diferentes que lutam pra viverem em harmonia, uns com outros, estabelecendo limites e procurando ampliar o espaço em que vivem para uma melhor organização”.

Finalizando:

Só dá opinião quem tem expressão, quem entende que não é apenas um indivíduo a mais, mas que faz parte da tomada da decisão por estar inserido nesta sociedade. Deve exercer o seu compromisso de cidadania, e aprender a desenvolver o pensamento crítico e fazer as escolhas que vão atender o coletivo, para o bem comum e harmonia geral.

Portanto...

Muitas vezes  a opressão está mais ligada ao que reprime.

Autoria: Allyne Patrícia Marques Souza Muniz

Pitaco adaptado por Loira Do Bem.

Fonte: coladaweb

Imagem: Domínio público - Google.

segunda-feira, janeiro 27, 2014

"MELHOR ALBUM DE ROCK "— Led Zeppelin desbanca novatos e leva o Grammy

.Alguém lembra do riso?.. ecomo eu esqueceria?..o meu está escancarado, de um lado ao outro \m/..com essa estupenda notícia... de Led Zeppelin, como nos velhos tempos!.   de faturar o Grammy, como melhor album de Rock, gravado em 2007.

  Como se fosse nos anos 1970, o passado marcou presença fortemente na premiação dos Grammys, com a vitória do Led Zeppelin como melhor disco de rock e o Black Sabbath se destacando como a melhor performance de hard rock. O Vampire Weekend levou o prêmio de música alternativa. Já o duo de hip hop Macklemore & Ryan Lewis chegou abafando: ganhou três prêmios de rap, batendo nomes fortes como Kendrick Lamar, Jay Z, Kanye West e Drake.  O Daft Punk confirmou o favoritismo na seara eletrônica. Justin Timberlake ganhou dois prêmios.
  


Lista dos vencedores
Álbum vocal pop tradicionalTo Be Loved, Michael Bublé
Álbum de rapThe Heist, Macklemore & Ryan Lewis apresentando Wanz
Álbum de R&B Girl on Fire, Alicia Keys
Álbum de rock Celebration Day, Led Zeppelin
Álbum de Música AlternativaModern Vampires of the City, Vampire Weekend
Música Eletrônica/DanceRandom Access Memories, Daft Punk
Melhor canção GospelIf He Did It Before ... Same God (Live), Tye Tribbett
Álbum de BluesGet Up!, Ben Harper com Charlie Musselwhite.
Álbum FolkMy Favorite Picture of You, Guy Clark
Álbum de reggaeZiggy Marley in Concert, Ziggy Marley
Álbum de World Music (dupla vitória)Live: Singing for Peace Around the World, de Ladysmith Black Mambazo/e Savor Flamenco, dos Gypsy Kings.
Álbum BluegrassThe Streets of Baltimore, Del McCoury Band
Álbum New ageLove's River, Laura Sullivan
Álbum de Jazz vocalLiquid Spirit, Gregory Porter
Álbum de Jazz instrumentalMoney Jungle: Provocative in Blue, Terri Lyne Carrington
Performance de rockRadioactive, Imagine Dragons
Performance de Hard rock/metalGod is Dead, Black Sabbath
Melhor canção de rapThrift Shop, Macklemore & Ryan Lewis
Melhor performance rapThrift Shop, Macklemore & Ryan Lewis

* Texto por Jotabê Medeiros - O Estado de S. Paulo
Fotografias e vídeo: Domínio público - google.

sábado, janeiro 25, 2014

10 discos para entender os caminhos do folk rock


Uma relação de clássicos do folk rock listada por especialistas no assunto, só de feras, entre eles Bob Dylan, Led Zeppelin e  Almir Sater!

          Imagem: Thadeu Varoni

Muitos falam, poucos ouviram e alguns entendem. O pessoal do All Folks Fest  lista clássicos do folk rock numa matéria especial para o Showlivre!   

Vale a pena conferir: 

"A pergunta vez ou outra vem à tona: por que cargas d’água 
o folk encontraria espaço (e expressão) em locais como uma 
grande metrópole? Qual o sentido de se cantar narrativas que surgiram para dar voz a um povo se muitas daquelas queixas aparentemente foram resolvidas? 

