segunda-feira, outubro 29, 2012

Semana Internacional do Livro




'LER É PRECISO - LEIO "LOGO PENSO, LOGO EXISTO"
É a "Semana Internacional do Livro". Todo o dia deveria ser o "dia de ler".


 
Bendito mesmo, porque desde criança pequena adquiri esse hábito, oriundo do meu pai.
Por ser um homem intrínseco, reservado e de poucas falas, era desta forma que eu conseguia quebrar o gelo e vencer a barreira e a falta de diálogo. Passava horas perguntando, questionando e ouvindo-o contar "causos" - falar sobre diversos assuntos.  Meu pai era uma fonte de informações, incrível que desta leva de filhos, eu, a rapa do tacho é que desenvolveu esse gosto da leitura desde sempre.



Enquanto minha mãe, mantinha suas tradições religiosas e o moralismo arraigado na cultura recebida de seus pais italianos, até por completa ignorância (acreditava em tudo que ouvia menos no que via) com o tempo se tornaram "piegas" sob minha visão ("atravancava" meu progresso em todos os campos), tudo muito pudico, regrado. Meu pai era o contrário mostrava os dois lados sem impor, me deu um nome grego, oriundo da mitologia, após ler um livro, da qual sinto compaixão de minha mãe, risos, até hoje ela acha que se trata de um nome bíblico, (nem preciso dizer que li “de cabo a rabo” a bíblia para depois aos 14 anos descobrir que não faz parte). Compreendi que foi a maneira que meu pai, encontrou de burlar as regras da casa, que seguiam à risca nomes de santos. Mais uma vez, bendito seja santo meu pai, onde estiver, por isso e muito mais, por ser brilhante e criativo e quebrar esse paradigma desde então. Lá em casa, reza a lenda - segundo eles, que quando querem me 'criticar'... sic... risos - dão um livro para eu ler ou revista para folhear e eu ficarei inerte a qualquer som ao meu redor - é verdade, bem assim, me desligo completamente.

Eu tinha ânsia pelo saber, curiosidade em aprender e língua afiada para questionar, e como não obtinha as respostas convincentes, era no mundo particular de livros e romances, que eu encontrava alento. Eu fico entregue à leitura, devoro cada página e absorvo de fato o que leio, passando, claro, por um filtro, se estão de acordo com as minhas convicções, eu as assimilo.Sempre coloco emoção no que escrevo, ouço, assisto, não sei, mas, talvez seja por isso que até hoje, quando faço uma palestra, ou as aulas do curso de motivação pessoal, (projeto social que atuo como voluntária) ou defender um ponto de vista, eu faço de forma acalorada. Com tanta eloquência, parece que estou numa tribuna, defendendo uma causa, pela ênfase em cada palavra que estou proferindo. Tudo é intenso, verdadeiro e original.

Benditos sejam também os meus professores de português, os que aplicavam literatura, e, como lição de casa os textos, poemas, escritores ou músicas de artistas sagrados (os de vida inteligente), para eu interpretar e aprendi a ler nas entrelinhas também.

Eu fui uma aluna razoável, abaixo da média em ciências exatas, nunca me dei bem com números, contas, tudo que é concreto, regrado, programado, mas com a arte de sonhar, imaginar e criar era comigo mesma. Sempre encantada pelos livros, personagens, filmes e contos de romances, e, quando adolescente a veia de artista em escrever poesias, que com o tempo abandonei, por não confiar na minha habilidade.

Lembro que quando fazia os resumos de livros ou recriava em cima deles, como resenhas ou paráfrases, sempre levava as melhores notas e prêmios pelos feitos.

Nunca abandonei o hábito de ler, nem de motivar, incentivar os meus, ou em minha volta, de buscar conhecimento. Sempre incentivo às pessoas a lerem, quando faço dinâmicas nas aulas, são livros, CDs, que vou sortear ou premiar, levo listas de livros de diversos temas e abordagens, para os alunos lerem e sempre indico a biblioteca pública, como direito de todos, para acesso as informações e filmes. Minhas aulas possuem citações de poetas, músicos, escritores, dramaturgos, frases de filmes, livros, enfim, tudo que eu acho que vai agregar para eles se motivarem a ler. Geralmente cada módulo três autores que se divergem entre si.  O intuito é esse, o de abandonar a mente fechada ou alienada e se abrir para o novo, expandir as ideias, quebrar paradigmas e ter a tomada de decisão em nossas mãos. Sempre deixo para eles buscar a fonte, confrontar as ideias, informações e mesmo assim buscar novas e formar a sua opinião, pensar por si mesmo.

Considero que ser livre é quando estamos libertos de dogmas, rótulos ou padrões impostos, ou quando pensamos por nós mesmos e sem ser massificados e induzidos pelos outros ou por um sistema.Tudo tem que ter significado, saliência, sentido - se ouço uma música ela tem que me tocar a alma, o artista também, não consigo ver arte na mesmice, no que é "piegas" ou estritamente comercial ou apenas midiática, e arte não se encontra em coisas "piegas" ou comercial.

Quando eu ouço determinado artista ou leio algo, um escritor, um poema, um filósofo é como se eu vestisse a roupa daquela pessoa e viajasse pelas suas entranhas, capturasse os seus sentimentos e dentro dela sob o mesmo olhar, que a criação foi feita ou o porquê ele teve determinada reação ou inspiração, seja na música, no teatro, nos livros ou no cinema. E as coisas crescem com novo sentido, elas ganham significado de vida, maior entendimento.

Assim é com o genial Oscar Wilde, são nos detalhes minuciosos que fazem toda a diferença. Quando interpreto a obra, The Wall que muitos consideram sinistra e fúnebre de Pink Floyd. Porém, sob a visão de Roger Waters que envolve a perda do pai, quando bebê, numa guerra fria e sangrenta, enfim, ele coloca nas canções, toda a dor, indignação e carência, que isso causou em sua transição adulta. Fernando Pessoa, alguns o acham depressivo, vejo sobre outro prisma, que talvez ele considerasse o mundo à sua volta depressivo, cheio de pessoas maçantes e enfadonhas. “Não sou nada. Nunca serei nada, não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”


Navegando no universo deles, consigo compreender o porquê e o significado da visão deles sobre pessoas, o mundo, e a sociedade num todo, sem ser equivocada no julgamento. E assim é com tudo que admiro, não gosto de nada morno, nada superficial. Tem que ter significado, algo que desperte em mim, motivo para eu admirar.

A arte é a Arte sem comparação. Por isso que muitas vezes, achamos determinada obra, tensa, insana, gótica, depressiva, frágil, amoral, imoral ou conservadora, tudo depende do ponto de vista, para entender uma obra é preciso compreender o autor, voltar no tempo, o histórico de vida, e descobrirmos o quão é maravilhoso essas mentes geniais que deixaram seu legado, para que outros mortais como nós, pudéssemos aprender a confrontar ideias, atos e atitudes e a partir daí formar um novo pensamento, uma nova visão.

No Facebook hoje começou uma campanha assim: Pegue o livro mais próximo de você, vá até a página 52 e copie a partir da quinta frase, uma parte. Copie as regras como parte do seu status sem citar quem seria a autoria, como fiz abaixo: (adoro esse filósofo)...
- Por acaso, és uma força nova e um novo direito? Um movimento primeiro? Uma roda que gira sobre si mesma? Podes obrigar as estrelas a girar em torno de si?

.Ai! Existe tanta ansiedade pelas alturas! Há tantas convulsões de ambição! Demonstra−me que não pertences ao número dos cobiçosos nem dos ambiciosos! Ai! (Assim falava Zaratustra vulgo Nietzsche.

Semana Internacional do Livro - Deem uma chance a Leitura.
"Um público comprometido com a leitura é crítico, rebelde, inquieto, pouco manipulável e não crê em lemas que alguns fazem passar por ideias." -
Mário Vargas Llosa.

"Um público que vêm a uma Feira de Livros é um público especial.Uma cidade que prestigia o Livro é uma cidade especial". - Almir Sater.

sexta-feira, outubro 26, 2012

Robert Plant medita antes de show em Brasília





Robert Plant medita antes de show em Brasília















Ex-vocalista do Led Zeppelin aproveitou a passagem pela capital federal para conhecer o Templo da Boa Vontade Entre um show e outro de sua passagem pelo Brasil, Robert Plant encontrou na agenda um momento para relaxar e conhecer o Templo da Boa Vontade, em Brasília. A visita ocorreu nesta quinta, 25, horas antes de sua apresentação no ginásio Nilson Nelson.