Porque o tempo se encarrega de agregar novos sentidos a sonoridades 
do que não queremos abrir mão. 
É por isso que pareceu tão natural e lógico a nós, do All Folks Fest, 
investirmos em um festival que desse abertura a quem ainda 
acredita no folk e desconsidera rótulos como “saudosismo” ou “modinha”.
Para exemplificar como o folk chegou aos anos atuais cheio de admiradores, convidamos o Pedro Gama e o Rafael Elfemembros da banda The Outside Dogpara listar 10 discos que ilustram bem o caminho do folk rock.                                           
Esperamos que gostem e temos um encontro marcado no dia 29 de junho, no Centro Cultural Rio Verde, na 5ª edição do All Folks Fest.

1) Mississippi John Hurt - Avalon Blues (1963)



O “finger picking” jamais seria o que é se não surgisse, oriundo dos campos de algodão, um sujeito chamado John Smith Hurt
Naturalmente poderíamos classificá-lo como um bluesman (sim, não deixa de ser), mas elevou o campo com sua mistura country-folk-blues. 
De raízes estadunidenses, ganhou a vida trabalhando nos campos das regiões do Mississippi, de quem recebeu, além das imagens 
de suas canções, o nome que carregou e transformou num estilo, 
inconfundível e ancestral. 
O folk de hoje em dia não seria o mesmo sem esse baixo alternado, trançado nessas melodias cantadas pelo violão que seguem a linha melódica da voz.

2) Bob Dylan - Bringing It All Back Home (1965)


O primeiro álbum de folk rock da história! 
O cancioneiro solitário dá lugar a um ícone rebelde, e um tanto arrogante, dos anos 60. 
Substituindo seu violão por guitarra, distorção e uma banda de apoio,
Dylan manteve as letras ácidas e politizadas que com justiça deram a ele o título do grande letrista norte-americano do século XX.
Esse álbum rompeu as barreiras da música folk tradicional, irritando uns 
como Pete Seeger, que quis acertar a aparelhagem do palco (ou mesmo o próprio Dylan!) com um machado no famoso Newport Folk Festival de 1965; ou influenciando outros, como Tom Petty e Neil Young, em tudo que viriam a fazer no futuro. “Bringing It All Back Home” é o responsável pelas guitarras estarem presentes no universo folk.

3) Bert Jansch - Bert Jansch (1965)



Além de ter sido membro de uma banda pra lá de interessante, o Pentangle - que contava com outro folker respeitado,
John Renbourn - , Herbert Jansch (1943/2011)nos deixou no ano retrasado,
por conta de um câncer.
O feito do senhor Herbert foi conseguir condensar os dedilhados vindos do blues com a música folk tradicional, e rompê-los, com canções que acabaram virando provas de fogo para os que se aventuram nas seis linhas de aço.
É conhecido como um dos músicos mais influentes de todos os tempos.
Nomes como Neil Young, Nick Drake, Johnny Marr e Jimmy Page,
beberam de suas imagens.
O disco foi gravado com um violão emprestado.
Além disso, pra ir a Londres, onde gravaria o disco, utilizou-se de uma forma bem conhecida pelos amantes das estradas, a carona.
E todas essas imagens estão costuradas nas suas melodias que
conseguem viajar e traçar um caminho definitivo entre o folk,
o blues e o jazz. Inovador e genial, é um artista indispensável
pra quem quer conhecer o que seria o “violão folk”. Depois desse disco,
tocar violão ficou bem mais complicado.

4) Led Zeppelin - Led Zeppelin III (1970)



O terceiro álbum do quarteto britânico veio como um contraponto 
ao “Led Zeppelin II” que fora um disco essencialmente elétrico e pautado pelo blues rock tão característico da banda. 
Vilões, bandolins, uma atmosfera folk  e pitadas de música celta
 levaram o guitarrista Jimmy Page a buscar afinações menos tradicionais 
para compor essa nova sonoridade. 
Mudança que certamente permitiu que artistas como Mumford & Sons arriscassem e também criassem muitas de suas mais famosas canções 
nesses moldes.