Resenha: Robert Plant mostra sua peregrinação pelo blues em São Paulo

O ex-vocalista do Led Zeppelin foi acompanhado de sua banda, The Sensational Space Shifters, ao complexo ecumênico que é frequentado por praticantes de religiões diversas. Plant meditou, orou e praticou o ritual feito pelos peregrinos do local ao estender a mão à Mandala.
Em Brasília, Plant fez seu quinto show nesta passagem pelo Brasil, tendo sido os quatro primeiros em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Agora o cantor segue para Curitiba, onde se apresenta neste sábado, 27, e Porto Alegre, onde toca no dia 29.
Fonte: http://rollingstone.com.br/noticia/robert-plant-medita-antes-de-show-em-brasilia/
Assista performance de Robert Plant  Oh Yeah 
me leva de volta me leva de volta... 
Rock 'N' Roll

Robert Plant Quando o gigante caminhou sobre o Brasil

Sem palavras para show de Robert Plant
Parafraseando a biografia não autorizada sobre Led Zeppelin: "Quando os gigantes caminhavam sobre a Terra",  desta vez, eu digo, "Quando o gigante Plant caminhou sobre o Brasil e foi de arrepiar."
Aliás, costumo fazer o trocadilho - Assim caminha o homem "mais bonito"  sobre o planeta Terra" - Todos vamos envelhecer, isso é fato, mas, na minha opinião, ele era imbatível também neste quesito, um deus grego, de beleza exótica. E o que dizer sobre o show de Robert Plant? Que foi magnifíco, inesquecível, inebriante, emocionante e radiante... é pouco.
O Deus Dourado continua imbatível e realmente mostrou que faz música com arte, reciclando o seu estilo e bebendo em novas fontes e como com artista não se barganha, porque a arte não se limita a vulgaridade ou atender demanda e desejos, entramos no ritmo dele. ponto final. canta o que quer, do jeito que quer, inebria e domina como quer.
Com um show estilo a lá Almir Sater, ou seja, de cenário simples, sem parafernálias, quem é bom, é bom!!!
Não tem jeito. Artistas assim contam com o carisma, o talento nato, com  seu domínio de palco,  voz marcante, afinada e ímpar e pronto.  Nos primeiros acordes já está dominada a plateia e o publico delirando. totalmente entregues e a mercê do seu espetáculo. Bobagem  e tolice é comparar a lenda de hoje, com a dos anos 60 a 80.
Plant foi mais além, se reinventou, inovou e foi beber em novas fontes  e retornou as suas velhas origens, o blues, de onde tudo começou, com Bonhan e a Band Of Joy, flertando com os estilos orientais e africanos,  assim quando compôs a bela Kashmir e claro, o folk se faz presente, com muito ritmo e percussão. Penso, quando poderíamos conhecer músicos como Camara, por exemplo, com seus instrumentos diferenciados e acordes africanos?. A percussão trouxe um caminho exótico ao místico Plant, como se estivessemos, de onde viemos, no coração da mãe África. Vale lembrar que Plant sempre frisou que sua origem vem de avós africanos e que a mãe era cigana. Ou seja, ele está em seu verdadeiro lar. só isso.
Não sei por que os jornais e a maioria destes sites, insistem, em frisar e mencionar, que fãs ficaram desapontados e que o show se torna empolgante, só após ele cantar alguns sucessos do Led. Se eu estava no show, em SP, e eu vi com meus olhos que a terra há de comer, risos, mais de 8.000 pessoas, aplaundindo, gritando, se emocionando o tempo todo. Se Plant, estivesse só gesticulando, todos nós o estaríamos reverenciando, afinal quando teremos outra oportunidade, de estar, frente a frente, ao Deus Dourado do Rock?? - Acredito que nunca mais ou muito remota de novamente acontecer.