5) James Taylor - Sweet Baby James (1970)



O mundo folk dá voltas!
James, em seu segundo disco, morava no sofá da casa do guitarrista ou num canto na casa do produtor do “Sweet Baby James”.
O álbum foi gravado com orçamento baixo e seguiu o clichê de que
tudo que é bom excede às expectativas, inclusive as monetárias.
E logo, James Vernon Taylor foi agraciado pelo sucesso estrondoso
da faixa ”Fire and Rain”.
O disco fez tanto sucesso que é de James o termo “sweet beat folk”, referente a uma batida folk suave, e assim elevando o status da música folk.
O álbum traduziu a personalidade introspectiva e branda do cantor.
Suas letras, mergulhadas numa simplicidade bem dura, estão sempre falando de problemas profundos e subjetivos. Aliadas ao seu jeito delicado de interpretá-las, definiu um estilo, até hoje inconfundível.


6) Nick Drake - Pink Moon (1972)



O jovem Nick Drake ficaria feliz pelo trabalho que deixou
pro mundo.
Sem muito sucesso após seus discos anteriores, uma certa insatisfação baixou e fez com que Nick, cada vez mais recluso e triste, voltasse de Londres para, novamente, morar na casa dos pais.
Ele realmente acreditava que faria sucesso com seus discos anteriores.
Sim, qualquer um acreditaria, pois os discos dele ultrapassam o tempo
em que foram registrados.
Em vida, Nick se perguntava a razão de não ser compreendido.
Hoje sabemos. Nicholas Roadney Drake é um daqueles anjos que passam
brevemente por este mundo anunciando que nem tudo está definitivamente perdido.
Pobre Nick, deveria saber que influenciou e continua influenciando quem
almeja despejar a alma em canções de melodia simples e letras outonais;
além da invejável forma de tocar e das inúmeras afinações abertas que fazem de suas canções mistérios maravilhosos pros que tentam executá-las.
Mistério também foi a atmosfera em que o álbum foi gravado.
Pink Moon, seu último registro em vida, foi gravado sem conhecimento
da gravadora.
Reza a lenda que Nick entrou nos estúdios, acompanhado apenas do técnico de som, gravou todas as canções e voltou apenas na enluarada e triste “Pink Moon” para registrar um piano mórbido no refrão.
Nada além de gravações secas - voz e violão. Ou, como ele mesmo definiu, “sem enfeites”.
O disco foi gravado e deixado num envelope em cima da mesa da secretária da gravadora, e semanas depois foi enviado para o produtor.
Aquele envelope tinha o registro que entraria de corpo e espírito para
a história da música.

7) Almir Sater - Estradeiro (1981)



Almir Eduardo Melke Sater, músico sul-mato-grossense e um dos únicos artistas brasileiros a cantar em Nashville, merecia nossa condecoração.
Não só pela sua história junto ao resgate da cultura regional, mas por ser um
belo expoente do folk produzido em terras nacionais.
Conseguiu unir o que o folk tem de mais honesto: a cultura raiz de um povo,
com o universo pop, melodias e letras.
Tendo trafegado, com a velha chalana, pela música paraguaia, o blues, o country,
a música sertaneja de raiz e a pantaneira, Almir trouxe todas essas cores na rapidez
com que faz da mão esquerda dele um aliado fundamental para a viola caipira,
elevando o instrumento, que voa muito além dos ranchos fundos brasileiros.
Seu mestre, Tião Carreiro, deixou em boas mãos o futuro da viola de 10 cordas.
Almir surgiu acompanhando a amiga e cantora Tetê Espíndola, juntos a outros grandes compositores da região que fizeram parte da Geração Prata da Casa,
no Mato Grosso do Sul.
Compondo com Paulo Simões, Renato Teixeira, deixou grandes hinos da
música sertaneja nacional.
Dando uma pitada rock and roll à viola, Almir se diz roqueiro em primeiro lugar,
antes do chavão sertanejo.
O álbum de estreia, “Estradeiro”, define o estilo  
de Almir e diz certeiramente a que veio.
O músico continua excursionando pelo país, em praças, teatros, revelando
o que o interior do mundo tem de melhor, o regionalismo universal!