Não há o que comentar ou criticar, Talvez seja porque o artista, se permitiu ficar reservado da imprensa, dos holofotes e não gerar polêmicas em entrevistas, e se dedicar em seu show, inclusive preferindo se hospedar em lugares tranquilos e longe de agitos e badalações.
De nossa parte, cabe apenas se deliciar com o show.. e não entrar nesta  do que andam publicando por aí. Repito, quem acompanha de fato, a trajetória de Plant, está a par, de que o artista faria em seus shows, e do que estaria com visual, acordes e arranjos repaginados e principalmente nas músicas, que outrora, foram destaques com a banda Led Zeppelin.
 Só assistindo é que saberão do que estou a dizer, da emoção e comoção que o Deus Dourado nos faz. Sua Banda também. Todos que realmente acompanham Plant, e não só Led Zeppelin, bem dito, ficaram embevecidos, com sua performance e domínio absoluto de palco. sua voz, é peculiar e única, podem não alcançar os agudos e gritos dilacerantes,  seu diferencial no passado, mas o musico soube como ninguém, recriar e até reinventar os arranjos e adaptação das músicas antigas na nova fase.

Por mim, se ele só gesticulasse, e em silencio, já valeria cada centavo, por ter essa oportunidade, tão rara que me fez tão feliz, de ver ao vivo e a cores, uma das maiores lendas do Rock in Roll, "Eterno Deus Dourado do Rock".O triste, que tudo que é bom tem fim. mas, pelo menos deste desejo não morro mais. Para sempre, guardado na memória, um dia inesquecível, o show de Robert Plant e sua banda magnífica. me senti em casa, com os tambores africanos e orientais. Agora, feriado chegando, também poderei assistir outro rei, o da viola, que nem mais nem menos, encanta tanto quanto Plant, pois faz Música com Arte. e Arte nunca envelhece.Bendigo todos os dias essa empresa XYZ, por tal feito, o de  trazer o Deus Dourado para o Brasil..






































Ainda dá tempo para ver os ultimos shows da lenda viva do Rock - Robert Plant -
Serviço:
Hoje     25 -   Brasília -DF
Sábado 27 -  Curitiba -PR - Teatro Guaíra
Segunda 29 -Porto Alegre - RS

quinta-feira, outubro 25, 2012

Compositor Almir Sater emocionou 5 mil fãs bebedourenses no sábado.









Imagem: jornalimpactobebedouro.com.br

Show encerra a programação do evento ‘Coopero por um Mundo Melhor’.

 Um dos maiores violeiros do Brasil, o compositor Almir Sater emocionou 5 mil fãs bebedourenses, em apresentação realizada na noite de sábado (20), na Concha Acústica, encerrando as festividades do evento ‘Coopero por um mundo melhor’.

 “Sinto-me privilegiado por ter sido convidado para fazer um show em comemoração ao Ano Internacional das Cooperativas”, diz no palco, o violeiro relembrando os clássicos “Trem do Pantanal”, “Comitiva Esperança”, “Tocando em Frente”, e “Chalana”, levou o público a formar um imenso coral, e emocionante.

Fonte: http://www.gazetadebebedouro.com.br/gb/almir-sater-reune-5-mil-pessoas-na-praca-da-fonte/

quarta-feira, outubro 24, 2012

A invejável velhice de Robert Plant em show arrasador

 
Por Regis Tadeu | Na Mira do Regis –

A frase do cartaz de divulgação das apresentações de Robert Plant no Brasil — "A voz do Led Zeppelin" — serviu apenas para dar uma noção àquela parcela de público "sem noção", que só conhece a extinta banda britânica quando ouve "Stairway to Heaven". Porque nada foi mais distante desta frase que a própria voz de Robert Plant e, principalmente, os arranjos de cada uma das canções que o vocalista apresentou ontem em sua ESPETACULAR (com maiúsculas mesmo) apresentação no Espaço das Américas em São Paulo.
A partir do primeiro instante em que a figura de Plant surge no palco, antes mesmo dos acordes da primeira música — a ótima "Tin Pan Valley" -, já deu para perceber que estava ali um homem muito diferente daquele vocalista de cabelos dourados e figura mítica dos anos 70. Com o rosto enrugado e cabelos em desalinho, Plant parece nos mostrar, com um enorme sorriso no rosto, que ele mesmo não dá a mínima importância para o que representou como ícone de adoração por parte de pelo menos duas gerações. E nem precisa se preocupar com a atenção da plateia, já que seu carisma beira o estratosférico.

Quando a música começou, foi aí que caímos na real: Plant iria nadar contra a corrente daqueles que esperavam uma sonoridade mais rústica e visceral. "Tin Pan Valley" — um trocadilho com "Tin Pan Alley", o lendário grupo de compositores e editores musicais que dominou os Estados Unidos na primeira metade do século passado — foi uma das revelações de como seria a apresentação como um todo: a mistura de levadas eletrônicas com ataques enfurecidos e cortantes transformou a canção em um monstro com duas cabeças em termos de referências: Massive Attack e Queens of the Stone Age. A outra revelação veio na maneira como Plant voltou o seu coração musical para a África, mas sem esquecer a reverberação sônica eletrônica do mundo ocidental.

Se a voz, obviamente, não atinge mais as alturas em termos de frequências, a exploração experimentalista de inúmeras canções transformou o show em uma sessão de hipnose coletiva. Foi simplesmente impossível desgrudar os olhos e os ouvidos do palco, ao mesmo tempo em que o meu corpo reagiu com espasmos que poderiam ser considerados como uma "dança" pelos menos exigentes. A dignidade com que Plant desafiou a velhice com um raro senso de musicalidade foi desconcertante.

Um capítulo à parte deve ser dado à espetacular banda que o acompanhou, The Sensational Space Shifters. Com dois guitarristas estupendos, principalmente na escolha dos timbres de cada canção - Justin Adams e Liam Tyson (ex-Cast) -, um tecladista quer poderia ser muito bem um parceiro da Björk - John Baggott —, um baixista correto - Billy Fuller - e um baterista com cara de nerd, mas dono de uma pegada firme e criativa — Dave Smith -, o grupo ainda recebeu o reforço do músico africano Juldeh Camara, uma mistura de Buddy Guy com Jean-Luc Ponty que simplesmente arrasou ao tocar dois instrumentos estranhíssimos: o riti, que parece um violino/rabeca, só que tocado com um arco e sem a flecha, e um kologo, que soa como um banjo dentro de um amplificador de guitarra. São estes caras que fazem com que o som de Plant se transforme em um imenso caleidoscópio multiétnico cultural de primeira grandeza.

Nos momentos em que tocou músicas do Led Zeppelin como "Friends", "Black Dog", "Whole Lotta Love", "Ramble On", "Bron-y-aur Stomp", Plant orgulhosamente desconstruiu os arranjos, a ponto de só reconhecermos as canções quando as letras começavam a brotar da boca do vocalista. Foi como se ele dissesse à plateia "Ok, se vocês querem ouvir coisas da minha ex-banda, vai ser do meu jeito". Aliás, este sentimento permeou toda a apresentação. Era impossível saber o que Plant e sua banda iriam nos mostrar a cada compasso. E isto foi ótimo! Eu mesmo só reconheci "Spoonful", de Howlin' Wolf, quando Plant mandou o refrão...

No bis, Plant levou todo mundo ás lágrimas com a sempre delicada "Going to California" para, em seguida, esmagar nossos crânios com uma abordagem do clássico "Rock 'n' Roll" sob o viés da banda do Josh Homme. Sensacional!

Quando o show acabou, não havia como voltar para casa sem pensar na maneira como Plant desconstruiu e reconstruiu seu próprio trabalho e, por que não dizer, sua carreira inteira. E isto sem pensar um minuto sequer no desapontamento das pessoas que lá estiveram na tentativa de gritar "urrrúuu" e tirar fotos para colocar nos "Instagrams da vida" ao som enquanto esperavam para aplaudir a uma carcaça chamada Led Zeppelin. E quando agrada a esta turma, é como se jogasse uns amendoins cheios de LSD para elefantes domesticados...

Nada mal para um senhor de 64 anos que se recusa terminantemente a dar prosseguimento ao legado do Led Zeppelin. Depois do show de ontem, isto faz todo o sentido do mundo...

Abaixo, você pode assistir ao primeiro show em São Paulo praticamente na íntegra. Veja, ouça e diga se estou mentindo...