8) Bruce Springsteen - Nebraska (1982)



Depois de lançar em 1980 “The River”, um álbum multipremiado,
superproduzido, fundamentalmente elétrico com guitarras, teclados e metais e que o levou ao reconhecimento do grande público, nada mais natural esperar que o Boss daria sequência a esta linha no próximo trabalho.
A grande surpresa foi que “Nebraska” apareceu como um álbum acústico, mostrando um Springsteen solitário com sua voz e violão.
O mais surpreendente foi que todo o álbum era uma demo
gravada numa fita cassete em sua casa, e a crueza e a emoção
ali impostas impressionaram os produtores, que decidiram lançar
aquelas gravações da maneira como estavam.
Hoje, artistas como Tallest Man On Earth e The Felice Brothers fazem
processos semelhantes, encantando o público com a simplicidade e a naturalidade de seus registros.


9) Neil Young - Harvest Moon (1992)



Em “Harvest Moon”, Neil convida a todos para uma dança sob a
luz intensa de um luar apaixonado.
Quer coisa mais caipira? O luar do sertão poderia ter sido palco
para Neil e sua clássica valsa folk, a homônima “Harvest Moon”,
com direito a uma rítmica feita pelo som de uma vassoura
passeando pelo chão.
O disco vem como uma segunda leva do álbum de 1972, o “Harvest”.
Mas essa segunda leva acabou tornando-se o mais bem sucedido álbum
desde “Rust Never Sleeps”, de 1979.
O country-folk invade o mundo! Neil Percival Young, o pai do grunge,
como também é conhecido, fez parte de grupos como Crosby, Stills, Nash & Young e do Buffalo Springfield, além de andar solto pelos campos
com o eletrizante Crazy Horse.
Fã de Chuck Berry, Young também tinha influências do “homem de preto” - não, não estamos falando do Will Smith, estamos falando de Johnny Cash.
Essa parece ter sido a grande combustão no peito desse canadense,
que até hoje aquece nossos corações folkers.


10) The Tallest Man on Earth - Wild Hunt (2010)



O baixinho mais alto do mundo, apesar de pouco tempo de estrada,
já surgiu deixando uma grande marca para o mundo da música folk.
O disco “Wild Hunt”, o segundo registro solo, define o que seria a voz
e o timbre do sueco Kristian Matsson.Revigorante, surge fortalecendo e
trazendo novamente em voga o estilo “finger picking”, de grandes nomes como Mississippi J. Hurt, Jackson C. Frank e Dave Graham.
Kristian grava e produz os próprios discos em casa, e quase sempre registra juntos, num mesmo take, voz e violão.
Com melodias densas e um tom dylanesco, o bardo deixa clássicos como “King of Spain” e "You're Going Back".
Sua força em executar as canções o levou a tocar em grandes festivais,
desmoronando a ideia de que um sujeito, munido apenas de
um violão, não pode subir em palcos maiores sem o amparo de uma banda.
The Tallest Man on Earth, como Kristian gosta de se apresentar, veio para trazer de volta uma potência por muitos esquecida quando pensamos
em canções intimistas.
Com certeza, aprimorou ainda mais a arte nas seis linhas de aço...
depois dele muita coisa deixou de estar segura.
O sujeito trouxe de volta os dedilhados e as afinações abertas.
Já merece um lugar ao sol.

Sobre o All Folks Fest
O All Folks Fest nasceu em novembro de 2011 com um único pretexto: celebrar as boas bandas que tivessem o folk como ponto
de partida para uma sonoridade que se desdobra em emoção.
Quem foi nas edições anteriores, realizadas no Centro Cultural Rio Verde
e no Sesc Araraquara, se admirou com o talento e o profissionalismo das bandas L’Avventura, Theo, Lestics, The Outside Dog, Phillip Nutt, Caio Corsalette & Dollar Furado,Johnny Fox, Phillip Long, Rafael Elfe, Gilmore Lucassen, Pedro Pastoriz, Monoclub, O Bardo &o Banjo, Leprechaun e
Mustache e os Apaches.
Organizadores:  
Amanda Mont'Alvão, Pedro Gama e Rafael Elfe.




Conheça o festival http://allfolksfest.tumblr.com
Redes Sociais:
http://www.facebook.com/AllFolksFest
www.twitter.com/allfolksfest 
Fale com a gente! allfolksfest@gmail.com
por Marcelo Shida
Fonte: showlivre.com